"...Mas Pedro e João, respondendo, lhes disseram: Julgai vós se é justo diante de Deus ouvir-nos antes a vós do que a Deus; pois nós não podemos deixar de falar das coisas que temos visto e ouvido."
Atos 4:19 e 20
Sendo assim, as Escrituras (a Bíblia) possuem um caráter especial: são as revelações do próprio Deus acerca de si e acerca da humanidade. Trata-se do modo como Deus vê o mundo e os homens, maneira que foi comunicada por meio de homens que Ele mesmo inspirou e que agiram como profetas e como apóstolos em seus ministérios como anunciadores da Santa Palavra divinamente inspirada e necessária para trilharmos o caminho que Deus quer que trilhemos. A Bíblia é, portanto, a autoridade maior, a regra de fé e de prática que aqueles que querem caminhar na presença de Deus devem seguir. Quem me ama, disse Jesus, guarda a minha Palavra.
Uma característica da Bíblia é que ela é reveladora de quem realmente somos aos olhos de Deus e por isso ela aponta os nossos pecados, sendo que todos, sem exceção, somos pecadores e indignos de Deus. Não podemos nos apresentar limpos diante de Deus pois temos uma natureza inclinada para o pecado e nada podemos fazer a este respeito. Somente Deus, em seu filho Jesus, pôde fazer algo a respeito do imenso abismo que entre nós existia. O que a nós era impossível para Jesus não é: Ele, o Criador do Céu e da Terra, o Todo-Poderoso, aquele que não conheceu pecado e que era genuinamente Santo e inculpável, veio ao mundo e se fez homem para assumir as culpas dos pecadores, sendo condenado à morte numa cruz à semelhança de um bandido. Morreu e ressuscitou no 3° dia para reassumir o seu Trono no Reino Eterno para governar todas as coisas e para garantir a salvação aos pecadores que viessem a crer nEle e que, por isso, podem ser justificados pela fé em Cristo e gozar de sua presença, em seu Reino, como filhos amados de Deus para todo o sempre. Obter o perdão de pecados e a salvação, que consiste em ser livre do pecado condenatório é crer em Cristo, e fazemos isso quando ouvimos o que a sua Palavra diz e a praticamos como forma de crer, de servir e de seguir a Jesus.
Por essas razões, a Bíblia é um livro excepcional e a Igreja de Cristo, ou a congregação do povo que nEle crê é, simplesmente, um organismo vivo que tem por função primordial a proclamação desta Palavra que tem poder para nos reunir com Deus e o apontamento de pecados é necessário a fim de que haja a promoção do arrependimento para que esta salvação seja possível.
Assim, o cristianismo não é uma religião que se amolda aos interesses e aos costumes de uma época, qualquer que seja. Ao contrário disso, é a religião que tem por responsabilidade anunciar a Palavra daquele que tudo sabe e que tudo vê, em todos os tempos da história e em todos os lugares. É impossível crer em Jesus e tê-lo como Senhor se o Jesus crido não for aquele relevado pelas Escrituras. Muitos dizem crer em Jesus, mas acreditam num falso e inconsistente Jesus criado por mentes humanas decaídas conforme querem acreditar e não conforme é revelado pelas Escrituras. Muitos interpretam as Escrituras conforme suas mentes pecaminosas e corações enganosos querem interpretar, mas suas crenças são inconsistentes e não amparadas pela verdade. Por isso, a Bíblia não pode ser adulterada e nem suas partes podem ser omitidas conforme as vontades humanas querem fazer, ainda que suas leis assim determinem ou que as multidões assim o queiram. Muitos profetas ou apóstolos foram martirizados no passado por causa da mensagem que tinham que transmitir e esse ainda é o papel da Igreja de Cristo: pregar a Palavra e serví-la, mesmo que a mensagem não agrade e mesmo que sua mensagem resulte em perseguição. Essa é uma verdade fundamental: Não é a religião ou a Igreja a senhora da verdade. Não, não é! A Igreja ou os cristãos não têm o direto de adulterar a Palavra divina. A Igreja cristã é serva da verdade e não tem sobre ela poder, a não ser o de se submeter e de proclamá-la. Somente assim, os cristãos podem se favorecer das promessas contidas nas Escrituras, pois estão comprometidos com a Palavra de Deus em sua totalidade.
Vivemos tempos em que muitos tentam mudar o que a revelação de Deus determina e isso não é algo exclusivo do nosso tempo, pois no passado já tentaram calar aqueles que anunciavam as verdades divinas e por causa disso muitos crentes foram e ainda são perseguidos e até mesmo martirizados por causa da poderosa Palavra de Deus que eles anunciavam. Nosso tempo não é diferente e a Palavra foi e sempre será triunfante: ainda que não sobre nenhum crente, ela se mostrará verdadeira no final dos tempos como testemunho de que a verdade foi dada aos homens, mas muitos a recusaram, desprezaram e odiaram, recusando também a salvação oferecida ao passo que outros desfrutarão de sua promessas eternas ao lado do Pai porque creram.
Hoje, o pecado tem sido celebrado e sua corrupção tem sido exaltada. Querem fazer com que a Igreja se cale, querem fazer com que as verdades bíblicas sejam confundidas com mera opinião religiosa, querem fazer com que a igreja tenha uma fama de retrógrada, de preconceituosa. Outros querem fazer da Igreja um ajuntamento de corruptos, de charlatões, de fanáticos irresponsáveis, de meio de barganha com o sobrenatural... Querem mudar a Palavra de Deus como se Ele não soubesse o que diz!
Não há quem seja inocente de pecado neste mundo e pecado é tudo aquilo que a Bíblia diz que é. Em última análise, o pecado é algo que agrada à nossa carne, nossa natureza pecaminosa e autodestrutiva, algo que deforma a criação de Deus e que ofende ao próprio Deus, nos banindo irremediavelmente dEle. O único modo de sermos salvos é a Fé em Cristo e isso exige arrependimento, mudança de conduta e submissão às Escrituras. A conversão à Cristo é necessária à nossa salvação e todos precisamos disso.
Não adorar a Deus é pecado, incredulidade é pecado, idolatria é pecado, mentira é pecado, adultério é pecado, homossexualismo é pecado, luxúria é pecado, egoísmo é pecado, ganância é pecado, roubo é pecado, cobiça é pecado, corrupção é pecado, desamor é pecado, desonra aos pais é pecado, intolerância é pecado, injustiça é pecado, juízo temerário é pecado, omissão e covardia são pecados (e daí os cristãos não devem se calar)...
A Bíblia revela o que somos e a Igreja tem o papel de proclamar o que ela diz. Saber que somos pecadores nos faz conscientes de um estado que exige de nós uma decisão sobre o modo como viveremos a vida que temos: ou ignoramos o que a Bíblia diz e simplesmente continuamos a viver a vida do nosso modo, conforme a nossa vontade como se da nossa vida nós mesmos fôssemos os senhores – o que não é verdade, porque de tudo prestaremos contas no Juízo - ; ou, ao tomarmos consciência de quem realmente somos aos olhos de Deus e de vermos a imundície que nos cobre, nos arrependermos e buscarmos a Deus, a fim de que sejamos salvos – e essa é a vontade do próprio Deus, pois foi por amor que Ele enviou Jesus e nos deu as Escrituras.
Assim, não é a alegria passageira, a opinião da maioria, o prazer e as realizações mundanas ou pessoais que podem afirmar se estamos no caminho correto ou não, mas somente o que a própria Bíblia diz, a regra de Fé e de prática, inspirada por Deus e útil para toda a vida e eternidade.
Escolha: podemos dar ouvidos aos homens, mesmo que sejam uma multidão proclamando a uma só voz a mesma coisa; ou a Deus, que proclama a sua Palavra por meio do seu instrumento, a Igreja, mesmo quando perseguida por causa da sua missão. Eu prefiro ouvir a Deus, pois os efeitos disso são uma vida eterna em seu Reino, em sua gloriosa presença como um filho Seu; enquanto que aqueles que desprezarem sua Palavra simplesmente permanecerão eternamente banidos de sua presença num inferno onde não há esperança.
Que a misericórdia de Deus atinja nossos corações a fim de que nos arrependamos e sejamos salvos para a Sua glória e assim tenhamos a verdadeira vida, a verdadeira e eterna alegria e desfrutemos sempre do verdadeiro amor.