30/04/2023

Regra de ouro: Primeiro a fundamentação bíblica, depois as implicações.

 

Regra de ouro numa exposição bíblica (aula ou pregação): Primeiro a fundamentação bíblica, depois as implicações.

Cansa ver que tem sido repetido o método invertido de, PRIMEIRO, se fazer todo um desdobramento meticuloso sobre "o pensamento do mundo" e suas novidades, abordagens, costumes, modismos, valores, práticas, tendências, etc, etc para DEPOIS se discorrer sobre um apanhado de textos bíblicos, muitas vezes mal e superficialmente analisados para se "pensar" sobre práticas comportamentais e valores cristãos.

Na inversão do método os textos bíblicos apenas remediam práticas mundanas analisadas, como se fossem meras reações àquilo que, supostamente, reprovamos - supostamente porque na prática se seleciona o que se deve ou não acatar, porque numa exposição exaustiva do mundo, feita pela igreja (como se os crentes desconhecessem o mundo) apenas se reforça comportamentos como "com isso concordo/discordo" que incontáveis crentes adotaram como se fossem autônomos nos assuntos de fé e como se a igreja e suas doutrinas fossem apenas mais uma dentre as várias opções dos "shoppings centers" da vida.

Contudo no método afirmativo e confessional de se ensinar doutrinas, o esforço primário consiste em apontar para as verdades de Deus e pavimentar um caminho seguro, um raciocínio lógico que se desdobra nas aplicações das diversas demandas da vida. Nesse método as atenções são voltadas para a Bíblia, não para o mundo. E a partir da assimilação bíblica ficam demasiadamente óbvios os contrastes com quaisquer desvios mundanos, seja no campo moral ou no campo das práticas. Assim, não precisamos, primeiro, destrinchar determinado comportamento ou modismo para assimilá-lo e depois ler algum texto bíblico a respeito; o que precisamos é examinar, estudar o texto bíblico para ver nele a realidade, que é o parecer de Deus sobre uma multiplicidade de coisas que incluem determinados comportamentos. 

Diante disso fica claro o quanto subverter a ordem de primeiro ensinar a Bíblia, ao se focar primeiro em abordagens mundanas, é um desserviço desnecessário.

O mais destacado ministério da igreja é o de ensinar as Escrituras, não os costumes do mundo. Isso é palha da qual os crentes foram tirados.

29/04/2023

Pecadores falando de coisas santas. Contradição?


Alma moída e o dever de ter nos lábios a Palavra de Deus. 

Seria isso uma contradição?

Como pode o homem esmagado pela consciência da sua condição de pecador ser portador de algo grandioso e sublime que não tem origem nele, que não pode ser criado por sua consciência? O sublime fluindo do decadente.

Sim, isso me parece uma contradição, mas é um padrão.

Ao ler as Escrituras sempre vejo esse padrão, o de homens que vêem a si mesmos de forma real, sem os filtros dos enganos deste mundo, como o próprio Deus os vê, pecadores miseráveis, mas que a partir disso são preenchidos com uma Graça e poder que não vem deles mesmos, e que não lhes pertence. E por essa Graça não pertencer a eles, e sim a Deus, o Senhor, faz-se necessário que esses homens abatidos pela consciência do mal comum a todas as gentes preguem as verdades que neles foram depositadas, como um riquíssimo e puro conteúdo que foi colocado em pobres vasos de barro, porque é esse conteúdo, e não o vaso, que saciará e vivificará a muitos.

Cada vez mais eu compreendo o contraste explicitado no profeta Isaías, que ao se deparar com a sublimidade da glória e da santidade de Deus foi tomado por desespero pela consciência de que era pecador. E imediatamente foi constituído profeta para falar em nome do Senhor. Isso porque nós não pregamos a nós mesmos, mas todo pregador, todo evangelista, todo discípulo do Senhor Jesus que vai semeando a sua Palavra pelo caminho é, sempre, a combinação de um miserável pecador com um embaixador das glórias do Reino de Deus.

Nós somos contrastes, a combinação de sermos pecadores em luta pela santificação e, ao mesmo tempo, santos por imposição divina porque fomos pelo Senhor separados para  portar e anunciar a sua Graça. Nossa fraqueza aponta para o fato de que a glória da verdade e da salvação pertence a Deus somente, não a nós.

27/04/2023

É proibido provar que a grama é verde


A ideologia de gênero é nefasta. E essa aberração só progrediu e se estabeleceu fazendo a lavagem cerebral de uma legião de lobotomizados por causa da apatia dos que deveriam ter resistido. Essa geração parece ter se tornado presa fácil dessa insanidade porque os seus pais e mães foram omissos, complacentes e covardes, abrindo mão de verdades óbvias pelo encantamento venenoso que se apresentou sob as cores do arco-íris.

Aos omissos.

Um dia, cedo ou tarde, você ainda lamentará, profundamente, pelos frutos indesejados das suas omissões. E será tarde demais porque nada pode reverter um fruto que foi cultivado e que já está formado.

Você pode se arrepender do seu pecado e obter perdão. Mas nem sempre poderá se livrar das consequências do mal realizado.

"Não erreis: Deus não se deixa escarnecer; porque tudo o que o homem semear, isso também ceifará." (Gálatas 6:7)

A propósito, você que "fez o L" tem muito sangue nas mãos.





Vídeo do YouTuber Monark em que ele crítica a ditadura do judiciário e o conluio dos políticos que muito provavelmente adulteraram o processo eleitoral de 2022 e que levou o Ministro tirano Alexandre de Moraes a determinar o banimento de todas as redes sociais do Monark.
P.S. - relevem o palavreado e atente para a verdade e a importância do discurso.


25/04/2023

Ameaça à liberdade de expressão e as restrições impostas à pregação do Evangelho


Vídeo postado em 24/04/2023 por Delton Dallagnol sobre as articulações políticas para a aprovação de projetos de Lei que regularão a internet, as liberdades de expressão e a criminalização de opiniões que contrariem novas normas morais.

Possivelmente, dentro de pouco tempo, não teremos mais liberdade de dizer, escrever ou postar o que quisermos em redes sociais - cujos donos têm lado definido no cenário político/ ideológico/ econômico - e, certamente, não é o lado do Evangelho (o que faço aqui, o faço por concessão, até que ela me seja tomada).

E os políticos brasileiros parecem caminhar para o óbvio, o inevitável: acatar e impor os cânones e os dogmas da nova ética mundial, decidindo o que é certo e o que é errado, o que pode e o que não pode fazer nos circos dos patifes, dos hipócritas e dos decadentes. 

Bem, era de se esperar que o mundo caído conspirasse para tirar o "lugar de fala" de quem resiste aos seus devaneios. E se alguém se aventurar em insistir que grama é verde, contrariando as novas normas do absurdo, e por isso for punido, cerceado, banido, essas restrições serão um preço a ser pago por quem prefere a integridade à corrupção de si mesmo.

Então que venham as sanções!

Nada pode calar a igreja de Cristo.

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Telegram X Alexandre de Moraes 

Texto postado pelo Telegram a todos os seus usuários em 09/05/2023 alertando a todos sobre os riscos do Projeto de Lei que está em tramitação e que cerceará as liberdades individuais de expressão e de opinião sob os controles ditatoriais do Estado.


Texto postado pelo Telegram em 10/05/2023 por determinação monocrática e despótica do sr. Alexandre de Moraes.








O amor de Deus e o inferno

 

O amor de Deus e o inferno

Ninguém jamais evidenciou tanto amor verdadeiro, de forma dedicada, qualitativa e quantitativa quanto o Senhor Jesus. 

Ele veio ao mundo por causa do amor de Deus-Pai pela sua criação para redimí-la das maldições do pecado, para nos reconciliar com Deus e nos livrar do inferno. Foi por amor ao Pai e pelos seus eleitos dentre toda a humanidade que o Senhor Jesus humilhou-se a si mesmo, verdadeiro Deus fazendo de si mesmo verdadeiro homem para ser o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo, que nos livra das justas condenações do pecado. Ele amou suas ovelhas como um bom pastor, aquelas pessoas a quem o Pai lhe deu, a quem o Pai lhe trouxe, e Ele deu a sua vida por elas para, assim, morrer no lugar delas. Ele as acolheu, tratou, cuidou delas, as protegeu e as santificou. Ele ensinou o que é o amor de Deus e como se cumpre os mandamentos de amar a Deus e de amar ao próximo como a si mesmo. Como Messias, o Cristo, o enviado de Deus ao mundo, Jesus foi obediente ao Pai e o amou até o fim, mantendo-se fiel ao seu primeiro amor até a sua morte na cruz como pagamento pelos pecados do seu povo. NEle homens e mulheres pecadores, de todos os lugares, são perdoados, purificados e santificados. São salvos da ira Santa e justa de Deus que em breve será imposta à criação corrompida pelo mal do pecado e em lugar das condenações eternas que lhes seriam justas, os salvos recebem as bênçãos pertencentes ao seu Salvador, incluindo as glórias de toda a eternidade como filhos adotados por Deus-Pai - isso porque o nosso Salvador deu a sua vida por nós, mas ressuscitou, triunfando da morte, do pecado e de todo o inferno e esse também é o destino de todo aquele que nEle crê.

E mesmo sendo Ele, a manifestação plena do amor de Deus sendo praticado e comprovado neste mundo, ninguém falou e ensinou tanto quanto o Senhor Jesus sobre a realidade do juízo de Deus sobre os réprobos - aqueles que desprezam a Graça do Evangelho e que resistem à sua ordem do arrependimento porque perseveram na vida de pecado em rebelião contra Deus ao persistirem como não convertidos. O pecado é tão grave perante Deus que o modo de vida em rebelião às suas leis faz de nós objetos da sua ira, da sua justiça, porque a Santidade de Deus e o pecado são irreconciliáveis e isso faz de nós inimigos, sendo o homem um blasfemo produtor de ídolos, um iníquo que se opõe à Lei e à santidade do Deus que é o criador e o sustentador de todas as coisas e que não tem essa humanidade por inocente. E por isso Deus exercerá o seu juízo santo, banindo todo iníquo da sua presença abençoadora, impondo sobre eles as duras e eternas consequências por terem amado e se devotado às suas rebeliões numa morte eterna, porém plenamente consciente e destituída de todo bem que de Deus procede, de toda Graça comum que está derramada no mundo - e isso é o inferno, um mal iminente que só pode ser mudado se o Messias de Deus assumir as condenações e pagar por elas em lugar dos culpados, substituindo-os em seus suplícios, e foi exatamente isso que o Senhor Jesus fez, ao morrer no lugar de muitos pecadores no holocausto da cruz. A morte do Senhor foi substitutiva, Ele morreu em nosso lugar para nos arrancar da maldição do pecado, nos outorgar perdão e atribuir a sua vida, a sua justiça e as suas glórias vindouras - e isso é o Evangelho!

Na Bíblia é Jesus Cristo quem mais ensina e alerta sobre a realidade do inferno - e nEle se prova que a exposição do amor de Deus à humanidade perdida neste mundo caído deve ser acompanhada da exposição da igualmente verdadeira realidade do juízo de Deus, porque o amor de Deus é Santo, e Deus é tanto amor quanto é justo, sendo o amor e a justiça dois atributos de Deus que não existem em separado.

A pregação da Graça de Deus, como expressão do seu amor, destituída das responsabilidades humanas diante da sua Lei e do Juízo é uma forma de se perverter a concepção, nas pessoas, do que é a Graça de Deus. Igrejas que não advertem sobre a gravidade dos pecados e da realidade do inferno não estão pregando o Evangelho direito. 

A exposição do amor de Deus começa na conscientização do pecado e do juízo vindouro: "arrependei-vos e crede no Evangelho!"


Veja também, o ódio à santidade de Deus:

https://atitudeprotestante.blogspot.com/2023/07/o-odio-santidade-de-deus.html


E se os mártires da igreja primitiva fossem adeptos do politicamente correto?

https://atitudeprotestante.blogspot.com/2017/03/e-se-os-martires-da-igreja-primitiva.html

24/04/2023

Instagramização da vida

 

Instagramização da vida

E essa onda de exposições que são apenas projeções de obras do Michelangelo, do Van Gogh, do Picasso, etc em paredes e que são vendidas aos entusiastas como "experiências imersivas"?

Não se pretende mais atentar para os detalhes das pinceladas, das camadas de cores, das sutilezas, das texturas e assim entender como o artista fez sua obra ao mesmo tempo em que se vê o todo como resultado de uma composição de muitos processos... mas em seu lugar, agora se vêem luzes e intensidades onde o todo é agigantado mas os detalhes são perdidos. Não se interage mais com textos e suas necessárias subjetividades com todos os esforços na interpretação e na imaginação, mas se busca resumos facilitados por encenações dramatizadas e em falas ligeiras e rasas de experts que incluem "filósofos" que comercializam "good vibes" e que autenticam modismos lado-a-lado de youtubers e de influencers que tagarelam sobre absolutamente tudo. Até os cultos agora têm formatos dinâmicos para funcionarem também a quem consome o subproduto on line, que tem cada vez mais protagonismo em comparação com a mais sublime de todas as experiências, porque o público da internet pode ser maior do que o ajuntamento real, mas o real tem o inconveniente de ser apenas momentâneo. E a nova inteligência, assumidamente artificial, pirateando toda a produção humana que está acumulada na internet e que se apresenta, presunçosamente, como se fosse uma versão aprimorada do que a humanidade produziu até agora e que, supostamente, será um salto na sua evolução.

A artificialização das artes, do belo, da virtude, da espiritualidade, da inteligência, das experiências e das relações humanas em todos os sentidos é uma evidência de que os acúmulos de conhecimentos e de tecnologias estão apenas reforçando a decadência da humanidade.

18/04/2023

Para quê servem as distorções ensinadas e praticadas em muitas "igrejas"?

 

Para que servem as distorções da fé cristã que são tão comumente pregadas e praticadas em muitas "igrejas" e seus consequentes desvios de fé e escândalos?

Para atrair pessoas através dos desejos dos seus corações, evidenciando que não é a verdade do Deus Santo que querem, mas sim a concretização dos seus desejos através da instrumentalização da religião como se Deus pudesse ser manipulado por homens, numa prática de idolatria e de paganismo apenas disfarçados com um fino verniz de cristianismo.

Para dar aos inimigos de Cristo motivos que validem seus ódios contra o Senhor, uma vez que não existem motivos reais para incriminar a fé, recorre-se ao expediente de usar os que fazem mau uso dela e que a pervertem para fazer deles motivos a serem usados contra toda a fé cristã e assim tentam justificar o desprezo e ódio pelo Senhor Jesus e pela sua igreja fiel.

Para santificar o povo de Deus, fazendo com que por meio de perseguições e do necessário esforço por se praticar e defender a pureza da fé fique claro que existe uma única verdade acerca de Deus e da sua vontade revelada em distinção a tantas mentiras e tantos desvios que prosperam no mundo dos homens caídos.

Para deixar claro que o mundo dos homens é corrupto e corruptor, digno da justiça santa do Santo Deus em claro contraste com a santidade da igreja fiel do Senhor Jesus, que é como uma ovelha enviada para o meio de lobos.

*Escrevi essa reflexão por ver tão frequentemente que igrejas infiéis que pervertem o ensino bíblico e o ministério da igreja prosperam muito, costumam ter milhares de adeptos e seus líderes ficam ricos e poderosos em total contraste com as igrejas bíblicas que normalmente perseveram com uma membresia modesta, sem ostentações, e que mantém um ministério simples de pregação e de ensino das Escrituras, e seus líderes têm um modo de vida simples sem nunca alcançarem o "estrelato" religioso com os luxos muito comuns dos falsos profetas - e, infelizmente, essa prosperidade dos ímpios costuma exercer alguma influência tentadora nos servos de Deus que lutam para se manterem fiéis (Salmo 73) pois correm riscos reais de, eventualmente, se sentirem frustrados quando comparam os números simplórios das igrejas fiéis em contraste com os superlativos numéricos das igrejas que corrompem o Evangelho.

Irmãos, não se fixem em números e nas prosperidades dos ímpios, antes, nos fixemos no Senhor e permaneçamos fiéis à sua Palavra!

14/04/2023

Diferença entre aventuras missionárias X trabalho missionário.


Diferença entre aventuras missionárias X trabalho missionário.

A propósito, muito do que se tem considerado como "missão cristã" não é, exatamente, missão cristã.

A missão cristã, por definição bíblica, é o engajamento na pregação do Evangelho e na formação de discípulos do Senhor Jesus. É, portanto, um trabalho perseverante de pregação e de ensino da Palavra de Deus.

Muito embora as obras de misericórdia façam parte das ações ordenadas aos cristãos, as obras assistenciais não são, em si mesmas, missões cristãs - essas obras são derivadas da verdadeira missão. A igreja do Senhor não foi estabelecida nem vocacionada para ser uma ONG e esse tipo de militância é desvio de finalidade.

Missões sem a pregação do Evangelho não são missões cristãs. Aventuras esporádicas no campo missionário sem o comprometimento de manter a constância da pregação e do ensino das Escrituras não é fazer missão - e por vezes esse tipo de aventura visa atender primeiro à satisfação da consciência e a ostentação de caridades de quem as pratica visando reconhecimentos e aplausos (a exaltação do próprio ego) muito antes do verdadeiro propósito da missão, que deveria visar a glória de Deus nas práticas do amor ao próximo que é demonstrado, principalmente, no serviço de anunciar-lhe a salvação em Cristo. Fazer uma visita assistencial a alguém sem a continuidade do ensino bíblico visando a formação de discípulos do Senhor Jesus não é cumprir a ordem dele, ao menos não no sentido pretendido e completo.

Missões, por excelência, consistem na formação de obreiros para a plantação de igrejas, dentro e fora dos núcleos familiares, visando a evangelização da sua região a partir da congregação-base constituída.

12/04/2023

Guerra espiritual

 

Guerra espiritual

Inevitavelmente, todo seguidor do Senhor Jesus Cristo que se assume como seu discípulo publicamente e ostenta a sua luz perante o mundo será objeto das investidas do inimigo (já vencido) do Senhor. 

Contudo o Diabo, o pai da mentira, não pode tocar diretamente num filho do Deus Todo-Poderoso, e por isso ele rodeia o crente portando-se como um leão sanguinário e intimidador que procura uma brecha na armadura da sua presa para atacá-lo, numa evidência de que ele "estuda" seus inimigos e ao identificar seus pontos fracos Satanás os explora, jogando ali os seus dardos inflamados à distância, promovendo tentações e seduções para por meio desses pontos fracos e vulneráveis tentar enfermar um soldado de Cristo e derrubá-lo, fazendo com que caia no pecado e comprometa a sua atividade como servo de Cristo.

O campo de batalha mais difícil sempre será a luta contra as nossas fraquezas da carne, contra as nossas persistentes e traiçoeiras inclinações ao pecado. Inclinações que variam em intensidade e em área de atuação de uma pessoa para outra, mas uma luta persistente em todo crente.

Não se engane, todo crente que se posiciona como ordenou o Senhor será alvo das investidas de Satanás e todo o mundo caído poderá se levantar em oposição contra a igreja militante do Senhor. Por isso os crentes devem manter vigilância, orar e seguir em santificação constante, tomando como armadura e proteção a Palavra de Deus assimilada, guardada no coração e praticada.

E nessa guerra contra o pecado, contra Satanás, contra o mundo caído e contra a morte, é o Senhor Jesus Cristo quem luta pelo seu povo, a sua Igreja. E a vitória final do Senhor será um triunfo glorioso para o qual todo verdadeiro crente está destinado.

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Lições do Salmo 27

O maior temor de quem conhece ao Senhor e desfruta das bençãos da sua comunhão não são as ameaças exteriores, como a violência ou a malignidade das outras pessoas, mas sim as ameaças interiores de um coração que pode ser traiçoeiro e rebelde em qualquer momento e que pode incidir na perda dessa comunhão, ainda que temporariamente. 

A confiança no Senhor, em quem descansamos, não é auto-confiança - porque o "eu" não é digno de confiança e deve ser negado diante do Senhor Jesus Cristo.

11/04/2023

Relatos não tão fictícios de velórios.

 

Relatos não tão fictícios de velórios.

E, diante do corpo do morto que estava sendo velado, a família, angustiada pediu para alguém que tinha familiaridade com a fé cristã para dirigir um breve momento de reflexão religiosa, para dizer algumas palavras de consolação e de esperança naquele momento de luto.

Que difícil! Querem palavras de esperança e de consolação, mas como? O defunto, enquanto vivo, sempre foi um péssimo marido, um adúltero contumaz. Sempre foi um egoísta, um imoral a quem a família teve que aprender a tolerar, a suportar. É difícil trazer à memória algo realmente bom que ele fez em vida, e mesmo que tivesse feito coisas muito boas ninguém pode salvar a si mesmo por obras. Até as mais virtuosas ações que possamos fazer são trapos de imundície perante a Lei de Deus e a sua santidade. E quanto à fé em Cristo, apesar de ter sido evangelizado e de ter ido à igreja algumas vezes, ele perseverou na incredulidade e no cinismo contra o Senhor até o fim da vida, ostentando o quanto pôde o seu apreço pelos seus pecados e o seu desdém pela necessidade de arrepender-se e de crer em Jesus como Senhor e Salvador. Infelizmente ele morreu sem Cristo e sem a sua salvação...

Mas agora querem palavras de esperança e de consolação? Querem que sejam ditas mentiras diante do óbvio mau destino como se meras palavras ditas aos vivos pudessem mudar a realidade e a condenação terrível dos incrédulos ao inferno, o eterno banimento de Deus que é uma certeza para todos os ímpios que morrem inconvertidos. Nem orações podem mais ser feitas por ele e não existe uma segunda chance num purgatório que não existe. Nada mais pode ser feito. Os vivos querem conforto quando o que se pode fazer é apenas lamentar.

Num outro velório estava o corpo de um jovem bandido que foi morto num confronto com a polícia. E o local estava repleto de gente - a considerar a faixa etária predominante, possivelmente muitos eram seus colegas do crime. E o que dizer? Que agora está tudo bem? Oferecer falsas consolações e esperanças?

Não!

Quanto aos mortos, nada mais podemos fazer. Súplicas e esforços póstumos são inúteis. Seus destinos foram selados ao morrerem com Cristo ou sem Cristo. Se, em vida, creu no Senhor, convertendo-se a Ele então permanecerá com Ele. Se o negou, nunca o terá porque nunca foi dEle. 

Então, nesses velórios em que estamos diante do corpo de alguém que evidentemente morreu sem a salvação de Cristo, não é para o morto que devemos chamar a atenção como se ele estivesse desfrutando das bem-aventuranças da salvação - não! Porque isso seria tentar oferecer uma consolação falsa aos que estão de luto, seria mentir. O que se faz é pregar o Evangelho aos vivos, fazendo com que a inevitável reflexão sobre a brevidade da vida imposta pela ocasião aponte para a necessidade de salvação que somente o Evangelho proporciona àqueles que ainda podem escutar a oferta da salvação.

Creia no Senhor Jesus enquanto pode, porque cedo ou tarde a tua vida será requerida por Deus, e quando isso acontecer, qual será o teu destino?

Eu gosto de Rock, mas não no culto.

 


Eu gosto de Rock and Roll. Eu gosto de música com peso, do som alto com guitarra, baixo e pancada. Eu gosto da atitude rebelde, contestadora e inconformada. Eu gosto da postura anti-sistema e debochada. Eu gosto de pegar estrada ouvindo um rock clássico no último volume e da sensação de liberdade que essa combinação proporciona.

Mas não confundo a pegada solta e contagiante de um bom Rock and Roll com o propósito do louvor congregacional ao Senhor durante um culto a Deus. Já houve tempos em que eu achava uma boa ideia misturar as coisas (péssima ideia!) porque o culto a Deus não tem o propósito da diversão do Rock, é um ato sublime, reverente e contemplativo em que a música é mero instrumento para que homens e mulheres, jovens, velhos e crianças e gente de todo tipo, de todas as origens exaltem a Deus por seus atributos. No culto, "menos é mais" porque o que vale são os corações derramados no Santo dos Santos em contemplação à Majestade de Deus e que se expressam no mais belo equipamento musical que Deus criou: a música cantada congregacionalmente pela igreja reunida em adoração ao Senhor Jesus.

09/04/2023

Páscoa - hoje não é um dia especial.

 


Páscoa - hoje não é um dia especial.

Todo culto cristão é uma anunciação de que Jesus Cristo, o Senhor, ressuscitou.

Resumir essa celebração a uma data caducada, como se fosse santa ou especial, é sintoma de quatro erros:

1) apropriação de velhas tradições que já não existem mais e que não são aceitáveis como culto a Deus (um desvio);

2) desvalor ao culto ao Senhor no dia por Ele ordenado como se a sublimidade da congregação dos santos na presença do Santíssimo Deus fosse "menor" que uma data caducada e tratada, equivocadamente, como santa (um pecado);

3) inculcar no povo de Deus costumes e valores que deveriam ser dele corrigidos (secularização);

4) se tem um dia temático para pregar a ressurreição pode ser que essa verdade não seja mais proclamada regularmente em muitas igrejas, pois muitas se ocupam com pregações de temas diversos e cada vez menos com a pregação e o ensino do Evangelho (apostasia).

A verdadeira páscoa cristã é realizada sempre que celebramos a Santa Ceia. Na Ceia do Senhor partilhamos do pão e do cálice, em santa comunhão, e assim anunciamos a volta do Senhor até que Ele venha.

Devemos anunciar o fato da ressurreição do Senhor sempre, mas é uma pena que esses esforços são maiores numa data que não tem mais nenhum valor para Deus e não tem nenhuma relevância para o ministério da igreja. É uma pena que muita gente está proclamando a coisa certa de um modo errado, ao se renderem aos rudimentos que caducaram como se fossem propícios para a adoração a Deus.

Todo erro adotado como costume é evidência de apostasia, é marca da secularização da igreja, cujo dever é de dedicar-se nas doutrinas do Senhor, tão claramente ensinadas pelos seus Apóstolos nas Escrituras.

https://youtu.be/wJ4JqaCbaWo

(Link de explicação feita pelo pastor Augustus Nicodemos sobre o tema: "crente pode comemorar a Páscoa?")

05/04/2023

Narrativas anticristãs

 

Narrativas anticristãs 

As narrativas do mundo caído sempre serão fundamentadas em distorções da verdade (que são mentiras), porque o mundo odeia ao Senhor Jesus, odeia a santidade de Deus, odeia o Evangelho e odeia a igreja do Senhor (os crentes, a igreja militante) simplesmente porque ama o seu pecado a adora aos seus ídolos. 

A única solução para esse mal são as ordens do arrependimento e da fé no Senhor, e não uma visão de amor acolhedor como se houvesse a possibilidade de comunhão entre a luz e as trevas, entre o Deus Santo e as pessoas que não abrem mão dos seus pecados.

Toda aversão à Graça de Deus é injustificada rebelião contra o Senhor e é expressão de ódio e de recusa a Ele. Mas sempre se procurará legitimar essa rebelião com distorções que celebram o pecado e, possivelmente, com vitimizações.

O Evangelho sempre produzirá um dentre dois frutos: ou o quebrantamento do coração que resulta em conversão ao Senhor ou o endurecimento do coração que resulta em recusa e ódio por Ele.

Desculpem-me pelo palavreado deste depoimento, a sua importância é como exemplo de narrativa baseada em distorções e em vitimismo para fazer defesa do pecado num modo de se viver abertamente oposto ao Evangelho.
E esse tipo de discurso reprovável tem sido amplamente apoiado, com o apoio de muita gente, inclusive, de dentro das igrejas - um erro.



04/04/2023

Apostasia homeopática


Apostasia homeopática

E introduziram a psicologia para ajudar as segmentações da membresia das igrejas a compreender a fé nas dinâmicas e desafios dos tempos modernos em suas diversas complexidades - porque, silenciosamente, convencionaram que a pureza da boa e velha pregação bíblica não era mais suficiente para essas membresias, e isso porque a Palavra de Deus não lhes era mais o suficiente, e elas quiseram mais, como se pudessem - e segmentaram as abordagens, e tiraram as crianças dos cultos para lhes oferecer uma abordagem "na linguagem delas", e as entregaram à omissão lúdica e à terceirização na educação, e as condenaram a um preparo doutrinário raquítico que não sobrevive aos ventos mais impiedosos da mocidade; e se organizaram para falar especialmente às mulheres, e o conceito de adoração foi feminilizado, demasiadamente sensibilizado, e a abordagem dos sentimentos tomou o lugar da proclamação doutrinária e da adoração focada nos atributos de Deus, e as prioridades no acolhimento e de comunhão sensível substituíram as ordens do Evangelho de arrependimento e fé; e adotaram os modelos e as visões do mundo corporativo para lidar com a igreja, e suas ações foram colocadas em planilhas, e seus resultados viraram números administráveis por mecanismos do marketing... e foi assim, por esses cantos da sereia, que essas igrejas sucumbiram à mundanização, amoldaram-se pelo mundo, colocaram o diabo com sua milenar sutileza e astúcia em seus púlpitos e se encantaram com os resultados de tanta gente comovida e ajuntada com todo o positivismo adotado como pregação; e foi assim que suas luzes apagaram até que enfim, essas igrejas deixaram de ser reconhecidas como igrejas bíblicas porque já morreram sem que percebessem a gravidade da sua doença.

Me parece que, ultimamente muitas igrejas têm aprendido suas "teologias" em coisas como os shows do Coldplay (que não é muito diferente dos transes promovidos pelo Hillsong) muito mais do que da Bíblia.

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Pecado não existe mais?

E a maravilhosa "psicologia", uma "ciência" moderna que estuda o comportamento humano vem, gradualmente, legitimando comportamentos antes condenáveis como perversões sexuais (pedofilia, homossexualismo, transsexualidade, poligamia, zoofilia, etc), agressões (frangofilia), roubos (cleptomania, justiça/ reparação social), vícios (agora tratados como doença - todo alcoólatra ou craqueiro é um doente) tornando culpados por destruírem aos outros ou a si mesmos em meras vítimas. 

Ao que se deve requerer arrependimento as normas modernas exigem aceitação. Ao que a Lei requer punição a psicologia requer compreensão. A moral moderna é anticristã, uma construção que tem se empenhado radicalmente contra o princípio da pregação evangélica, o único e verdadeiro caminho da salvação que diz: "arrependam-se dos seus pecados e creiam no Evangelho do Senhor Jesus Cristo!"

03/04/2023

Quando igrejas adotam erros para crescerem - e criticar isso é capricho, mimimi

 


Capricho

(promover desestabilidade por causa de meros detalhes)

Em 1997 eu precisei manter firme minha posição contra algumas práticas que eu considerava serem distorções espirituais na comunidade religiosa da qual eu era membro, mesmo em oposição a toda a liderança e contra quase todo o resto da membresia que incluía pessoas por quem eu tinha forte apreço. E manter posição junto de tão poucas pessoas diante de uma maioria que tinha o poder de coerção não foi um exercício fácil, nem agradável, nem vantajoso do ponto de vista pragmático e dos ganhos que as boas convivências e os corporativismos proporcionam. Fui eu quem mais se prejudicou por lutar por caprichos, por detalhes dispensáveis.

E qual era a questão? Éramos uma igreja pentecostal e os misticismos, o profetismo, as ênfases em visões e na glossolalia eram as marcas mais destacadas nos cultos sempre muito lotados e disputados por milagres e por revelações, especialmente da parte do pastor-profeta - porque quase sempre o sucesso e a audiência de uma igreja são formados pelo carisma e trabalho do líder local, em torno de quem o resto da liderança orbita. Assim, o líder local adota um modo de trabalho e ajunta-se a ele aqueles que concordam, que gostam e que de alguma forma de sentem beneficiados e atraídos pelo seu modo de trabalhar, pelas suas preferências, pela sua hermenêutica, por aquilo que ele tem a oferecer.

Nessa igreja em questão o líder oferecia um tipo de cristianismo místico em que constantemente o povo se via diante da possibilidade do sobrenatural e da manifestação do poder iminente. E eu convivi com essa abordagem e universo por dois anos, tempo em que pude desenvolver o meu próprio ministério e costumava cooperar como pregador em cultos durante a semana e também na mocidade, chegando a ficar em observação para ser consagrado pastor dos jovens (essa foi a primeira das duas vezes em que a expectativa pelo pastorado foi frustrada por divergências com a igreja) até que as contradições das práticas espirituais que eu via e experimentava se tornaram muito grandes com o que eu lia na Bíblia, e ficou inadmissível, para mim, fazer a política do "deixa disso" e me lancei à tentativa de tratar dessas coisas mesmo com grandes prejuízos para mim mesmo.

Hoje tenho muitas outras contradições e erros a pontuar sobre aquele contexto religioso, mas na época, 1997, me foram destacadas duas contradições que precisavam ser corrigidas: 1) o misticismo não bíblico experienciado em larga escala com muita gente falando em línguas estranhas e entrando em êxtases durante os cultos em divergência com os ensinamentos bíblicos e os profetismos imprecisos, falhos e em excesso; e 2) a prática recorrente e comum de se praticar a acepção de pessoas nas atividades da igreja, porque uma vez que os cultos eram muito concorridos (porque as pessoas buscam profecias, revelações e milagres com qualquer charlatão, milagreiro ou cartomante), era prática comum a liderança fazer reserva de lugares para acomodar as pessoas ricas, os empresários, os artistas de TV, os jogadores de futebol, porque essa gente também queria alguma bênção do profeta e como as suas ofertas eram diferenciadas, e eles serviam como propaganda, então eram-lhes reservados lugares privilegiados, no púlpito e no seu derredor, em contraste com a gente comum que ficava de pé nos corredores. Assim era praticado o "uma mão lava a outra" na versão gospel (e não pense que esse é um "privilégio" daquela igreja...)

E então, eu e mais dois amigos participamos de uma reunião com toda a liderança da igreja (cerca de 20 pessoas) para tratarmos das nossas divergências - e a palavra de uma das líderes, a que deu o tom naquele concílio, foi: "isso é capricho", pois, segundo ela, ali se pregava a Palavra de Deus e vidas eram salvas, transformadas e libertas e os motivos das nossas diferenças eram meros detalhes dispensáveis, "caprichos" de gente que fica procurando o que criticar porque o importante é que ali se serve a Deus e aquele ministério estava dando muitos frutos (só se atira pedras em árvores frutíferas) - o errado era eu!

Não é de hoje que eu pus na cabeça que na obra de Deus não é admitida a corrupção. Aliás a corrupção não é aceitável em coisa nenhuma. Mas na igreja deve-se primar pela fidelidade e ainda que "pequenas distorções" ajudem a obter grandes resultados - porque as pessoas se sentem mais facilmente atraídas por soluções mágicas, fáceis e prazerosas em contraste com as exigências do Evangelho - e daí se decorre que muitas vezes, e talvez na maioria delas, os grandes resultados são apenas os frutos podres de uma abordagem evangélica corrompida e, por isso, ao contrário do que muitos advogam, a distorção - que é mentira - não liberta, não salva, não nos aproxima de Deus mas sim, do oposto disso, nos aproxima apenas de uma concepção idealizada de deus, um deus inventado sob medida para servir às aspirações das pessoas, um ídolo.

Reduzir o debate a "capricho", os apontamentos para as corrupções como detalhes dispensáveis é assumir a corrupção como parte intrínseca da obra de Deus, uma coisa impossível ao Deus Santo que exige fidelidade à sua Palavra, à sua Lei.

Obs. Neste texto eu quis pontuar apenas o tema do "capricho" (ou do seu correlato "mimimi" - que também já ouvi), do esforço de muita gente não querer corrigir seus "pequenos", mas adorados, desvios. Mas deixo claro que ministérios proféticos que praticam misticismos estravagantes são distorções bizarras do Evangelho, e que pastores-profetas dados a profecias, revelações e curanderismos são apenas falsos pastores e falsos profetas, são lobos, são charlatões que disseminam mentiras.

02/04/2023

A sublimidade do culto a Deus

 


A sublimidade do culto a Deus

O culto a Deus é uma prática muito simples de ser feita, e é incomparavelmente gloriosa. Contudo o culto pode ser também muito facilmente corrompido, e consequentemente esvaziado das glórias do Deus que nos dá a Graça da sua presença com toda a beleza da sua santidade - e é uma pena que algo tão simples, belo, verdadeiro e poderoso seja tão constantemente pervertido pela injustificável e descabida insistência dos homens de trazer ídolos da sua perseverante e teimosa prevaricação num local onde deveriam esvaziar-se de si mesmos. 

Insistimos com as nossas quinquilharias que transtornam a singeleza eficaz da adoração a Deus, que apesar de singela requer fidelidade, e muitas vezes impomos perante a Graça de Deus que nos está descoberta o quanto ela nos parece insuficiente - ainda que costuma-se dizer o contrário disso. E assim insistimos em ritos caducados que resultam na desvalorização do que não devia ser desvalorizado na consciência e nas experiências dos crentes, e insistimos nos esforços artificiais provocados por pessoas que aparentam piedade mas que na verdade estão ostentando prerrogativas que não lhes pertencem ao tentarem fabricar emoções quando o agente nas consciências deveria ser apenas o Deus soberano que age em.meio ao seu povo congregado e que é usurpado por um show de talentos carnais envolto em pirotecnia e muitos ruídos, uma artificialidade que faz com que parte da plateia confunda suas emoções fabricadas por outras pessoas e seus talentos artísticos ou técnicos com a ação do Espírito Santo.

A nossa redenção é, acima de tudo, para a restauração da nossa comunhão com Deus, de quem estávamos separados e banidos por causa do pecado. E essa relação entre seres humanos e Deus é, acima de tudo, baseada no cumprimento do nosso dever como criaturas diante do Criador para prestarmos a Ele culto, para o adorarmos como Ele mesmo prescreve e exige. E nisso consiste a base do cumprimento da ordem prioritária de se amar a Deus, porque você não amará a Deus em todos os desdobramentos da vida se não adorá-lo nas práticas dos cultos feitos em Cristo como o próprio Deus requer. Se o culto for subvertido toda a suposta prática cristã também será.

Se o culto a Deus for negligenciado ou corrompido, não haverá o cumprimento do amor a Deus nem no culto, nem nos desdobramentos da vida. E se for invertida a ordem dos amores, priorizando-se o amor ao próximo, inclusive na subversão do culto ao se fazer do "eu" e das necessidades das pessoas o objeto prioritário nas suas reuniões e reduzindo Deus a um tipo de mordomo para nos servir em nossas necessidades e anseios, pratica-se também aí a subversão do culto, e da fé, porque se o amor primeiro a Deus for mudado de lugar acaba-se por transformar o que era para ser adoração a Deus numa idolatria às pessoas e às coisas, boas ou más, legítimas ou não - que as pessoas almejam.

O culto a Deus deve ser restaurado, reformado, praticado conforme requerem as Escrituras. 

Ainda que possamos adorar a Deus e expressar a Ele amor, devoção, louvor e gratidão em praticamente todos os momentos, em todos os dias, existe uma clara distinção por Deus ordenada para que Ele seja devidamente adorado pelos ajuntamentos dos crentes. E esse ajuntamento, reunião (esse é o sentido de igreja) deve ser no Dia do Senhor (4º mandamento), o sábado cristão (dia do descanso das atividades regulares do trabalho durante a semana para a consagração e para o culto ao Senhor), nos domingos - que desde os primórdios da era cristã foi tomado como o sábado dos cristãos, o dia em que os cristãos desde Atos se reuniam para a adoração a Deus, porque foi num domingo que o Senhor Jesus ressuscitou - a ressurreição era o mote para ser neste dia, tanto para a sua celebração como para a sua proclamação, e assim os cristãos resistiram à imposição romana de adoração ao Cezar nos domingos, reafirmando nesses dias que o Senhor é Jesus Cristo.

Assim, os crentes devem se reunir (de fato, de corpo presente e não virtualmente) aos domingos, num exercício prático de separação, de consagração, de santificação - eles separam um dia para atividades focadas em Deus e oferecem seus serviços em sacrifício vivo, santo e ao Senhor agradável - para a realização do culto congregacional onde todos participam conscientemente, intencionalmente e ativamente - ou seja, não se assiste ao culto, mas faz-se o culto numa liturgia coletiva em que todos os congregados estão atuando juntos, mas de forma organizada, com ordem e decência.

E o que deve ser feito no culto? 

O povo de Deus deve se reunir para orações, louvores e a pregação da Palavra.

O que sempre foi feito ao longo das Escrituras? O povo é conclamado à adoração a Deus e essa adoração consiste em trazermos ao Senhor as nossas ofertas que serão entregues ao sacerdote para serem oferecidas em sacrifício no altar. E junto das nossas ofertas o povo congregado faz as suas petições ao Senhor, e suplica o seu perdão pelos nossos pecados. E Deus aceita as nossas ofertas, o nosso sacrifício, e ouve às nossas orações. E nós expressamos a nossa gratidão pelos feitos do Senhor e a admiração ao Senhor que nos dá o privilégio de contemplar a beleza da sua santidade, e declaramos essas belezas, e proclamamos os seus desígnios. E Deus fala conosco, nos instrui, nos alimenta e fortalece. Essa é a relação central entre a humanidade e Deus, o fundamento da nossa verdadeira comunhão.

Mas todos os cerimoniais do Antigo Testamento que nos ensinam sobre o culto são sombras que apontam para o verdadeiro sacrifício e verdadeiro sacerdote. O Senhor Jesus Cristo é a oferta, é o cordeiro que foi entregue ao sacerdote para ser sacrificado. E Ele é também o sacerdote, porque entregou-se a si mesmo, sendo obediente a Deus-Pai até a morte, até o seu holocausto na cruz. 

Então os elementos antigos do culto vigoraram até Cristo, o sacrifício perfeito e definitivo, o verdadeiro tabernáculo pelo qual o próprio Deus andou entre os homens neste mundo. Dessa forma, o verdadeiro culto a Deus é, somente, o culto cristão, feito em nome do Senhor Jesus Cristo e baseado exclusivamente nos seus atos, nos seus méritos - isso porque Ele é o verdadeiro sumo sacerdote que faz a mediação entre o Deus Santo e Todo-Poderoso que habita no lugar santíssimo e nós, o povo congregado. Entramos, então, na presença santa de Deus pelo novo e vivo caminho do sangue derramado pelo Senhor, porque Ele é a oferta aceitável que nos propiciou adentrar num lugar e numa realidade antes impossível, porque agora estamos cobertos com o seu sangue precioso. Esse sangue foi derramado em substituição do nosso sangue, nossas culpas foram pagas no cordeiro que foi punido em nosso lugar e é por isso que temos perdão de pecados. A morte substitutiva do Senhor nos conferiu o perdão das nossas dívidas que por ele foram pagas. E crer em Jesus é a forma como somos declarados justos e, por isso, podemos adorar a Deus de fato porque a sua santidade não nos repele mais, não nos fulmina em manifestação de juízo como fogo consumidor que é, porque fomos comprados e santificados pelo sangue do Cordeiro. 

O sacrifício que nos propicia entrar na presença de Deus é o de Cristo, restando a nós sacrifícios menores e derivados que devemos oferecer nos cultos a Deus:
 - Devemos nos reunir em santo temor, com reverência, porque o culto é uma assembleia santa composta por pecadores santificados e em processo de santificação na presença do Deus Todo-Poderoso e Santíssimo;
 - Deus requer as mesmas exigências do culto ensinado no Antigo Testamento, mas essas exigências foram cumpridas por Jesus Cristo, não por nós. Então tenhamos humildade e gratidão! É por causa do sangue do Senhor que podemos estar na presença de Deus;
 - Na presença de Deus devemos ter consciência de quem somos e de quem Ele é - ali está acontecendo o milagre da comunhão entre seres pecadores e limitados que foram remidos e o Deus Todo-Poderoso que é Santíssimo. A consciência de pecado, a contrição, o quebrantamento de coração e as súplicas por perdão são necessárias e cabíveis no culto;
 - Temos, também, a consciência do perdão prometida por Deus aos crentes. Isso é obra de Deus em Cristo e é promessa a todos os que arrependidos, crêem. Diante disso é cabível o louvor, a gratidão pela obra salvadora, pelo perdão de pecados. O verdadeiro louvor é focado na obra de Cristo e nunca em nós, nossos desejos ou aspirações. O verdadeiro culto cristão é cristocêntrico e nunca antropocêntrico. Por isso, nele declaramos as verdades da Palavra de Deus, suas doutrinas, cantamos e exaltamos a Deus pelos seus atributos a nós revelados - esses são os temas que devem fazer parte do culto;
 - E então, ao receber os nossos sacrifícios de louvor como aroma suave em sua presença, o Senhor fala com a congregação por meio da pregação fiel das Escrituras, não uma pregação moldada por interesses mundanos, mas genuinamente proclamatória das doutrinas de Deus, do Evangelho, dos seus desígnios. E assim o povo congregado é alimentado pelo pão da vida que desce do céu, porque no verdadeiro culto a Deus o céu desce nessa terra e os crentes redimidos adentram o Santo dos Santos para contemplarem a beleza da santidade do Deus que se revela e se alimentarem, se fortalecerem, serem conduzidos, se alegrarem com a manifestação da sua Palavra.
 - No culto cristão, quando um dos crentes levanta a voz em oração, todos estão orando junto dele. Num culto cristão não existe a proeminência de um ministério estranho às Escrituras que tente provocar ações e emoções no povo congregado porque toda a congregação canta em uníssono e cumpre a liturgia, o serviço a Deus, com ordem e com decência, racionalmente, não emocionalmente. 
 - No culto cristão um ministro da Palavra devidamente qualificado e separado tem a responsabilidade de conduzir a exposição bíblica sob a autoridade e a iluminação do Espírito Santo, o Mestre da Igreja. Num culto cristão os crentes estão unidos no Senhor e pelo Senhor numa mesma fé e numa mesma seara, mas são multiformes em seus contextos e em suas áreas de serviço. O milagre da igreja reunida é ela ser una e, ao mesmo tempo plural e diversa sob uma mesma fé.

E o que não se deve fazer no culto?

Nada que não foi prescrito pelas Escrituras ou que já tenha caducado com as obras do Senhor Jesus Cristo.

Nada de resgatar cerimoniais do Antigo Testamento, de usar seus adornos e simbologias como praticar circuncisão com finalidade religiosa, nada de sacerdotes, de levitas, de templos, de altares, candelabros, arca da aliança, culto de Páscoa, culto de Pentecostes e nada de se tentar praticar dons e ofícios descritos no Novo Testamento que foram transitórios, como os Apóstolos, uma vez que ninguém do tempo presente cumpre os requisitos para este ofício como o de ter estado entre os discípulos do Senhor e de ser testemunha da sua ressurreição e não existem mais certos dons que estavam presentes na igreja primitiva porque eles eram necessários até que a Bíblia ficasse completa com os textos do Novo Testamento.

Nada de usar imagens de escultura ou representações visuais de Deus em qualquer das três pessoas - Pai, Filho e Espírito Santo, e nada de incluir no culto a Deus outras pessoas, vivas ou mortas, ou anjos ou ideias espirituais que possam de alguma forma cooperar na espiritualidade, na redenção ou qualquer outra coisa como se a obre perfeita do Senhor precisasse de auxílios ou de complementos. A Mediação exclusiva do Senhor Jesus Cristo é eficaz e é perfeita e a sua verdade e fé devem ser anunciadas e compreendidas pela pregação e pelo ensino das Escrituras, apenas.

Nada de inventar coisas que a Bíblia não ensina, como ministério de danças no culto (uma ideia derivada do paganismo), ordenação de pastoras, dons de língua, profetismos, teologia da prosperidade, atos proféticos, cultos on line (porque reuniões virtuais não cumprem com todos os requisitos da reunião verdadeiramente congregacional e se resumem a assistir ao culto - só pode equiparar cultos presenciais, congregacionais com os on line quem tem o péssimo costume de resumir-se a assistir aos cultos mesmo presencialmente - um pecado); nada de costumes inovadores que quebrem a ordem da reunião congregacional como a separação das crianças e a sua retirada do culto, impondo a elas a não participação na totalidade dos cultos, privando-lhes de muitas bênçãos como o aprendizado da adoração do Deus da Aliança (e aqui a união familiar tem grande importância) e o consequente comprometimento no recebimento do alimento da fé com o privação da Palavra pregada, e tantas outras inovações e quinquilharias que pervertem o culto a Deus.