26/07/2023

Por que eu sou um cristão?


Compilação de algumas das postagens neste blog
na tentativa de comunicar a verdade da fé cristã.
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"... Antes santificai em vossos corações a Cristo como Senhor; e estai sempre preparados para responder com mansidão e temor a todo aquele que vos pedir a razão da esperança que há em vós..." (1 Pedro, 3: 15) 
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Por que eu sou um cristão?

1) Por causa do amor de Deus.
O primeiro motivo que me levou a acreditar em Cristo foi um sentido de vida mais elevado que o seu Evangelho atribuiu à minha vida. A ideia de que Deus me ama, e mais do que isso, experimentar durante um culto cristão, durante a prática de orações e da adoração a Deus a realidade desse amor numa experiência que é capaz de nos proporcionar alegria, paz, segurança, que nos faz superar medos e traumas, que nos faz sentir o perdão divino e nos leva a praticar o perdão, que nos faz olhar para as outras pessoas de uma forma diferente, valorizando as suas vidas e não o que elas possuem... essas coisas são assimiladas na experimentação do amor de Deus, uma experiência que está ao nosso alcance e que é transformadora, é praticável, real, transcendente, espiritual mas profundamente impactante. Foi isso, em primeiro lugar, que me levou a acreditar em Cristo.

2) Por causa dos ensinamentos de Deus.
Depois, já acreditando em Cristo porque experimentei o seu amor, conhecer o Evangelho de Cristo, a forma divina de compreender a nossa existência é o grande motivo para eu ser cristão. Entender por quê Cristo veio ao mundo e quem Ele é consolidaram a minha fé, que foi germinada na experiência de perceber o seu amor por mim e pelas outras pessoas – porque amor, se for verdadeiro, é algo que não pode se resumir a simplesmente falar de amor. Amor é algo que se comunica, contagia, se faz perceber e sentir.
Entender quem Cristo é, ainda que de forma progressiva, como acontece em todo aprendizado, isso consolida a fé nele. A fortaleza da fé não está no que sentimos, mas no que sabemos sobre o Deus que se revela a nós por meio da sua Palavra. Saber que todos somos pecadores e que essa nossa natureza nos prejudica, nos destrói, consome o nosso mundo, nos afasta de Deus e o ofende e que a única solução possível para esse mal é a intervenção divina no nosso estado, naquilo que fazemos, naquilo que somos e em nosso destino e que essa intervenção já aconteceu, de forma radical e plena quando na pessoa de Jesus Cristo o próprio Deus se fez homem, um milagre, para nos ensinar as verdades divinas, nos mostrar o caminho da vida - eterna - e, mais do que simplesmente ensinar, Cristo resolveu o problema dos pecados daqueles que creem nele ao assumir suas culpas diante da justiça divina e pagar com a sua própria humilhação, sofrimento e morte pelos pecados das pessoas para que elas possam ser recebidas por Deus como filhos perdoados e amados. Entender o Evangelho, essa boa nova de salvação, é o que consolidou a minha fé Cristã.

3) Por causa do sentido de vida que valoriza a vida das outras pessoas e a minha própria vida.
E agora, compreendendo um pouco mais quem Cristo é e o que Ele fez por mim, eu posso conhecer verdadeiramente a Deus, como um pai que me ama e que me deu uma missão. A fé em Cristo é evidenciada, acima e tudo, no compartilhamento dessa fé. Um dos motivos da existência da fé é fazer com que outras pessoas também conheçam o amor de Deus, é fazer com que outras pessoas conheçam a Cristo – não as opiniões e manipulações que tanta gente faz a respeito – mas o Jesus Cristo verdadeiro, o bíblico, o Deus que se revela, o Deus conosco que nos faz capazes de querer o verdadeiro bem às outras pessoas - e não tem bem maior que a sua salvação.

4) E, principalmente, pelos atos soberanos de Deus em salvar a pecadores como eu (essa união entre Ele e eu é resultado da vontade do Senhor muito antes de ser minha!) porque Deus se revelou a si mesmo na pessoa real e humana do seu Unigênito, o Senhor Jesus Cristo, cuja Graça é irresistível para aqueles a quem Ele decreta vida no conhecimento de si e da sua vontade pela proclamação do Evangelho como evidência do seu amor poderoso e eficaz de converter pecadores em filhos amados e santificados através das obras de Jesus. Coisas que realmente vivenciamos.

De forma suscinta, eu sou um cristão por esses motivos. Não é por causa de uma tradição religiosa, não é por causa de partidarismos ou ciências. É porque o próprio Deus se faz conhecido a nós por meio do Senhor Jesus Cristo e, graças a Deus, eu experimentei esse privilégio que não posso negar, pelo contrário, sinto o dever de compartilhar porque sei que muitas outras pessoas também conhecem ou ainda podem e precisam conhecer a vida livre, abundante e eterna que existe somente no Deus Todo Poderoso auto-revelado na pessoa e na obra do Senhor Jesus.
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Carregar em si a Graça de Cristo é um privilégio.

Um testemunho e uma recomendação.

Às vezes faz muito bem considerar a jornada da tua vida em Cristo, e evidentemente esse é um privilégio restrito aos crentes, porque se você prestar atenção certamente perceberá que a boa mão do Senhor tem se feito presente, te conduzindo, amparando, protegendo e te fazendo florescer.

Reconheço que o Senhor tem provado a sua fidelidade, pois a despeito do mal do mundo (e das minhas próprias imperfeições e pecados) a sua bondade é uma marca constantemente presente na minha vida, na minha família e certamente é assim com todos os que são seus. E isso não significa perfeição moral ou sucesso nos meus empreendimentos, significa outra coisa...

Muitas vezes nós somos tentados a dar demasiada atenção aos percalços do caminho (que não são acidentais!) e aos vales com suas sombras de morte. E então nos deixamos influenciar pelo mal, lamentamos, murmuramos e somos tentados à desesperança. Mas se considerarmos esse mesmo caminho por uma perspectiva superior, não imediatista mas sim escriturística, nós veremos o cenário com maior amplidão e realidade, e essas sombras são diminuídas diante do todo, porque no todo tudo tem propósito, tudo é providencial.

Sim, na jornada existem perdas, danos, dores e frustrações do ponto de vista humano e secular. Mas observe bem o quanto a salvação do Senhor e a sua glória têm florescido no seu derredor! - e esse é o propósito principal da tua vida em Cristo.

Talvez você não tenha notado mas a luz do Evangelho tem irradiado em toda essa jornada e você nem percebeu quanta gente foi agraciada pelas misericórdias de Deus que têm se multiplicado por esse mesmíssimo caminho que é a tua jornada de vida.

Se a tua vida for ceifada pelo Senhor hoje, ou amanhã, ou daqui a 50 anos, saiba que ela cumpriu perfeitamente o excelente propósito do teu Senhor e as glórias do porvir com Cristo, que é o Senhor dessa tua vida cristã, essas glórias te aguardam "ansiosamente" - assim como um noivo virtuoso anseia pelas bodas com a sua noiva tão amada.

A vida cristã é tanto beneficiada pela Graça de Deus quanto é um instrumento propagador dessa Graça salvadora no mundo - sem nenhuma exceção.

Crente, talvez você não esteja consciente disso, e precisa estar, mas a tua vida é muito bem-aventurada! Carregar em si a Graça de Cristo é um privilégio.

"Confia no Senhor de todo o teu coração e não te estribes no teu próprio entendimento.

Reconhece-o em todos os teus caminhos, e ele endireitará as tuas veredas." -
Provérbios 3:5,6

"Bondade e misericórdia certamente me seguirão todos os dias da minha vida; e habitarei na Casa do Senhor para todo o sempre." - Salmos 23: 6
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Como prosseguimos para o alvo?

"Prossigo para o alvo, pelo prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus." (Filipenses 3:14)

E qual é o alvo do cristão, que Paulo chama de soberana vocação de Deus, o chamado soberano feito a partir do Senhor Jesus?

É a glorificação, a consumação da nossa salvação. É chegar ao nosso destino -
"Mas a nossa cidade está nos céus, de onde também esperamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo, que transformará o nosso corpo abatido, para ser conforme o seu corpo glorioso, segundo o seu eficaz poder de sujeitar também a si todas as coisas." (Fp. 3 :20,21)

E enquanto não chegamos ao nosso destino, o texto inspirado indica o abatimento do nosso corpo no processo do prosseguimento para a glória. Devemos, então, lutar o tempo que temos aqui nesta vida, neste mundo, usando tudo o que temos em função do alvo já estabelecido. Isso envolve ação, trabalho, inteligência aplicada, diligência, esforço...

Como?

Vivendo o agora como que numa construção das glórias do porvir. Nós sabemos onde iremos chegar, mas no percurso até o nosso destino muita coisa deve ser feita, e esses empreendimentos devem ser feitos em submissão à Palavra de Deus. Enquanto estamos aqui nós estamos em missão, e isso se aplica no modo como vivemos, nas escolhas que fazemos, na santificação pessoal e progressiva e também nos modos como interagimos com as pessoas e com o mundo no derredor, tendo como fundamento para nossas vidas e ações o Evangelho, o ensino apostólico e a Lei de Deus.

Somos, nesta vida, forasteiros, pois pertencemos a uma outra Pátria, celeste, o Reino de Cristo. Aqui neste mundo nós somos embaixadores do Reino do Senhor e residimos aqui como peregrinos - "Vós, porém, sois raça eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus, a fim de proclamardes as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz; vós, sim, que, antes, não éreis povo, mas, agora, sois povo de Deus, que não tínheis alcançado misericórdia, mas, agora, alcançastes misericórdia. Amados, exorto-vos, como peregrinos e forasteiros que sois, a vos absterdes das paixões carnais, que fazem guerra contra a alma, mantendo exemplar o vosso procedimento no meio dos gentios, para que, naquilo que falam contra vós outros como de malfeitores, observando-vos em vossas boas obras, glorifiquem a Deus no dia da visitação." (1 Pedro 2: 9-12)

Lembro-me do exemplo bíblico de Daniel, um jovem cativo em terra estranha, Babilônia, que à semelhança de José no Egito, foi usado por Deus mesmo sendo forasteiro e empreendeu com excelência no lugar estranho onde estava, sem se contaminar com as corrupções e as idolatrias dessas culturas, mas servindo como testemunho íntegro e eficiente da Graça de Deus enquanto mantinha firme e decidida fidelidade ao Senhor, mesmo vivendo entre ímpios, mesmo contra fortes oposições e perseguições. É porque tinha um alvo excelente, em Deus, onde a sua fé estava firmada, que Daniel (e José) prosseguiu com excelência até o fim, deixando um importante legado nas terras estranhas onde serviram ao Senhor.

Lembro-me, também, da carta do profeta Jeremias que, seguindo as ordens de Deus, instruiu a todo o povo de Israel durante o tempo de cativeiro sob Babilônia a que se estabelecessem e vivessem em paz em terra estranha até que o Senhor os trouxesse de volta para a sua própria terra - "Assim diz o Senhor dos Exércitos, o Deus de Israel, a todos os exilados que eu deportei de Jerusalém para a Babilônia: Edificai casas e habitai nelas; plantai pomares e comei o seu fruto. Tomai esposas e gerai filhos e filhas, tomai esposas para vossos filhos e dai vossas filhas a maridos, para que tenham filhos e filhas; multiplicai-vos aí e não vos diminuais. Procurai a paz da cidade para onde vos desterrei e orai por ela ao Senhor ; porque na sua paz vós tereis paz." (Jeremias 29: 4-7)

E me lembro, principalmente, da oração feita pelo Senho Jesus a nosso respeito - "Já não estou no mundo, mas eles continuam no mundo, ao passo que eu vou para junto de ti. Pai santo, guarda-os em teu nome, que me deste, para que eles sejam um, assim como nós. Quando eu estava com eles, guardava-os no teu nome, que me deste, e protegi-os, e nenhum deles se perdeu, exceto o filho da perdição, para que se cumprisse a Escritura. Mas, agora, vou para junto de ti e isto falo no mundo para que eles tenham o meu gozo completo em si mesmos. Eu lhes tenho dado a tua palavra, e o mundo os odiou, porque eles não são do mundo, como também eu não sou. Não peço que os tires do mundo, e sim que os guardes do mal. Eles não são do mundo, como também eu não sou. Santifica-os na verdade; a tua palavra é a verdade. Assim como tu me enviaste ao mundo, também eu os enviei ao mundo. E a favor deles eu me santifico a mim mesmo, para que eles também sejam santificados na verdade. Não rogo somente por estes, mas também por aqueles que vierem a crer em mim, por intermédio da sua palavra; a fim de que todos sejam um; e como és tu, ó Pai, em mim e eu em ti, também sejam eles em nós; para que o mundo creia que tu me enviaste." (João 17: 11-21)

Aqui nesta vida, neste mundo caído e transitório, nós, cristãos, somos peregrinos. Mas o modo certo de se seguir rumo à soberana vocação é aplicando, mesmo no mundo caído, os elevadíssimos valores da glória que nos espera. É fazendo tudo o que a nossa trajetória pessoal - e que é sempre diferente de uma pessoa para outra - nos levar a fazer sempre buscando a excelência, com justiça, integridade e empenho, como que servindo ao Senhor (Ef.6: 7), porque somos cidadãos de um Reino glorioso e devemos nos portar como tais mesmo num mundo decadente, servindo como sal da terra e luz do mundo (Mt. 5: 12, 14) num mundo que está na escuridão do pecado e em rebelião contra Deus.

Os cristãos são ordenados por Deus a serem as mais íntegras, confiáveis, dedicadas, amáveis e verdadeiras pessoas, mesmo que o mundo não reconheça o seu valor. É do Senhor Jesus que estamos testemunhando e é a Ele que estamos servindo.


Faz parte dos planos de Deus fazer das nossas famílias uma extensão do seu Reino neste mundo. A família é a base da igreja e também da sociedade e servimos bem ao Senhor nos modos como conduzimos nossas famílias, no modo como vivenciamos o nosso casamento e educamos os nossos filhos em sujeição à Palavra de Deus, em amor verdadeiro e praticando os seus desígnios (Dt. 6; Sl. 78; Ef. 5 e 6; etc)
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Apenas pessoas comuns com suas fraquezas, mas envolvidas pela Graça de Deus.

“Porque Deus encerrou a todos debaixo da desobediência, para com todos usar de misericórdia.” (Romanos 11:32)

Às vezes olhamos para certos textos bíblicos e corremos o risco de pensar que suas histórias e ensinamentos, os testemunhos e as conquistas narradas e o alto padrão dos mandamentos divinos estão muito distantes de nós. Somos tentados a achar que pessoas como Abraão, José, Moisés, Davi, Ester, Maria, Pedro, João e tantos outros personagens bíblicos eram pessoas melhores que nós, mais virtuosas ou mais dignas das bênçãos de Deus ou do seu amor.

Não é tão incomum ouvirmos um tipo de argumento escapista que diz mais ou menos assim: “Ah, mas ele era o Apóstolo Paulo e eu sou apenas uma pessoa comum!” - Grande engano!

O problema de distanciarmos a realidade bíblica da nossa realidade e de acharmos que não podemos nos enquadrar na sua grandiosidade é que podemos nos acomodar num tipo bastante ineficiente de cristianismo. Podemos pensar que os nossos “heróis” eram mais fortes, mais aptos, mais santos ou que tinham muito mais fé do que nós para fazerem as coisas que fizeram e concluímos erroneamente que nós não temos condições para nos equiparar às suas façanhas de fé. Daí caímos na cilada da estagnação e do nanismo de uma espiritualidade morna, meramente formal, irrelevante e infrutífera. O problema é que esse pensamento está errado, toda virtude está ao alcance de toda a Igreja porque a sua missão não cessará até que Cristo volte para buscá-la e reduzir a missão da igreja à inoperância é desviar-se e é pecado!

Saiba que nenhum desses personagens bíblicos foi naturalmente virtuoso ou digno da Graça que tinham. Eles eram pecadores também, essencialmente tão fracos quanto nós e igualmente condenados ao inferno se a Graça de Jesus não os tivesse resgatado. Eles eram exatamente como nós, ninguém foi salvo por obras da Lei, nem por méritos próprios e nada do que fizeram os fez mais dignos diante de Deus. A salvação que Moisés recebeu de Deus, por exemplo, foi concedida a ele exatamente da mesma maneira como foi dada a qualquer crente: Deus salva, santifica e concede todos os seus benefícios ao seu povo única e exclusivamente por causa da sua Graça e da fé que Ele mesmo concede como efeito da obra vicária que Jesus Cristo realizou na cruz, ao morrer em lugar de pecadores para comprá-los para Deus.

Todo mérito nas realizações grandiosas ou comuns feitas por pessoas de fé, sejam personagens bíblicos, ou os reformadores protestantes, ou os mártires no início da história da Igreja, ou os missionários que estão no Oriente, na África ou no Brasil, sejam os cristãos famosos ou os anônimos que viveram, que vivem e que ainda viverão... todo ato de fé que redunde em glória para Deus foi realizado por causa da Graça de Cristo que foi abundantemente derramada sobre o povo de Deus, a Igreja de Jesus. É somente por ação do Espírito Santo que somos transformados de pessoas condenadas em instrumentos eficazes nas mãos do Todo-poderoso Deus e foi exatamente isso que aconteceu com todos os heróis da fé que estão na Bíblia, e é exatamente isso que pode e deve acontecer conosco também.

Entender que existe muito mais em comum entre nós e os personagens bíblicos que admiramos deve nos animar, pois as verdades e o poder de Deus que foram vistos nas vidas deles também se aplicam e devem ser vistos nas nossas vidas – e com a mesma eficácia, mesmo em meio aos sofrimentos, lutas e fraquezas que eles e nós vivenciamos ao longo da vida (porque somos humanos) e de formas muitíssimo parecidas, mas sem abandonar a fé.
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O caminho da fé 

O fé cristã não é e nunca foi para você se sentir bem e realizado neste mundo decadente. Ela não existe para validar teus desejos e fomentar projetos pessoais.

A fé cristã, a boa-nova do Evangelho é exigente e o seu requisito é o arrependimento de pecados - e pecado é todo tipo de rebelião contra a Lei de Deus. Nós não inventamos o que é pecado, é Deus, o Senhor quem definiu o que e certo ou errado, o que lhe agrada ou ofende. E o Evangelho exige, também, a fé, crer e confiar de todo o coração na vida e na obra salvífica do Senhor Jesus Cristo, o Deus-encarnado que esteve entre nós para nos apontar o caminho e morrer na cruz por pecadores para salvá-los da ira vindoura concedendo-lhes Graça e perdão pelos seus pecados. 

Seguir nos caminhos do Senhor rumo à eternidade com Deus é uma trilha apertada de constante auto-mortificação, uma jornada de muitas renúncias, de auto-negação visando não as satisfações da carne, do ego, dos impulsos do pecado, mas lutando a cada instante pela nossa sujeição aos santos preceitos de Deus conforme ensinados e exigidos na sua Palavra. E assim, conforme caminhamos, vamos sendo cada vez mais conformados aos santos preceitos de Deus e nos assemelhando mais e mais com o Senhor Jesus Cristo, e esse é o processo de santificação sem o qual ninguém verá ao Senhor e que é exigido de todo discípulo verdadeiro de Cristo.

Para essa jornada, muitos são chamados, mas poucos são escolhidos.

Mas a porta está aberta. Venha!
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Reflexões sobre o amor cristão 

1) Uma tentativa de explicar o amor, algo que deve ser vivido:

O amor é como a fome e é semelhante à sede, quem experimenta essas coisas não pode ficar inerte pois essas sensações precisam ser saciadas.

O amor é o desejo resultante em ações que buscam a felicidade do outro; é uma necessidade que nos faz usar de esforços e sacrifícios pelo bem concretizado na vida de outra pessoa; é a virtude em sua manifestação máxima para a dignidade e manutenção da vida.

A melhor definição de amor foi o ato divino diante da completa imersão no pecado da sua criatura humana. Por causa do seu amor por nós Deus enviou seu filho Jesus a este mundo, à nossa semelhança, para nos mostrar o caminho da verdade e da vida e para nos salvar dos nossos pecados pagando por eles com sua própria condenação à morte na cruz.

Outra evidência do poder do amor que foi revelado em Cristo é que o verdadeiro amor nunca acaba, sempre vence triunfante, assim como Cristo venceu a morte e triunfou do que era para ser a nossa condenação ao ressuscitar. É por amor que Ele fez tudo o que era necessário para nos salvar.

Deus nos ama e nos quer para si e a fé no filho de Deus é a única resposta possível que podemos dar ao seu chamado de amor e de vida.

2) Sobre a nossa dificuldade de praticar o amor:

A grande corrupção humana está na sua incapacidade de cumprir os dois principais mandamentos da Lei de Deus: o amor a Deus e o amor às pessoas.

"E Jesus disse-lhe: Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu pensamento. Este é o primeiro e grande mandamento.
E o segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo.
Destes dois mandamentos dependem toda a lei e os profetas."
(Mateus 22:37-40)

Resistimos ao amor de Deus quando o ignoramos, quando dedicamos maior zelo às coisas mundanas do que à sua glória; quando deturpamos a compreensão da sua graça fazendo com que pareça ser similar aos mesquinhos valores mundanos, quando rebaixamos a grandeza do seu amor ou da sua justiça ou quando nos elevamos a graus indevidos como se isso pudesse minimizar ou relativizar a grandeza e a importância do Criador.

O desamor por Deus é irmão gêmeo da mentira, pois só pode ser justificado com as mais desonestas maneiras de subversão da verdade a fim de que pensemos equivocadamente que de Deus não precisamos ou que não é necessário tributar-lhe a devida honra. Esse desamor só existe com o auto-engano que alimentamos em quase tudo o que fazemos e que coloca nos altares dos nossos corações qualquer ídolo caricato e inútil que inventamos para nos satisfazer, sejam nossos próprios interesses ou sonhos, sejam coisas materiais, valores ocos e manipuláveis ou até a própria subversão na compreensão do ser de Deus com a posição extremada de alguns de negá-lo.

E como conseqüência do desamor por Deus, de não atentarmos para a grandeza do seu ser e nos submetermos agradecidos em adoração a Ele, nosso coração vazio da sua glória se preenche com tristes deformações da verdade e ficamos incapacitados de amar as outras pessoas como deveríamos amar (e deveríamos porque é mandamento divino e esse mandamento ficou marcado na nossa alma). Na nossa incapacidade de amar verdadeiramente, tratamos as pessoas como bens, como coisas, como objetos que podem ser descartados e esse desamor, de forma coletiva, é a causa principal das injustiças que assolam as pessoas em todo o mundo.

O irmão gêmeo do nosso desamor pelas pessoas é nossa avareza, é nosso insaciável desejo de auto-realização, de auto-satisfação, é o desejo intermitente de sermos celebrados, reconhecidos, cultuados e, paradoxalmente, de sermos amados. O desejo por ser amado de forma distorcida é uma evidência da nossa triste incapacidade de amar, porque se amássemos de verdade nós estaríamos satisfeitos, seríamos felizes de verdade e não mendicaríamos amor ou atenção dos outros - já estaríamos muito bem-resolvidos.

Nós fomos criados para amar (a Deus a ao nosso próximo) e amar é servir, é repartir, é doar, amar é encontrar integralmente o nosso lugar seguro, nossa missão, nossa realização existencial que só pode ser concretizada com o amor dedicado a Deus em primeiro lugar e ao nosso semelhante como uma conseqüência real e inegável do poder transformador desse amor.

Se alguém diz que ama a Deus mas não é capaz de amar ao seu próprio, saiba, você não ama a Deus. E se alguém trata ao seu próximo como coisa, como objeto útil, mas descartável, saiba, você está completamente perdido num estado miserável de existência e o único remédio para essa forma miserável de vida é encontrar o seu amor fundamental na pessoa de Jesus Cristo.

As pessoas são tratadas como coisas descartáveis quando as coisas e não as pessoas são prioridade. E perceber isso é um processo desmistificador doloroso de certos valores que não passam de bengalas para muitos, pois a verdadeira fé sempre é acompanhada pelo amor e o verdadeiro amor é por pessoas e nunca por coisas.

"Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna."
(João 3:16)

3) A Igreja como agente do amor:


Existe uma balança reguladora da Graça de Deus (o verdadeiro bem e a verdadeira vida) no mundo e ela é a Igreja de Cristo.

Quando a igreja se deixa dominar pela apatia ou por ensinos e práticas estranhas ao Evangelho, então o mundo perde de vista o seu referencial da verdade e é mergulhado mais fundo nas trevas do engano e do pecado.

Em contrapartida quando a igreja assume seu papel de anunciadora do Evangelho, pregado o amor de Deus com suas palavras e com suas ações de misericórdia e de justiça (e não pode dissociar essas duas formas de proclamação - pregação e ação), então o mundo vê um poderoso referencial da Graça de Deus agindo nas pessoas e apontando para o caminho da vida.

...e se o nosso mundo contemporâneo está ruindo, abraçando o pecado como norma e relativizando a verdade, conclui-se que a igreja contemporânea é um luzeiro quase apagado que precisa ser (re) aceso...

"Vós sois a luz do mundo"
"Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai, que está nos céus."
(Mateus 5:14 e 16)

4) A Igreja contemporânea predominante, relapsa na prática do amor:


Vida cristã que não sofre com as angústias desse mundo doente não é vida cristã. Também não é nem vida cristã, nem igreja, a simples confraternização de pessoas que apenas compartilham algumas crenças comuns que são pouquíssimo praticadas - e muitíssimo negligenciadas - mas que na verdade se juntam para se sentirem bem e em paz consigo mesmos numa alienação das angústias do mundo e na busca de proteção aos seus valores pessoais e egoístas paradoxalmente construídos em nome da sua fé.

Na verdade muitos buscam, apenas, se proteger do campo de trabalho e de guerras neste mundo de ilusões e desejam viver uma vida regalada supondo que Deus se satisfaz com músicas sentimentais nos cultos de domingo, com dízimos e com uma vida relativamente moral. O cristão idealizado por muitos hoje em dia é um ser mediano, uma criatura apática e inexpressiva, mero cumpridor de rituais e de algumas regras, mas completamente incapaz de ser agente de salvação num mundo conturbado e vil. Essa caricatura de um cristão é alguém que está indisposto a amar ao seu próximo como a si mesmo, é alguém que estrutura sua fé no medo e que possui um tipo de fé infantilizada, mas bastante teorizada.

Se tem ALGO QUE PRECISA MUDAR na prática evangélica é a disfarçada e não confessada DOUTRINA DO MEDO.

Temos medo de interagir com outras comunidades cristãs para sermos de fato um só corpo em Cristo e uma única (multiforme) e universal igreja visando o Reino de Deus (João 17: 22) por medo de que interfiram em nosso modo de ser, por medo de que influenciem nossa doutrina e por medo de termos nossas tradições mudadas. Certamente haveria interferência mútua nessa união, mas é preciso reconhecer que todos somos imperfeitos e que nossos irmãos cristãos nos completam e que juntos somos eficazes em nossa missão cristã e que é errado pensarmos que essa ideia de corpo refere-se apenas à igreja ou comunidade local porque nossa verdadeira unidade é global, assim como a nossa missão é global (Romanos 12: 5).

Temos medo de abrir nossas portas e corações aos estranhos porque temos medo de que eles nos prejudiquem, temos medo de compartilhar, temos medo de perder o que temos e temos medo de colocar em jogo o nosso bem-estar e segurança (Mateus 5: 44). Mas é justamente para isso que fomos chamados: para dar, alimentar, cuidar, servir, amar e se for preciso perder! (Mateus 5)

Temos medo de sermos igreja exercendo sua missão no lugar correto: no mundo, também dentro, mas principalmente fora dos nossos muros (João 17: 18), onde há carência da Graça de Deus, do anúncio e manifestação do seu amor e do milagre do seu perdão restaurador. Mas ao invés disso nos encastelamos em prédios feitos por mãos humanas e lhes damos os equivocados nomes de igrejas e templos, para inventarmos ali ministérios, ocupações e missões como se Deus quisesse apenas que lhe ofereçamos nossos cultos nos domingos... temos medo de acatar às ordens do Senhor e por causa do nosso medo as relativizamos e as interpretamos de modo que nos proporcione paz e segurança (falsas).

Temos medo de nos abrir para o que existe lá fora porque tememos que estraguem nossas igrejas, temos medo de que influenciem mal os nossos filhos, temos medo que deturpem nossa doutrina, temos medo de confrontar nossa fé e por isso nos empenhamos em proteger essas coisas e achamos que fazendo isso estamos fazendo o bem, quando na verdade tomamos em nossas mãos o papel do verdadeiro defensor de Igreja, seu único sustentador, seu rochedo, alicerce, fundamento, guarda, criador e protetor - o próprio Deus.

Jesus fazia das colinas da Galiléia a sua congregação, ele pregava nas margens do mar e ensinava nas sinagogas (igrejas da sua época), mas também nas casas, nas festas, nas ruas e nos lugares mais improváveis Ele fazia manifestada a Graça de Deus. Em todos os lugares o Todo-Poderoso era cultuado com seus gestos e com suas palavras porque Jesus sabia, e fez questão de ensinar aos seus discípulos (dos quais fazemos parte) que nossa missão são as pessoas. São nos corações das pessoas que está a terra que devemos semear e cultivar com sua Palavra.

Por isso, quem ama de verdade não precisa ter medo, não se encastela e não se priva dos riscos de amar ao seu próximo como a si mesmo.
"No amor não há temor, antes o perfeito amor lança fora o temor; porque o temor tem consigo a pena, e o que teme não é perfeito em amor." (1 João 4:18)

5) As ideologias mundanas contemporâneas que têm influenciado mal a igreja:


"Pós-Pós-modernismo"
O espírito mundano semeando desordem visando a reconstrução de uma nova sociedade alicerçada numa ideologia maligna que está sendo imposta:

1) Ocupe as escolas com ideias nocivas - Conteste valores fundamentais de forma gradual, eduque as novas gerações em ideologias revolucionárias, destrua as noções de verdade e de bem e faça os tiranos parecerem heróis e exemplos a serem seguidos. Mire furiosamente nas instituições tradicionais e as destrua (família e igreja), substituindo-as por novas, frágeis e falsas instituições.

2) Inviabilize governos - Semeie o caos, desestruture a ordem, multiplique e indefina discursos, faça com que os referenciais sejam perdidos, suborne os idealistas, plante mentiras e escândalos, crie armadilhas, compre as lideranças, estabeleça idiotas como líderes, faça dos sindicatos meros instrumentos de poder político e transforme os partidos políticos em empresas de poder e de lavagem de dinheiro. Coloque o bem comum numa escala secundária na pauta política e priorize o jogo do poder, a política pela política e pelo dinheiro. Transforme políticos em ricos mafiosos para serem desqualificados, tendo por fim a completa desqualificação da própria política e a descrença na Democracia. Na desordem fragilize a população, compre a gratidão dos pobres, manipule-os e frustre os outros grupos sociais. Faça com que todos fiquem confusos, desiludidos e desgarrados porque assim serão facilmente dominados. Abra espaço para uma nova forma de governo.

3) Idiotize a população, transforme-a num grande gado que pode ser dominado. Engane-a, faça do acesso à informação um meio de se obter muito conhecimento sobre todas as coisas, mas de forma superficial, rasa e manipulada. Plante valores que podem ser facilmente manipulados, como a corrida pela satisfação material e descartável - coisas que na verdade têm pouquíssima importância e relevância para a vida. O consumismo descartável manterá a engrenagem funcionando, sustentará o status quo, satisfará aos anseios das pessoas robotizadas e as escravizará. Elas ficarão de tal modo envolvidas, ocupadas, hipnotizadas que não se importarão com sua decadência espiritual, moral e existencial e serão subservientes.

Seria isso mera "teoria da conspiração" ou realmente caminhamos para uma redefinição da sociedade de forma previamente planejada?

E diante dessas ameaças a Igreja tem se fechado cada vez mais, ficando cada vez mais parecida com um clube... Igreja? Omissa, fechada em si mesma e fazendo de si um parquinho de diversões para entreter sua frágil membresia... Isso não é igreja!

(Alguns sintomas da decadência da igreja institucionalizada [e me refiro àquela que tem "zelo" doutrinário] são sua inexpressiva importância como referencial de valores e de impacto social e a dependência crescente do uso de entretenimento tanto para a realização de "evangelismos" cada vez mais parecidos com animações de buffet infantil como para manter sua frágil membresia.
Precisamos repensar nossas formas de ser igreja contemporânea, para não nos reduzirmos a ser meros clubes onde se faz palestras morais acompanhadas de músicas terapêuticas e emotivas, nem parquinhos de diversões pois essas coisas também são deturpações do Evangelho.)

6) Deus e o amor:

O amor é um dos atributos morais de Deus e essa sua característica em seu estado pleno e perfeito define a Deus como a própria personificação do amor (1 João 4 v. 8 e 16).

O amor significa que Deus se dá, a si próprio, para o benefício, para abençoar aos outros e essa é uma característica do seu ser que ao mesmo tempo não permite que Ele seja indiferente diante de sua criação (que é objeto do seu amor) e nos atrai para Ele. Por amor Deus enviou seu filho Jesus para morrer pela humanidade na cruz, o mesmo Jesus que sempre se relacionou amorosamente com o Pai (Jo. 14.31; 17. 24).

O amor de Deus nunca se acabará, é inextingüível, não pode ser afetado por forças exteriores (nem pelo nosso pecado), pois tal como Deus é, imutável e eterno, seus atributos também o são e, portanto, seu amor é imutável, pleno e prefeito. Se o amor visa o bem da pessoa amada, e o amor de Deus é o amor em sua totalidade e perfeição, deduz-se que não haja ninguém em toda a existência que queira e faça o bem como Deus o quer e faz e a manifestação plena do nosso bem é a nossa salvação - nossa regeneração, ou conversão, pela fé em Cristo.

O amor é um atributo compartilhado com toda a humanidade em diferentes contextos e, portanto, é distribuído por toda a criação como um elemento da graça comum de Deus a fim de que a vida seja possível, desejada e possivelmente agradável. A mesma separação em “dois blocos” principais conforme o tipo também pode ser feita no que se refere aos tipos amor – o amor sentido pelos ímpios e o amor sentido pelos filhos de Deus. A razão humana costuma distinguir o amor em “tipos” conforme a aplicação, tal como o amor entre homem e mulher, o amor entre amigos, o amor de pais para com seus filhos e o amor de Deus. O ser humano é capaz de amar como resultado dessa graça comum, embora o seu amor seja extremamente afetado pela natureza pecaminosa que o deformou, fazendo com que seu amor seja uma deformação do amor perfeito de Deus – mas mesmo assim é amor (verdadeiramente, qualquer mãe “sadia”, apesar de ser pecadora, ama ao seu filho e muitas delas são capazes de dar suas vidas por eles).

Os cristãos, por obra da regeneração operada pelo Espírito Santo na conversão são capazes de viver um amor aperfeiçoado e muito mais próximo daquele amor que Deus tem por suas criaturas e que é vivenciado entre a Trindade (Pai, Filho - Cristo - e o Espírito Santo), mas que mesmo assim ainda está eternamente distante da plenitude do amor que somente Deus tem e sente - esse distanciamento com sua imperfeição terminarão com a efetivação da nossa redenção (1 Coríntios 13 v. 12 e 13)
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O amor de Deus e o inferno

Ninguém jamais evidenciou tanto amor verdadeiro, de forma dedicada, qualitativa e quantitativa quanto o Senhor Jesus.

Ele veio ao mundo por causa do amor de Deus-Pai pela sua criação para redimí-la das maldições do pecado, para nos reconciliar com Deus e nos livrar do inferno. Foi por amor ao Pai e pelos seus eleitos dentre toda a humanidade que o Senhor Jesus humilhou-se a si mesmo, verdadeiro Deus fazendo de si mesmo verdadeiro homem para ser o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo, que nos livra das justas condenações do pecado. Ele amou suas ovelhas como um bom pastor, aquelas pessoas a quem o Pai lhe deu, a quem o Pai lhe trouxe, e Ele deu a sua vida por elas para, assim, morrer no lugar delas. Ele as acolheu, tratou, cuidou delas, as protegeu e as santificou. Ele ensinou o que é o amor de Deus e como se cumpre os mandamentos de amar a Deus e de amar ao próximo como a si mesmo. Como Messias, o Cristo, o enviado de Deus ao mundo, Jesus foi obediente ao Pai e o amou até o fim, mantendo-se fiel ao seu primeiro amor até a sua morte na cruz como pagamento pelos pecados do seu povo. NEle homens e mulheres pecadores, de todos os lugares, são perdoados, purificados e santificados. São salvos da ira Santa e justa de Deus que em breve será imposta à criação corrompida pelo mal do pecado e em lugar das condenações eternas que lhes seriam justas, os salvos recebem as bênçãos pertencentes ao seu Salvador, incluindo as glórias de toda a eternidade como filhos adotados por Deus-Pai - isso porque o nosso Salvador deu a sua vida por nós, mas ressuscitou, triunfando da morte, do pecado e de todo o inferno e esse também é o destino de todo aquele que nEle crê.

E mesmo sendo Ele, a manifestação plena do amor de Deus sendo praticado e comprovado neste mundo, ninguém falou e ensinou tanto quanto o Senhor Jesus sobre a realidade do juízo de Deus sobre os réprobos - aqueles que desprezam a Graça do Evangelho e que resistem à sua ordem do arrependimento porque perseveram na vida de pecado em rebelião contra Deus ao persistirem como não convertidos. O pecado é tão grave perante Deus que o modo de vida em rebelião às suas leis faz de nós objetos da sua ira, da sua justiça, porque a Santidade de Deus e o pecado são irreconciliáveis e isso faz de nós inimigos, sendo o homem um blasfemo produtor de ídolos, um iníquo que se opõe à Lei e à santidade do Deus que é o criador e o sustentador de todas as coisas e que não tem essa humanidade por inocente. E por isso Deus exercerá o seu juízo santo, banindo todo iníquo da sua presença abençoadora, impondo sobre eles as duras e eternas consequências por terem amado e se devotado às suas rebeliões numa morte eterna, porém plenamente consciente e destituída de todo bem que de Deus procede, de toda Graça comum que está derramada no mundo - e isso é o inferno, um mal iminente que só pode ser mudado se o Messias de Deus assumir as condenações e pagar por elas em lugar dos culpados, substituindo-os em seus suplícios, e foi exatamente isso que o Senhor Jesus fez, ao morrer no lugar de muitos pecadores no holocausto da cruz. A morte do Senhor foi substitutiva, Ele morreu em nosso lugar para nos arrancar da maldição do pecado, nos outorgar perdão e atribuir a sua vida, a sua justiça e as suas glórias vindouras - e isso é o Evangelho!

Na Bíblia é Jesus Cristo quem mais ensina e alerta sobre a realidade do inferno - e nEle se prova que a exposição do amor de Deus à humanidade perdida neste mundo caído deve ser acompanhada da exposição da igualmente verdadeira realidade do juízo de Deus, porque o amor de Deus é Santo, e Deus é tanto amor quanto é justo, sendo o amor e a justiça dois atributos de Deus que não existem em separado.

A pregação da Graça de Deus, como expressão do seu amor, destituída das responsabilidades humanas diante da sua Lei e do Juízo é uma forma de se perverter a concepção, nas pessoas, do que é a Graça de Deus. Igrejas que não advertem sobre a gravidade dos pecados e da realidade do inferno não estão pregando o Evangelho direito.

A exposição do amor de Deus começa na conscientização do pecado e do juízo vindouro: "arrependei-vos e crede no Evangelho!"
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Você é mau e corre perigo!

Nossa natureza é perversa e somente não fomos, ainda, completamente dominados pelo terror da malignidade porque a graça de Deus ao mesmo tempo coloca um freio em nossa tendência natural para o mal como também faz com que nossos corações, mesmo que de forma distorcida, desejem o bem. Se somos capazes de amar, de anelar pelo bem e desejar a felicidade é porque a graça comum de Deus ainda alimenta nossos corações e nos indica que as trevas que nos rodeiam devem ser resistidas. Se Deus retirasse dos nossos corações os vestígios da sua santidade não nos sobraria bem nenhum, apenas nossas densas e aterrorizantes trevas. Nós não apenas cometemos pecado, nós somos naturalmente pecado e por isso carecemos desesperadamente da Graça salvadora de Deus para nos livrar do mal que nos destrói e do qual não podemos nos livrar por nós mesmos.

Por isso, a Graça de Deus em sua manifestação plena foi a nós manifestada na pessoa e obra do Senhor Jesus Cristo e somente por seus feitos, por sua morte e ressurreição, aqueles que ouvirem sua voz e a ela responderem com fé poderão ser completamente possuídos por sua Graça salvadora, restauradora, vivificadora, santificadora e eterna!

Quer você creia ou não, o que resta de humano em todos nós é obra exclusiva da misericórdia divina. Mas essa misericórdia cessará um dia e seremos o que naturalmente somos sem a presença dessa misericórdia, dessa intervenção em nosso ser. Seremos puramente pecado e trevas ou seremos santos filhos de Deus, desfrutando de uma vida gloriosa e eterna se a Cristo seguirmos com fé, revestindo a nós mesmos com a sua verdade.

"Mas Deus, que é riquíssimo em misericórdia, pelo seu muito amor com que nos amou, estando nós ainda mortos em nossas ofensas, nos vivificou juntamente com Cristo (pela graça sois salvos), e nos ressuscitou juntamente com ele e nos fez assentar nos lugares celestiais, em Cristo Jesus; para mostrar nos séculos vindouros as abundantes riquezas da sua graça pela sua benignidade para conosco em Cristo Jesus. Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus."
(Efésios 2:4-8)

O pecado é um mal insaciável.

O pecado é uma característica humana que não pode ser estimulada, porque se for estimulado verdadeiros monstros que estão aprisionados nos calabouços do subconsciente, e que a boa e sã consciência reprime, serão libertados e se manifestarão para tentar saciar seu desejo por realização e poder, e esse é um mal insaciável que é imposto à criação de Deus para consumí-la numa ganância angustiante de tentar satisfazer um anseio auto-destrutivo que subjuga todas as outras criaturas, sejam elas animais ou pessoas que são desumanizadas por ideologias depravadas e desenvolvidas para a satisfação das exigências do pecado.

A única solução possível é a necessidade que temos de sermos salvos desse mal que nos destrói e isso não pode ser feito por nossos esforços, mas unicamente pela intervenção da misericórdia divina que é operada em nós através do que Jesus Cristo fez por amor: o Deus criador se fez homem, viveu entre os homens ensinando a verdade e assumiu a culpa pelo estado de pecado do seu povo, pagando por suas dívidas com sua morte na cruz para que seu povo pudesse ser libertado das correntes do pecado e fosse redimido desse mal que atormenta nossa alma. O pecado faz parte do que somos até que a Graça de Cristo nos cubra por meio da fé no Evangelho, transformando-nos em filhos de Deus.

Precisamos ser salvos de nós mesmos e da ira futura que a perfeita justiça exige e isso só é possível através do renascimento que o Evangelho proporciona àqueles que creem em Cristo.
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O perdão eficaz que é dado por Deus




O perdão de pecados por Deus é dado às pessoas única e exclusivamente por causa dos atos de Cristo - por causa do seu sofrimento e morte na cruz (seguida pela sua ressurreição) para pagar as penas devidas pelas nossas transgressões da Lei de Deus - e esse perdão completo e eficaz é concedido aos eleitos, os salvos, àqueles que são transformados em filhos de Deus pelo seu próprio poder e exclusivamente por obra da sua Graça.

Mas o perdão eficaz exige um requisito: o arrependimento. Para ser perdoado por algo o pecador deve arrepender-se do que fez, caso contrário o perdão que lhe seria concedido seria um desperdício de virtudes e uma demonstração de complacência diante do mal, seria como liberar o criminoso de suas penas sem que esse criminoso realmente se importasse com o que fez, seria um ato de injustiça. Mas, no conceito divino, a relação perdão-arrependimento-regeneração funciona diferente das noções humanas de justiça pelo simples fato de que o padrão da justiça divina é muitíssimo elevado se comparado com as imperfeitas e decadentes virtudes humanas. Nossas mais elevadas virtudes não passam de farelo sujo com ofensas em comparação com o alto padrão da santidade de Deus. Por isso não há como satisfazermos as exigências elevadas do perdão de Deus com nosso suposto arrependimento, que de tão débil cede facilmente a outros pecados consecutivamente – pedimos perdão pelo pecado de hoje, mas amanhã ou depois cometemos outro - ao passo que o perdão divino é definitivo, Deus não mente e não se contradiz e uma vez perdoados por Ele o mal que cometemos não será levado em conta, mas é lançado no fundo do mar do esquecimento.

Então, no que diz respeito à nossa relação com Deus como pecadores e Ele Santo e perdoador, essa dinâmica é bastante diferente daquilo que julgaríamos justo nas nossas relações humanas: o próprio Deus garante os meios necessários para a eficácia do seu perdão mesmo diante dos sucessivos e fracos arrependimentos humanos porque Ele é o principal interessado em nossa salvação – pelo menos o único interessado até que tal interesse e virtude sejam em nosso coração plantados por Ele mesmo através do trabalho transformador do Espírito Santo. Ou seja, até mesmo o desejo e a alegria pela salvação, assim como o arrependimento, o amor por Deus e a fé (entre outros dons e virtudes) são coisas dadas por Deus às pessoas e não são produzidas em nós por nossa vontade ou esforço e também não fazem parte da nossa natureza. Os milagres da regeneração e da santificação são operados por Deus na vida dos crentes, incluindo os princípios, os meios e os fins para a sua realização.

Assim, sobre a relação perdão- arrependimento, devemos entender que o arrependimento é um comportamento que não pode se restringir apenas ao início da vida cristã na chamada conversão, mas é uma prática constante na vida de um cristão ao passo que durante toda a vida somos tentados, e muitas dessas vezes caímos em pecados diversos, em graus maiores ou menores, e que durante todo esse processo que é viver em Cristo, a Graça divina sempre apontará para a santificação continuada, para a virtude e para a verdade numa luta constante de influências onde a salvação nunca poderá ser perdida e onde a Graça triunfará. Ou seja, a salvação é perfeita porque é um ato divino e definitivo ao passo que o arrependimento é imperfeito na medida em que é uma resposta humana à Graça de Deus. Os nossos arrependimentos, assim como qualquer virtude humana, sempre estarão manchados por nossas imperfeições e limitados por nossa finitude.

Esse trabalho divino nas vidas dos crentes, regeneração (fazer nascer uma vida nova) e a santificação (o aperfeiçoamento progressivo em semelhança ao caráter de Jesus), terá somente na Glória, na vida futura com Cristo no paraíso, a sua completa manifestação – somente lá seremos perfeitos e imunes ao pecado e aos seus efeitos e enquanto essa plenitude de vida não é alcançada nós a vislumbramos por fé, baseados nas promessas de Deus enquanto vivemos essa vida, na qual ainda lutamos contra o pecado e ainda somos suscetíveis a ele - mas também estamos seguros por causa da Graça de Deus que nos foi dada e na qual devemos nos firmar - a fé e o amor por Deus são evidências da segurança da salvação. Essa talvez seja a principal batalha pessoal dos cristãos (mas não é a única): perseverarmos no caminho de Cristo enquanto lutamos contra nossa própria natureza suscetível às diversas formas de pecado num mundo caído e hostil à Graça de Deus e que já está condenado à ira da implacável e perfeita justiça do Todo-Poderoso.

Nessa trajetória da vida nós sofremos altos e baixos e infelizmente ela pode ser marcada por fortes crises ou pelo enfraquecimento de fé diversas vezes, uma ameaça real que pode nos levar a sucumbir e ceder novamente à prática de pecados. Somos fracos... Por isso, infelizmente é possível que um salvo por Deus experimente verdadeiros “vales de sombras e de morte” através de angústias, sofrimentos, enfermidades, medos, etc... ou pior, esses vales podem ser vivenciados através de pecados pessoais, de vícios, de traições, de crimes e entre muitos outros pecados mais ou menos extremos alguns acabam se rendendo à proposta tentadora de fuga que o suicídio oferece (porque na maioria das vezes quem tira a própria vida o faz porque está procurando não acabar com sua existência, mas, num estado de falta de lucidez, acabar com sua profunda angústia, sem contar os casos motivados por graves doenças psicológicas ou cerebrais, coisa de ordem química e biológica).

Será que perderam a salvação aqueles que verdadeiramente foram salvos um dia, aqueles que demonstraram uma fé verdadeira e um amor verdadeiro por Deus durante uma importante etapa de suas vidas? Se considerarmos que a verdadeira fé e o verdadeiro amor por Deus são dádivas dadas por Ele mesmo, e que Ele não comete injustiças e que seus dons são irrevogáveis, nós podemos concluir, com confiança, que quem possui fé verdadeira nunca o negará verdadeiramente e quem ama a Deus de verdade esse amor nunca deixará de existir, porque essas virtudes são apenas reflexos de algo maior e mais poderoso que é a Graça divina, e absolutamente nada pode separar alguém do poder do seu amor, nem mesmo tormentos que podem ocorrer em tempos de fraqueza pessoal e que podem levar um salvo e filho de Deus a desesperar-se. Podemos afirmar que os verdadeiros salvos nunca perderão a sua salvação, ao passo que os falsos convertidos nunca foram salvos de fato (e não existe salvação para ser perdida nesses casos). Também não cabe a nós tentar discernir os falsos dos verdadeiros crentes, o joio do trigo. Esse julgamento pertence somente a Cristo e quem se atreve nisso comete pecado.

Mas temos que atentar para a verdade de que se um crente enfraquece em sua fé e acaba cedendo ao pecado é exclusivamente por fraqueza e irresponsabilidade dele em não utilizar-se adequadamente dos meios de Graça (oração, comunhão, leitura da Bíblia, etc) para manter-se firme que um estado de obscuridade espiritual o atormenta. Todos colhemos o que plantamos, tanto para bem como para o mal - essa é uma lei universal, e na vida cristã não deveria haver espaço para a indolência espiritual. Mas mesmo esse estado decadente, que pode ser provisório e que é comum a todos, não é capaz de anular o que Deus fez, faz e fará.

Somente poderemos entender a eficácia da salvação quando entendermos que ela não é e nunca esteve baseada nas pessoas e que ela não se concretiza por causa do que fazemos, sejam atos bons e virtuosos para que a salvação se cumpra ou atos ruins e reprováveis para que a salvação seja perdida. Ela não existe e não é realizada por causa da igreja, também não é alcançada como consequência da fé pessoal – embora a fé seja fundamental para a salvação no sentido de que a fé é um dom divino que nos é dado para respondermos positivamente ao seu chamado para seguir a Cristo e para viver em fidelidade à sua vontade em sua presença, embora não o possamos ver (ou sentir e comprovar sua existência concretamente - de acordo com os meios materiais humanos) enquanto vivemos nessa atual realidade transitória. A fé é uma resposta necessária e real, uma reação vivificadora do Evangelho (a boa notícia) que desperta nossos sentidos para realidades maiores que as limitações materiais, porém a fé é posterior a uma ordenação divina para a vida, a sua Graça salvadora.

Os cristãos são chamados para a virtude, mas ainda são suscetíveis ao mal e por isso suas vidas devem ser marcadas pela submissão servil a Deus, pela perseverança e pela vigilância. Os resultados dessa disciplina é uma vida cristã vibrante e frutífera! Mas todos nós sabemos que vacilamos freqüentemente e a própria Palavra de Deus é repleta de registros sobre essa realidade, afinal “o bem que desejo eu não faço, mas o mal que reprovo esse eu faço... miserável homem que sou!”

Para os salvos, todos os seus pecados já foram vencidos, pagos e perdoados por Cristo antes mesmo desses pecados terem sido praticados e antes mesmo dessas pessoas existirem. Deus não está limitado naquilo que nós chamamos de tempo. Cristo manifestou-se no mundo naquilo que o Novo Testamento chama de plenitude dos tempos no sentido em que toda salvação, todo perdão divino e toda salvação ocorridas em todos os tempos ao longo da história, e a isso estão incluídas todas as pessoas que viveram muito antes ou muito depois de Cristo e em todos os lugares... Todos os eleitos de Deus foram salvos exclusivamente pelos atos do Filho de Deus, e esses atos ocorreram num momento histórico e numa época central em toda a existência em conformidade com os planos divinos que incluem toda a eternidade. De um ponto específico na história fluiu toda a Graça necessária para cobrir toda a eternidade. Cristo veio ao mundo uma vez como cordeiro para ser sacrificado para salvar e para reivindicar para si tudo o que lhe pertence, e um dia Ele voltará para apropriar-se, vitorioso, do seu prêmio: pessoas redimidas, salvas e um mundo refeito para a sua glória numa nova realidade chamada de “novos céus e nova Terra”.

Porém, os que não foram salvos permanecerão como são por natureza: réprobos, amantes dos seus pecados e eternamente banidos do Deus Santo que é a fonte de toda vida e por isso esse estado miserável de existência à parte de Deus no chamado inferno é um lugar de juízo e de uma terrível morte eterna (ausência da Graça de Deus, mas não da sua justiça) – afinal foi baseados nisso que esses viveram suas vidas...

Num ato central na história – Cristo – a salvação foi consumada e não há absolutamente nada que possamos fazer para desfazê-la nas vidas daqueles que foram alcançados por seu poder soberano. Resta a nós simplesmente nos curvarmos ao seu senhorio em devoção e em adoração, dizendo-lhe do fundo dos nossos corações que precisamos do seu perdão e da sua salvação e, então , oferecermos as nossas vidas para serví-lo. É isso que o Senhor e Rei do Universo quer de nós!
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"Vai que amanhã ou depois, ou em um mês, ou em um ano, ou em trinta anos eu não esteja mais aqui? Eu não tenho mais motivos para temer a morte, eu temo é viver longe do meu Senhor e Salvador Jesus Cristo porque viver banido de Deus é a verdadeira morte.

Certamente a vida já vivida já tem excelente medida, pois o meu Salvador me deu da sua Graça e pelo seu amor e verdade eu fui iluminado, e nEle eu tenho vivido, ainda que cambaleante, e já colhi frutos benditos do seu Santo Evangelho, e já os vejo brilhando nos filhos que o meu Rei e Deus me confiou. Certamente as flechas da minha aljava irão muito mais adiante do que eu jamais pude ir! 

Em breve eu serei levado para junto do meu Mestre e Salvador, e isso será em qualquer momento, e estou pronto porque sei que assim que os meus olhos se fecharem para este mundo eles serão abertos para contemplar o que há de mais sublime: a Majestade do meu Rei!

Deixo, então, registrado como um testamento onde disponibilizo o que tenho de mais precioso, que é a Graça do meu Senhor Jesus que foi tão abundantemente depositada nesse vaso de barro imperfeito que eu sou, tão indigno mas dignificado pelo amor do meu Senhor Jesus, a quem honradamente sirvo, na esperança de que meus leitores achem o meu Senhor e se deleitem na sua magnífica salvação. E assim, que no seu dia também o vejam dizer a respeito de vocês como anseio ouví-lo dizer para mim: vinde, bendito (e bendita) de meu Pai, para a vida eterna, que te preparei para estar junto de mim.

Nada pode ser mais glorioso para um pecador mortal do que ouvir isso do Senhor!"
João Eduardo, um servo