Vi postagens sobre um suposto avivamento na capela de uma universidade dos EUA. E vi postagens desqualificando esse mesmo acontecimento à distância.
O que podemos dizer sobre o que não atestamos? Pouca coisa, certamente.
Mas vi gente arrotando regras para desqualificar o que sabem de segunda ou terceira mão como se avivamentos tivessem que corresponder a certas formulações previsíveis. Ora, os irmãos Wesley, pais do metodismo, eram arminianos - péssima teologia! - e ainda assim parece ser consenso que Deus operou um avivamento verdadeiro usando aqueles seus servos falhos.
Claro que concordo com nossos deveres com a fidelidade ortodoxa, esse é um dever dos crentes verdadeiros. Mas acho que muitas críticas precocemente feitas ao suposto avivamento desta semana, como se fossem expressões de zelo, são, na verdade, manifestações de desdém, uma espécie de torcida para que aquele evento seja uma furada - e esse é um comportamento pecaminoso comum nos precipitados que ostentam seus orgulhos, o juízo temerário.
Eu torço para que avivamentos ocorram, mas isso não significa que eu deva apoiar qualquer vento como se fosse um furacão.
Muita coisa, de fato, é questionável. Muita coisa é fabricada pelo homem, mas o que é de Deus frutifica e eu prefiro esperar para ver os frutos, que normalmente exigem um certo tempo para serem vistos, colhidos e analisados para que se veja se correspondem às expectativas bíblicas. Além disso eu não sou testemunha ocular dos fatos, não tenho acesso às fontes primárias e, assim como os apoiadores crédulos e os críticos desqualificadores destas bandas do mundo, nossas fontes de segunda ou de terceira mão já não são tão confiáveis assim.
Já orei mais por avivamentos, já me deixei enganar por ventos de doutrinas que produzem sensações que foram confundidas com as ações de Deus, e aprendi a exercer o necessário discernimento, não perfeitamente, mas o bastante para não cair mais, assim espero, em entorpecimentos coletivos muito comuns na religião - em qualquer religião - porque ser sugestionável é um mal comum a todo homem crédulo.
O anseio por avivamentos não é o meu grande desejo nesse momento, uma época triste em que vejo declínio na qualidade da semeadura da Palavra de Deus, que é tão misturada com fermentos das manipulações de lobos, de teologias mentirosas, de tradições, de interesses de homens que têm feito da igreja um negócio que prejudica a boa frutificação da Palavra e tem resultado na multiplicação das iniquidades em todo o mundo.
Como aspirar por um fruto extraordinário se a semeadura não é boa e os frutos colhidos têm sido predominantemente ruins? Prefiro voltar para o básico da boa semeadura, e que Deus dê os frutos - ainda que Ele resolva nos surpreender com um avivamento. Mas sei que seus servos, a igreja, jamais dependeram de um mover extraordinário do Espírito Santo para cumprir, fiel e humildemente, a sua missão. Isso porque o Espírito Santo já habita, e faz tempo, na igreja.
Ademais, avivamentos são obras de Deus que podem ocorrer em qualquer lugar quando e se Ele quiser. Embora os deseje, a mim cabe fazer o que me foi confiado, as pequenas coisas do ordinário, do dia a dia - e "também" orar por um avivamento. E, assim, descanso no Deus que é o Todo-Poderoso Senhor da história.