A diretriz do "respeito" é, em certos casos, terrível.
Lideranças têm sobre si as responsabilidades de lidar com diretrizes para suas comunidades mas sem negligenciar valores. E numa igreja as diretrizes, as normas de conduta e os planejamentos devem ser submissos aos valores que são superiores à própria igreja, devem ser fiéis à Palavra de Deus.
No mundo caído dos homens sempre teremos que lidar com o possível, às vezes com o menos pior, raramente com o ideal. Mas não é muito difícil de se fazer escolhas uma vez que temos a Lei de Deus ao nosso alcance, e também todas as doutrinas acerca de como um seguidor do Senhor Jesus deve proceder.
Crentes devem se submeter às autoridades constituídas, sejam as civis, as eclesiásticas, as familiares. Mas acima de todas está a autoridade do próprio Deus, expressa claramente nas Escrituras. Por isso a Bíblia é a nossa autoridade suprema de fé e de prática e as demais autoridades devem ser obedecidas onde elas não contrariam a autoridade suprema das Escrituras.
E a Lei de Deus se manifesta em hierarquia. Existem mandamentos maiores que regem os demais. O amor a Deus vem antes do amor ao próximo e todos os demais dependem desses. E essa hierarquia das Leis deve ser observada para discernirmos quais pautas no mundo caído devemos apoiar ou nos opor.
Então fomos colocados diante de um desafio real, a escolha entre dois candidatos à presidência que representavam modelos com valores opostos. Ambos cheios de máculas, mas facilmente identificáveis nos seus ideais. Enquanto um se apresentava como conservador nos costumes o outro era um progressista, um defendia valores tradicionais e o outro defende costumes caracterizados pela celebração de pecados.
E então, para preservar a convivência entre divergentes numa mesma comunidade de fé, diversas lideranças eclesiásticas impuseram normas onde se primava pelo respeito a todos, e para isso essas regras proibiram o debate, a exposição de fatos, a elucidação entre suas membresias, sendo a estes recomendável que expusessem suas ideias longe dos meios oficiais da igreja.
Passou a ser mais grave e errado apontar os erros das ideologias do que a própria ideologia. Respeitar a livre-consciência dos irmãos que pensam diferente passou a ser lei prioritária ainda que essa livre-consciência esteja favorecendo práticas danosas, diabólicas e blasfemas. O errado passou a ser confrontar o erro, um absurdo na fé evangélica que originalmente parte da conclamação ao arrependimento de pecados numa grave distorção dessa fé. Repreensível passou a ser quem diz que votar na esquerda é pecado e não o pecado de votar na esquerda.
Assim, com esse tipo de diretriz que visa uma comunhão de aparências e meramente superficial, optou-se por alterar a hierarquia das Leis, fazendo com que a fidelidade ao Senhor e o amor por Ele fosse colocado atrás do amor pelo irmão na imposição de respeito ao seu direito de pecar, de praticar a contradição de fazer parte de uma igreja onde o nome do Senhor é invocado para ser blasfemado no apoio à progressão de injustiças, dos abortos, das causas lgbt e tantos outros pecados que estão sendo normalizados.
E assim essas lideranças optaram pela complacência com aqueles que exerceram sua livre-consciência de pecar, de apoiar com os seus votos e militância diversas práticas anticristãs ao invés de por amor a Deus seguido pelo amor aos irmãos tê-los advertido desse pecado e os instruído na Lei e na doutrina acerca do proceder cristãos e de quais valores devem defender enquanto militam nesse mundo. A omissão das exortações é pecado e a prioridade dada ao respeito às diversidades é demonstração de covardia.
Mas um crente que procura ser fiel ao Senhor, ele deve acatar esse tipo de diretriz ou deve manter-se fiel ao Senhor primeiro, ainda que para isso ele seja obrigado a desobedecer a fraternidade do erro dos homens?
Obviamente, um servo fiel do Senhor é aquele que o ama acima de tudo, incluindo normas absurdas e convenções dos homens, e que por vezes tem que fazer a escolha pela fidelidade ainda que ao preço de ter que sofrer consequências e perseguições por causa da fé.
As últimas eleições presidenciais trouxeram à tona as diversidades de valores dentre os cristãos, às vezes de uma mesma igreja.
Como continuar mantendo alguma fraternidade com fomentadores de práticas anticristãs como a progressão do feminismo, do aborto, da injustiça?
Sem o arrependimento dos que atentaram contra a Lei do Senhor essa fraternidade tornou-se impossível, porque não existe unidade meramente superficial quando alguns dos membros da comunidade estão trabalhando contra o Senhor e a favor do Anticristo.