14/09/2016

Reflexões diversas sobre o nosso evangelicalismo

Corrupção não é somente o que nossos políticos fazem quando usam o poder para benefício próprio. É toda vantagem desleal, toda jogada feita fora das regras, todo atalho tomado para dar-se bem quando outros ficam para trás porque seguem pelo caminho da normalidade e que por isso são tratados como idiotas . É toda carteirada imposta por arrogantes possuídos pela síndrome de autoridade, é todo ato crápula de quem confere benesses por tráfego de influência e de quem alcança influência porque sempre soube fazer uso desse tipo sórdido de benesse.



A corrupção existe em quase toda parte, mas é ainda mais intolerável nos submundos do tráfego de influências e de politicagens sórdidas nos arranjos clericais. É ainda mais intolerável quando praticado por líderes eclesiásticos que movimentam as peças em organizações que têm apenas uma fachada de cristãs, mas que servem para em primeiro lugar assegurarem o próprio ganho da alta corte, para prospectarem sua própria carreira e negociarem vantagens para quem lhes interessa. A maldita simonia medieval, a prática de clérigos usarem sua influência para assegurarem cargos, prestígio e riquezas aos seus, fazendo clara e odiável acepção de pessoas e burlando leis e regras ainda é praticada por canalhas que vêem na igreja uma escada para subirem na vida, num claro desprezo à importância e santidade da congregação do Senhor para, cheios de hipocrisia e de rapina, valerem-se da manipulação de incautos para prospectar sobre eles uma idéia mentirosa de divindade que seja antes de qualquer coisa uma idéia lucrativa. Desgraçados que criam ídolos e que subvertem a mensagem poderosa do Evangelho porque amam a sua própria glória mais do que a glória de Cristo. Malditos que parecem ser dotados de santidade mas que cuja hipocrisia não pode fazer nada além de acrescentar desgraça à sua desgraça que é apenas acobertada por uma frágil máscara que não poderá esconder suas vergonhas e imundícies por muito tempo. Cretinos celebrados por platéias mas indignos de qualquer credibilidade que estão a apenas um passo de um terrível abismo, e ninguém os salvará da completa ruína porque é necessário que seja dado um basta a tanto escândalo que impuseram sobre a cruz de Cristo.

E não pensem que me refiro aos óbvios vendilhões que tratam Cristo, seu Evangelho e a Igreja como fontes de poder e fortuna. Mais do que os óbvios falsos profetas da prosperidade eu me refiro aos galantes falastrões de bons discursos, mas que por trás da sua atuação aparentemente irretocável nos púlpitos está um lobo carniceiro ávido pela sua própria glória . Refiro-me aos mentirosos que mentem ao falarem verdades, porque suas teorias cheia de verdades aprendidas em livros nunca foram mais do que material para formar pomposos discursos a serem ditos aos outros, mas nunca a vocês mesmos.
Cristo, o Senhor a quem deveríamos servir e temer, não se deixa enganar como deixa a maioria das pessoas, e essa é uma das mais terríveis verdades que nos foi advertida pelo Supremo Juiz e sondador de corações que banirá da sua presença todos aqueles que achavam que era possível serví-lo por meio de iniquidades. Não é.

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A fantástica piedade dos piedosos que não perdem oportunidade para exercitar sua maledicência e evidenciar seu coração interesseiro é mesmo fantástica.

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Ame, sirva e dedique-se mais às pessoas que frequentam a tua religião - gente com quem você convive escassa e superficialmente - do que ama as pessoas com quem você realmente divide a vida e reduza assim a tua religião a um teatro bastante amador. Porque é mais fácil fingir integridade diante de quem pouco te conhece do que ser realmente íntegro aos olhos de quem realmente te conhece.


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A fé de alguém que se baseia apenas e integralmente nas reflexões e experiências alheias é apenas um exercício parasitário. Um auto-engano. Tal pessoa aprende a olhar para um retrato alheio e ver no rosto de outro a sua própria face e passa a acreditar que as reflexões de outros são suas próprias reflexões.

A verdadeira fé implica necessariamente em liberdade e no auto-conhecimento de quem vê a sua própria existência sob a perspectiva do Criador. Se a fé que alguém diz que tem não produzir esse efeito isso não é fé, é fuga.


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Fico encasquetado...

Então uma igreja de uma linha tradicional do estrangeiro que vive na sombra de um herói de 2 séculos atrás e que acredita piamente que um contexto cultural recente é o mais puro dos exercícios bíblicos, resolve plantar uma missão numa grande capital brasileira já bastante evangelizada. Mas essa missão, que tem o nome da cidade onde se estabeleceu (talvez para seguir o exemplo das igrejas primitivas, porque pensa que também o é), preferiu manter-se isolada das igrejas que lhe deveriam ser irmãs porque não teria encontrado uma igreja suficientemente "pura" para se aliar. Então a celebrada fraternidade que é exaltada pelo Salmo 133 e pelo Senhor Jesus em João 17 foi substituída pelo orgulho de um sectarismo deprimente, talvez porque sejam santos demais esses estrangeiros...

Mas a despeito dessa desfeita com a multiforme manifestação da Graça de Deus e da pluralidade do Corpo de Cristo, para o lançamento do seu próprio selo - porque as outras editoras do mesmo cristianismo não seriam tão puras na hora de traduzir seus heróis sagrados - resolve fazer um convite com as imagens estampadas desses seus heróis (e nenhuma menção ao Senhor) justamente para que pessoas das outras e desprezadas igrejas de outrora, objetos do seu julgamento, se façam presentes na festa de lançamento da sua editora própria para confraternizarem por essa grandiosa aquisição...

Seria isso uma clara demonstração de proselitismo, a clássica pescaria em aquários alheios, ou simplesmente um exercício da mais torpe hipocrisia?


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Dar testemunho X falar o Evangelho

As palavras e o testemunho são indissociáveis. Minimize um e você comprometerá o outro pilar do ministério cristão.

Somente testemunho sem palavra anunciada não é evangelho, é ética e isso nunca será o suficiente para a proclamação do Evangelho. Obras humanas não salvam e não produzem fé. E somente palavra anunciada destituída de testemunho isso ainda assim é Evangelho (pois a palavra é de Deus independentemente da boca que a verbaliza - e a fé vem pelo ouvir a palavra anunciada, somente) mas é uma pregação posta em contradição por quem a prega, e nesse caso não é a palavra que é invalidada (as sementes são de Deus), mas o juízo recai mais sobre aquele que ousa falar o que não vivencia.

De fato Cristo se impunha a todos, ele não pedia a alguém que o seguisse, ele decretava. Ele não pedia autorização para pregar ou curar, ele o fazia. Ele não respeitava opiniões para fazer o que fazia, ele simplesmente cumpria a missão dada pelo Pai e continuará fazendo isso especialmente quando assumir o posto de juiz sentenciador de todos os destinos eternos, de todas as pessoas, se todas as eras, sem exceção.


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Crentes enxeridos!

Por que João Batista deixou as pregações e batismos para ir lá e se intrometer em assunto privado de família, como no caso de Herodes com sua sobrinha?

Por quê Jesus não ficou focado no seu trabalho de mensageiro das boas-novas do amor de Deus pelas pessoas em vez de ficar xingando de hipócritas, de raposas e de túmulos podres a influente elite religiosa do seu tempo? Não tinha noção do perigo?

Por quê os profetas do passado não viviam suas vidas de oração restritos ao templo-igreja-casa ao invés de saírem se metendo na liberdade religiosa das pessoas que decidiam seguir outras religiões, ou que praticavam injustiças ou porque simplesmente não obedeciam aos mandamentos de Deus? Que capricho!

Ora essa! Por que esses crentes não se resignaram a viver suas próprias vidas e deixam de ser intrometidos nas vidas alheias? Não se enxergam?!

É por isso que João Batista foi decapitado, mereceu! E Jesus foi crucificado... e todos os profetas e apóstolos odiados, perseguidos... todos se deram muito mal porque não se resignaram a viver sua religião sem interferir na liberdade dos outros!

Percebe que o verdadeiro cristão não vive sua fé apenas para si? Ele é sal que se faz perceber e luz que revela quem os outros são. Cristianismo meramente pessoal e passivo não é cristianismo. O verdadeiro ministério profético da igreja é em relação ao mundo ao seu redor.


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A validação de diplomas nas Faculdades de Teologia de quem faz SEMINÁRIO está no fim dos seus dias - e eu acho isso justíssimo!

Se os graduados em teologia de cursos superiores reconhecidos pelo MEC são descartados para exercerem ministério em igrejas porque seus concílios consideram que sua graduação não cumpre os requisitos exigidos em suas organizações eclesiásticas então é justo que os formados em seminários de igrejas para atenderem especificamente às suas demandas confessionais também não possam ter a sua graduação convalidada por faculdades que oferecem o curso superior em teologia.

Já que sempre foi feita a distinção entre essas graduações por parte de um dos lados (do confessional em relação ao acadêmico) então que essa distinção seja franca e bilateral.
Eu sou favorável ao fim da convalidação do diploma de seminários nas faculdades de teologia, uma verdadeira gambiarra e um abuso!

Seminários formam ministros de igrejas em conformidade com a sua confessionalidade;
Faculdades de Teologia formam teólogos - uma graduação que hoje é ofuscada pelos ministros religiosos, mas que é mais apta para estudar e discorrer sobre toda a realidade religiosa, independentemente de confessionalidade.


30/08/2016

Apenas pessoas comuns com suas fraquezas, mas envolvidas pela Graça de Deus.

“Porque Deus encerrou a todos debaixo da desobediência, para com todos usar de misericórdia.” (Romanos 11:32)
Às vezes olhamos para certos textos bíblicos e corremos o risco de pensar que suas histórias e ensinamentos, os testemunhos e as conquistas narradas e o alto padrão dos mandamentos divinos estão muito distantes de nós. Somos tentados a achar que pessoas como Abraão, José, Moisés, Davi, Ester, Maria, Pedro, João e tantos outros personagens bíblicos eram pessoas melhores que nós, mais virtuosas ou mais dignas das bênçãos de Deus ou do seu amor.
Não é tão incomum ouvirmos um tipo de argumento escapista que diz mais ou menos assim: “Ah, mas ele era o Apóstolo Paulo e eu sou apenas uma pessoa comum!” - Grande engano!
O problema de distanciarmos a realidade bíblica da nossa realidade e de acharmos que não podemos nos enquadrar na sua grandiosidade é que podemos nos acomodar num tipo bastante ineficiente de cristianismo. Podemos pensar que os nossos “heróis” eram mais fortes, mais aptos, mais santos ou que tinham muito mais fé do que nós para fazerem as coisas que fizeram e concluímos erroneamente que nós não temos condições para nos equiparar às suas façanhas de fé. Daí caímos na cilada da estagnação e do nanismo de uma espiritualidade morna, meramente formal, irrelevante e infrutífera. O problema é que esse pensamento está errado, toda virtude está ao alcance de toda a Igreja porque a sua missão não cessará até que Cristo volte para buscá-la e reduzir a missão da igreja à inoperância é desviar-se e é pecado!
Saiba que nenhum desses personagens bíblicos foi naturalmente virtuoso ou digno da Graça que tinham. Eles eram pecadores também, essencialmente tão fracos quanto nós e igualmente condenados ao inferno se a Graça de Jesus não os tivesse resgatado. Eles eram exatamente como nós, ninguém foi salvo por obras da Lei, nem por méritos próprios e nada do que fizeram os fez mais dignos diante de Deus. A salvação que Moisés recebeu de Deus, por exemplo, foi concedida a ele exatamente da mesma maneira como foi dada a qualquer crente: Deus salva, santifica e concede todos os seus benefícios ao seu povo única e exclusivamente por causa da sua Graça e da fé que Ele mesmo concede como efeito da obra vicária que Jesus Cristo realizou na cruz, ao morrer em lugar de pecadores para comprá-los para Deus.
Todo mérito nas realizações grandiosas ou comuns feitas por pessoas de fé, sejam personagens bíblicos, ou os reformadores protestantes, ou os mártires no início da história da Igreja, ou os missionários que estão no Oriente, na África ou no Brasil, sejam os cristãos famosos ou os anônimos que viveram, que vivem e que ainda viverão... todo ato de fé que redunde em glória para Deus foi realizado por causa da Graça de Cristo que foi abundantemente derramada sobre o povo de Deus, a Igreja de Jesus. É somente por ação do Espírito Santo que somos transformados de pessoas condenadas em instrumentos eficazes nas mãos do Todo-poderoso Deus e foi exatamente isso que aconteceu com todos os heróis da fé que estão na Bíblia, e é exatamente isso que pode e deve acontecer conosco também.
Entender que existe muito mais em comum entre nós e os personagens bíblicos que admiramos deve nos animar, pois as verdades e o poder de Deus que foram vistos nas vidas deles também se aplicam e devem ser vistos nas nossas vidas – e com a mesma eficácia, mesmo em meio aos sofrimentos, lutas e fraquezas que eles e nós vivenciamos ao longo da vida (porque somos humanos) e de formas muitíssimo parecidas, mas sem abandonar a fé.

26/07/2016

Filme Spotlight - sobre as perversões acobertadas pela instituição religiosa para preservar apenas a sua imagem



Aos amigos e irmãos cristãos, de quaisquer vertentes, eu recomendo o excelente filme Spotlight.

Neste filme é retratado, com muito cuidado e bom senso, o processo investigativo (Jornalístico com "J" maiúsculo) sobre diversos pecados gravíssimos, crimes de pedofilia que eram praticados por clérigos católicos sistematicamente acobertados pela instituição religiosa.

Penso que este filme é pertinente para que se promova uma reflexão responsável sobre os graves riscos que existem de se perverter qualquer instituição, principalmente as cristãs como igrejas, concílios e outras organizações cristãs, quando a preocupação para se manter a lisura nas aparências é tratada como prioridade em comparação com o zelo que se deve ter com a verdade e com a justiça.

Quando a política é engajada para proteger colegas faltosos a fim de se manter apenas a boa imagem superficial de uma instituição, obtém-se o fruto podre da inutilização dessa organização para um bem realmente justo e bom. A coisa toda estraga e Deus não pode ser glorificado em qualquer coisa que esse ajuntamento corrupto faça.

Toda instituição humana, como é a igreja, está sujeita a ser contaminada com as perversões e com os pecados das pessoas que as formam. Mas a igreja tem a obrigação de lutar para manter-se fiel à verdade - uma verdade eterna, imaculada, justíssima e transcendente que é o Evangelho de Cristo, por meio da fidelidade teológica e de uma prática dedicada das doutrinas cristãs.


Com relação às outras instituições, especialmente religiosas, eu penso que a perversão de verdade e da justiça são, nelas, um mal inerente, mas que também precisas ser confrontado. Apenas da igreja de Cristo deve-se esperar nada menos que um testemunho correto e verdadeiramente santo.

18/05/2016

Você não é bom! (Sobre a Graça de Deus)




Saiba-se que não existe nenhuma bondade natural em nenhum ser humano. Nenhuma alegria, nenhum amor, nenhuma justiça, nenhuma esperança, nenhum resquício das qualidades que definem, de acordo com o senso comum, a nossa humanidade.

O fato é que fomos criados à imagem e semelhança do nosso Criador e por isso compartilhávamos da sua natureza, dos seus atributos, das suas qualidades e das suas virtudes. Mas nos rebelamos contra Ele e por consequência da nossa rebelião, do nosso pecado, fomos banidos da comunhão que tínhamos com Ele e essa ruptura nos afastou também dos seus atributos como uma corrente que se quebra ou como um rio que se desconectou da sua nascente. Nos transformamos em seres vazios da natureza que deveríamos ter, em deformações daquilo que deveríamos ser.

O pecado que nos caracteriza e que nos perverte é oposto à santidade que caracteriza quem Deus é. Em nosso estado atual, uma natureza pervertida, somos o oposto de tudo o que fomos feitos para ser e o Deus que antes compartilhava conosco diversos dos seus atributos foi transformado, a partir da nossa obscurecida perspectiva, num completo desconhecido e inimigo porque o nosso estado de pecado nos faz ter repulsa à sua santidade. De Deus tentamos nos esconder, sua santidade revela como uma luz poderosa a podridão que tomou conta da nossa existência e esse nosso decadente estado nos faz procurar a escuridão da total ausência de Deus para praticarmos os nossos pecados sem que a luz da verdade divina nos exponha. Em contrapartida ao nosso pecado, a santidade de Deus é como um fogo purgador que consome o mal, é um luzeiro que tanto revela a fonte da nossa salvação como também nos revela o nosso estado decadente. Mas é na sua santidade que está a plenitude de vida que nós mesmos subvertemos.

Não há nenhum justo sequer. Não existe ninguém que seja imune ao pecado. Ninguém crê, conhece ou ama a Deus por mérito próprio.

Contudo Deus é gracioso, Ele compartilha, doa, do seu ser, a fonte de toda vida e de todo o bem, o amor em estado pleno, para que a vida de suas criaturas caídas desfrutem do bem que dEle provém.
Assim, se nós podemos ter alguma virtude, se uma mãe pode amar seus filhos, se temos noções de justiça, se podemos plantar e colher, se existe alguma compaixão, fraternidade ou esperança entre a humanidade não é porque tais qualidades nos são naturais. Essas virtudes são interferências de Deus no modo como vivemos, são manifestações da Graça Comum que de Deus procedem refreando o mal absoluto que nos dominaria por completo caso fôssemos deixados por nossa conta própria. É Deus quem impede que sejamos os monstros potenciais que nossa natureza depravada nos faria ser, verdadeiros demônios ávidos pelo pecado e totalmente possuídos pelo ódio a tudo que representa o ser divino. É a graça de Deus que nos impede de sermos completas antíteses miseráveis do que Ele é, e em todos os sentidos, tanto em atributos como em substância.

Por isso, ainda que alguém não creia em Deus, essa pessoa pode viver com bastante dignidade, pode amar e ser amado, pode realizar diversas coisas em sua vida, pode experimentar alegrias e esperanças, pode entender, ainda que parcialmente, algumas coisas grandiosas como justiça, bem e ciência, mas todo esse bem só é possível porque o Deus que pode ser negligenciado por nós nunca negligenciará a dignidade da vida humana que, ainda que esteja deformada e condenada por causa do pecado, foi criada nos moldes da mais sublime dignidade por ter sido feita à imagem e semelhança do Todo-Poderoso Criador.

Mas a Graça de Deus vai além. E um dia ela nos será tomada...

Além da Graça Comum de Deus, essa manifestação constante que refreia o nosso mal absoluto natural, Deus tem nos concedido a sua Graça Salvadora como consequência da vinda de Jesus Cristo a este mundo para, com a sua própria morte numa cruz, pagar pelas penas dos pecados de muitas pessoas perante Deus para que essas pessoas sejam inteiramente restauradas à comunhão com o Criador.

A Graça Salvadora é o que Deus fez na pessoa do Senhor Jesus para que diversas pessoas dentre toda a história e de todos os lugares desse mundo sejam reconciliadas com a sua santidade e com todos os seus atributos numa vitória plena obtida por Cristo sobre todos os efeitos do pecado. Por isso, por causa de Cristo, nós podemos ser perdoados dos nossos pecados, somos com Deus reconciliados, somos por Ele transformados, regenerados, santificados e somos salvos da condenação que virá sobre a humanidade quando, num futuro breve, Cristo retornar a este mundo para colocar um fim à esta nossa história a fim de que ela dê lugar ao estabelecimento do seu Reino numa nova e santa realidade destinada apenas para a sua glória que será eternamente compartilhada com o seu povo, que são as pessoas que responderam à Graça Salvadora de Cristo com a fé e baseadas na fé seguiram ao salvador.

Quando Cristo se manifestar num retorno triunfal, este mundo - como conhecemos - terá seu fim e Ele separará o seu povo de todas as eras das demais pessoas e instaurará o seu Juízo. A Graça Comum que nos refreia do mal absoluto será retirada dos réprobos e, nessa manifestação do Juízo Final, todos eles serão deixados em trevas absolutas, num limbo indescritível e inimaginável que chamamos de inferno, uma realidade descrita como lugar de choro e de ranger de dentes e de lago de fogo e de enxofre, porque ali as pessoas - ou os monstros deformados que sobrarem do que antes eram pessoas - estarão por conta própria, completamente dominados pela natureza destrutiva do pecado e pela consequente oposição a todos os atributos de Deus num completo banimento do seu ser. A retirada de qualquer vestígio do que seja ou represente o Deus revelado em Jesus Cristo da sua vida é, na verdade, uma realidade que todo pecador deseja, mas sem que se tenha nenhuma consciência de o quão terrível é continuar a viver sem a interferência da Graça de Deus e da sua santidade que constantemente afetam as vidas de todas as pessoas. Quando essa Graça Comum cessar não haverá mais nenhum amor, nenhuma esperança, nenhuma dignidade, nenhuma paz, nenhuma alegria, nenhuma virtude. Haverão apenas os opostos das virtudes divinas e essas "pessoas" serão a antítese completa do que Deus é. Neste inferno também existirá a eterna consciência de que houve a consumação da justiça em sua plenitude, restando aos condenados uma eterna sobrevivência indescritível e agonizante num completo banimento de Deus marcados por um inconsolável e eterno lamento.


04/03/2016

Carisma - sobre a capacidade que algumas pessoas tem de "enfeitiçar" outras pessoas


Carisma é uma habilidade que algumas poucas pessoas têm para angariar simpatizantes de uma forma pouco explicável.

Algumas pessoas tem a capacidade de "enfeitiçar" outras pessoas com o seu modo de falar, de gesticular, de olhar...

Elas transmitem uma falsa confiabilidade.

Uma pessoa carismática consegue seguidores quando fala verdades (quando usa seu "dom" para esse fim - poucos fazem isso), mas também consegue, inexplicavelmente, muitos seguidores ao falar mentiras - nesse caso o seu carisma foi mais determinante para conquistar devoções vulneráveis do que a racionalidade. Uma pessoa carismática pode ser reconhecida em psicopatas como Charles Manson, em ditadores como Hitler ou, como no nosso caso Tupiniquim, no líder da quadrilha petista chamado Lula - ouví-lo é quase que ser enfeitiçado, é ser inclinado, contra todas as evidências, a acreditar que ele é mesmo a alma mais pura e bondosa desse país.

Nunca, nunca dê ouvidos ao Diabo, ele é sedutor, dotado de uma capacidade de enfeitiçar, é carismático mas é mentiroso e homicida ao passo que nem sempre a verdade vem dentro de embalagens agradáveis à vista, pois é nua, crua e não teme ser investigada.

A verdade fere por ser implacável e exigente de um alto padrão ao passo que a mentira só pode subsistir sob disfarces que agradam os nossos enganáveis sentidos.


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Sermões rasos sabotam as Escrituras

Um sermão baseado numa reflexão rasa e cheia de opiniões pessoais acerca de um texto qualquer das Escrituras pode mais obscurecer do que esclarecer as verdades contidas nesse ou em qualquer outro texto bíblico.

O pecado de muitos pregadores de imporem as suas desnecessárias opiniões numa exposição preguiçosa dos textos bíblicos em suas trágicas pregações é um dos principais causadores do desconhecimento que grande parte das pessoas que se dizem cristãs têm acerca da fé que afirmam professar e, por consequência disso, grande parte dessa cristandade é inapta para desempenhar o seu papel de discípulos de Cristo neste nosso tempo.


O máximo que esses maus pregadores, que são sabotadores do Evangelho de Cristo, conseguem fazer com o seu falatório religioso é reduzir a grandeza da Palavra de Deus a algo que ela não é: em seus sermões ela é reduzida a regras e fardos reguladores de costumes e de práticas meramente morais voltados para a manutenção de um sistema religioso sem nunca alcançarem efetivamente o propósito transformador, libertador, redentivo e glorioso do Evangelho.

25/02/2016

O quê queremos ser como Igreja?



A palavra “igreja” vem do termo grego ekklēsia, que significa assembleia, reunião. Portanto igreja é a congregação, ajuntamento ou assembleia dos crentes que o próprio Jesus reúne para formar seu corpo neste mundo para a adoração congregacional a Deus e também para a realização da missão cristã em todas as suas diversas formas (At. 2: 1).

É normal as pessoas que desconhecem o Evangelho terem conceitos equivocados sobre a igreja, afinal, elas ainda desconhecem a Palavra de Deus e ainda estão cegas a respeito das verdades do Senhor (Is. 44:18) - é através da propagação das verdades bíblicas que Deus distribui o seu conhecimento para frutificar nas vidas dos seus eleitos (Lc. 24: 45). Mas um grave problema é quando os próprios cristãos têm conceitos equivocados a respeito desse importante instrumento da Graça de Deus que é a igreja (Ef. 5: 17).

Diversas pessoas que se consideram cristãs acham que igreja é apenas o lugar onde elas praticam a sua religião – e muitas vezes com enfado (como se Deus precisasse desse “favor”). Para muitos ir à igreja é um ato de legalismo bastante pesaroso e não pouca gente tem trocado a adoração a Deus pelos prazeres do mundo (na verdade quem age assim tem um problema muito grave, possivelmente o seu coração está de tal forma endurecido que Deus não é, para essa pessoa, um deleite – Sl. 37: 4).

Essas formas de se lidar com a igreja são pecados, ofendem ao Senhor da Igreja, evidenciam desprezo pela adoração congregacional a Deus, comprometem a comunhão cristã e prejudicam a missão cristã no mundo tanto na propagação da Palavra (Rm. 10: 14) como no serviço cristão que o próprio Jesus requer dos seus servos a quem precisa (Mt. 25: 34). Mas esses pecados, graças a Deus, podem ser tratados e corrigidos. Onde pecamos podemos alcançar o perdão de Deus (se houver arrependimento) e podemos ajustar a nossa conduta no caminho da retidão (Hb. 10: 24).

Nós, crentes reunidos na nossa Igreja local, da qual fazemos parte e que é, na verdade uma partícula do todo que é o Corpo de Cristo (a Igreja invisível, a verdadeira comunhão dos cristãos) não queremos pecar contra o Senhor no modo como vivenciamos a nossa fé. Ainda que muita gente faça as coisas erradas, nós estamos decididos a acertar, a nos esforçar no caminho da fidelidade àquele que nos chamou, reuniu e que nos tem capacitado para uma grande obra (Fp. 1: 6).

Apesar de todos nós sermos imperfeitos, limitados e pecadores nós confiamos na perfeição, no poder e na santidade de quem nos reuniu aqui nesta igreja – e Ele é sábio e sabe o que faz. Estamos reunidos aqui para fazermos a sua vontade no cumprimento da nossa missão cristã na adoração a Deus do modo como Ele é digno, com todo o coração (Mc. 12: 30). Queremos cumprir a nossa missão cristã também na comunhão cooperativa entre a membresia desta igreja (1 Co. 12: 12) para todos crescermos juntos tanto na Graça como no conhecimento de Deus (2 Pe. 3: 18) e assim sermos mais fortes e melhor capacitados para estender as nossas mãos aos necessitados, consolar os aflitos (Is. 61: 1), propagar o Evangelho, batizar novos convertidos e formar muitos novos discípulos de Cristo (Mt. 28: 19) enquanto o Senhor nos permitir viver esta vida (que ela seja inteiramente consagrada a Cristo – Fp. 1: 21).


Queiramos, todos juntos, ser uma Igreja vibrante, servil, atuante e transbordante da Graça de Deus!
P.S. - Este é o primeiro texto que fiz para o boletim da Igreja Presbiteriana de Vila Diva, onde congrego.

Igreja Hipster, show de culto


Cultos modernos com muitos recursos envolventes para conquistar os jovens do nosso tempo! Será que vale considerar isso como opção?
Uau!!! Bonito né? "Cool", emocionante, envolvente, moderno... mas apenas uma máscara de beleza num movimento rendido e fraco, meramente terapêutico.
Não se engane, transformar a prática cristã num show repleto de artificialidades, de pirotecnia, de técnicas emotivas e envolventes é desfigurar o propósito do Evangelho de forma diferente mas também deformadora das verdades de Deus, assim como no modo como o Evangelho é mal usado como pretexto pelos vendilhões da fé.
Quanto mais simples, bíblica e responsável for a abordagem na proclamação da verdade de Cristo mais profunda será a interação do seu ouvinte com o seu conteúdo espiritual e quanto mais cheio de recursos humanos for essa abordagem - para dar um clima - mais humano e menos divino será o efeito dessa fraca e rasa interação na vida de gente que associará o cristianismo com um prazer meramente mundano - um equívoco! Nesse tipo de abordagem o efeito mais marcante nas pessoas sempre será o entorpecimento como resultado de um turbilhão meramente emocional - uma coisa rasa que alguns confundem erradamente com a profundidade da ação do Espírito Santo no coração de alguém que é verdadeiramente tocado e transformado pelas verdades do Evangelho.
Mocidades de igrejas com cara de "patricinhas e patricinhos de Beverly Hills" nunca serão mocidades fortes e consequentemente dificilmente serão igrejas fortes, envolvidas com as diversas missões cristãs nas suas demandas verdadeiras, com toda a sua crueza, com as suas dores e desafios. Essa gente mimada fica dodói demais para fazer calo nas mãos com um arado de verdade e para eles tem valido mais ser "cool" e fazer parte da "galera" do que ser, de fato, crente.
Na Bíblia, o ideal de jovens cristãos é bastante diferente desses jovens que predominam em algumas igrejas atuais que estão na moda e a razão disso é simples: o Espírito bíblico espera que os jovens tenham a Palavra de Deus enraizada em seus corações e por isso espera-se também que eles não amem o mundo, mas que dediquem-se à sua fé!
"Eu vos escrevi, jovens, porque sois fortes, e a palavra de Deus está em vós, e já vencestes o maligno.
Não ameis o mundo, nem o que no mundo há. Se alguém ama o mundo, o amor do Pai não está nele." (1 João 2:14,15)
Que Deus nos livre de sermos igrejas marcadas pelo estilo hipster moderninho e modinha com os seus desvios de foco e de propósito.

11/11/2015

Divergências entre fé e ciência (darwinismo)

NÃO FAÇA DO LIVRO DE GÊNESIS UM LIVRO CIENTÍFICO!

Crentes, não usemos textos bíblicos para tentar fundamentar ciências, especialmente as biológicas ou químicas! Muitas vezes essa tentativa fica vexatóriamente ridícula!

Forçar a interpretação bíblica para comprovar ou refutar teorias ou formulações científicas não é um exercício honesto e isso não serve nem à fé, nem à ciência. Quem se aventura nesse tipo de "apologética" consegue sucesso apenas entre as platéias de crentes, que normalmente é formada por pessoas que desconhecem a matéria abordada. Contudo, essa prática quase sempre é ridicularizada pelas pessoas que realmente entendem desse tipo de assunto.

Vocês precisam entender que esse tipo de debate entre fé e ciência tem muitos pressupostos falsos e que, ao invés de enaltecer o Evangelho e as verdades bíblicas essa prática apenas impõe a essas manifestações da verdade de Deus um gigantesco desprezo e um vilipêndio desnecessários! E que saibamos discernir as perseguições que os cristãos e que a Palavra de Deus sofrem por causa do seu testemunho, virtudes e verdades do desprezo e zombarias que alguns cristãos sofrem porque deram motivo para isso por causa da sua desonestidade intelectual.

Gostemos ou não os textos bíblicos refletem, na natureza como foram escritos, os diversos contextos culturais de onde foram registrados e a sua natureza pouco (ou nada) tem a ver com o moderno método científico, são textos de naturezas e estilos diversos que foram escritos, muitas vezes, com uso de simbologias com conteúdo teológico. Mesmo os textos que narram acontecimentos reais não estão preocupados em explicar os fenômenos da natureza, mas apontam para o conhecimento do Deus que se faz conhecido, mais por meio da transcendência do que por meio da natureza e também para o auto conhecimento humano.


Compreender a natureza dos textos bíblicos é uma ciência muito diferente da ciência utilizada para investigar células biológicas.

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A primeira definição do que sou é: CRISTÃO.

E é da Bíblia que extraio minha cosmovisão e as doutrinas de fé em que me baseio. Ela é o luzeiro da minha trajetória e racionalidade mas ela deve ser lida e interpretada respeitando-se os diversos estilos literários e contextos histórico-culturais que perpassam os 1800 anos em que seus sessenta e seis livros foram escritos e, posteriormente, unificados num único livro a que chamamos de Bíblia. Nem tudo nela é literal (embora muita coisa o seja) e cada palavra ou letra têm seus propósitos, sendo que todos eles apontam para o amor de Deus pela sua criatura humana demonstrado em Jesus Cristo - o ponto central da existência de toda a criação.

Certa vez participei de uma discussão num curso de pós-graduação ocupado, predominantemente, por ateus convictos. Discutíamos sobre ciência e fé em aulas de psicologia anomalística. Eu era a pessoa de fé na discussão e era minoria na defesa do meu ponto de vista, mas apresentei um argumento sobre o labor científico e a fé que encerrou a discussão:

"A ciência não se contrapõe a Deus, na verdade ela o serve. A Deus pertence a plenitude da verdade, Ele é a própria verdade, e o trabalho dos homens é de perscrutar as evidências dessa verdade nas partículas que podem analisar e compreender. O trabalho humano de investigar e elaborar um saber progressivo é semelhante à construção gradual de degraus que muitas vezes precisam ser refeitos na medida em que se são descobertas coisas novas. Elaborar uma teoria científica é como construir um degrau e isso é apenas uma partícula de um todo. Construímos nossa escada vagarosamente num infinito que pertence a Deus. Quer queiram ou não queiram todos os cientistas - os honestos - estão servindo a Deus na elucidação progressiva da verdade que lhe pertence  ao passo que a fé simplesmente afirma a existência de um ser soberano que se revela graciosamente em sua criação à sua criatura humana."

O nosso progressivo saber deve vir acompanhado de humildade e o propósito central do nosso saber não é apenas o de promover o progresso, mais do que isso deve ser o de reconhecer um Criador que nossos meios humanos jamais alcançarão e que é o significado pleno da nossa existência. A nossa ciência não nos faz conhecer a Deus, apenas analisamos alguns dos seus vestígios. O nosso conhecimento de Deus só pode acontecer quando Ele mesmo vier a nós do lugar inacessível e misterioso em que habita. E foi exatamente isso que Ele fez, vindo a nós nesse mundo na pessoa de Jesus Cristo. Em Cristo está a plenitude dessa verdade a humanidade deseja conhecer.

Gostei muito desse vídeo (documentário) em que um teólogo cristão declaradamente evolucionista investiga as diversas questões que envolvem o embate entre fé e ciência para simplesmente concluir que essas coisas não são naturalmente opostas entre si e não precisam ser conflitantes.


29/10/2015

Deus precisa de dinheiro?

Deus precisa de dinheiro?
Não!
Pessoas precisam de dinheiro. Igrejas, que são organizações humanas, também precisam de dinheiro. Famílias precisam de dinheiro. Organizações humanitárias precisam de dinheiro...
Você deve desconfiar de todo líder religioso que fica falando em dinheiro. Saiba disso: todo líder religioso que condiciona a bênção divina ao dinheiro é mentiroso, canalha e estelionatário.
A contribuição em dinheiro por um cristão numa igreja deve ser exclusivamente por causa da consciência de que uma igreja ou uma missão são mantidos pelo trabalho e pelas contribuições da coletividade. É como uma grande família que é mantida pela colaboração de todos. Por isso as contribuições são apenas um dos reflexos da responsabilidade que os cristãos devem ter de que a manutenção e o progresso de uma igreja ou de uma missão depende de todos os que participam dessa pequena parte do Reino de Deus.
Na verdade é Deus quem sustenta a sua igreja, mas Ele decidiu usar como meio para isso o trabalho e as contribuições das pessoas que o servem. Só que essas pessoas que sustentam a igreja, na verdade, são sustentadas pelo próprio Deus em toda provisão que Ele dá. Ou seja, manter a obra de Deus é um privilégio de quem se reconhece sustentado por Deus na medida em que Ele é o provedor do nosso trabalho, da nossa capacidade de trabalhar e de realizar diversas coisas, Ele é o provedor do nosso alimento, do ar que respiramos, da nossa vida e da plenitude da nossa existência. Por isso contribuir é um ato de gratidão e de empregar bem o que de Deus temos recebido.
É com as nossas contribuições - que devem ser em trabalho (a contribuição mais importante) e em dinheiro - que o serviço cristão prossegue. Sem o serviço cristão não conheceríamos a Deus, pois Ele decidiu se fazer conhecido através do trabalho das pessoas, através da pregação do Evangelho. Então contribuir é dar os meios humanos para que o trabalho humano de servir a Deus prossiga. Esse é um ato de fé (porque você acredita que esse trabalho deve ser mantido) e de amor (porque você dá importância a esse trabalho).
Por isso, contribuir é um ato que deve ser feito com muito CRITÉRIO! Não contribua para algo que não serve ao Evangelho ainda que, supostamente, falem de Jesus ou da Bíblia. Muitos bandidos usam a fé alheia e manipulam a religião para propósitos muito diferentes dos verdadeiros propósitos de Jesus - é só ligar a TV num programa "evangélico" que você, provavelmente, verá um desses mentirosos falando.
Não contribua para que gente mal-intencionada continue a fazer o seu desserviço, não contribua com (falsas) igrejas lideradas por gente que enriquece às custas da manipulação da fé dos outros e não contribua com quem não prioriza a piedade cristã que deve ser voltada para o serviço aos necessitados.
Nossas contribuições não são condicionadas às "bênçãos" que gostaríamos de receber, essa relação não tem nada a ver com o caráter gracioso de Deus, não podemos "comprar" os seus favores. Nossas contribuições são parte da provisão necessária para que a bênção de anunciar o Evangelho (um trabalho feito por pessoas) prossiga e são parte da provisão necessária para que outras pessoas sejam alcançadas pelos diversos serviços da piedade cristã. Contribuir é abençoar os outros.
Contribua com o teu melhor, mas de forma consciente - senão você apenas estará desperdiçando em coisas reprováveis os recursos que poderiam ser melhor empregados se fossem direcionados às coisas mais justas.

09/07/2015

Deus e a diversidade religiosa

Respondi assim a uma pergunta feita por uma pessoa muito querida sobre as diversas interpretações religiosas - são tantas as religiões e dentro do cristianismo são tantas igrejas diferentes... 

Será que haveria alguma verdadeira? Será que existe uma verdade sobre a salvação?

Graças a Deus, o Evangelho de Cristo pode ser conhecido sim! Nele aprendemos sobre o caminho de Cristo, sobre quem é Deus e sobre quem somos aos seus olhos. Mas muita gente, religiosa ou não religiosa, faz suas interpretações a bel-prazer, na maioria das vezes não conhecendo aquilo sobre o que palpitam e isso acaba criando uma diversidade tão grande de opiniões que na verdade têm muito pouca importância diante da verdade de Deus que é negligenciada.

Trata-se de uma escolha: opiniões ou verdadeiro conhecimento sobre o que o próprio Deus ensina sobre si? (Hebreus 1: 1 - 3)

Bem, a Bíblia está aí e o caminho de Cristo está aberto a quem quiser seguir (João 14: 6), mas esse caminho é estreito (Mateus 7:14), exige auto-renúncia e sacrifício (Mateus 16:24) e é diversas vezes muito mal interpretado (Mateus 23:13) tanto por desconhecimento como pela opção que muita gente faz de simplesmente continuar vivendo indiferente a Deus e servindo aos seus pecados.

Na verdade, a verdadeira pergunta é: quem quer ir por esse caminho? Essa mesma pergunta responde quem será salvo.


Trecho de uma pregação de John Piper sobre a Supremacia do conhecimento de Cristo


E sobre uma variedade tão grande de deuses e isso leva à inevitável pergunta:
Haveria algum deus ou religião verdadeiros?

Bem, diante dessa questão existem 2 possibilidades óbvias e uma terceira que faz parte do pensamento histórico cristão mas que, parece, não deve ser do conhecimento de muita gente. Mas vamos às 2 possibilidades óbvias primeiro para depois tratar da terceira:

1) Todos os deuses (e religiões) são verdadeiros, e dessa forma todos os caminhos levariam a "deus" (e deus pode ser um ser celestial, uma realidade, um sentimento, um ideal, um lugar, etc)...
Se pensarmos bem, isso não pode ser verdadeiro por uma razão muito simples - as religiões são excludentes, as doutrinas de uma religião não "casam" com o que é ensinado pela outra!
Veja: Cristo afirma que é o único caminho e que ninguém vai ao Pai a não ser através dele e a Bíblia ensina que somos somente salvos pela fé em Cristo, um ato da Graça de Deus e que vivemos somente essa vida e após ela teremos o juízo. Ou seja, o cristianismo é exclusivista - mas não só ele! O budismo de forma semelhante ao hinduísmo ensinam que por meio de reencarnações suscetivas nós evoluímos até alcançarmos a perfeição absoluta, mas essas crenças divergem radicalmente quando o hinduísmo cultua milhares de deuses enquanto que o budismo não cultua nenhum. Essas crenças reencarnacionistas foram fundidas a alguns princípios cristãos no espiritismo, que defende as reencarnações e a evolução humana por meio das boas obras que foram extraídas do ensino de Jesus mas reduziu Jesus a mero mestre cósmico ao lado de Buda e de tantos outros. No Islã acredita-se que Maomé teve revelações de Alá dadas por um anjo para reorganizar a bagunça que seria a diversidade religiosa sob uma única doutrina islâmica e reduziu Cristo a mero profeta equivalente a Moisés, Jeremias e tantos outros. No judaísmo acredita-se que a Lei de Deus foi dada a Moisés e eles ainda esperam o Messias que os cristãos dizem ser Jesus.

Vamos analisar: se Cristo for o único caminho então ele desclassifica o caminho apontado por Buda e por Maomé. Se o julgamento e a ressurreição ensinados pelo judaísmo, pelo cristianismo e pelo islamismo forem verdadeiros então a reencarnação pregada pelo budismo, pelo hinduísmo e pelo espiritismo não podem ser verdade. Se Cristo for quem ele diz quem é então Maomé não pode ter recebido revelações verdadeiras porque o que Cristo ensinou e fez seriam a plenitude do que Deus tinha a dizer para as pessoas neste mundo e se Maomé representar essa plenitude então quem mentiu foi Cristo...
Ah, sem contar tantas outras religiões de origem africana, guarani, nórdica, grega, egípcia, etc.

A questão é, falam todos a mesma coisa? Não! São todos verdadeiros? Se formos verdadeiramente honestos e racionais diremos que as religiões são diferentes demais para apontar uma mesma verdade... são, portanto excludentes e não podem ser todas verdadeiras.

2) Todos os deuses (e religiões) não são verdadeiros e são resultado da criação humana na busca de explicações sobre o pós-vida, sobre o significado da vida, sobre o desconhecido, etc de acordo com as diversas culturas em que seus idealizadores viviam. Bem, essa proposição tem feito muito sucesso hoje em dia, está na moda e parece ser muito confortável especialmente a uma geração que tem botado muita credibilidade nos avanços e nos encantos da ciência (um trabalho humano que reflete nossa falibilidade...). O ateísmo (a crença de que não existe deus) ou o agnosticismo (a crença de que pode até ser que deus exista, mas que não pode ser conhecido e que não é assunto importante) estão em expansão num mundo que está relativizando a fé e que está relativizando diversos valores e tradições que foram formados ao longo de séculos por influência da fé. Segundo essa forma pós-moderna de pensamento, para que se conheça a deus ele deveria se mostrar a nós, deveria nos dar provas da sua existência de forma empírica e como ele não faz isso então esse é um assunto que não deve receber importância ou que deve ser combatido. Fé seria coisa de gente fraca, sugestionável e dada a superstições...

Mas...

3) O conhecimento de Deus conforme o pensamento cristão histórico 
(veja http://www.monergismo.com/.../apo.../o-ser-Deus_hoeksema.pdf)
Como cristão eu afirmo que Deus pode ser conhecido, que Deus deve ser conhecido e que Deus se faz e se fará conhecido.
Como?

São algumas as maneiras como Ele se faz conhecido:

A) nosso coração (pode chamar de alma, de essência, de interior, consciência, etc) sabe que existe "deus" mas esse nosso instinto natural não consegue definí-lo ou conhecê-lo verdadeiramente. É mero instinto, como a saudade muito distante de algo ou de alguém, que a teologia chama de "semente do divino". Esse sentimento comum a todas as pessoas em todas as culturas tem relação com o propósito para o qual fomos criados, fomos feitos para desfrutar do ser de Deus e para adorá-lo, então esse "sentimento" faz parte do que somos (http://www.monergismo.com/.../brevecatecismo_westminster.htm), faz parte do propósito para o qual fomos criados. Fomos "projetados" para estarmos intimamente ligados numa comunhão verdadeira com Deus mas essa comunhão foi quebrada pelo pecado e fomos separados de Deus (nossa natureza pecaminosa nos afasta da natureza santa e justa de Deus), sobrando-nos apenas um valor que marca nosso interior e que faz com que as pessoas em suas culturas e civilizações desenvolvam significados, explicações e crenças a partir de uma necessidade comum. É daí que surgiram as religiões. Elas têm muito mais em comum do que se pensa pois partiram de sentimentos e de definições abstratas a respeito de uma mesma verdade e que foram formadas nos mais diversos contextos e, por isso, assumiram as mais diversas formas. Ou seja, as religiões foram formadas não pela revelação de deuses, mas pela necessidade humana de reencontrar o nosso criador tendo somente a si mesmos para tentar definir o que somente Deus poderia oferecer. Em outras palavras, a sua origem não é divina, é humana.

B) a natureza, que a Bíblia chama de criação, ela proclama a existência de Deus. A criação indica a existência de um criador na medida em que ela mesma aspira pela revelação dos filhos de Deus, como ensina Paulo. Deus criou o universo com propósitos e o universo reflete quem Deus é, mas ainda assim não o faz conhecido. Pelo universo presumimos que existe deus, que ele deve ser poderoso, mas não podemos saber a sua vontade, seus planos ou onde encontrá-lo.

C) a auto-revelação de Deus - Deus se revelou na história humana de forma progressiva, gradual. A partir de uma cultura incipiente Ele fez sua Lei conhecida e deu aos homens valores éticos e um destino. A partir do povo de Israel recebemos a sua palavra de forma progressiva, diluída ao longo da história. Conhecemos um Deus que caminha com homens e essa auto-revelação divina (Deus só pode ser conhecido porque ele se fez conhecer) foi registrada em livros que foram juntados no que hoje chamamos de Antigo Testamento. Por essa revelação progressiva que foi escrita o seu povo soube que um dia viria um salvador, o Messias, para redimir o seu povo de um mundo condenado pelo pecado.

D) a plenitude da revelação de Deus ocorreu no que a Bíblia chama de plenitude dos tempos, quando Deus cumpriu suas promessas de enviar o salvador, o Messias (e esse anseio messiânico, ainda que de formas diferentes, é uma característica comum à maioria das crenças religiosas que foram formadas a partir do senso do divino comum a todas as culturas). Cristo é aquele que faria não somente a vontade de Deus conhecida, mas faria o próprio Deus conhecido (Ele é a manifestação de quem Deus é) e que pagaria com a sua própria morte e ressurreição pela salvação de muitas pessoas e essas pessoas ficariam livres, porque foram justificadas, perdoadas, das penas dos seus próprios pecados. Cristo é aquele que nos reconcilia com Deus, que com o seu sangue faz a ligação entre pecadores com a santidade divina, algo que era impossível tornou-se possível e o Deus desconhecido tornou-se conhecível. O conhecimento de Deus tem a sua origem no reconhecimento de quem Cristo é e só se pode conhecer a Cristo através daquilo que a sua palavra diz sobre Ele - esse é o Novo Testamento, o registro da história de Jesus seguido pelos escritos doutrinários dos seus discípulos, os apóstolos, e esse conjunto de escritos (a Bíblia), constitui a única regra de fé e de prática para os cristãos - e esse conhecimento, o conhecimento de um caminho, é um ato de fé, mas não um ato cego de fé, mas de uma fé produzida pelo próprio Deus por atuação do seu Espírito Santo no ato milagroso de fazer com que Deus preencha nosso interior e se faça a nós conhecido. Esse é um ato regenerador que a simples proclamação de Jesus Cristo provoca nos corações de muitas das pessoas que tinham aquele senso do divino e que vêem na mensagem do Evangelho uma saciedade completa daquele vazio que somente a Graça de Deus pode preencher. Por isso a mensagem de Cristo se chama "boa nova de salvação" pois essa "salvação" significa que essa vida vivida hoje já desfruta do ser de Deus e está destinada para isso por toda a eternidade. Trata-se de um resgate.

É possível explicar Deus de forma empírica ou científica? ainda não! Seu conhecimento é ato da soberana vontade e atuação do seu Espírito em nos convencer disso ao fazer com que o seu Evangelho encontre raízes no nosso coração. Mas esse tipo de conhecimento que é exigido pelo atual cientificismo num futuro breve será obtido quando, seja pela morte ou pelo iminente fim da nossa história (sim, este mundo acabará em breve) todos nós nos depararemos com Deus (então teremos um conhecimento empírico) para recebermos dele, agora manifestado diante de nós como juiz, os desdobramentos eternos da nossa atual caminhada. E, ainda sobre a diversidade religiosa, na verdade existem apenas 2 possibilidades e uma é Cristo e a outra é resultado de diversas imaginações provocadas pela inquietude coletiva dos corações humanos e que podem se transformar em pretexto para a resistência à boa-nova de Cristo.

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Mas, se a verdade de Deus pode ser conhecida, porque existe tantas igrejas diferentes?

Sobre a diversidade religiosa (a diversidade cristã), é preciso considerar uma verdade: Cristo disse que teriam pessoas de toda tribo, língua e nação crendo no seu Evangelho (a boa-notícia da salvação, que não pertence a igrejas ou a pessoas, mas que pertence a Deus e que foi confiada aos seus discípulos, seus seguidores, sua igreja). Se prestarmos atenção no seu ensino nós entenderemos que essa mensagem foi entregue a uma diversidade de pessoas, em diversas culturas e essas culturas que são um conjunto de valores e de costumes acabam influenciando o modo como as pessoas vivem suas vidas, incluindo sua fé cristã e na forma como elas definem diversos dos seus costumes e hábitos, inclusive religiosos. 

Então, o quê eu quero dizer com isso? 


Quero dizer que a verdade inegociável da Palavra de Deus convive muito bem com diversas diferenças de práticas e de costumes em questões menores, mas não nas fundamentais a respeito da fé cristã e isso significa que a igreja de Cristo (algo muito mencionado no Novo Testamento e que foi fundado pelo próprio Jesus) é muito mais do que denominações, vai muito além da Presbiteriana, da Batista, da Assembléia, etc. A igreja de Cristo, que significa "ajuntamento dos que crêem", inclui todas as pessoas que seguem a sua Palavra, mesmo que essas pessoas façam parte de igrejas que, por serem organizações humanas, são também influenciadas por nossos costumes, pela nossa cultura e por diversas formas de filosofias humanas. Ou seja, algumas diferenças são normais mas essas diferenças em coisas menores não invalida as semelhanças nas questões que são as mais importantes, especialmente sobre a fé no filho de Deus que veio ao mundo para salvar pecadores. A fé em Cristo é central nas igrejas separadas por denominações, e por isso, na verdade, de acordo com a Bíblia, essas igrejas constituem uma única Igreja pois ajuntam um único povo debaixo da Graça de um único Senhor e Salvador.