19/05/2023

O erro de se buscar uma igreja relevante para o mundo

 Irrelevante para quem?

Para o mundo?


Print feito de um vídeo do YouTube em que o pastor Tim Keller anuncia o congresso "City to City" realizado em SP e no RJ em janeiro de 2019.

Seria possível a um único eleito de Deus para a salvação não ser salvo?

Se um único eleito, predestinado para a salvação em Cristo, não for salvo, segue-se que ou Deus não é soberano, ou Ele não é Todo-Poderoso ou a doutrina da soberania de Deus na salvação dos seus eleitos é falsa.

Mas como Deus é Soberano, e Ele é Todo-Poderoso e a doutrina da soberania de Deus na salvação dos seus eleitos é bíblica e é verdade, então não é possível que nenhum dos eleitos de Deus se perca. 

E, como é verdade que, para que haja salvação de alguém é necessária a pregação do Evangelho, então só podemos concluir que sempre e sem excessões a igreja pregou, e pode ter sido um crente qualquer, e sempre prega o Evangelho para que os fins predeterminados soberanamente por Deus se cumpram, sempre alcançando a todos os eleitos de Deus que possam estar espalhados em qualquer lugar deste mundo, mesmo nos mais afastados ou mais escondidos.

Sendo assim, a verdadeira igreja cristã que é composta pelos fiéis servos do Senhor, JAMAIS foi e nunca será irrelevante. Esse candelabro é aceso e mantido aceso pelo Senhor da Igreja, e brilha onde e quando o seu Senhor assim a quiser neste mundo de trevas.


O discurso da relevância.

Alguém que diz que a igreja é irrelevante porque considera o que as pessoas não cristãs pensam dela não está se baseando na perspectiva correta.

Essa forma de analizar a igreja para procurar soluções e tentar fazê-la "relevante para as cidades" incorre, necessariamente, em cair na sedução do Diabo. Isso porque a igreja existe não para satisfazer ao mundo e se submeter às suas demandas e modismos como formas de mostrar-se atraente, contemporanizada e relevante para o mundo caído, mas, muito diferente disso, a igreja existe para servir a Deus numa expressão de fé fiel à sua Palavra, em santidade, ainda que essa fidelidade lhe custe o preço de ser párea da sociedade que persevera escrava do pecado.

Portanto é impossível existir uma igreja que seja fiel às Escrituras e que seja "irrelevante", pois essa qualificação descabida que alguns atribuem à igreja contemporânea (porque não seria "percebida" no mundo?) não ficaria restrita a ela, mas recairia, necessariamente, sobre o seu Senhor, pois é Ele que ajunta, soberanamente, pela mediação da pregação do Evangelho, os seus eleitos em igrejas para, em primeiro lugar reconciliar os redimidos com o próprio Deus a fim de que o adorem corretamente e também para praticarem a fé tanto na santificação dos remidos como na difusão da Graça de Deus através do ministério cristão que é exercido no mundo, não como o mundo gostaria, mas através da pregação do Evangelho com exortações aos arrependimentos de pecados - ações que estão sempre presentes naqueles que foram objetos da Graça salvadora de Deus. É impossível "irrelevância" aqui e isso é um insulto às ações de Deus no mundo por meio da sua igreja militante a não ser que se parta do princípio que pregar arrependimento de pecados e fé evangélica na obra de Cristo sejam coisas irrelevantes, hipócritas, fracas e provincianas - seria aí o diabo quem fala?

Dizer que a igreja é irrelevante e que deve ajustar-se aos novos tempos e, para isso, abrir mão de verdades bíblicas para mostrar-se mais conectado com a ciência dos homens (adotando o evolucionismo deísta, por exemplo, como alternativa ao evidente e reafirmado criacionismo bíblico - como fez Tim Keller) e incorporar elementos estranhos no culto (como expressões artísticas subjetivas em apresentações de ballet diante da mesa da ceia - como ocorreu na igreja pastoreada por Tim Keller) para reinterpretar a espiritualidade cristã e ela ser mais relevante, pragmática e seduzir as pessoas de fora com tais artifícios - será que a igreja precisa disso? 

Isso é negligenciar a fidelidade necessária, ordenada e prioritária a Deus, é corromper a fé para agradar aos homens e ao mundo. Esquece-se que erra quem faz de si um amigo do mundo porque essa amizade implica em inimizade contra Deus?

Mas tem sido assim que igrejas estão se tornando cada vez mais relevantes para o mundo num progressismo jamais requerido nas Escrituras, numa mundanização combatida em toda a Bíblia. Ao se dedicarem aos amores secundários empenhados às causas humanas, esses progressistas se esquecem e negligenciam deliberadamente o primeiro amor, a causa primeira da igreja, que é a devida fidelidade a Deus, com todas as forças, com toda a alma e com todo entendimento.

O pragmatismo secularizado é um mal que entrou em muitas igrejas, e é muito sedutor, articulado, celebrado, obtém vasto reconhecimento e é muito frutífero - igrejas secularizadas crescem muito mais e mais rápido! Óbvio, seus valores são relativos, muito pessoais, subjetivos. E mesmo com cada um montando a sua própria opção pessoal de fé cristã, numa evidência muito típica do nosso contexto decadente de pós-verdades, de fluidez e de repúdio a valores absolutos, o fato é que esse tipo de proposição faz as pessoas se sentirem muito bem, e acolhidas, e aderem a uma proposição religiosa "cristã" mais light, mesmo que para isso estejam diante de um ídolo inventado a que deram o nome "Jesus", um homônimo falso. Por isso esse progressismo, e é claro que existem níveis dele, para mais e para menos, é um veneno que precisa ser combatido pela ortodoxia, pela reafirmação das verdades imutáveis das escrituras que são expressas em doutrinas que a igreja jamais deve parar de ensinar.

A devoção da igreja é ao seu Deus e Senhor por meio de Cristo, apenas. E dessa ação prioritária decorrem todas as demais nas ações da igreja no mundo. Jamais existirá amor verdadeiro ao próximo pervertendo o amor primário a Deus - e isso inclui fidelidade escriturística.


Ballet realizado por 3 homens no "prelúdio" perante a mesa da ceia na igreja "reformada" de NY.

*** É fato que não sejamos perfeitos em nossas teologias e práticas. É fato que todos estamos sujeitos a erros, inclusive teológicos e sobre práticas que possamos considerar boas. Mas não devemos acatar erros como se fossem inofensivos, nem nos submeter a quaisquer proposições sem o devido exame bíblico.

Não é a morte que faz de alguém um santo, mas sim a sua identificação com Cristo, primeiro na conversão ao Evangelho, seguida da perseverança na fidelidade à Palavra de Deus.