02/10/2022

A ostentação visual nas igrejas

 

As artes na igreja impressionam nossos sentidos e fazem com que os fiéis sejam comovidos pelas produções dos homens, atribuindo a elas um sentido divino, glorificando e adorando à coisa criada em lugar do Criador supremo.

Pelos misticismos são atribuídos significados divinos às coisas materiais que nada podem comunicar da Graça de Deus. Por esses desvios atribui-se fé e devoção a crendices que nada têm de verdadeira ação de Deus.

Sangues empedrados que se tornam liquefeitos, dentes que ficam dourados, cartas mediúnicas, gravetos que emitem luz em vigílias de oração nos montes, esses e outros misticismos nada comunicam da Graça de Deus e, normalmente, não significam nada além de servirem como legitimadores do engano religioso.

A igreja católica romana é impressionante aos olhos e repleta de misticismos, mas infelizmente persevera distante dos caminhos do Senhor, e depende de artificialidades para promover um sentido religioso bastante idólatra nos fiéis, porque no lugar da Glória do Senhor Jesus Cristo vista nas Escrituras esses religiosos se ocupam com toda sorte de ídolos que as imaginações humanas podem produzir.

Vemos, com tristeza, que a beleza estética que nos impressiona e os misticismos não são e nunca foram critérios para se estar diante do Deus Todo-Poderoso. Isso tudo é apenas ilusão, apenas engano para encher os sentidos porque o espírito está morto.

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A cenografia das igrejas

O verdadeiro cristianismo é o que se volta para a verdade, para a essência, não para as aparências. Foi assim no ensino inicial, foi assim na igreja primitiva, mas deixou de o ser quando a igreja cresceu e aprendeu com homens poderosos convertidos ao Evangelho a incorporar os seus costumes, suas ambições, suas aspirações pelo poder. Então a igreja passou a se adornar com coisas visíveis, impactantes, grandiosas, e os seus líderes passaram a usar túnicas, e vestes sacerdotais, e ouro, e ostentar riquezas para nelas serem reconhecidos como entes poderosos dignos de aceitação, de celebração, de obediência. E nesse processo de auto-celebração essa igreja perdeu a essência, desprezou a verdade e passou a depender da artificialidade das coisas vistas e impressionáveis, de espíritos e de deuses que podem ser vistos e tocados, de uma fé não no Cristo do Evangelho mas sim produzida pelos jogos de interesses de bispos corrompidos pela idolatria.

Por isso é tão perigoso à fé cristã o uso de artificialidades no culto cristão, da sugestionalidade das emoções fabricadas, de uma apresentação cênica, fingida, dependente e voltada para a experiência visual mistificada. 

A verdadeira fé cristã não depende do que se vê e despreza toda suntuosidade que os homens podem desejar, fabricar e ter. Aprendamos com o nosso modelo, o Senhor encarnado, Jesus, que não tinha beleza nem formosura, e não chamava a atenção de ninguém por sua aparência, mas sim por aquilo que ele dizia e fazia. Eis o Evangelho!