08/08/2023

A luta pela fidelidade à verdade

 


Crentes em Jesus sempre estão no campo de batalha. E mais importante do que as batalhas pelas causas pessoais é a luta constante pelo Evangelho, para que a verdade do Senhor seja reconhecida e crida. 

Mas o Evangelho, como tudo nas Escrituras, está no campo do conhecimento, é texto, e como tal pode ser manipulado, torcido, interpretado e aplicado de forma equivocada, sendo os erros de menor ou maior gravidade, intencionais ou não. 

Portanto a nossa luta espiritual é no campo das ideias, na pregação, no ensino, na apologética, na confrontação do erro religioso, e não porque somos perfeitos (porque estamos muito longe de o ser), mas sim porque é o nosso dever velar pela verdade como parte da nossa própria santificação e dos deveres que temos diante do Senhor que nos salvou. A perfeição da doutrina deve ser mantida e está acima das nossas qualidades pessoais, e essa perfeição não se baseia nas nossas qualidades ou méritos, jamais. Porque a glória das Escrituras pertence unicamente ao Senhor. Nós é que temos que nos amoldar aos seus elevados padrões, nunca o contrário.

Mas, muitas vezes (ou quase sempre) essa luta pela verdade se dá a partir de dentro do ambiente religioso. Sempre foi assim nas Escrituras, foi assim com o próprio Senhor Jesus e com os seus discípulos. Isso porque a religião também pode ser manipulada, pois é fonte tentadora de poder. Os fariseus, os saduceus e a elite religiosa nos tempos do Evangelho adoravam suas proeminências clericais e muitos dos profissionais da religião reproduzem exatamente os mesmos pecados de se assenhorarem da igreja e da verdade de Deus como se não existisse um Rei, um Senhor e um único Cabeça, porque tanto o Evangelho como a igreja têm um SENHOR que não tolera ser usurpado, enquanto que a nós, crentes, cabe apenas serví-lo.

Mas muitos homens o negligenciam, se rebelam, se articulam politicamente para fazerem as coisas concernentes à religião do seu próprio modo. Nas sombras fazem seus acordos, compram e vendem apoios, armam botes, mostram os dentes, abusam das autoridades que seus idolatrados filactérios ostentam. E os defensores da pureza da verdade como coisa imaculável, são tratados como ratos, como oportunistas, como ervas daninhas cujas ideias precisam ser resistidas antes que causem desordem e descontrole. São tratados como intrusos, como ilegítimos (assim como faziam os líderes das sinagogas quando o intruso Paulo ousava lhes pregar o Evangelho nos seus redutos) como aqueles engenheiros enxeridos que vem fiscalizar construção feita por outros - mas a obra é de Deus, é ou não é? Se a obra for "do homem" então que sejam cultuados os méritos dos homens. Mas igreja é uma cooperação dinâmica de muitas partes que se ajustam, se complementam, se corrigem, se aperfeiçoam... Mas esses reformadores que apontam para a necessidade de se voltar para os velhos fundamentos (os chatos) serão acusados não por serem seguidores de Jesus ou porque crêem no Evangelho (até porque quase todo mundo segue ao "Jesus", mesmo que seja o simulacro das abordagens progressistas) mas sim por coisas derivadas de uma cosmovisão ortodoxa, como serem acusados de fundamentalistas, de enxeridos, de sabichões, arrogantes, intolerantes, de homofóbicos (anota aí), transfóbicos, misóginos, legalistas, reacionários, puritanos, etc e essas acusações darão todo o embasamento para que sejam censurados, cancelados, sabotados, perseguidos, caçados, e se possível decapitados, jogados aos leões e, por que não, crucificados? Já fizeram isso antes, e várias vezes... Normal.

E assim a parte da igreja que quer se mundanizar sem ser incomodada enche o seu próprio ventre com corrupções de toda sorte, com um ensino bíblico relativista, adocicado, moderado, feito sob medida para as plateias que pagam pelo serviço. Seus cultos são antropocêntricos, não focados nas exigências do Deus que requer adoração como a Bíblia prescreve, normas que relativizam; sua prática missional é omissa, negligente e facilmente dá lugar ao entretenimento.

Então, para se certificarem de que seus projetos, postos, ambições e outros bezerros de ouro não serão ameaçados, os líderes desses ajuntamentos em franca corrupção se lançam à política cada vez mais suja, impondo suas ingerências e pecados a um arraial que tem um dono que está sendo desprezado mas que se levantará em sua fúria.

Pode ser que os crentes que tentam ser fiéis sejam sabotados, desterrados, que aparentemente estejam em desvantagens. Por isso o juízo começa na igreja. Foi assim com todos os Apóstolos (a companhia é boa!). Mas não se engane, o Senhor Todo-Poderoso pode parecer que está distante e que esteja tudo ok com as prevaricações de muitos, mas Ele requerirá a glória que lhe pertence e nesse Dia os usurpadores sofrerão a sua ira. 

Sempre é melhor fazer as coisas direito e sempre, até que o Senhor Jesus Cristo volte, é tempo de se consertar as coisas.

Salmo 64

Estamos em guerra

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