23/01/2025

O Destino Manifesto dos EUA


Donald Trump e o Destino Manifesto 

A ideologia do "Destino Manifesto" gostamos ou não, marcou a consolidação dos EUA como nação líder do mundo, aquela que crê ter a vocação divina para ditar um caminho global e assim, na sua proeminência, todo o mundo seja beneficiado. 


A nação da liberdade e da oportunidade que jamais teve uma colônia de fato, mas que considera a si mesma como "América", minimizando todos os outros países das Américas do Norte, Central e do Sul a coadjuvantes, meros acessórios que orbitam em torno dos seus interesses; e que usa de imposições da sua política, cultura e economia para ter amplos domínios sobre toda a Terra, e assim, termos alguma harmonia - como de fato o atual mundo globalizado tem. 


Na prática, se existe alguma harmonia no mundo é porque o dono do tabuleiro impõe as regras do jogo e só pode brincar quem acatar as regras do chefe. Em sendo assim o jogo flui "harmoniosamente".


Todos somos, de alguma forma, impactados e condicionados a aderir à locomotiva norte-americana: o dólar é a moeda da economia mundial - e todos gostaríamos de ganhar em dólares - quem não iria ficar contente num bom emprego em Nova Iorque, na Califórnia ou em Washington? Muitos brasileiros sonham e lutam pelo paraíso na Flórida - até o esquerdista-verborrágico tupiniquim Wagner Moura se mudou para o império americano para batalhar por algum espaço em Hollywood, e isso porque o socialismo soa bem nos discursos idealistas de uns fumadores de cannabis, mas na prática ninguém é bobo de desprezar uma oportunidade verdadeiramente capitalista).


E o inglês é a língua mundial (e não é por causa da Inglaterra). 


E a cultura estado-unidense é a dominante - outro exemplo: o sonho da Fernandinha Torres, tal como o da sua festejada mãe, não é ganhar o Globo de Ouro, muito menos o Otelo, mas sim um Oscar - e não apenas na sub-categoria de "filme estrangeiro", um subprêmio outorgado a todo o resto que não é feito naquele país. E quem não ama a Disney? E, além do cinema, tem toda a cultura americana com sua música através do pop, do rock, do blues, do jazz (astros do rock britânico, por exemplo, se mudaram no atacado para os EUA para terem sucesso mundial através de um "show business" que realmente importa - e a esquerdista Anitta também entendeu o pragmatismo que o malvadão capitalismo oferece).


O "Destino Manifesto" nos impôs a forma como os estado-unidenses vivenciam a sua religião, mesmo que, na verdade, seja praticada em tipos diversos de cristianismos, em formas plurais de religião que são praticados lá, assim como no resto do mundo, mas que nos é "imposta" numa síntese pragmática que não corresponde fielmente às fontes primárias (me refiro ao cristianismo), mas que, tem evidentes efeitos nas noções morais que estão mundialmente consolidadas - muito embora temos sofrido um dos vários efeitos da glorificação de uma nação em detrimento das outras: um preletor ou escritor norte-americano, por exemplo, sempre será incomparavelmente mais festejado do que qualquer similar que teve a "sorte" de nascer por aqui - no Brasil sofre-se a síndrome do "vira-latas" pois sempre tendemos a ver os norte-americanos e tudo o que procede do hemisfério norte como superiores a tudo o que existe nas nossas bandas, e isso é resultado de um massivo condicionamento cultural que nos menospreza e inferioriza - e essa inferiorização é aplicada em todas as áreas, nós nunca veremos uma banda famosa de rock norte-americana abrir algum show para uma banda famosa brasileira.


As empresas e tecnologias americanas, já a tempos, são as líderes propulsoras do progresso e da tecnologia (o fordismo, a internet com suas redes sociais, etc etc etc) - até mesmo gênios criativos e empreendedores como o tubarão-predador sul-africano Elon Musk se rendem como bajuladores do "Destino Manifesto" como se pertencessem ao clube, porque sabem que seus sucessos só acontecerão se tiverem os aliados certos, e é porque são ambiciosos que estão atrás dos seus sonhos de progresso que esses corredores se sujeitam às regras da nação que tem força para ditar as regras do jogo, porque se não for por elas, as chances de se ter algum êxito são mínimas.


Formar uma nação com o sentimento presunçoso de ser a líder do mundo, a maior potência mundial, o atual império dominante, a maior economia e força bélica, o país que dá as cartas e dita as regras aos demais, aquele que decide por sanções a desafetos e concede benesses aos aliados que se submetem e que o bajulam, a Nação que impera no atual sistema mundano e que impõe seus gostos, suas utopias, seus acertos e seus erros a todos os demais países do mundo são características de um país e sociedade que perseverou em certos ideais e valores que desde a sua fundação foram bem definidos e é isso que nos falta como Nação: termos uma identidade formada a partir de fundamentos que são compartilhados pela maioria do povo, e que nos fazem olhar para uma mesma direção, tendo o meu próximo como um aliado.


Para nós, que não temos um fundamento comum definido, mas que patinamos em mensalões, petrolões, e no terceiro desgoverno de um descondenado, e que temos uma alta corte do judiciário que é um escândalo mundial, e uma classe política degradante, e que o povo saqueia cargas de caminhões acidentados, um povo formado por um tipo de educação coletiva que nos mantém numa predominante e massiva inutilidade racional, e que, adequadamente, sofremos a "síndrome do vira-latas"... Sendo assim, como viver sob as sombras de um país que ousa decidir as regras do jogo pode nos soar ofensiva arrogância? Alguém tem que por ordem na bagunça e é natural que esse tirano priorize a arrumação da sua própria casa. Nós ainda temos muita lição de casa por fazer, e ainda não saímos do "bê-à-bá". Se considerarmos que no jogo do tabuleiro do mundo nós somos um país subdesenvolvido de terceiro mundo, o povo exótico da floresta que faz carnaval no hemisfério sul, um quase "café-com-leite" que sob o atual desgoverno é um "anão diplomático", uma "figura non grata", chega a soar patético querer dar um tapa na mesa do trator Donald Trump para impor nossas ideias como se falássemos em pé de igualdade com ele.