11/04/2023

Relatos não tão fictícios de velórios.

 

Relatos não tão fictícios de velórios.

E, diante do corpo do morto que estava sendo velado, a família, angustiada pediu para alguém que tinha familiaridade com a fé cristã para dirigir um breve momento de reflexão religiosa, para dizer algumas palavras de consolação e de esperança naquele momento de luto.

Que difícil! Querem palavras de esperança e de consolação, mas como? O defunto, enquanto vivo, sempre foi um péssimo marido, um adúltero contumaz. Sempre foi um egoísta, um imoral a quem a família teve que aprender a tolerar, a suportar. É difícil trazer à memória algo realmente bom que ele fez em vida, e mesmo que tivesse feito coisas muito boas ninguém pode salvar a si mesmo por obras. Até as mais virtuosas ações que possamos fazer são trapos de imundície perante a Lei de Deus e a sua santidade. E quanto à fé em Cristo, apesar de ter sido evangelizado e de ter ido à igreja algumas vezes, ele perseverou na incredulidade e no cinismo contra o Senhor até o fim da vida, ostentando o quanto pôde o seu apreço pelos seus pecados e o seu desdém pela necessidade de arrepender-se e de crer em Jesus como Senhor e Salvador. Infelizmente ele morreu sem Cristo e sem a sua salvação...

Mas agora querem palavras de esperança e de consolação? Querem que sejam ditas mentiras diante do óbvio mau destino como se meras palavras ditas aos vivos pudessem mudar a realidade e a condenação terrível dos incrédulos ao inferno, o eterno banimento de Deus que é uma certeza para todos os ímpios que morrem inconvertidos. Nem orações podem mais ser feitas por ele e não existe uma segunda chance num purgatório que não existe. Nada mais pode ser feito. Os vivos querem conforto quando o que se pode fazer é apenas lamentar.

Num outro velório estava o corpo de um jovem bandido que foi morto num confronto com a polícia. E o local estava repleto de gente - a considerar a faixa etária predominante, possivelmente muitos eram seus colegas do crime. E o que dizer? Que agora está tudo bem? Oferecer falsas consolações e esperanças?

Não!

Quanto aos mortos, nada mais podemos fazer. Súplicas e esforços póstumos são inúteis. Seus destinos foram selados ao morrerem com Cristo ou sem Cristo. Se, em vida, creu no Senhor, convertendo-se a Ele então permanecerá com Ele. Se o negou, nunca o terá porque nunca foi dEle. 

Então, nesses velórios em que estamos diante do corpo de alguém que evidentemente morreu sem a salvação de Cristo, não é para o morto que devemos chamar a atenção como se ele estivesse desfrutando das bem-aventuranças da salvação - não! Porque isso seria tentar oferecer uma consolação falsa aos que estão de luto, seria mentir. O que se faz é pregar o Evangelho aos vivos, fazendo com que a inevitável reflexão sobre a brevidade da vida imposta pela ocasião aponte para a necessidade de salvação que somente o Evangelho proporciona àqueles que ainda podem escutar a oferta da salvação.

Creia no Senhor Jesus enquanto pode, porque cedo ou tarde a tua vida será requerida por Deus, e quando isso acontecer, qual será o teu destino?