05/08/2023

Reflexões sobre o culto

Cultos especiais

Entenda uma coisa:

Quando você defende a ideia de um "culto especial" de qualquer coisa (Páscoa, Natal, aniversário da igreja, aniversário do pastor, de inauguração da igreja, de quitação do carnê das Casas Bahia, etc) você está trabalhando num equívoco, numa ideia falsa. Pratique ações de graças por motivos específicos, ou reúnam-se em datas diversas para adorarem ao Senhor em gratidão pelos mais variados motivos, mas não deturpem, nem diminuam a importância do culto ao Senhor.

Nada pode ser mais sublime do que adentrar no Santo dos Santos para contemplar a beleza da santidade do Senhor Deus por meio da Graça do Senhor Jesus Cristo que nos é propiciada pelo derramamento do seu preciosíssimo sangue, e isso em obediência à ordem dada pelo próprio Deus de darmos a Ele a adoração que lhe é devida. Nada, absolutamente nada é mais "especial" do que um culto genuinamente cristão que é feito na mais absoluta simplicidade, seguindo as normas bíblicas, quando crentes lavados e remidos pelo Cordeiro se reúnem, no dia do Senhor, para prestar-lhe culto com toda a reverência e submissão, bendizendo o seu Santo nome em louvor, orando a Deus e ouvindo a sua Santa Palavra. Todo esse conjunto litúrgico formado por oração, louvor e pregação da Palavra é o culto a Deus e a adoração ao Senhor não é parte ou algum desses elementos. A verdadeira adoração é a soma deles. Então os céus descem até a congregação, os poderes do Todo-Poderoso tocam este mundo onde o Senhor é invocado e adorado e nada pode ser mais sublime do que os cultos comuns dominicais que somente os verdadeiros crentes congregados podem oferecer a Deus Pai por meio de Jesus Cristo e na força do Espírito Santo.

Mas parece que os crentes têm perdido a consciência da importância sublime e do caráter santo dos cultos a Deus, que muitas vezes parecem ser confundidos com entretenimento ou outras coisas estranhas.

Quando se comete o erro de se dizer que em tal data ou evento o culto é "especial", peca-se ao inculcar no povo de Deus a falsa ideia de que suas reuniões de adoração são menos importantes do que realmente são. Um culto num domingo comum passa a ser, na percepção pervertida dessa gente, menos importante do que um culto feito numa manhã de um domingo de Páscoa ou menos importante do que uma cantata de Natal. Mentira! Ao cometer esse erro vocês desvalorizam o que jamais deveria ser desvalorizado e inventam e atribuem valores maiores a costumes e tradições de homens, coisas cujo valor é muitíssimo inferior ao valor dos cultos comuns a Deus, um encontro litúrgico sublime que estão desprezando cada vez mais.

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Princípio Regulador do Culto 

Você sabe o que é “Princípio Regulador do Culto”? É o princípio, emanado das Escrituras, que mostra a necessidade de haver base bíblica para tudo o que fazemos no culto. A ideia é: para algo fazer parte do culto é necessário ter sido ordenado por Deus nas Escrituras. Se não houver ordem ou alguma correlação lógica, não pode estar no culto. Quando colocado em prática, este princípio impede que o culto se torne um espaço de “criatividades” sem fim. No culto, Deus quer fidelidade, não criatividade.

Se quiser saber mais sobre este assunto, assista: 

https://www.youtube.com/watch?v=fB1Cb9osmqM

🔹Leia sobre o Princípio Regulador de Culto aqui: https://atitudeprotestante.blogspot.com/2023/07/principio-regulador-do-culto.html

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O culto bíblico necessariamente é racional, introspectivo e contemplativo. 

É racional porque se baseia na verdade de Deus revelada na Escritura, racionalmente comunicada, ensinada e assimilada; e não se baseia nas subjetividades humanas procedentes do imaginário dos corações enganosos e nas emoções manipuláveis que cultivamos.

É introspectivo porque Deus é Espírito, sua Palavra atinge, sobretudo, o nosso interior visando o fortalecimento da fé e a sujeição do eu com minhas inclinações pecaminosas à obediência aos desígnios do Senhor. O culto é, então, espiritual. Aquele que cultua examina a si mesmo e tem seu interior perscrutado pelo Espírito Santo na medida em que a Palavra de Deus interage em sua consciência.

O culto é contemplativo, porque o Deus que se revela na congregação dos crentes através das Escrituras requer ser adorado, essa é uma ordem sua, então Ele se faz presente, a beleza da sua Santidade é manifestada e verdadeiramente experimentada pelos verdadeiros adoradores que desfrutam da Graça do Deus que se revela, porque a Palavra de Deus é viva e é eficaz, é mais penetrante que uma espada de dois gumes que atinge a quem está perante o Senhor em sua alma, fazendo com que conheça o Deus-Espírito que se faz presente e conhecido, fazendo também com que o culto seja legítimo, uma comunhão verdadeira entre o povo congregado com o seu Deus e Senhor, sem véus de separação, numa mistura harmoniosa e solene das coisas do céu com a igreja na Terra.

Numa interação gloriosa e solene como é o culto cristão a Deus, não cabem futilidades como nossas expressões barulhentas e festinhas. Às vezes pode ser mais apropriado o nosso silêncio diante da majestade de quem é o centro do culto, não nossas fúteis, confusas e dispensáveis expressividades. 

Se você não costuma ver uma fanfarra numa biblioteca ou numa audiência com um juiz, por que acha que deve-se fazer algazarra num culto?

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A Graça dominical 

Os domingos, nos finais da tarde e no anoitecer, costumam ser os momentos em que ocorrem os mais importantes contrapesos em oposição a toda malignidade exercida em todo o mundo. Porque costuma ser nos finais dos domingos que o povo de Deus é congregado nas igrejas cristãs, e Deus é invocado e adorado, e então grandes medidas das suas misericórdias e bençãos são derramadas por todo o mundo de forma muito mais intensa do que em quaisquer outros momentos da semana. Isso porque nos cultos ao Senhor, a Graça de Deus toca o mundo dos adoradores e, por um tempo, céu e Terra se misturam nas congregações e a Graça de Deus emana das igrejas do Senhor Jesus Cristo.

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Cultos verdadeiros a Deus, coisa cada vez mais rara.

É muito bom sair de um culto prestado ao Senhor com o coração em paz, reconhecendo nos atos do culto que o Senhor foi verdadeiramente servido e adorado e que o povo congregado foi verdadeiramente edificado pela exposição bíblica fiel.

O bom culto a Deus é simples e é um bálsamo! Nele não cabem invencionices nem artificialidades. Basta observar seu princípio regulador: entoar louvores bíblicos focados na glória de Deus e em seus atributos, nada de canções sentimentais, terapêuticas, antropocêntricas nem "liberdades poéticas" que dão ocasião a todo tipo de engano. As orações são feitas pelos crentes congregados de forma consciente, com contrição, com ordem e decência e a pregação é expositiva, clara, a doutrina é comunicada com eficiência e é focada na obra de Cristo e na glória de Deus. 

Simples!

Infelizmente em muitos lugares o culto que se presta é tão carregado de invencionices e distorções que saímos dessas igrejas com a mente carregada e o coração pesado diante de tantas coisas que comprometem o culto e que necessitam de correções e de confrontações. Não raramente saímos da igreja não com a consciência de que Deus foi adorado, mas carregados de lamentos por tantos pecados apresentados em lugar do seu louvor e por tantas distorções pregadas em seu nome.

Tem sido raro o culto na sua pureza. Mas esse bálsamo deveria ser comum, pois Deus é digno de adoração conforme Ele mesmo prescreve.

Voltemos ao culto cristocêntrico e bíblico, pratiquemos o princípio regulador do culto, puro e simples!

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LAMENTO PELAS IGREJAS QUE SE DESVIAM

O que aconteceu com igrejas que num passado bastante recente realizavam cultos simples e bíblicos, onde se faziam apenas orações, cânticos de louvor e adoração e a pregação fiel da Bíblia, mas que agora transformaram seus cultos em espetáculos emotivos com meninas dançando coreografias, com efeitos de luzes e sons, excesso de músicas sentimentais com repetições de frases que se confundem com mantras e a pregação de mensagens antropocêntricas, anunciadas com forte carga emotiva em que são usados textos bíblicos apenas como trampolins para propagarem ideias diferentes da teologia bíblica, tal como mensagens de auto-ajuda, de realização de sonhos e de triunfalismos baratos? 

Nada de redenção, nada de pecado, nada de perdão, nada de conversão, de regeneração, de santificação, de missão e, principalmente, nada de proclamar a Cristo e de ensinarem sobre a necessidade e o significado da sua natureza, da sua obra, da sua encarnação, do seu ensino, da sua morte na cruz, da sua ressurreição e da sua glória.

O que aconteceu? Não percebem que desviaram-se do caminho e que criaram um tipo de "evangelho" muito diferente do Evangelho de Cristo? Qual é a base e a necessidade de tantas invenções e de deformarem tanto o culto que não deve ser feito para pessoas, mas sim para Deus?

Voltem para as origens, arrependam-se e voltem para a simplicidade eficaz do verdadeiro culto bíblico!

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Perversões do culto a Deus

Você perverte o culto a Deus quando ele não é centrado no Senhor Jesus e na Palavra de Deus;

Você perverte o culto a Deus quando relativiza ou ignora o mal do pecado;

Você perverte o culto ao Senhor quando celebra a si mesmo quando deveria apresentar-se com temor e quebrantamento perante a elevadíssima santidade do Senhor;

Você perverte o culto a Deus quando o considera como uma espécie de barganha com Deus, como se os favores divinos pudessem ser comprados com teus dízimos, ofertas, exercícios espirituais e quaisquer tipos de campanhas;

Você perverte o culto a Deus quando a ordem de amar primeiro a Deus é invertida para primeiro atingir às pessoas;

Você perverte o culto a Deus quando o louvor a Deus é manipulado para provocar emoções nas pessoas;

Você perverte o culto a Deus quando relativiza a importância da sua Palavra e incorpora invenções no culto que jamais deveriam ser partes dele;

Você perverte o culto a Deus quando a sua realização depende muito mais de artificialidades do que da fé simples e sincera dos crentes presentes;

Você perverte o culto a Deus inventando ministérios que não foram estabelecidos por Cristo nem pelos seus Apóstolos;

Você perverte o culto a Deus com invenções como ministérios de danças, pastoras, apóstolos e levitas modernos;

Você perverte o culto a Deus ao incrementar nele elementos do culto do antigo Templo, cujos sacrifícios, elementos e simbolismos caducaram com o verdadeiro e definitivo Cordeiro;

Você perverte o culto a Deus com as práticas de profecias, de glossolalia, de mistérios, de êxtases provocados, de atos proféticos, de reverências a anjos;

Você perverte o culto a Deus quando cede a sincretismos e idolatrias, seja dos falsos deuses das falsas religiões ou com concepções dessas espiritualidades caídas, idolatria do dinheiro ou de si mesmos;

Você perverte o culto a Deus quando não crentes têm lugar de fala e são recebidos à comunhão dos crentes;

Você perverte o culto quando empresta o seu púlpito para qualquer coisa que não seja a proclamação e o ensino fiel da Palavra de Deus somente;

Você perverte o culto quando o púlpito é emprestado a políticos ou quando o pregador bajula políticos e prega ideologias de homens em lugar de falar do Senhor Jesus e da Glória de Deus;

Você perverte o culto a Deus quando está apenas de corpo presente mas com a atenção e o coração voltados para quaisquer outras coisas, como a manipulação do celular durante o culto;

Você perverte o culto a Deus quando se une à congregação dos santos e não presta o teu culto com toda devoção e santo temor, de todo o coração, com toda a tua alma e com todo o teu entendimento.

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Sobre os cultos que são espetáculos da carne

Vocês, líderes evangélicos, que incorporam elementos esdrúxulos nos cultos a Deus, que fazem da adoração um show bizarro e extravagante com muita música hipnótica embalada por rifs de guitarra e vozes melosas e infantilizadas de cantores cenicamente muito sensíveis que transformam o que deveriam ser louvores a Deus em melodias adocicadas repletas de repetições que funcionam como mantras que visam enlevar apenas os sentidos carnais em experiências que são erroneamente interpretadas como "mover do Espírito Santo". Isso enquanto muitos têm adotado o expediente de bailarinas (e às vezes bailarinos...) que dançam em meio às fumaças de gelo seco e canhões de luz colorida que são contrastadas com cenários pretos e projeções para "criar o clima" numa construção cenográfica, teatral e hipnotizante como se isso fosse algum tipo de ministração sacerdotal e como se o agir do Espírito Santo nas consciências das pessoas precisasse da nossa ajuda artificial (que presunção!). E. após o espetáculo entorpecedor, e ainda sob os seus efeitos, os pregadores costumam lidar com o texto bíblico que é pregado de forma alegórica, numa manifestação do "Rema", uma ideia maluca, deslocando os textos sagrados, inspirados e autoritativos do seu sentido verdadeiro e do seu propósito, pervertendo-os para praticarem profetismos e declarações ufanistas e promoverem um misticismo marcado por glossolalias, por transes e por irracionalidade que não fazem parte da natureza do Evangelho, nem da igreja.

Nisso tudo vocês estão ATRAPALHANDO a assimilação do Evangelho, causando tropeços deliberadamente ao perverterem a sã doutrina com invenções de homens, com enganos de falsos apóstolos, de falsos moveres e de falsas unções, cometendo o gravíssimo pecado de atribuir ao Espírito Santo a autoria de obras que são da carne, meras imaginações caídas que são geradas por corações inclinados à idolatria, a idolatria de não se contentar com o Deus auto-revelado em Cristo para inventarem um outro tipo de Evangelho distorcido e cheio de acréscimos de apetrechos pecaminosos que não tem nada a ver com as doutrinas e com as práticas ensinadas no Novo Testamento. 

Se a tua igreja ainda pode ser considerada como igreja, não é porque, como vocês supõem, suas invencionices têm cooperado para o avanço do Reino. Mas é unicamente por misericórdia porque apesar do excesso do fermento das suas presunções e prevaricações, ainda persiste um pouco de Evangelho no meio de tantas tolices e mentiras que vocês praticam, e esse Evangelho remanescente, que por si só é demasiadamente poderoso, ainda destoa de toda baboseira pecaminosa que praticam. Mas na perseverança do erro, uma hora dessas não sobrará mais nenhuma verdade e, como um câncer em metástase, as suas apostasias ainda matarão a tua igreja agonizante, a não ser que se arrependam do fermento dessas invencionices e voltem à pureza da fidelidade às Escrituras, somente, conforme as doutrinas dos Apóstolos.

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Há canções nos repertórios dos nossos louvores que não deveriam ser consideradas louvores a Deus e não deveriam ser cantadas nos cultos cristãos.

No culto, os cristãos se reúnem para adorarem a Deus. Servir a ao Senhor Deus é o objetivo, e isso em resposta à sua ordem, pois fomos criados para essa finalidade principal.

Como parte do culto, os crentes louvam a Deus. E o que é o louvor? Louvor é "elogiar", é referir-se em humilde admiração àquilo que é contemplado. E no caso do louvor cristão nós nos referimos à beleza do Deus verdadeiro que se revela nas Escrituras, no seu filho Jesus. E onde vemos as suas belezas? As vemos nos seus atributos, nas suas qualidades percebidas não pelas nossas imaginações enganosas, mas encontradas no que a Bíblia diz e que o Espírito Santo imprime em nossas aspirações, fazendo-nos conhecer e contemplar as verdades espirituais do Santo ser de Deus. Então os louvores não falam de nós, eles devem se referir a Deus, e isso não de qualquer forma imaginativa, mas sim de forma exclusivamente submissa e derivada das Escrituras.

Sendo assim, não podem ser chamados de louvores um monte de cânticos que tem feito parte dos repertórios de incontáveis igrejas. 

Tudo aquilo que se baseia no "eu", nos meus sonhos, meus sentimentos, minhas expectativas NÃO É LOUVOR A DEUS, é expressão antropocêntrica (o eu - humano - como objetivo) que não cabe no culto onde o centro deve ser Deus e a sua glória somente. Tudo aquilo que a pretexto de "licença poética" fala de coisas que as Escrituras não dizem não é louvor a Deus, pois, além de mentirem acrescentando ideias ao que Deus não disse ainda contribuem para um imaginário fantasioso de fé que deforma a espiritualidade de muita gente. Tudo aquilo que cantamos que não está de acordo com as doutrinas bíblicas não pode ser considerado louvor a Deus, pois Deus jamais aceita corrupções e mentiras como se fossem expressões de culto genuíno, mesmo que as pessoas sejam ignorantes sobre isso.

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Louvor - você está fazendo isso errado! (1)

Meu voto é pela eliminação do uso da bateria nos cultos. Pra quê aquela parafernalha barulhenta? E também pela eliminação do palco que transforma o louvor num espetáculo inoportuno. Estamos num show? Num teatro? Numa apresentação? NÃO! E também pela eliminação dos ministros de louvor (imagine eliminação como quiser) que pensam ser animadores de platéia e que querem fazer as pessoas sentirem a "vibe" do momento. Ajudadores do Espírito Santo em promover o quebrantamento dos corações? Definitivamente NÃO! Alguns se empolgam tanto que às vezes parece que vão soltar o grito das micaretas: "tira os pés do chão!"

Isso no culto a Deus? Artificialidades, definitivamente NÃO!

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Louvor - você está fazendo isso errado! (2)

O louvor costuma fazer parte do culto a Deus, e normalmente é musicado. 

Uai, normalmente?

Sim, porque louvor significa elogiar, atribuir honra, recitar as virtudes de alguém em reconhecimento. E isso não precisa ser feito de forma exclusivamente cantada.

Mas certamente louvar a Deus não é falar de si, não é buscar experiências extravagantes, não é repetir frases muitas e muitas vezes de forma que entorpeça o cantante. Isso NÃO é louvor, isso é um tipo de mantra, um recurso primitivo e muito usado por crenças diversas para entorpecer as consciências através de hipnose e alcançar experiências místicas criadas pela consciência alterada pelo entorpecimento. E o pior, quase sempre essas experiências derivadas do entorpecimento são atribuídas ao Espírito Santo. E isso é gravíssimo, especialmente se considerarmos que o pecado de blasfêmia contra o Espírito Santo è o único pecado que não tem perdão.

Não existe louvor a Deus nas imaginações humanas. Nosso coração é enganoso, fonte de corrupções. Sendo assim a fonte dos nossos louvores deve ser exclusivamente aquilo que a Palavra de Deus diz a seu respeito e, por isso, o louvor a Deus deve ser centrado nEle, nunca em mim ou nos meus interesses, e deve proclamar as virtudes do Senhor, seus atributos, sua obra. Se Deus é glorificado no Filho então não há forma mais eficaz de se louvar a Deus senão na proclamação do Evangelho. Então deveríamos cantar as obras de Jesus Cristo. Cantar sobre a redenção, cantar sobre a sua volta triunfante que será em breve, cantar sobre as doutrinas bíblicas. E cantar essas coisas ainda traz o excelente benefício do aprendizado das verdades da fé cristã.

Mas não! via de regra ainda somos tão carnais que preferimos cantar sobre nós, sobre nossas carências e muitas vezes confundimos Deus em nossas canções com um par romântico dado a abraços afetivos.

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Louvor - você está fazendo isso errado (3)

Há alguns anos eu estava tão enfadado com um cântico que estava sendo repetido à exaustão nos cultos que fiz uma conexão daquela música com outra, acabando de uma vez com todas com a possibilidade de uns amigos voltarem a cantar aquela groselha, pois todas as vezes se lembravam da conexão ridícula, mas graças a Deus eficaz, que fiz para, pelo menos para aquela gente, aquela porcaria cair em permanente desuso.

A música tem um trecho que diz:

"Abraça-me Senhor, não me deixe ir

eu quero estar em teus braços de amor"

Caliente, né?

Completamente inapropriado para referir-se a Deus. Mas muito mais apropriado para referir-se ao seu par romântico e latino americano.

Isso me fez lembrar, então, do Sidney Magal! E então a mágica aconteceu:

"Abraça-me, senhor, não me deixe ir

O meu sangue ferve por você!"

Pois é, aos menos meus amigos nunca mais conseguiram, nem quiseram mais, cantar essa disgrama.

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"Tu cantavas sobre mim"

Mermão! Mas que modinha é essa de achar que louvar a Deus pode ser expressão exageradamente sentimental, adocicada, melosa, sensível, me abraça que eu tô carente e que pode ser confundido com dar vazão a todo tipo de sentimentalismo que o imaginário infantilizado e erotizado pode criar?

Não! Deus não "cantava" sobre você, última bolachinha do pacote, nem sobre ninguém!

Cantar tolices assim num culto cristão inculca no imaginário das pessoas que são pouco instruídas na verdade bíblica a falsa ideia de um deus romântico, o que Ele não é! Formando-se, assim, na fundamentação da fé um ídolo.

"Impressionante" mesmo é como tolices viralizam e grudam no imaginário como se fossem inofensivas e subvertem a beleza, a seriedade, a proclamação bíblica séria e a reverência que deveria fazer parte dos nossos cultos e dos louvores.

E "ousado" é achar que inverdades proclamadas e repetidas feito mantras sentimentais no culto cristão são inofensivas e aceitáveis pelo Deus Santo. É muita ousadia impor ao Senhor dissimulações como se Ele as aceitasse, como se Ele fosse sensível demais para expressar seu repúdio. O amor de Deus não é descrito nas Escrituras como "ousado", nem "impressionante". Tais invenções não fazem parte dos seus atributos, pois o Soberano e Todo-Poderoso Senhor não precisa nem "ousar" nem "impressionar" quando Ele decreta, quebranta e regenera. Mas que baita desserviço certos termos cantarolados prestam para a teologia!

De fato, a igreja evangélica brasileira precisa levar a Palavra do Senhor muito mais à sério.

Aliás, aos que pensam que "ministram" louvores para a igreja e que agem como artistas em palcos para motivar suas plateias "no calor desse lugar", nos cultos, é urgente que os tais fiquem sentadinhos em reverente temor, pois nada pode ser a verdadeira motivação para que os crentes adorem ao Senhor senão o próprio Espírito Santo, agindo soberanamente nas consciências dos crentes, quebrantando-lhes e conduzindo-os pela Palavra de Deus, que não aceita ajudinha humana, nem de show-mans, nem de musiquinhas sensíveis para dar o clima.

Quando vocês fazem do culto cristão um espetáculo humano, o Deus que não divide sua glória com ninguém pode fazer-se ausente.

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Os êxtases praticados em muitos cultos e igrejas.

O estado de êxtase coletivo é muito comum em muitas religiões e é alcançado através de técnicas de hipnose que estão inconscientemente diluídas na maneira como certos cultos religiosos são conduzidos. Essas técnicas, largamente praticadas em religiões primitivas, estão presentes na maneira como a música é cantada e tocada, com ritmos progressivos, repetições de termos específicos que funcionam como mantras, gritos e compartilhamento de sensações entre as pessoas presentes nesses cultos visando as sensações extáticas, porque essas sensações são comumente entendidas como experiências místicas e formas de contato com seres sobrenaturais ou divindades. 

Um exemplo disso é facilmente visto em cultos pentecostais (e em diversas vertentes do espiritismo) onde o espírito invocado se manifesta de forma progressiva através de orações e rituais que se tornam de forma gradual cada vez mais fervorosas. Como reação a isso algumas pessoas começam a apresentar reações de êxtase como falar em línguas ou apresentar comportamento considerado místico. Essa experiência provoca, então, um contágio entre outras pessoas que estão presentes e que também são desejosas por experiências sobrenaturais desse tipo - ou seja, é necessária a vontade e ser suscetível à experiência para vivenciá-la. A consequência disso é que diversas pessoas entram nesse clima, falando em línguas, entrando "no mistério", têm visões, revelações e experiências místicas diversas bastante diferentes de um comportamento comum, quando a mente não está num estado alterado de consciência.

Na verdade, o que ocorre nesses cultos, antes de uma atuação espiritual (que pode não existir), é uma atuação meramente humana que está em ação e isso é muito mais carnal do que esses religiosos presumem. Essa atuação, por meio de técnicas, altera o estado da consciência de uma forma coletiva através do transe, de técnicas de hipnose que estão diluídas (normalmente de forma inconsciente) na maneira como essas práticas religiosas são conduzidas. Essas técnicas de transe são bastante antigas e estão presentes na maioria das religiões primitivas, e isso de forma universal, onde a figura do Xamã era o responsável por conduzir o serviço religioso visando experiências místicas. Sua principal ferramenta eram as músicas cantadas de forma repetitiva e tocadas de forma rítmica de modo a alterar a consciência das pessoas presentes, experiência que leva as pessoas a terem as mais diversas experiências místicas, por vezes transformando-se provisoriamente em animais, ou falando línguas incompreensíveis, ou tendo revelações e experiências com deuses ou diversas outras reações incomuns. Tudo isso como fruto da alteração de uma mente que em transe não discerne a realidade da imaginação, a consciência do subconsciente, coisa semelhante ao estado de consciência alterado de quem está sob efeito de entorpecentes. 

Esse estado de alteração da consciência através da prática religiosa é um estado meramente carnal, humano e não espiritual (no sentido de interação entre nossa consciência com espíritos), mas que pode sim servir de ocasião para a "entrada" de interferências e atuações de espíritos oportunistas e esse tipo de atuação não é opção para o Espírito Santo de Deus, pois esse se utiliza de outro viés, completamente alinhado com a racionalidade humana, pois visa o convencimento da verdade, da justiça e do juízo, sua atuação está relacionada com a compreensão da Palavra de Deus (Cristo), além de promover um culto racional a Deus. 

A Bíblia não reconhece o expediente de uma espiritualidade grotesca e irracional onde as pessoas são transformadas em criaturas estranhas e adotam práticas igualmente esquisitas. Aliás, a igreja de Corinto usava desse tipo de prática por causa das diversas influências pagãs que admitia em sua espiritualidade, coisas que o Apóstolo Paulo se empenhou em combater.

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Não há espaço no culto ao Senhor para propagandas políticas. 

Contudo isso é muito diferente de se proibir que se discuta política em grupos de homens crentes, e quem faz esse tipo de proibição comete muitos erros: 

1) porque é imperativo aos cristãos que busquem, em primeiro lugar, o Reino de Deus e a sua Justiça. E, evidentemente, seus princípios devem ser praticados neste mundo e isso envolve política se realmente queremos ver em nossa sociedade que certos valores sejam praticados;

2) porque o argumento de "não tratarmos de política para não comprometer o Reino de Deus" é uma falácia que evidencia desconhecimento e negligência pecaminosa acerca do mandato cultural que recebemos de Deus. Necessariamente, ao defendermos princípios da Palavra de Deus nós comparamos ideias e projetos políticos com os valores das Escrituras, fazendo distinção entre ideias, descartando algumas e reconhecendo em outras um perfil mais próximo dos valores que defendemos e ensinamos;

3) porque todo posicionamento "neutro" cede espaço para que o posicionamento dos outros ocupem o nosso espaço. Não existe neutralidade num campo de embate de ideias, principalmente se temos ideias para defender. Essa suposta neutralidade é apenas omissão;

4) porque homens livres não devem ser censurados no livre exercício das suas consciências e quem é dado a censuras arbitrárias e especialmente questionáveis por calarem vozes que manifestam preocupações legítimas mostra-se inapto para o exercício de cargos de liderança, porque o bom líder cristão é aquele que promove a boa e livre consciência, não quem a cerceia.

5) ainda que nos cultos não se deva tratar de políticos, pois todo culto cristão é dirigido a Deus somente, fora do ambiente de culto os homens cristãos (e as mulheres também) DEVEM discutir sobre políticas e ideologias como expressões da sua busca pelo Reino de Deus (no contexto do "já mas ainda não", mas sem cultuar homens) e da prática do nosso mandato cultural.

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É possível ter teatro na igreja?

É possível fazer festas na igreja?

Ter danças, celebrações, jantares, concursos, jogos, cursos de artesanato e profissionalizantes, reuniões dos alcoólicos anônimos, etc?

Se considerarmos que igreja é o todo da vida comunitária dos crentes no Senhor Jesus que são congregados na vida comum que inclui o culto, a fraternidade, a partilha de todos os aspectos da vida, então a conclusão é que sim, na igreja é possível fazer de tudo desde que esse tudo seja saudável, edificante, agregador, promotor do serviço cristão e da Glória de Deus. Se não fere princípios bíblicos e, pelo contrário, os cumpre, muita coisa pode ser feita na igreja, até porque costuma-se praticar uma confusão que precisa ser corrigida: igreja é o ajuntamento dos crentes, não o lugar, o salão, o prédio ou a construção onde esse povo se reúne, pois com o cumprimento da Lei pelo Senhor Jesus na cruz o Templo e os serviços religiosos que nele eram feitos deixaram de existir. Não existe mais o Templo, nem os lugares sagrados. Agora, sob a Nova Aliança em Cristo, o templo do Espírito Santo são os crentes e igreja é o seu ajuntamento.

E sobre os ajuntamentos também precisamos discernir os tipos. O ajuntamento solene para o culto cristão é um cumprimento da ordem do próprio Deus de ser adorado. Na adoração comunitária ao Senhor, o culto cristão a Deus, tudo o que é feito deve ser para o Senhor de acordo com suas exigências bíblicas. Aí não cabem invenções nem extravagâncias humanas, pois o objeto do culto é a Glória do Senhor somente.

Mas nem todo ajuntamento dos crentes no local físico onde costumam cultuar a Deus deve ser exclusivamente para o culto, pois além dos cultos a Deus, que os cristãos fazem aos domingos, o "Shabat" cristão, eles podem se reunir em outros dias para uma quase infinidade de outros propósitos que também servem à glória de Deus mas não na forma de culto.

Por isso os crentes podem fazer festas, teatro, celebrações, danças (e é exatamente aí que se encaixa o Salmo 150, por exemplo), cursos, concursos, etc nas instalações físicas a que chamam de igreja.

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