14/12/2022

O trabalho dos jovens de uma igreja.

 

O trabalho dos jovens de uma igreja.

Normalmente, numa comunidade cristã, os jovens e adolescentes são uma parte da igreja bastante ativa e interessada no serviço cristão nas suas variadas atuações.

Fazer parte de um grupo com o qual se identificam é uma necessidade dos jovens e adolescentes, e isso faz parte do desenvolvimento, do amadurecimento de qualquer pessoa. Somos seres inerentemente sociais e a passagem da infância para a fase adulta implica, também, no desapego gradual da dependência dos pais e uma emancipação também gradual onde os jovens são cada vez mais dados às suas próprias iniciativas, feitos e realizações.

Eles gostam (na verdade necessitam) de se reunir, de fortalecer vínculos de comunhão e de amizades dentro da igreja, e isso como alternativa saudável que os protege das opções de amizade e de lazer no mundo - porque os jovens não crentes também têm essas necessidades,  mas seus contextos são sempre temerários por serem altamente propícios a muitos tipos de pecados que estão presentes em armadilhas típicas da mocidade, e são especialmente perigosos nesses nossos tempos de relativizações, de estímulos às promiscuidades sexuais, de muita facilidade no acesso ao álcool e outros entorpecentes e de romantização de pecados, da violência e do crime.

O trabalho e a comunhão entre jovens crentes também costuma estimular práticas e virtudes cristãs que promovem a edificação desses jovens, como a prática da oração entre eles, da leitura e do estudo bíblicos a eles direcionada (e por eles dirigida), do despertamento de dons e de vocações entre os próprios jovens, das práticas de cultos por eles dirigidos, de evangelismos, de aproximação e experimentação das ações missionárias e, evidentemente, de namoros cristãos, santos, visando casamentos.

Mas e quando numa igreja não existe um trabalho consistente feito aos jovens e pelos jovens? E quando o trabalho se resume a encontros esporádicos e superficiais onde se joga tabuleiro e come pizza em lugar de se praticar orações, leitura e estudo bíblico, envolvimento com ações genuinamente cristãs e engajamento numa comunhão verdadeira visando o estreitamento dos laços de amizade? 

Bem, nesses casos teremos jovens numa igreja sem identificação com o grupo local, coisa que necessitam. Teremos jovens apáticos, perdidos a respeito de uma causa que lhes confira legitimidade e identidade e que se sentirão cada vez mais atraídos pelo gramado mais verde do vizinho, seja esse vizinho uma outra igreja onde exista trabalho com os jovens ou, pior, o mundo com seus atrativos, baladas, experimentações e tantos perigos.

Formar e manter um trabalho voltado aos jovens de uma igreja é uma necessidade, não um capricho departamental. É dessa fraternidade que esses jovens formarão vínculos fortes, dela terão despertadas as suas vocações, provavelmente é daí que encontrarão seu cônjuge e é nessa rica experiência dos anos da mocidade atuando dentro de uma igreja sob a supervisão e proteção dos seus pais e pastores (mas à uma certa distância) que esses jovens se fortalecerão para assumir a igreja em todas as suas demandas da próxima geração.

Sem um trabalho consistente voltado aos jovens de uma igreja, além de se estar cometendo o pecado da omissão, também comete-se o da irresponsabilidade de se estar investindo na falência da igreja da próxima geração.