04/11/2023

Apostasia


Gráfico com a escalada gradual e progressiva da apostasia da igreja católica romana por meio da inclusão de doutrinas de homens e de heresias que corromperam essa instituição religiosa.


O QUE É APOSTASIA?

Apostasia é desviar-se do caminho da verdade, é abandonar a fé no Senhor, ainda que aos poucos. É corromper a Palavra de Deus, corromper o entendimento a seu respeito ou trocá-lo por qualquer outro deus, religião, filosofia, ideologia - ou ainda pela devoção ao dinheiro, ao mundo, a si mesmo, o culto ao corpo, a idolatria da família, seguir seu próprio coração (enganoso) e sua própria consciência (cauterizada pelo pecado)... É fazer de Deus o que Ele não é ao reduzí-lo às questões secundarias (ou nenhuma) e elevar qualquer outra coisa ao centro das nossas aspirações, um local que deveria ser ocupado por Deus somente, o centro da nossa fé e que deve ser o nosso amor maior e primeiro.

A apostasia é praticada de muitas formas, conforme as múltiplas formas como o Diabo, o pai da mentira, dissemina seus enganos. E a mentira é multiforme, pode ser sutil, pode ser grotesca, pode ser uma leve distorção da verdade, pode ser totalmente oposta à ela. Pode, inclusive, desdizer uma mentira com a sobreposição de outra mentira. A mentira não tem freios morais, não tem regras, mas tem uma inimiga que tenta transtornar, a verdade. O seu objetivo é obscurecer o entendimento e a glória do Senhor Jesus Cristo. É corromper a nossa assimilação sobre Ele.

Assim, a apostasia pode ser praticada por alguém que abandona o caminho do Senhor para seguir outra religião. Ou para seguir no ateísmo, no agnosticismo, ou ainda para "continuar" seguindo ao "senhor" mas sob novas perspectivas de fé, numa versão mais contemporânea, progressista, que relê as Escrituras sob os cânones da modernidade, sob um novo padrão ético inclusivista que reinterpreta a Lei, e os pecados, e o Evangelho. Que diz para a Palavra de Deus "não é bem assim", exatamente como a serpente sugeriu à Eva. Que faz suas leituras sob a regra que diz "naquele tempo, naquela cultura era assim e assim, mas agora é diferente", gente que em suas pregações e ensinos "atualizam" as Escrituras para atender aos públicos modernos e desencaminhá-los da fidelidade bíblica, mas dando a eles a falsa impressão de que estão seguindo Jesus. Mas para isso inventam um conceito de Jesus que não é o bíblico, forjam um ídolo que tem o mesmo nome do Senhor, um falso Cristo.

Assim, são muitas as formas de apostasia. As sutis como o esfriamento da fé dos que são negligentes com a necessária disciplina da perseverança, seja por causa da primazia dada aos cuidados desse mundo, ou com uma fé meramente empolgada mas pouco refletida, ou com uma vida cristã omissa, cambaleante, um alvo fácil para as seduções do Diabo; ou com um pouco de fermento colocado na massa, ou como uma mosca que cai num frasco de perfume e que corrompem os seus conteúdos, assim é com os pequenos acréscimos, desvios ou negligências com as doutrinas da Palavra de Deus. Ou as apostasias mais grosseiras como a inclusão de supostas novas revelações, seja pelas visões de anjos que trazem novas mensagens de "deus", como foram as visões do fundador das Testemunhas de Jeová, ou dos Adventistas do Sétimo Dia, ou dos Mórmons, ou dos seguidores do falso profeta Maomé. O que todos esses tiveram em comum? Visões de anjos trazendo novas revelações após o encerramento do cânon das Escrituras. 

As apostasias sutis são amplamente vistas em muitas abordagens, em muitas igrejas, como a da mundanização crescente de grande parte da igreja que é resultado do afrouxamento doutrinário, do hábito crescente de se recorrer a um ensino bíblico pouco aprofundado e que é muitas vezes misturado ou substituído por abordagens empresariais, ou da psicologia, ou do marketing (um óbvio secularismo), ou das abordagens progressistas ou inclusivas do Evangelho, onde determinadas verdades são relativizadas ou ignoradas principalmente para se manter uma abordagem agradável para a maioria das pessoas, deformando a igreja numa congregação de inconvertidos; ou da teologia liberal que relê as Escrituras através das regras do cientificismo e da auto-confiança iluminista, desprezando os aspectos do sobrenatural, do luminoso, do poder miraculoso de Deus interferindo nas leis naturais; ou da teologia da libertação que reduz o Evangelho às redenções sociais como instrumento do Marxismo numa aplicação das lutas de classes; ou do teísmo aberto com sua ideia conveniente de um deus que não exerce sua soberania no mundo no tempo presente; ou do neopentecostalismo com seus misticismos demoníacos e a sua teologia da prosperidade; ou do pragmatismo que faz a igreja parecer uma franquia de fast food, adotando modelos corporativos que visam resultados fabricados pela metodologia humana onde se praticam regras do marketing e das políticas do toma-lá-dá-cá; ou das seitas como a destacada e milenar igreja romana, com a sua idolatria institucional e a redução da primazia das glórias de Cristo com a inclusão de auxílios, de mediações humanas, devoções a santos venerados em imagens de gesso e de madeira entre outras quinquilharias.

As apostasias são praticadas de muitas formas e a única resistência às legiões de mentiras que nos cercam assim como ao seu pai e autor é a submissão a Deus numa fé perseverante através da perseverança no conhecimento e na prática das doutrinas da Palavra de Deus, porque é essa fé que é o nosso escudo contra as investidas de todas essas setas da mentira que tentam, incansavelmente, nos corromper.

Existem tipos de apostasias que têm esperança de retorno do perdido ao caminho do Senhor. A parábola do filho pródigo de Lucas 15 exemplifica essa possibilidade, a de um verdadeiro filho desviar-se, gastar sua parte na herança do pai vivo e, quebrantado, retornar ao abrigo do seu pai, que nunca deixou de amar ao filho. À semelhança dessa parábola, é possível que um crente passe um período da sua vida iludido por aspirações mundanas e que por um tempo se desvie dos caminhos do Senhor. O rei Salomão é um exemplo disso e o livro de Eclesiastes é fruto das suas reflexões sobre esse seu erro e pecado. Mas note um detalhe importante, a apostasia nesse caso não inclui e renúncia ao Senhor, não inclui blasfêmia contra o Espírito Santo, um tipo de pecado que é para a morte

Mas existem apostasias definitivas, sem possibilidade de retorno, quando alguém se beneficia das bondades do Senhor e conhece a sua verdade, sem, contudo, ter sido genuinamente convertido, e renega ao Senhor fazendo a escolha pela iniqüidade. Nesses casos o bem da graça comum de Deus exercido por um tempo na vida dessa pessoa de forma ampliada porque ela esteve entre o povo de Deus e foi beneficiada por suas misericórdias e dons, dá lugar à multiplicação das suas degenerações no agravamento da sua condição de escravo do pecado e de Satanás porque se desviou, se afastando também das misericórdias de Deus. 

"Aquele, pois, que pensa estar em pé, olhe não caia."

(1 Coríntios, 10: 12)

"Porque é impossível que os que uma vez foram iluminados, e provaram o dom celestial, e se fizeram participantes do Espírito Santo, e provaram a boa palavra de Deus, e os poderes do mundo vindouro, e depois caíram, sejam outra vez renovados para arrependimento; visto que, quanto a eles, estão crucificando de novo o Filho de Deus, e o expondo ao vitupério.

Pois a terra que embebe a chuva, que cai muitas vezes sobre ela, e produz erva proveitosa para aqueles por quem é lavrada, recebe a bênção da parte de Deus; mas se produz espinhos e abrolhos, é rejeitada, e perto está da maldição; o seu fim é ser queimada."

(Hebreus, 6: 4 - 8)

"Ao homem faccioso, depois da primeira e segunda admoestação, evita-o, sabendo que esse tal está pervertido, e vive pecando, e já por si mesmo está condenado."

(Tito, 3: 10, 11)

"Se alguém vir seu irmão cometer um pecado que não é para morte, pedirá, e Deus lhe dará a vida para aqueles que não pecam para a morte. Há pecado para morte, e por esse não digo que ore."

(1 João, 5: 16)

"Ora, havendo o espírito imundo saído do homem, anda por lugares áridos, buscando repouso, e não o encontra. Então diz: Voltarei para minha casa, donde saí. E, chegando, acha-a desocupada, varrida e adornada. Então vai e leva consigo outros sete espíritos piores do que ele e, entretanto, habitam ali; e o último estado desse homem vem a ser pior do que o primeiro. Assim há de acontecer também a esta geração perversa."

(Mateus, 12: 43 - 45)