28/03/2017

Os 10 Mandamentos (modernos X antigos e eternos)

OS 10 MANDAMENTOS QUE SÃO PRATICADOS PARA ATENDER À FREGUESIA DA FALSA RELIGIÃO MODERNA:

1) adore um conceito de deus que se amolde aos teus desejos, interesses e prioridades;

2) tenha ídolos, venere líderes, cantores, artistas e viva em função do dinheiro - está tudo bem adorar essas coisas desde que você não adore estátuas das outras religiões;

3) use o nome do Senhor em vão, como se fosse um abracadabra para ligar e desligar tuas conexões espirituais ou uma fuga mágica quando a situação apertar - afinal no teu conceito deus é parecido com um mordomo;

4) lembre-se de cumprir tuas obrigações religiosas nos domingos quando não tiver outra coisa mais interessante para fazer, como ir à praia, ao clube, visitar parentes, assistir futebol ou fazer outras futilidades - dê ao teu deus as tuas sobras;

5) dependa indefinidamente daqueles que te mimaram e confunda esse comportamento com honrá-los, afinal ser um adulto com comportamento adolescente é característica de uma época povoada por rebeldes sem causa que foram malcriados por pais materialistas;

6) não matarás o boi, o porquinho, o franguinho, trate um cachorrinho como filho... seja politicamente correto e se alie com aquelas pessoas que compartilham dos mesmos valores que você - todo o resto, porém, pode ser odiado e ser alvo da tua maledicência, sem problemas;

7) não adulterarás, a não ser que seja com discrição, e se você for pego tente mentir, ou acuse os outros de não compreenderem o seu direito de amar a quem, o quê, quando, quantos e como bem entender, afinal você está em busca da tua felicidade por meio do prazer;

8) não furtarás - mas cambalachos na contabilidade, pequenas e grandes corrupções, explorar empregados ou burlar regras e leis é normal - trouxa é quem não faz;

9) Não minta para a sinceridade do teu coração - acredite nele - nada pode ser mais traumatizante e desleal consigo mesmo do que negar a si mesmo ou contrariar tuas ambições, ainda que para isso você tenha que mentir para os outros;

10) Não cobiçarás a casa, a mulher - ou marido - empregados, carro, os bens, o emprego, o corpo escultural, o dinheiro, a viajem a Paris, as roupas de grife etc do teu próximo - a não ser que você ache que ele não mereça aquilo e que a pessoa que merece essas coisas é você - algumas invejas são justificáveis.

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Agora, para corrigir os erros descritos acima, seguem os 10 Mandamentos, segundo a Bíblia, a Lei de Deus (Êxodo 20: 1 - 17):


"Então Deus falou todas estas palavras:
Eu sou o SENHOR teu Deus, que te tirou da terra do Egito, da casa da escravidão.

1 - Não terás outros deuses além de mim.

2 - Não farás para ti imagem esculpida, nem figura alguma do que há em cima no céu, nem embaixo na terra, ou nas águas debaixo da terra.
Não te curvarás diante delas, nem as cultuarás, pois eu, o SENHOR teu Deus, sou Deus zeloso. Eu castigo o pecado dos pais nos filhos até a terceira e quarta geração daqueles que me rejeitam;
mas sou misericordioso com mil gerações dos que me amam e guardam os meus mandamentos.

3 - Não tomarás o nome do SENHOR teu Deus em vão; porque o SENHOR não considerará inocente quem tomar o seu nome em vão.

4 - Lembra-te do dia de sábado, para o santificar.
Seis dias trabalharás e farás o teu trabalho;
mas o sétimo dia é o sábado do SENHOR teu Deus. Nesse dia não farás trabalho algum, nem tu, nem teu filho, nem tua filha, nem teu servo, nem tua serva, nem teu animal, nem o estrangeiro que vive contigo.
Porque o SENHOR fez em seis dias o céu e a terra, o mar e tudo o que neles há, e no sétimo dia descansou. Por isso, o SENHOR abençoou o dia de sábado e o santificou.

5 - Honra teu pai e tua mãe, para que tenhas vida longa* na terra que o SENHOR teu Deus te dá.

6 - Não matarás.

7 - Não adulterarás.

8 - Não furtarás.

9 - Não dirás falso testemunho contra o teu próximo.

10 - Não cobiçarás a casa do teu próximo, não cobiçarás a mulher do teu próximo, nem o seu servo, nem a sua serva, nem o seu boi, nem o seu jumento, nem coisa alguma do teu próximo."

E se os Mártires da Igreja Primitiva fossem adeptos do politicamente correto como muitas igrejas o são atualmente?

Fiz algumas montagens de imagens que representam algumas das cenas de martírio de cristãos da Igreja do Primeiro Século com mensagens que habitualmente são pregadas pelos pregadores modernos, líderes que evitam falar de pecados, que evitam se indispor e que primam pelo politicamente correto.

Será que combina?

Abaixo de cada montagem (quase que sacrilégios) eu postei alguns versos bíblicos que refutam as frases que estão dentro dos quadros.


"Não ameis o mundo, nem o que no mundo há. Se alguém ama o mundo, o amor do Pai não está nele." (1 João 2:15)

"Bem-aventurados os que sofrem perseguição por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus" (Mateus 5:10)


"E, na verdade, tenho também por perda todas as coisas, pela excelência do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor; pelo qual sofri a perda de todas estas coisas, e as considero como escória, para que possa ganhar a Cristo,

E seja achado nele, não tendo a minha justiça que vem da lei, mas a que vem pela fé em Cristo, a saber, a justiça que vem de Deus pela fé;

Para conhecê-lo, e à virtude da sua ressurreição, e à comunicação de suas aflições, sendo feito conforme à sua morte;

Para ver se de alguma maneira posso chegar à ressurreição dentre os mortos." (Filipenses 3:8-11)


"Como está escrito:Não há um justo, nem um sequer.
Não há ninguém que entenda;Não há ninguém que busque a Deus.
Todos se extraviaram, e juntamente se fizeram inúteis.Não há quem faça o bem, não há nem um só." (Romanos 3:10-12)


"Porque não me envergonho do evangelho de Cristo, pois é o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê...
Porque nele se descobre a justiça de Deus de fé em fé, como está escrito: Mas o justo viverá pela fé."
(Romanos 1:16,17)


"Conjuro-te, pois, diante de Deus, e do Senhor Jesus Cristo, que há de julgar os vivos e os mortos, na sua vinda e no seu reino,
Que pregues a palavra, instes a tempo e fora de tempo, redarguas, repreendas, exortes, com toda a longanimidade e doutrina.
Porque virá tempo em que não suportarão a sã doutrina; mas, tendo comichão nos ouvidos, amontoarão para si doutores conforme as suas próprias concupiscências;
E desviarão os ouvidos da verdade, voltando às fábulas."
(2 Timóteo 4:1-4)


"Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis os vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional.
E não sede conformados com este mundo, mas sede transformados pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus." (Romanos 12:1,2)


"Saiba que aquele que fizer converter do erro do seu caminho um pecador, salvará da morte uma alma, e cobrirá uma multidão de pecados." (Tiago 5:20)
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IGREJAS "EQUILIBRADAS" QUE TENTAM CONCILIAR O EVANGELHO COM AS ALEGRIAS E REALIZAÇÕES NESTE MUNDO.

"Não ameis o mundo, nem o que no mundo há. Se alguém ama o mundo, o amor do Pai não está nele." (1 João 2: 15)

Segundo as palavras de Jesus, para que serve o sal que se tornou insípido senão para ser lançado no chão e ser pisado (subjugado, humilhado) pelos homens? (Mateus 5: 13)

A inutilidade de uma igreja predominantemente covarde, apática, envolvida com as preocupações dessa vida, com dinheiro, carreira e prestígios (lembremos da parábola do semeador quando trata dos espinhos sufocantes - Mateus 13: 22) e que se tornou morna (prestes a ser vomitada - Apocalipse 3: 16) são evidências alarmantes do desvio da sua função, da sua apostasia. O mundo mergulhado em iniquidade crescente é apenas uma consequência de uma luz que se apagou (Romanos 1: 21) e a primeira coisa que os "remanescentes" cristãos precisam fazer é, por meio do arrependimento praticado e conclamado, retornarem às práticas exigidas pelo Evangelho sem as misturas "conciliadoras" dos pensamentos modernos.

Onde estão as bem-aventuranças proclamadas por Jesus? (Mateus 5: 1 - 15)

É absurdamente frustrante o predominante reducionismo que se faz nas exposições bíblicas públicas na atualidade.

Quando tudo o que se procura são remédios para relacionamentos interpessoais, ou para dores, lutas e dramas humanos em lugar de se objetivar a glória do Deus que se revela numa pregação genuinamente bíblica e cristocêntrica, o que se alcança com esse reducionismo, um desvio de propósito, é o empobrecimento da fé vivenciada que se traduz no nanismo, na fraqueza e na irrelevância de igrejas inteiras que acabam descaracterizadas de tão incapazes de cumprirem a sua missão proclamatória da Graça e do Juízo de Deus.

E se a leitura sistemática do Evangelho te criar sérios problemas com o sistema em que você vive?

E se você perceber que Jesus não ensinou e não quer que os seus seguidores se adequem ao mundo ao redor?

E se Jesus te fizer entender que antes de você, Ele mesmo teve problemas porque pregou um tipo de amor - o de Deus - que não é complacente?

E se você perceber que muitas das abordagens que são feitas a respeito do Evangelho servem mais às resoluções dos problemas que o Evangelho causa, servem mais às adequações das pessoas ao seu mundo e servem mais à complacência que resulta em fraqueza de fé - coisas opostas do que pretende o Evangelho?

Não se engane! O cristianismo bíblico, verdadeiro, não é adepto das ideias atuais do "politicamente correto" porque a Verdade não pode ser adulterada, nem negada.

"O sangue dos mártires é a semente da igreja."
Tertuliano

12/12/2016

Questionamentos à igreja



Internet, blogues e redes sociais podem ser novas formas de porta da Capela de Wittenberg.

Ali, há 500 anos, um padre pendurou seus questionamentos, como era costume, para apontar os erros da igreja do seu tempo e suscitar debates visando sua purificação.
Certamente muitos o acusaram de ser louco ou covarde, até porque ele foi de fato protegido no castelo de um rei, uma proteção necessária dada a organização corrompida e excessivamente política da igreja do seu tempo.

Covardes mesmo são, especialmente, os líderes que se omitem diante das suas responsabilidades. Os mais destacados dos covardes são os que se utilizam de simonia, os que se beneficiam do poder para, protegidos em privilégios, fazerem da igreja ou de qualquer grupo de pessoas apenas o provimento das suas cobiças. Covardes são todos os cretinos dados à prática da carteirada, gente disposta a falar grosso com seus "inferiores" mas que são gatinhos inofensivos que miam diante das grandes corrupções.

Como pode pastores que deveriam entender a supremacia da autoridade da verdade se renderem às futilidades das formas em detrimento da importância dos conteúdos?

Como pode pastores que um dia entenderam as responsabilidades e glórias do ministério adulterarem suas funções ao longo da jornada a ponto de serem defensores de subversões da pureza doutrinária e se utilizarem do expediente da política para continuarem com seus empreendimentos corrompidos?

Como pode um pastor "reformado" formado por um dos seus celebrados seminários ter a coragem de dizer em púlpito, durante um culto, que sua leitura de férias foi um livro publicado pela seita IURD sobre o testemunho de uma ex prostituta de luxo como se ele retratasse algo proveitoso para a fé da igreja?

Como pode esse pastor recomendar à sua classe de adolescentes na EBD, que fizessem uma visita ao "Templo de Salomão" para que esses jovens aprendam como era o templo do Antigo Testamento?

Como pode se admitir que Deus está conduzindo de forma abençoada esse "pastor" quando na verdade ele age contra seus deveres?

Como pode estudar anos e anos num seminário presbiteriano para depois cantarolar bobagens como "sonhos de Deus", "abraça-me senhor" ou "sentir as batidas do teu coração" num culto cristão e ainda ACHAR que essa prática é bíblica e reformada?
  
Como pode igrejas inteiras considerarem que a melhor coisa que podem fazer é entretenimento moderninho com uma leve, sutil e quase imperceptível abordagem simbólica do Evangelho?

Como pode achar que sua Igreja serve a Cristo se ela não está conscientemente engajada na missão cristã?

Como pode um país com cerca de 25% da sua população se declarar "evangélica" e termos um cenário absolutamente corrupto e desolador dominando a política brasileira e a sociedade? Seria esse dado uma prova de que o sal tem sido insípido e que a luz está escondida numa gaveta?

Como pode ter anos e anos como membro numa igreja reformada e ser contra a teologia reformada?

Como pode dizer que quer amar a Jesus e ao mesmo tempo se opor e conspirar contra os ensinos bíblicos?

Como pode dizer que ama a Deus mas acha certa a sua postura totalitária e orgulhosa?

Como pode alguém que já deu aulas numa Igreja Reformada hoje se render às crendices de um Evangelho contaminado por rituais de magia?
"Faça 12 coisas para prosperar em 2017..." BALELA!!!!

Despreza os necessitados, não evangeliza, não forma discípulos e acha que Jesus é servido com suas musiquinhas e com a beleza material das suas reuniões? 

Foram as pessoas que tinham opiniões diferentes das "opiniões" de Jesus que o crucificaram.
Na opinião deles era uma heresia o que Ele ensinava e além disso ele prejudicou os negócios lucrativos derivados de uma religião que estava sendo manipulada.
Mexeu com orgulhos e com dinheiro? Dá um fim nesse cara!

Alguém poderia acusar o reformador Lutero de estar se aliando aos ímpios por estar jogando a dignidade da igreja na lama.
Na verdade ele apenas mostrou os motivos que comprovavam que a igreja do seu tempo já estava na lama e que por isso precisava de reformas na sua conduta.

Acoberte uma ferida infeccionada e suja sem limpá-la e ela apenas piorará até provocar uma gangrena.
Exponha a ferida para limpá-la de suas infecções e ela, depois de um breve período de dor, será curada.

Pergunta acusatória feita a este questionador: 
Mas quem você pensa que é?
Resposta: ninguém!

"É necessário que ele cresça e eu diminua."
Palavras do profeta João Batista referindo-se a si e a Jesus e que devem nos nortear acerca da nossa condição diante do Senhor - João 3: 30

O Rei piedoso


O Rei piedoso

Então o Rei resolveu visitar os mendigos que viviam fora do seu reino desacompanhado da sua guarda real. Eles eram criminosos que haviam sido banidos, eram rudes, agressivos, estavam imundos e cobertos de chagas. Mas o rei se afeiçoou por eles apesar do estado deplorável em que se encontravam e pôs sobre alguns deles a sua capa, a sua coroa, seu anel, ofereceu-lhes o seu perdão e os chamou de meus irmãos e amigos, convidando-os para irem viver de forma digna no seu reino. Mas ele foi hostilizado, o saquearam e surraram até a morte.

Mas, para espanto de todos, o Altíssimo fez com que o rei revivesse alguns dias depois. Ele reassumiu seu trono e agora todos sabem que ele é um Rei temível. Diante disso alguns dos mendigos atenderam ao seu chamado antigo e arrependidos o seguiram. Eles foram perdoados e tiveram sua integridade humana plenamente restaurada. Outros decidiram ficar e praguejando contra o Rei formaram milícias que constantemente fazem ataques contra o reino do Rei piedoso e contra seus súditos. Mas um dia terão que enfrentar a justa resposta pelas suas provocações e agressões e a sua milícia será totalmente destruída quando o Rei manifestar a sua ira.

Louvores e música do mundo


A invasão de músicas antropocêntricas (que têm por finalidade engradecer o gênero humano) e sentimentais no repertório do que deveriam ser louvores a Deus nos cultos cristãos está muito relacionada à estúpida dicotomia que muitos evangélicos fazem entre músicas "de Deus" e "músicas do mundo". 

Ao cometerem o erro de banirem de suas vidas as músicas "seculares" que tem por função o entretenimento e o prazer (não há nada de errado no prazer desde que não seja corrompido pelo pecado) esses evangélicos trazem para dentro de suas espiritualidades e para dentro de seus cultos as suas carências recreativas através de um arsenal de músicas que não louvam a Deus por não estarem centradas na sua vontade, mas, pelo contrário, estão baseadas na vontade humana para estimular, de uma forma bastante corrupta, sentimentos de prazer e de emoções durante o culto - um momento totalmente impróprio para se buscar o prazer. 

Confunde-se então, pecaminosamente, a experiência emocional induzida por canções extravagantes, letras que dizem coisas diferentes dos ensinamentos bíblicos, melodias hipnóticas, sussurros, gritos e gemições - que às vezes levam as pessoas ao entorpecimento dos sentidos e da razão (ou mesmo da histeria coletiva) - com o "mover" do Espírito de Deus. Dessa forma o culto que deveria ser um serviço devocional para Deus acaba sendo subvertido em um culto voltado para o próprio homem e, portanto, transforma-se numa prática antropocêntrica e idólatra - um pecado.

"Portanto, irmãos, exorto-vos pelas compaixões de Deus que apresenteis o vosso corpo como sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional.
E não vos amoldeis ao esquema deste mundo, mas sede transformados pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus." (Romanos 12: 1, 2)


Veja este vídeo no YouTube:



07/12/2016

Para refletir se tua igreja é realmente fiel a Cristo


Muito do que se faz na prática religiosa não é servir ao Rei Jesus e ao seu Reino, mas em lugar disso serve-se a um sistema religioso estéreo que tem um reprovável fim em si mesmo.

Quer alguns exemplos disso?

Se uma igreja torna secundários seus deveres na evangelização, em missões, no discipulado e no cuidado de necessitados porque prefere direcionar, em primeiro lugar, os seus recursos humanos e financeiros para realizar eventos sociais ou para a aquisição de bens materiais ou, pior, para o enriquecimento da sua liderança, ela perverteu severamente a sua missão e seus atos não glorificam a Cristo;

Se o ajuntamento de crentes professos numa igreja é baseado em confortos aos próprios crentes como ambientes agradáveis, boa música, bom palestrante, boas relações sociais essa comunidade está agindo contra Cristo e a sua Palavra, pois subverteram a ordem de servir ao próximo (necessitado) e a transformaram na repreensível prática de servirem-se a si mesmos em nome de uma fé agonizante;

Se na escolha de Presbíteros e de Diáconos os requisitos bíblicos são negligenciados e são valorizados mais os aspectos sociais do que os espirituais, a igreja que assim age se rebelou contra as ordens de Cristo e não cabe aí acreditar que a vontade de Deus foi feita através das deliberações da congregação, pois na verdade a vontade divina foi deliberadamente negada e essa comunidade está sujeita à disciplina de Deus, fato que muitas vezes se manifesta através de uma ilusão de prosperidade;

Se a liderança eclesiástica está mais empenhada na administração das coisas materiais da igreja do que no cumprimento do seu ministério espiritual, ainda que todas as leis de homens que tratam da organização eclesiástica dêem testemunho de que sua constituição é legítima, na verdade essa liderança e seus atos são ilegítimos e impróprios pois pervertem a missão da igreja;

Se os laços de união num concílio eclesiástico forem baseados em políticas e em jogos de interesses em vez de se basearem na missão cristã de pastorear o povo de Deus, na sua edificação na fé focada na realização da sua missão cristã como sal da terra e luz do mundo, esse concílio é apenas um ajuntamento de equivocados praticantes de conchavos, de líderes que devem ser resistidos e substituídos por quem realmente ama e busca o Reino de Deus e a sua Justiça;

Se uma organização eclesiástica defende que autoridade é algo irrestrito e que sempre deve ser obedecida independentemente do que faz, essa organização tem características escravizantes e em vez de servir a Cristo, o nosso libertador, ela trabalha contra Ele através da manipulação das pessoas por meio de abusos das consciências e não é possível que Cristo seja servido por tiranos e déspotas. Ele é servido tão somente por seus imitadores, por servos que tratam o seu próximo como alguém superior a si mesmo e são somente estes, na lei de Cristo, que são revestidos pela sua autoridade;

Se no culto ou outras reuniões o trabalho é feito para satisfazer as pessoas por meio de músicas agradáveis e emotivas, de mensagens, sermões e estudos de abordagem antropocêntrica, otimista, meramente terapêutica em vez de se proclamar por meio de toda a Escritura o Evangelho de Cristo e suas ênfases no pecado, no arrependimento, na conversão, na morte e ressurreição de Jesus e em sua glória, o fato é que o Evangelho foi substituído por doutrinas de homens e nada do que se faz nesse falso culto glorifica a Deus;


Se você percebeu que a tua igreja se enquadra em algumas das reprováveis descrições acima a coisa está indo de mal a pior, vocês precisam de arrependimento e precisam mudar urgentemente e radicalmente as suas práticas. Ter uma liderança repreensível não livra você das tuas responsabilidades, se tua igreja não mudar é bom que você considere mudar de igreja.

14/09/2016

Reflexões diversas sobre o nosso evangelicalismo

Corrupção não é somente o que nossos políticos fazem quando usam o poder para benefício próprio. É toda vantagem desleal, toda jogada feita fora das regras, todo atalho tomado para dar-se bem quando outros ficam para trás porque seguem pelo caminho da normalidade e que por isso são tratados como idiotas . É toda carteirada imposta por arrogantes possuídos pela síndrome de autoridade, é todo ato crápula de quem confere benesses por tráfego de influência e de quem alcança influência porque sempre soube fazer uso desse tipo sórdido de benesse.



A corrupção existe em quase toda parte, mas é ainda mais intolerável nos submundos do tráfego de influências e de politicagens sórdidas nos arranjos clericais. É ainda mais intolerável quando praticado por líderes eclesiásticos que movimentam as peças em organizações que têm apenas uma fachada de cristãs, mas que servem para em primeiro lugar assegurarem o próprio ganho da alta corte, para prospectarem sua própria carreira e negociarem vantagens para quem lhes interessa. A maldita simonia medieval, a prática de clérigos usarem sua influência para assegurarem cargos, prestígio e riquezas aos seus, fazendo clara e odiável acepção de pessoas e burlando leis e regras ainda é praticada por canalhas que vêem na igreja uma escada para subirem na vida, num claro desprezo à importância e santidade da congregação do Senhor para, cheios de hipocrisia e de rapina, valerem-se da manipulação de incautos para prospectar sobre eles uma idéia mentirosa de divindade que seja antes de qualquer coisa uma idéia lucrativa. Desgraçados que criam ídolos e que subvertem a mensagem poderosa do Evangelho porque amam a sua própria glória mais do que a glória de Cristo. Malditos que parecem ser dotados de santidade mas que cuja hipocrisia não pode fazer nada além de acrescentar desgraça à sua desgraça que é apenas acobertada por uma frágil máscara que não poderá esconder suas vergonhas e imundícies por muito tempo. Cretinos celebrados por platéias mas indignos de qualquer credibilidade que estão a apenas um passo de um terrível abismo, e ninguém os salvará da completa ruína porque é necessário que seja dado um basta a tanto escândalo que impuseram sobre a cruz de Cristo.

E não pensem que me refiro aos óbvios vendilhões que tratam Cristo, seu Evangelho e a Igreja como fontes de poder e fortuna. Mais do que os óbvios falsos profetas da prosperidade eu me refiro aos galantes falastrões de bons discursos, mas que por trás da sua atuação aparentemente irretocável nos púlpitos está um lobo carniceiro ávido pela sua própria glória . Refiro-me aos mentirosos que mentem ao falarem verdades, porque suas teorias cheia de verdades aprendidas em livros nunca foram mais do que material para formar pomposos discursos a serem ditos aos outros, mas nunca a vocês mesmos.
Cristo, o Senhor a quem deveríamos servir e temer, não se deixa enganar como deixa a maioria das pessoas, e essa é uma das mais terríveis verdades que nos foi advertida pelo Supremo Juiz e sondador de corações que banirá da sua presença todos aqueles que achavam que era possível serví-lo por meio de iniquidades. Não é.

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A fantástica piedade dos piedosos que não perdem oportunidade para exercitar sua maledicência e evidenciar seu coração interesseiro é mesmo fantástica.

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Ame, sirva e dedique-se mais às pessoas que frequentam a tua religião - gente com quem você convive escassa e superficialmente - do que ama as pessoas com quem você realmente divide a vida e reduza assim a tua religião a um teatro bastante amador. Porque é mais fácil fingir integridade diante de quem pouco te conhece do que ser realmente íntegro aos olhos de quem realmente te conhece.


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A fé de alguém que se baseia apenas e integralmente nas reflexões e experiências alheias é apenas um exercício parasitário. Um auto-engano. Tal pessoa aprende a olhar para um retrato alheio e ver no rosto de outro a sua própria face e passa a acreditar que as reflexões de outros são suas próprias reflexões.

A verdadeira fé implica necessariamente em liberdade e no auto-conhecimento de quem vê a sua própria existência sob a perspectiva do Criador. Se a fé que alguém diz que tem não produzir esse efeito isso não é fé, é fuga.


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Fico encasquetado...

Então uma igreja de uma linha tradicional do estrangeiro que vive na sombra de um herói de 2 séculos atrás e que acredita piamente que um contexto cultural recente é o mais puro dos exercícios bíblicos, resolve plantar uma missão numa grande capital brasileira já bastante evangelizada. Mas essa missão, que tem o nome da cidade onde se estabeleceu (talvez para seguir o exemplo das igrejas primitivas, porque pensa que também o é), preferiu manter-se isolada das igrejas que lhe deveriam ser irmãs porque não teria encontrado uma igreja suficientemente "pura" para se aliar. Então a celebrada fraternidade que é exaltada pelo Salmo 133 e pelo Senhor Jesus em João 17 foi substituída pelo orgulho de um sectarismo deprimente, talvez porque sejam santos demais esses estrangeiros...

Mas a despeito dessa desfeita com a multiforme manifestação da Graça de Deus e da pluralidade do Corpo de Cristo, para o lançamento do seu próprio selo - porque as outras editoras do mesmo cristianismo não seriam tão puras na hora de traduzir seus heróis sagrados - resolve fazer um convite com as imagens estampadas desses seus heróis (e nenhuma menção ao Senhor) justamente para que pessoas das outras e desprezadas igrejas de outrora, objetos do seu julgamento, se façam presentes na festa de lançamento da sua editora própria para confraternizarem por essa grandiosa aquisição...

Seria isso uma clara demonstração de proselitismo, a clássica pescaria em aquários alheios, ou simplesmente um exercício da mais torpe hipocrisia?


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Dar testemunho X falar o Evangelho

As palavras e o testemunho são indissociáveis. Minimize um e você comprometerá o outro pilar do ministério cristão.

Somente testemunho sem palavra anunciada não é evangelho, é ética e isso nunca será o suficiente para a proclamação do Evangelho. Obras humanas não salvam e não produzem fé. E somente palavra anunciada destituída de testemunho isso ainda assim é Evangelho (pois a palavra é de Deus independentemente da boca que a verbaliza - e a fé vem pelo ouvir a palavra anunciada, somente) mas é uma pregação posta em contradição por quem a prega, e nesse caso não é a palavra que é invalidada (as sementes são de Deus), mas o juízo recai mais sobre aquele que ousa falar o que não vivencia.

De fato Cristo se impunha a todos, ele não pedia a alguém que o seguisse, ele decretava. Ele não pedia autorização para pregar ou curar, ele o fazia. Ele não respeitava opiniões para fazer o que fazia, ele simplesmente cumpria a missão dada pelo Pai e continuará fazendo isso especialmente quando assumir o posto de juiz sentenciador de todos os destinos eternos, de todas as pessoas, se todas as eras, sem exceção.


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Crentes enxeridos!

Por que João Batista deixou as pregações e batismos para ir lá e se intrometer em assunto privado de família, como no caso de Herodes com sua sobrinha?

Por quê Jesus não ficou focado no seu trabalho de mensageiro das boas-novas do amor de Deus pelas pessoas em vez de ficar xingando de hipócritas, de raposas e de túmulos podres a influente elite religiosa do seu tempo? Não tinha noção do perigo?

Por quê os profetas do passado não viviam suas vidas de oração restritos ao templo-igreja-casa ao invés de saírem se metendo na liberdade religiosa das pessoas que decidiam seguir outras religiões, ou que praticavam injustiças ou porque simplesmente não obedeciam aos mandamentos de Deus? Que capricho!

Ora essa! Por que esses crentes não se resignaram a viver suas próprias vidas e deixam de ser intrometidos nas vidas alheias? Não se enxergam?!

É por isso que João Batista foi decapitado, mereceu! E Jesus foi crucificado... e todos os profetas e apóstolos odiados, perseguidos... todos se deram muito mal porque não se resignaram a viver sua religião sem interferir na liberdade dos outros!

Percebe que o verdadeiro cristão não vive sua fé apenas para si? Ele é sal que se faz perceber e luz que revela quem os outros são. Cristianismo meramente pessoal e passivo não é cristianismo. O verdadeiro ministério profético da igreja é em relação ao mundo ao seu redor.


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A validação de diplomas nas Faculdades de Teologia de quem faz SEMINÁRIO está no fim dos seus dias - e eu acho isso justíssimo!

Se os graduados em teologia de cursos superiores reconhecidos pelo MEC são descartados para exercerem ministério em igrejas porque seus concílios consideram que sua graduação não cumpre os requisitos exigidos em suas organizações eclesiásticas então é justo que os formados em seminários de igrejas para atenderem especificamente às suas demandas confessionais também não possam ter a sua graduação convalidada por faculdades que oferecem o curso superior em teologia.

Já que sempre foi feita a distinção entre essas graduações por parte de um dos lados (do confessional em relação ao acadêmico) então que essa distinção seja franca e bilateral.
Eu sou favorável ao fim da convalidação do diploma de seminários nas faculdades de teologia, uma verdadeira gambiarra e um abuso!

Seminários formam ministros de igrejas em conformidade com a sua confessionalidade;
Faculdades de Teologia formam teólogos - uma graduação que hoje é ofuscada pelos ministros religiosos, mas que é mais apta para estudar e discorrer sobre toda a realidade religiosa, independentemente de confessionalidade.


30/08/2016

Apenas pessoas comuns com suas fraquezas, mas envolvidas pela Graça de Deus.

“Porque Deus encerrou a todos debaixo da desobediência, para com todos usar de misericórdia.” (Romanos 11:32)
Às vezes olhamos para certos textos bíblicos e corremos o risco de pensar que suas histórias e ensinamentos, os testemunhos e as conquistas narradas e o alto padrão dos mandamentos divinos estão muito distantes de nós. Somos tentados a achar que pessoas como Abraão, José, Moisés, Davi, Ester, Maria, Pedro, João e tantos outros personagens bíblicos eram pessoas melhores que nós, mais virtuosas ou mais dignas das bênçãos de Deus ou do seu amor.
Não é tão incomum ouvirmos um tipo de argumento escapista que diz mais ou menos assim: “Ah, mas ele era o Apóstolo Paulo e eu sou apenas uma pessoa comum!” - Grande engano!
O problema de distanciarmos a realidade bíblica da nossa realidade e de acharmos que não podemos nos enquadrar na sua grandiosidade é que podemos nos acomodar num tipo bastante ineficiente de cristianismo. Podemos pensar que os nossos “heróis” eram mais fortes, mais aptos, mais santos ou que tinham muito mais fé do que nós para fazerem as coisas que fizeram e concluímos erroneamente que nós não temos condições para nos equiparar às suas façanhas de fé. Daí caímos na cilada da estagnação e do nanismo de uma espiritualidade morna, meramente formal, irrelevante e infrutífera. O problema é que esse pensamento está errado, toda virtude está ao alcance de toda a Igreja porque a sua missão não cessará até que Cristo volte para buscá-la e reduzir a missão da igreja à inoperância é desviar-se e é pecado!
Saiba que nenhum desses personagens bíblicos foi naturalmente virtuoso ou digno da Graça que tinham. Eles eram pecadores também, essencialmente tão fracos quanto nós e igualmente condenados ao inferno se a Graça de Jesus não os tivesse resgatado. Eles eram exatamente como nós, ninguém foi salvo por obras da Lei, nem por méritos próprios e nada do que fizeram os fez mais dignos diante de Deus. A salvação que Moisés recebeu de Deus, por exemplo, foi concedida a ele exatamente da mesma maneira como foi dada a qualquer crente: Deus salva, santifica e concede todos os seus benefícios ao seu povo única e exclusivamente por causa da sua Graça e da fé que Ele mesmo concede como efeito da obra vicária que Jesus Cristo realizou na cruz, ao morrer em lugar de pecadores para comprá-los para Deus.
Todo mérito nas realizações grandiosas ou comuns feitas por pessoas de fé, sejam personagens bíblicos, ou os reformadores protestantes, ou os mártires no início da história da Igreja, ou os missionários que estão no Oriente, na África ou no Brasil, sejam os cristãos famosos ou os anônimos que viveram, que vivem e que ainda viverão... todo ato de fé que redunde em glória para Deus foi realizado por causa da Graça de Cristo que foi abundantemente derramada sobre o povo de Deus, a Igreja de Jesus. É somente por ação do Espírito Santo que somos transformados de pessoas condenadas em instrumentos eficazes nas mãos do Todo-poderoso Deus e foi exatamente isso que aconteceu com todos os heróis da fé que estão na Bíblia, e é exatamente isso que pode e deve acontecer conosco também.
Entender que existe muito mais em comum entre nós e os personagens bíblicos que admiramos deve nos animar, pois as verdades e o poder de Deus que foram vistos nas vidas deles também se aplicam e devem ser vistos nas nossas vidas – e com a mesma eficácia, mesmo em meio aos sofrimentos, lutas e fraquezas que eles e nós vivenciamos ao longo da vida (porque somos humanos) e de formas muitíssimo parecidas, mas sem abandonar a fé.

26/07/2016

Filme Spotlight - sobre as perversões acobertadas pela instituição religiosa para preservar apenas a sua imagem



Aos amigos e irmãos cristãos, de quaisquer vertentes, eu recomendo o excelente filme Spotlight.

Neste filme é retratado, com muito cuidado e bom senso, o processo investigativo (Jornalístico com "J" maiúsculo) sobre diversos pecados gravíssimos, crimes de pedofilia que eram praticados por clérigos católicos sistematicamente acobertados pela instituição religiosa.

Penso que este filme é pertinente para que se promova uma reflexão responsável sobre os graves riscos que existem de se perverter qualquer instituição, principalmente as cristãs como igrejas, concílios e outras organizações cristãs, quando a preocupação para se manter a lisura nas aparências é tratada como prioridade em comparação com o zelo que se deve ter com a verdade e com a justiça.

Quando a política é engajada para proteger colegas faltosos a fim de se manter apenas a boa imagem superficial de uma instituição, obtém-se o fruto podre da inutilização dessa organização para um bem realmente justo e bom. A coisa toda estraga e Deus não pode ser glorificado em qualquer coisa que esse ajuntamento corrupto faça.

Toda instituição humana, como é a igreja, está sujeita a ser contaminada com as perversões e com os pecados das pessoas que as formam. Mas a igreja tem a obrigação de lutar para manter-se fiel à verdade - uma verdade eterna, imaculada, justíssima e transcendente que é o Evangelho de Cristo, por meio da fidelidade teológica e de uma prática dedicada das doutrinas cristãs.


Com relação às outras instituições, especialmente religiosas, eu penso que a perversão de verdade e da justiça são, nelas, um mal inerente, mas que também precisas ser confrontado. Apenas da igreja de Cristo deve-se esperar nada menos que um testemunho correto e verdadeiramente santo.

18/05/2016

Você não é bom! (Sobre a Graça de Deus)




Saiba-se que não existe nenhuma bondade natural em nenhum ser humano. Nenhuma alegria, nenhum amor, nenhuma justiça, nenhuma esperança, nenhum resquício das qualidades que definem, de acordo com o senso comum, a nossa humanidade.

O fato é que fomos criados à imagem e semelhança do nosso Criador e por isso compartilhávamos da sua natureza, dos seus atributos, das suas qualidades e das suas virtudes. Mas nos rebelamos contra Ele e por consequência da nossa rebelião, do nosso pecado, fomos banidos da comunhão que tínhamos com Ele e essa ruptura nos afastou também dos seus atributos como uma corrente que se quebra ou como um rio que se desconectou da sua nascente. Nos transformamos em seres vazios da natureza que deveríamos ter, em deformações daquilo que deveríamos ser.

O pecado que nos caracteriza e que nos perverte é oposto à santidade que caracteriza quem Deus é. Em nosso estado atual, uma natureza pervertida, somos o oposto de tudo o que fomos feitos para ser e o Deus que antes compartilhava conosco diversos dos seus atributos foi transformado, a partir da nossa obscurecida perspectiva, num completo desconhecido e inimigo porque o nosso estado de pecado nos faz ter repulsa à sua santidade. De Deus tentamos nos esconder, sua santidade revela como uma luz poderosa a podridão que tomou conta da nossa existência e esse nosso decadente estado nos faz procurar a escuridão da total ausência de Deus para praticarmos os nossos pecados sem que a luz da verdade divina nos exponha. Em contrapartida ao nosso pecado, a santidade de Deus é como um fogo purgador que consome o mal, é um luzeiro que tanto revela a fonte da nossa salvação como também nos revela o nosso estado decadente. Mas é na sua santidade que está a plenitude de vida que nós mesmos subvertemos.

Não há nenhum justo sequer. Não existe ninguém que seja imune ao pecado. Ninguém crê, conhece ou ama a Deus por mérito próprio.

Contudo Deus é gracioso, Ele compartilha, doa, do seu ser, a fonte de toda vida e de todo o bem, o amor em estado pleno, para que a vida de suas criaturas caídas desfrutem do bem que dEle provém.
Assim, se nós podemos ter alguma virtude, se uma mãe pode amar seus filhos, se temos noções de justiça, se podemos plantar e colher, se existe alguma compaixão, fraternidade ou esperança entre a humanidade não é porque tais qualidades nos são naturais. Essas virtudes são interferências de Deus no modo como vivemos, são manifestações da Graça Comum que de Deus procedem refreando o mal absoluto que nos dominaria por completo caso fôssemos deixados por nossa conta própria. É Deus quem impede que sejamos os monstros potenciais que nossa natureza depravada nos faria ser, verdadeiros demônios ávidos pelo pecado e totalmente possuídos pelo ódio a tudo que representa o ser divino. É a graça de Deus que nos impede de sermos completas antíteses miseráveis do que Ele é, e em todos os sentidos, tanto em atributos como em substância.

Por isso, ainda que alguém não creia em Deus, essa pessoa pode viver com bastante dignidade, pode amar e ser amado, pode realizar diversas coisas em sua vida, pode experimentar alegrias e esperanças, pode entender, ainda que parcialmente, algumas coisas grandiosas como justiça, bem e ciência, mas todo esse bem só é possível porque o Deus que pode ser negligenciado por nós nunca negligenciará a dignidade da vida humana que, ainda que esteja deformada e condenada por causa do pecado, foi criada nos moldes da mais sublime dignidade por ter sido feita à imagem e semelhança do Todo-Poderoso Criador.

Mas a Graça de Deus vai além. E um dia ela nos será tomada...

Além da Graça Comum de Deus, essa manifestação constante que refreia o nosso mal absoluto natural, Deus tem nos concedido a sua Graça Salvadora como consequência da vinda de Jesus Cristo a este mundo para, com a sua própria morte numa cruz, pagar pelas penas dos pecados de muitas pessoas perante Deus para que essas pessoas sejam inteiramente restauradas à comunhão com o Criador.

A Graça Salvadora é o que Deus fez na pessoa do Senhor Jesus para que diversas pessoas dentre toda a história e de todos os lugares desse mundo sejam reconciliadas com a sua santidade e com todos os seus atributos numa vitória plena obtida por Cristo sobre todos os efeitos do pecado. Por isso, por causa de Cristo, nós podemos ser perdoados dos nossos pecados, somos com Deus reconciliados, somos por Ele transformados, regenerados, santificados e somos salvos da condenação que virá sobre a humanidade quando, num futuro breve, Cristo retornar a este mundo para colocar um fim à esta nossa história a fim de que ela dê lugar ao estabelecimento do seu Reino numa nova e santa realidade destinada apenas para a sua glória que será eternamente compartilhada com o seu povo, que são as pessoas que responderam à Graça Salvadora de Cristo com a fé e baseadas na fé seguiram ao salvador.

Quando Cristo se manifestar num retorno triunfal, este mundo - como conhecemos - terá seu fim e Ele separará o seu povo de todas as eras das demais pessoas e instaurará o seu Juízo. A Graça Comum que nos refreia do mal absoluto será retirada dos réprobos e, nessa manifestação do Juízo Final, todos eles serão deixados em trevas absolutas, num limbo indescritível e inimaginável que chamamos de inferno, uma realidade descrita como lugar de choro e de ranger de dentes e de lago de fogo e de enxofre, porque ali as pessoas - ou os monstros deformados que sobrarem do que antes eram pessoas - estarão por conta própria, completamente dominados pela natureza destrutiva do pecado e pela consequente oposição a todos os atributos de Deus num completo banimento do seu ser. A retirada de qualquer vestígio do que seja ou represente o Deus revelado em Jesus Cristo da sua vida é, na verdade, uma realidade que todo pecador deseja, mas sem que se tenha nenhuma consciência de o quão terrível é continuar a viver sem a interferência da Graça de Deus e da sua santidade que constantemente afetam as vidas de todas as pessoas. Quando essa Graça Comum cessar não haverá mais nenhum amor, nenhuma esperança, nenhuma dignidade, nenhuma paz, nenhuma alegria, nenhuma virtude. Haverão apenas os opostos das virtudes divinas e essas "pessoas" serão a antítese completa do que Deus é. Neste inferno também existirá a eterna consciência de que houve a consumação da justiça em sua plenitude, restando aos condenados uma eterna sobrevivência indescritível e agonizante num completo banimento de Deus marcados por um inconsolável e eterno lamento.