06/12/2024

A mentira não serve à glória da verdade.


O uso do espantalho no embate de ideias.

Infelizmente, muitos, para defenderem a sua ideia sobre qualquer coisa, importante ou não, usam do expediente da criação de um espantalho para se referir à ideia do outro, do seu oponente. 

Assim, no embate de ideias, o defensor de uma ideia costuma expor para seus ouvintes, que ele deseja que sejam convertidos em seus partidários, não os fatos verdadeiros e justos sobre o seu oponente, mas muitas vezes cria-se um espantalho sobre o que o seu adversário pensa ou faz, fazendo dele um execrável boneco do Judas, digno de ser malhado, uma narrativa baseada em distorções, em preconceitos, em desonestidade, em exageros e em mentiras para que seus ouvintes desenvolvam repulsa por ele sem que necessariamente tenham compreendido os seus pontos de vista, e por isso se tornem adeptos das suas ideias.

É como dizer que, como historicamente foi feito, "cristãos são canibais", uma mentira absurda baseada numa interpretação maldosa do sacramento da ceia que alguns opositores do cristianismo propagaram em determinados contextos para fazer com que muitas pessoas reajam com ódio e preconceito aos cristãos, mantendo distância desta fé.

Ou seja, muitas vezes a adesão à alguma ideia não é porque o ouvinte do debatente compreendeu a verdade, mas sim porque ele reagiu à uma propaganda enganosa. 

Infelizmente esse tipo de desonestidade é usado por muitos tanto no campo da política, ou da religião, ou em qualquer área em que exista o embate de ideias. Se para atrair alguém para o meu lado eu menti sobre o meu adversário, a pessoa que está ao meu lado foi enganada e não está ali de forma verdadeiramente consciente e pode ser que, quando estiver mais consciente, ela mude de opinião e de lado.

A verdade não se receia de coisa nenhuma, nada podemos fazer contra ela (2 Coríntios 13: 8) e para fazê-la resplandecer sobre quaisquer ideias ou coisas nós jamais deveríamos usar de corrupções dos fatos, ainda que esses fatos digam respeito ao meu adversário. Não coopera com o triunfo da verdade o uso de desonestidade, de manipulações nem de mentiras. Para a evidência da verdade deveria-se usar sempre apenas a verdade. Somente ela satisfaz a nossa consciência e nos proporciona um fundamento verdadeiramente seguro. E se você não tem muito conhecimento sobre os fatos que digam respeito ao seu adversário, atenha-se em apenas se dedicar na exposição e defesa daquilo que você realmente sabe.

"Respondeu-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a VERDADE, e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim."

(João, 14: 6)

Considere que servir ao Senhor Jesus, pregando sobre Ele, sobre a Palavra de Deus, está se servindo à Verdade que, em última instância, diz respeito ao Ser de Deus que nos foi plenamente e perfeitamente revelado na pessoa do seu Filho Jesus Cristo - Ele é a personificação da Verdade, sendo a própria Verdade plena e absoluta em todos os sentidos, seja espiritual, filosófico, empírico, histórico e testemunhal. Ele é a razão de ser de todas as coisas existentes, sejam deste mundo ou das realidades espirituais que para nós ainda permanecem misteriosas. Ele é o princípio e o fim, seja do tempo, da história e do universo. Dele, para Ele e por Ele são todas as coisas e essa potência onde tudo reside, a base e a razão de ser de todas as coisas, se apequenou no milagre da encarnação do homem Jesus numa pequena fração da história, um fato extraordinário que as Escrituras chamam de "plenitude dos tempos", o Pleroma, o ponto crucial da história e do universo, o tempo em que o Deus criador andou entre os homens como homem de fato, sujeitando-se à própria criação para redimir à sua criatura. E anunciar a Cristo, a Verdade, implica em jamais criar espantalhos sobre o que não é a Verdade do Senhor, ainda que sejam as multiformes mentiras dos homens e de Satanás. Mentir sobre as mentiras é cair em cilada, é usar do expediente do inimigo e tornar-se semelhante a ele. Para resplandecer a verdade eu não posso usar da desonestidade, nem da mentira, pois isso é desonroso para a evidência da verdade.

Para pregar o Evangelho eu devo conhecer apenas ao Senhor Jesus conforme nos ensinam as Escrituras. Essa verdade é gloriosa e isso basta!