28/12/2023

Pecados suavizados nas abordagens modernas



Nas abordagens modernas não há mais espaço para se acusar perversidades, pois quase tudo tem sido tratado como modos não normativos de comportamentos, ou no máximo como distúrbios que fazem dos seus portadores vítimas, não culpados.

O sujeito não é um perverso predador de crianças, um pedófilo, pois já há quem defenda que isso é uma condição incompreendida e deve-se buscar soluções para a resolução desse problema, como por exemplo reduzir a idade do consentimento sexual para 10 ou 12 anos.

A criança não deve ter a sua orientação sexual definida pela educação realizada pelos pais de acordo com o seu sexo biológico, pois identidade sexual e biologia são coisas distintas e a criança deverá descobrir por si só (obviamente com as ingerências de professores militantes que infundirão suas ideologias de gênero e todo lixo esquerdista-progressista nas mentes vulneráveis e receptivas de crianças cujos pais tem sido cada vez mais cerceados nos seus deveres de educar) e assim, essas crianças poderão ser o que quiserem, incluindo a mudança para o sexo oposto através de cirurgias e procedimentos castradores e mutiladores que causam danos físicos e psíquicos profundos e irreversíveis, mas isso não será tratado como perversão e sim como práticas normais que devem ser celebradas.

E essas mesmas crianças poderão mudar o seu sexo, pois devem ser tratadas como conscientes e perfeitamente aptas para tão grave transformação, mas nunca deverão ser consideradas responsáveis pelos crimes que eventualmente possam praticar - pois ainda não têm maturidade para isso.

O sujeito não é um depravado, ele apenas se enquadra num espectro pouco compreendido de toda uma gama de opções de práticas sexuais que não se enquadram na ditadura da heteronormatividade, uma imposição do patriarcado judaico-cristão, e deve "sair do armário" para ser ele mesmo e ser feliz.

O sujeito não é um bandido que deve pagar por seus crimes, mas deve ser compreendido como vítima de uma sociedade que não lhe deu opções justas e que o oprimiu, sendo a sociedade a verdadeira responsável pelos crimes que forçou sua vítima a praticar.

A mulher que assassina o próprio filho em gestação não é uma assassina, mas é uma mulher que deve ser celebrada porque corajosamente se desprendeu das amarras a que foi historicamente oprimida e subjugada e que agora reassumiu as regras sobre o seu próprio corpo, num ato que também é político e libertador ao impor o seu direito de não ficar presa à condição de mãe, uma condição que atrapalha a sua realização profissional, financeira e social e, por isso, abortos são direitos que requerem aplausos, não a condenação pelo derramamento covarde e cruel de sangue inocente, pelo assassinato do próprio bebê, de uma outra pessoa que é totalmente indefesa.

E o que dizer da idolatria? Já faz muito tempo que passou a ser um "direito", quando na verdade continua sendo pecado que incorre em condenação, é crime contra a Lei de Deus mas acobertado e protegido pelas inferiores e débeis leis dos homens. E assim passamos a tratar como normal o que é ofensivo ao Senhor e nos esquecemos que pecados são, antes de tudo, contra o Senhor e contra a sua Lei muito antes de o serem contra pessoas e nos esquecemos que nunca nos foi dado por Deus nenhum direito de cometer nenhum tipo de pecado, porque todo pecado é e sempre será rebelião contra a Lei do Senhor e ofensa contra o Senhor.

E somam-se a esses pecados alistados, muitos que tem sido socialmente celebrados, como a banalização da quebra do dia do Senhor, da importância do matrimônio e a banalização dos adultérios, dos divórcios e recasamentos, das cobiças das coisas alheias, das muitas formas e sofisticações de mentiras e corrupções, etc, etc.

Diante desses e de tantos outros pecados que atualmente têm sido erroneamente interpretados como direitos, desajustes e formas diferentes de se ser, a única solução continua sendo a mesma velha ordem:

"Arrependei-vos, e crede no evangelho."
(Marcos, 1: 15)

____________________________

Se um pregador da Palavra aderir à ideia mundana de "fluidez" e de relativismos da verdade, tenha-o como um apóstata, porque a Palavra de Deus não reforça e não se submete às sutilezas do engano demoníaco que tentam colocar em dúvida os fundamentos da fé, pois a Palavra de Deus não se rende a modismos, nem às filosofias que mudam conforme mudam os tempos, mas sempre reforça e proclama a solidez inalterável da verdade.

Acesse também:

Sobre o amor de Deus e o inferno:

A luta pela fidelidade à verdade:

Cristianismos esvaziados do Senhor Jesus:

Oração Sacerdotal de Jesus

 


Exposição do texto sobre a "Oração Sacerdotal de Jesus" em João 17, versos 1 a 26 na Igreja Batista Reformada em São Paulo, dia 27/12/2023.

Apenas áudio gravado com celular e fotos.

** Veja neste link do Youtube uma lista de pregações que me foi dada a honra de fazer:

https://youtube.com/playlist?list=PLiYo9ILRQsYtn4FOSdO3JsdIhSK8b4E98&si=3GMBUli8YVnWN_Pt

27/12/2023

Nas coisas essenciais, unidade; nas não essenciais, liberdade.


Eu suspeito que tanto muitos dos cristãos fiéis ao Senhor quanto o próprio Diabo concordam com a máxima que diz: "nas coisas essenciais, unidade; nas não essenciais, liberdade" - mas, evidentemente, por razões diferentes.

O fino limite para a tolerância às divergências e até mesmo a certas heterodoxias pode servir ao bom propósito dos crentes fiéis no sentido de se promover a fraternidade a despeito das divergências em questões menores, mas sempre na expectativa de que a verdade prevaleça sobre o erro, desde que se trabalhe por isso, mas ainda assim com os riscos do contraditório conseguir ampliar seus espaços. É como a disputa num cabo de guerra, ou numa balança. 

Mas a aposta do Diabo é a de que essa balança pode pender para o crescimento do erro, como um oportunista que se estabelece e vai ganhando cada vez mais espaço sob a proteção do rótulo de "questão não essencial porém tolerável" servindo essa máxima como validação da erva daninha do erro, como autoritarivo para o fermento acrescentado indevidamente na massa como se uma porção de engano e de mentiras fossem inofensivos, legitimando-se, assim, a tolerância ao mal estabelecido e crescente.

O problema desse tipo de lema é: quem define os limites do que é não essencial e tolerável? Pessoas? Concílios? Preferências? Modismos? E é também assim que a autoridade das Escrituras tem sido paulatinamente relativizada e o fundamento de muitos grupos ditos cristãos tem sido cada vez mais apenas variações de um solo arenoso. Isso porque em nome da unidade sob a diversidade costuma-se dar um passo atrás na ortodoxia, como forma de negociação e de adequação aos novos padrões de unidade. Mas logo se dá outro passo atrás, porque esses padrões continuam mudando conforme mudam as culturas e as exigências do mundo. E depois outro passo, porque essa dinâmica não cessa. E outro, e outro, e muitos outros passos são dados até que a prática cristã e a confessionalidade de certos grupos fiquem irreconhecidas, se comparadas aos padrões das igrejas do passado. E não será incomum chamarem essa descaracterização, a deformidade na fé e na prática de grupos cristãos de evolução, de progresso...

O pequeno desvio na mira de uma flecha faz com que ela erre o alvo tanto quando um grande desvio. Um desvio pequeno é tão eficaz quanto um desvio maior.

A tolerância com o erro teológico e com a heterodoxia é um tipo de cavalo-de-Tróia. É a tolerância com um vírus que se aloja sem fazer estardalhaço mas que tem o potencial de fazer adoecer o corpo e de matá-lo.

23/12/2023

Deus é amor


Deus é amor!

"Aquele que não ama não conhece a Deus; porque Deus é amor."

(1 João, 4: 8)

"O meu mandamento é este: Que vos ameis uns aos outros, assim como eu vos amei."

(João, 15: 12)

Muito se fala nas diversas abordagens cristãs sobre o amor de Deus e do dever cristão de se praticar o amor.

Mas a "sutileza" com que Satanás dissemina suas mentiras para perverter a verdade transtorna, inclusive as noções e as práticas do AMOR.

Será que toda "forma/ conceito" de amor é válido?

Não! Amor corrompido não é o amor bíblico.

Muitos falam de amor, falam de Jesus... Cuidado! Nem todas as abordagens são verdadeiras. Tenha o cuidado de acatar o amor bíblico que reflete a santidade de Deus, verdadeiramente cristão, não as abordagens mundanizadas e genéricas que repelem a santidade de Deus porque são coniventes com o pecado em suas diversas formas.

Há um único caminho de Cristo, e todo relativismo moderno tenta transtorná-lo.

Acesse também:

https://atitudeprotestante.blogspot.com/2023/04/o-amor-de-deus-e-o-inferno.html

19/12/2023

Morrer por batalhas justas

 

Que garantias um soldado tem de que retornará para casa?

Quando se assume a disposição de uma luta por uma causa, assume-se também a possibilidade de sofrer, de ser ferido, de ser vencido e de morrer na batalha.

Nem sempre é pela vitória que lutamos, é pelo dever de se lutar pela causa que é mais importante que a sua própria vida.

Muitos deram suas vidas como sementes para algo que pode ser que seja colhido apenas numa geração futura. O maior dos investimentos numa possibilidade almejada.

Muitos que lutaram pela liberdade não chegaram a desfrutar da liberdade. 

Muitos que lutaram por justiça foram injustiçados e assim morreram.

Muitos que lutaram pelo Evangelho morreram pelo Evangelho tendo ao seu redor poucos indícios das esperanças que teimosamente perseguiam.

Mas todos esses fizeram a coisa certa e viveram suas vidas da forma mais magnífica possível.

Que Deus me livre das omissões diante das batalhas justas e necessárias e me dê forças para me manter fiel a Ele até o fim.


Ver também: 

A luta pela verdade

https://atitudeprotestante.blogspot.com/2023/08/a-luta-pela-fidelidade-verdade.html

Guerra ideológica:

https://atitudeprotestante.blogspot.com/2023/11/guerra-ideologica.html

O servo sofredor:

https://atitudeprotestante.blogspot.com/2023/07/o-servo-sofredor.html

Sejamos mais corajosos:

https://atitudeprotestante.blogspot.com/2023/07/pastores-e-cristaos-sejamos-mais.html

Igreja irrelevante:

https://atitudeprotestante.blogspot.com/2023/05/o-erro-de-se-buscar-uma-igreja.html

18/12/2023

O alarme soou, mas quem o ouviu?

 


"Porque, se a trombeta der sonido incerto, quem se preparará para a batalha?"

(1 Coríntios, 14: 8 e Ezequiel 33)

O confronto teológico baseado em doutrina cristocêntrica e histórica, expressão de fidelidade aos fundamentos apostólicos e não da tola opinião de quem absorve ventos de doutrinas, é, em última instância, demonstração de amor.

Isso porque o confronto aos erros visa a correção desses erros, visa a salvação dos que estão se refestelando num lamaçal de enganos e visa a santificação dos vacilantes.

Não existe salvação sem arrependimento de pecados. Nem mesmo a soma de todos os disfarces e todos os esforços dos homens e suas fraternidades do erro podem acobertar um único pecado diante de Deus. Somente o arrependimento é eficaz para se obter o perdão eficaz. E para haver arrependimento se faz necessário dizer ao pecador que ele deve se arrepender do seu pecado.

Mas nós vivemos a pitoresca época em que até mesmo diversos herdeiros da tradição reformada, mestres que sabem que seus pais afirmavam e ensinavam as velhas doutrinas dos Apóstolos mas que resolveram relativizar esses fundamentos, talvez porque estejam seduzidos por oportunidades de poder, e pelos confortos típicos dessa época, e por riquezas, e pelas fraternidades do erro, e por todas as vantagens que essas fraternidades políticas podem angariar, e assim, para consolidar seus erros, seus desvios, suas permissividades que dão força e poder a iniquidades e que paulatinamente introduzem apostasias nas igrejas, eles reduzem a velha teologia a mera opinião dentre tantas outras para desqualificá-la perante suas audiências como se o consentimento dos homens sugestionáveis fosse também o consentimento de Deus.

Esquecem-se que de Deus não se zomba?

Veja também: O amor de Deus e o inferno.

https://atitudeprotestante.blogspot.com/2023/04/o-amor-de-deus-e-o-inferno.html

16/12/2023

Natal - não havia lugar para o menino Jesus.

 


"...e teve a seu filho primogênito; envolveu-o em faixas e o deitou em uma manjedoura, porque não havia lugar para eles na estalagem."

(Lucas, 2: 7)

"Estava ele no mundo, e o mundo foi feito por intermédio dele, e o mundo não o conheceu. Veio para o que era seu, e os seus não o receberam."

(João, 1: 10, 11)

"Era desprezado, e rejeitado dos homens; homem de dores, e experimentado nos sofrimentos; e, como um de quem os homens escondiam o rosto, era desprezado, e não fizemos dele caso algum."

(Isaías, 53: 3)

Não havia lugar para o Senhor na estalagem na ocasião do seu nascimento. O mundo não o conheceu, os seus não o receberam. Sua vida neste mundo consistiu em amar e ser desprezado. Ele veio para salvar pecadores e para isso teve que morrer por eles numa cruz.

Não pense que é o "espírito natalino" que o Senhor espera encontrar nas pessoas. Não se engane com felicitações ao Senhor por causa do seu aniversário - como se Ele requeresse isso e se agradasse disso. O Natal é data efêmera que produz entorpecimentos, um afã de sentimentos provocados por festas e pelo comércio mas que não cumpre o que Deus requer de nós.

É claro que confraternizações e que abraçar pessoas queridas são coisas boas; que celebrar e sempre rememorar o nascimento do Senhor Jesus, a encarnação miraculosa do Primogênito de Deus como parte do Evangelho tributando ao Senhor as glórias que lhe são devidas é muito bom e recomendável. Mas é a devoção verdadeira ao Senhor numa fé perseverante na obediência à sua Palavra que Ele requer de nós, e não as emoções passageiras de uma festa sazonal.

Não existe adoração verdadeira em religiosidades superficiais, mas sim no comprometimento real dos convertidos de viverem para a glória de Deus através da verdadeira fé sendo praticada em obediência à Palavra de Deus, uma fé que proclama e se sujeita ao Senhor e Salvador Jesus Cristo, o Deus que se fez homem para salvar pecadores pelo holocausto de si mesmo na cruz e que ressuscitou vencendo a morte, ao pecado e a Satanás. 

São os efeitos da sua obra que o Senhor Jesus requer de nós. A nossa reconciliação com Deus, a nossa salvação que tem como efeito a nossa adoração a Ele.

Não foi apenas na ocasião do seu nascimento que não havia lugar para o Senhor. Não foi apenas na sua encarnação que ele foi negado, não reconhecido, blasfemado e execrado. Reincidentemente o mundo faz isso com ele, repete e persevera repetindo a negação do Filho de Deus, nosso Salvador. Blasfemam, distorcem, detestam o Cristo verdadeiro e adotam a ídolos em seu lugar. E o Natal tem servido, em grande parte, para isso. Valoriza-se um suposto "espírito cristão natalino" que é centrado nas satisfações humanas, não nas exigências de Deus, e que não costuma subsistir ao dia seguinte em contraste com as ordens de Deus que são para uma dedicação à fé no Senhor por toda a vida e para a glória dele. 

Você que celebra o nascimento do Deus-menino tem adorado a Deus constantemente como Ele requer? Confessa a Jesus como sendo o Senhor, o Deus que se fez homem para salvar pecadores, que morreu na cruz em nosso lugar mas que ressuscitou, que vive e reina para sempre à destra de Deus-Pai? Tem cultuado a esse Deus junto dos demais crentes em cultos verdadeiramente cristãos? Tem buscado a Deus de todo o coração como a Bíblia prescreve? Se não tem feito isso, a tua celebração de Natal é engodo, porque você também tem desprezado ao Senhor Jesus - contudo sempre é tempo de arrependimento, de verdadeiramente passar a seguir a Cristo.

É verdade que na ocasião do nascimento do Senhor Jesus Deus moveu diversas pessoas e de diversos contextos para honrarem ao Rei dos reis. Os sábios do oriente, os pastores das imediações, alguns crentes piedosos. Sim, o Senhor foi e deve ser honrado, celebrado, adorado, tanto pelo seu nascimento como pelo todo da sua vida e obra. Mas muitos dos que se aproximaram dele terminaram exigindo a sua crucificação, muitos interesseiros em seus benefícios na verdade odeiam a religião do Senhor porque odeiam a quem de fato o Senhor Jesus é.

O fato de sermos pecadores e de Deus ser santo nos separa. E é exatamente por isso que Jesus veio ao mundo, para nos salvar, nos reconciliar com Deus pelo derramamento do seu precioso sangue. O Senhor Jesus veio pagar as nossas dividas perante Deus arcando com as maldições dos nossos pecados ao ser punido no lugar dos seus eleitos. É somente pela fé nele que somos perdoados, justificados e reconciliados com Deus.

Você pode ser mais um dentre os que foram tocados pela Graça de Deus para receber ao Senhor Jesus Cristo pela fé, e de verdade o honrar assim como os poucos que tiveram a percepção da grandiosidade daquele nascimento.

Não há esperança no Jesus menino se não houver conversão ao Senhor Jesus Cristo ressuscitado que é o Rei dos reis e Senhor dos senhores. Não há celebração de Natal que satisfaça ao Senhor a não ser que a tua vida seja a Ele entregue em genuína conversão por meio da fé no Evangelho junto do arrependimento de pecados, pois é somente assim que se corresponde e se recebe ao amor de Deus: crendo e servindo ao seu Filho. 

Essa Graça da salvação está posta, acessível, diante de todos. 

Veja também:

Jesus não nasce no coração de ninguém:

https://atitudeprotestante.blogspot.com/2022/12/jesus-nao-nasceu-nem-nascera-no-coracao.html

Feliz Natal!

https://atitudeprotestante.blogspot.com/2009/12/feliz-natal.html

___________________________________


Feliz Natal!

Não existe espírito de Natal sem Jesus.

"...mas, vindo a plenitude dos tempos, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido debaixo de lei, para resgatar os que estavam debaixo de lei, a fim de recebermos a adoção de filhos."

(Gálatas, 4: 4 - 5)


Veja: 

Teologia do Natal 

https://youtu.be/KdL23dP7fQU?si=CJhx4GeS0ye5Rky1

13/12/2023

Faz parte da missão da igreja lidar com as demandas do seu tempo.

 

"

Ó Deus, dá ao rei os teus juízes, e a tua justiça ao filho do rei.

Julgue ele o teu povo com justiça, e os teus pobres com eqüidade."

(Salmos, 72: 1, 2)

Faz parte da missão da igreja lidar com as demandas do seu tempo no período da história em que ela está estabelecida. Somos o sal da terra, o elemento que impede o avanço da putrefação das carnes mortas no mundo, o agente por Deus constituído para resistir aos avanços das iniquidades e as celebrações e normatizações dos pecados; e a luz do mundo, a ação iluminadora que traz conhecimento de todas as coisas à luz da Verdade da Palavra de Deus, que faz conhecida a malignidade do mal e do pecado assim como faz conhecido o bem e o caminho da salvação e que norteia os homens nos parâmetros da verdade, do bem e da justiça no tempo e no momento da história em que o Soberano Deus e Senhor nos estabeleceu. 

Desde o Antigo Testamento os profetas receberam de Deus os encargos sagrados de iluminarem suas épocas, denunciando pecados dos reis e do povo, apontando sempre para o caminho da retidão. Nunca, nenhum servo de Deus foi chamado às negligências e às omissões. Nunca nenhum servo de Deus foi ordenado para criar uma bolha, uma ideia falsa e superficial de segurança num reduto que ignora o mundo com suas demandas.

Felizmente temos algumas lideranças na IPB que se posicionam como vozes proféticas e que denunciam pecados e conclamam o povo de Deus à tomada de posicionamento e às orações biblicamente fiéis diante da progressão de iniquidades que a todos ameaçam a partir dos poderes.

Infelizmente grande parte das lideranças é omissa e muitos rangem os dentes quando essa omissão é contestada, e lideram seus rebanhos na permanência das omissões e da apatia de permanecer em cima do muro sem distinguir o que é certo do que é errado, o que é justo do que é injusto como se isso fosse saudável para a prática da fraternidade plural (leia-se fraternidade do erro) dentro dessas comunidades. Esses sequer oram.

A verdadeira igreja é luz do mundo e é sal da terra. Ela distingue o bem do mal, justiças de injustiças, e ela age!

Omissão nas demandas do nosso tempo é pecado. É deixar a podridão tomar conta sem que haja freios nem resistências. É investir na degeneração da própria igreja.

"Exorto, pois, antes de tudo que se façam súplicas, orações, intercessões, e ações de graças por todos os homens, pelos reis, e por todos os que exercem autoridade, para que tenhamos uma vida tranqüila e sossegada, em toda a piedade e honestidade. Pois isto é bom e agradável diante de Deus nosso Salvador,"

(1 Timóteo, 2: 1 - 3)

"Bem-aventurados os que são perseguidos por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus."

(Mateus, 5: 10)

Estamos juntos, caro irmão pastor Arival Casimiro.

___________________________________

Um paradigma bíblico para os homens de Deus, os cristãos, são as ordens dadas por Deus a Josué. Homens devem ser fortes em suas convicções, devem ir à luta sob os desígnios de Deus. 

Assim foi o nosso modelo maior, Jesus. Assim foram os profetas e os Apóstolos. Todos movidos pela fé (Rm. 1: 17; Hb. 10: 38).

"Esforça-te, e tem bom ânimo, porque tu farás a este povo herdar a terra que jurei a seus pais lhes daria.

Tão-somente esforça-te e tem mui bom ânimo, cuidando de fazer conforme toda a lei que meu servo Moisés te ordenou; não te desvies dela, nem para a direita nem para a esquerda, a fim de que sejas bem sucedido por onde quer que andares.

Não se aparte da tua boca o livro desta lei, antes medita nele dia e noite, para que tenhas cuidado de fazer conforme tudo quanto nele está escrito; porque então farás prosperar o teu caminho, e serás bem sucedido.

Não te mandei eu? Esforça-te, e tem bom ânimo; não te atemorizes, nem te espantes; porque o Senhor teu Deus está contigo, por onde quer que andares."

(Josué, 1: 6 - 9)

Mas muitos preferem ser verdadeiros "pamonhas"...

E, para desviar a igreja das suas responsabilidades diante do mundo, por vezes se adotam cortinas de fumaça esdrúxulas e vexatórias para suplantar a necessária reflexão acerca das demandas do nosso tempo por... piadas (!!!), numa demonstração deplorável de decadência moral e de esvaziamento nos sensos de propósito e de missão da igreja.


Veja também: Concílios erram!

12/12/2023

Quem ensinou aos pássaros a dependerem dos cuidados de Deus?

 


Quem ensinou aos pássaros os longos caminhos sem estradas que percorrem no céu nos tempos exatos para acharem comida e para fazerem seus ninhos em lugares tão distantes?

Como sabem as criaturas marinhas que suas longas travessias nos oceanos as levarão exatamente para o lugar específico onde brotam os milagres da vida?

Quais foram os cuidados que as flores do campo tomaram para se vestirem com inigualável beleza?

O Senhor Jesus ensina aos seus discípulos que o Deus que sustenta e cuida da sua criação tem muito maior zelo com seus amados filhos.

"Por isso vos digo: Não estejais ansiosos quanto à vossa vida, pelo que haveis de comer, ou pelo que haveis de beber; nem, quanto ao vosso corpo, pelo que haveis de vestir. Não é a vida mais do que o alimento, e o corpo mais do que o vestuário?

Olhai para as aves do céu, que não semeiam, nem ceifam, nem ajuntam em celeiros; e vosso Pai celestial as alimenta. Não valeis vós muito mais do que elas?

Ora, qual de vós, por mais ansioso que esteja, pode acrescentar um côvado à sua estatura?

E pelo que haveis de vestir, por que andais ansiosos? Olhai para os lírios do campo, como crescem; não trabalham nem fiam; contudo vos digo que nem mesmo Salomão em toda a sua glória se vestiu como um deles.

Pois, se Deus assim veste a erva do campo, que hoje existe e amanhã é lançada no forno, quanto mais a vós, homens de pouca fé?

Portanto, não vos inquieteis, dizendo: Que havemos de comer? ou: Que havemos de beber? ou: Com que nos havemos de vestir?"

Mateus 6: 25 - 31


Veja também: A soberania de Deus em tempos difíceis.

https://atitudeprotestante.blogspot.com/2023/09/a-soberania-de-deus-em-tempos-dificeis.html

Era da pós-verdade

 


A era da pós-verdade - quando a opinião pessoal tornou-se o Canon, a regra de fé e de prática de cada pessoa em suas subjetividades, o sistema plural e indefinido de crenças onde os perdidos se sentem seguros.

A pós verdade é um câncer que relativiza tudo o que toca, porque cria novas perspectivas onde cabe tudo e cabem todos sem que haja a necessidade de verdadeira adequação à verdade. E no caso da verdade absoluta, o Evangelho, a pós verdade faz parecer que as exigências do Senhor podem ser relativizadas e que afirmações de fé são meras opiniões, expressões subjetivas. 

Era a serpente do Éden quem mostrava essa habilidade de dissuadir de verdades que deveriam ser cridas, nunca relativizadas. Teologia histórica? Mera opinião, eles dizem, o que vale é a Biblia. Parece bonito mas não se lê a Bíblia sem uma teologia, e teologia é obra de fé e do Espírito - quem tem ouvidos que ouça!

E assim as novas formas de se praticar a pós verdade acolhem adeptos de conceitos selecionados como num grande buffet de muitas opções sem a necessidade de conversão nem de arrependimento como se a Graça de Deus fosse barata, uma feira livre.

Isso tapeia homens, multidões, mas nunca a Deus.

Faça da religião um comércio e espetáculo para os homens e pode ser que o Senhor Jesus te venha como foi para os vendilhões do templo.

Crentes verdadeiros perdoam

 


Cristãos perdoam. 

Mas existe uma grande diferença entre perdoar e saber quando é necessário resistir ao ofensor.

O perdão é exigido quando o mal é feito contra você e, como cristãos imitam ao Senhor Jesus, eles perdoam a quem lhes fez mal. Até mesmo na cruz o Senhor orou ao seu Deus e Pai pedindo a Ele que perdoasse aqueles que o maltratavam (Lc. 23: 34). 

Perdão é crer na superioridade da Graça de Deus diante do poder do pecado. Se o pecado degenera, separa, agride e rouba o perdão é instrumento de restauração, de união, de paz e de restituição.

É exigido por Deus que todo pecador se arrependa, e é exigido dos cristãos a disponibilidade de perdoar até mesmo incondicionalmente, porque o perdão é sempre uma virtude muito maior (e é sacrificial) do que o mal sofrido.

Mas não é somente o perdão que é requerido por Deus, porque, por ser uma virtude, o perdão jamais deve ser uma ação que valida nem reforça injustiças. O perdão é uma ação para lidar com pecados, não para consolidar pecados.

O perdão mal administrado, por exemplo, legitimaria crimes - e isso é impossível na perspectiva do Justo Deus! Veja, a má compreensão do perdão faria com que alguém que foi assaltado simplesmente perdoasse ao ladrão e, perdoar nesse caso (de forma mal compreendida) seria não atribuir culpa, inocentar o criminoso que, impune, simplesmente prosseguiria em suas práticas más sem sofrer a reprimenda e as justas penas que lhes são devidas. E toda pena tem pelo menos dois objetivos: disciplinar o criminoso visando a sua correção e livrar a vítima ou a sociedade de quem lhes faz mal.

O perdão é a ação do agredido pelo seu agressor, uma disposição verdadeira de querer o bem e não retribuir o mal recebido. Mas ignorar a justiça não é fazer o bem, é fazer o mal, é deixar o mal livre. Então o verdadeiro perdão que visa o bem e é virtuoso também requer a justiça como forma de se fazer com que o mal cesse e que o criminoso/ pecador seja transformado, restaurado, substituindo as práticas nocivas por virtudes.

Uma característica do perdoador é que ele mesmo se esforça para que seu agressor seja redimido. E para ser redimido o perdão não requer a destruição do agressor, mas isso é diferente de não querer que seja confrontado, corrigido, disciplinado e que responda à Lei.

Em termos práticos, um crente que foi assaltado não retribuirá o mal com o mal, mas chamará a polícia e quererá que o assaltante seja preso. Mas quererá também que ele tenha a sua vida mudada, que não seja mais um bandido e sim uma pessoa honrada, que seja salva, e o crente agirá para isso acontecer, nem que seja "apenas" por meio de orações.

Crentes retribuem o mal com o bem tantas vezes quantas forem necessárias.

É por isso que a mesma Bíblia, a mesma Palavra de Deus, no Novo Testamento nos ensina a perdoar (Mt. 6: 12) e também nos ensina a agir com severidade, se necessário, expulsando alguém da igreja por causa do seu pecado grave, cínico e recorrente, entregando essa pessoa a Satanás (1 Co. 5: 5). Ué, não era caso de simplesmente "perdoar" o irmão e acolhê-lo em amor? Entregar a Satanás parece ser a pior das coisas... mas não! O texto deixa claro o objetivo, pois pelos sofrimentos, até mesmo os mais severos, o que se pretende é a salvação da pessoa. Pecados precisam ser tratados e não existe amor sem disciplina (Hb. 12: 6).

O perdão tem preço.

Para nos dar o perdão de Deus-Pai o Senhor Jesus teve que tomar sobre si mesmo os danos dos nossos pecados e arcou com as penas da Lei de Deus que deveriam ser punidas em nós, os verdadeiros criminosos perante Deus por sermos pecadores. E foi somente por causa desse cruento pagamento de penas que foi feito no holocausto da cruz que nós podemos ser perdoados por Deus pelos nossos pecados.

Não existe, simplesmente, o esquecimento de pecados. Pecados precisam ser lidados, tratados, corrigidos. Você perdoar é uma coisa ordenada por Deus, mas isso não torna o mal do pecado imediatamente resolvido.

Dessa forma é impossível simplesmente se requerer perdão por alguém que continua nas mesmas práticas do erro, do crime, do pecado sem os complementos do perdão nas ações necessárias que visam as mudanças em quem comete esses erros. Simplesmente dar por resolvida uma demanda por causa do perdão pode ser uma celebração de cinismo, a acomodação nas práticas do erro às custas da virtude do perdoador. É cínico o marido que se acostumou a agredir sua esposa porque foi imposto a ela que deve perdoar seu marido sempre, mesmo sem o arrependimento do seu agressor. Esse mau marido perdeu a vergonha e o temor de sofrer consequências. É cínico um presbítero que apoiou e continua apoiando ideias anticristãs como a promoção do aborto e das complacências com criminosos e simplesmente requer sua continuidade nos cargos de liderança de uma igreja às custas de um tipo genérico de perdão que é imposto a quem se escandaliza com essa mácula na igreja para manter uma "fraternidade". O seu mal incorrigido e cínico corrompe o propósito de ser da igreja.

Pecados não devem ser acobertados, coexistindo cinicamente debaixo do tapete do perdão. Perdão não é para tapar pecados escondidos, é para tratá-los, liberando a pessoa ofendida do seu pesado fardo porque perdoou e está livre da demanda que agora está posta diante do Justo Juiz e que agora precisa ter os desdobramentos de conserto do ofensor, conduzindo-o, na medida do possível, a uma possibilidade de redenção - ou, na sua recusa, de expurgo, de expulsão e de penalização para não corromper as demais pessoas do meio onde está estabelecido com suas práticas más e recorrentes.

Veja também:

https://atitudeprotestante.blogspot.com/2023/07/erguendo-muros.html

05/12/2023

Pastores

Pastores

É um comportamento remanescente do vicariato romanista, uma distorção grave na relação de muitos cristãos com Deus, a prática recorrente de tratar o sermão como "fala de Deus" mais do que a própria Escritura.

É como se os segredos de Deus se manifestassem magicamente apenas nos púlpitos através do trabalho e das falas de pastores ungidos. 

Não! A Palavra de Deus está aberta e disponível a todo crente verdadeiro e não existe outro Mediador entre Deus e os homens, em todos os sentidos, além da suficiência plena do Senhor Jesus Cristo; e não existe outro poder capacitador que infunde nos crentes os benefícios da Graça de Deus senão as ações do Espírito Santo.

Não é raro ver a máxima "o pastor disse" como uma espécie de selo e de validação de expressões derivadas de uma reflexão que o pregador expôs, pouco importando se é correta ou não, fiel ou imprecisa, e assim muitos rebanhos prosseguem desenvolvendo pouca afinidade pessoal e intelectual com as Escrituras, desenvolvendo, também, escassa relação espiritual com Deus porque persevera na dependência de alguém que faça o trabalho por ele, uma espécie de mediador humano no que deveria ser, para todo crente, uma relação aberta e comum.

O erro dessa dependência de um mediador humano precisa ser corrigido. Pastores não são sacerdotes sobre o povo, esse ofício deixou de existir quando o Senhor Jesus consumou seu sacrifício na cruz e o templo perdeu suas funções. Pastores são servos dentre o povo de Deus que devem pregar e ensinar as Escrituras com o cuidado de jamais parecerem ser o que não são - não são mediadores entre o povo e Deus. Eles são (ou deveriam ser) mestres nas Escrituras, anciãos, que têm por função liderar as igrejas sob o reinado do Senhor Jesus Cristo e na formação de discípulos do Senhor, discípulos que desenvolvem afinidades pessoais com o Senhor e que podem, até mesmo, superar seus mestres nas suas práticas próprias de piedade.

Infelizmente há pastores que são vazios de Escritura, de teologia saudável e necessária, e vazios do Espírito Santo, mas são cheios da pujança do maldito vicariato. Suas autoridades são derivadas simplesmente do cargo, ainda que vazio das prerrogativas que deveriam fazer o cargo. Não é incomum o sujeito ser infiel teologicamente, heterodoxo e até mesmo herético, mas é tratado como sacerdote porque suas orações são consideradas como mais poderosas ou ungidas do que as feitas pelos crentes comuns e suas pregações são mais "espirituais" do que as reflexões fiéis que todo crente deveria fazer das Escrituras. Já ouvi gente justificando maus pastores com verdadeiras carteiradas como "gostando ou não, ele é pastor" ou "não toqueis no ungido do Senhor" - ridículo! Esse desvio grave é o principal motivo do estabelecimento de uma relação de poder que muitos líderes apreciam ter sobre o povo - e muitas, muitas vezes o poder corrompe ou é simplesmente um desdobramento de uma corrupção sendo praticada. Nesse entendimento incorreto o sujeito é "ungido", foi ordenado para ter uma autoridade intrínseca para se impor ao povo como se fosse uma antena parabólica que recebe comandos do céu (porque é um tipo de sacerdote, um "vigário") e, estando certo ou errado, ele e somente ele tem a ordenação para o papel que cumpre.

Balela! Embusteiros assim não são pastores. São os ladrões usurpadores a que se refere o Senhor Jesus em João 10: 10 (aliás, leia o capítulo inteiro).

Pastores fiéis ao Senhor Jesus devem ser apoiados e honrados por todos os que por eles são servidos. Os infiéis devem ser resistidos.


Títulos intercambiáveis / sinônimos:

  • Pastor - descrição da função de quem cuida do rebanho/ igreja;
  • Bispos - supervisores/ administradores da igreja;
  • Presbíteros - integrante da liderança colegiada que é eleito pela congregação local. Na IPB são divididos em Docentes (pastores que fizeram seminário e foram ordenados ao Ministério da Palavra e dos Sacramentos) e em Regentes (Presbíteros leigos que são eleitos pela congregação local para serem ordenados e comporem o Concílio que governa a igreja - modelo equivalente ao sistema Parlamentarista e representativo de governo).
A ORIGEM DA PALAVRA "PRESBÍTERO"
A palavra presbítero é uma transliteração aportuguesada do grego presbyterós, que significa literalmente ancião. No sentido do Novo Testamento, quando se refere à liderança da Igreja Cristã, indica uma pessoa que possuí um ofício de autoridade, mas, em outros contextos do grego coinê [1] pode-se referir simplesmente a um homem idoso. A palavra presbyterion encontrado em Lc 22:66, At 22:5 e 1 Tm 4:14 significa “concílio de anciãos”. Herman Ridderbos observa que o ofício de presbítero “certamente possuí antecedentes patriarcais e se originou no judaísmo, onde é a designação de uma classe social.” [2] Então, não era necessariamente a liderança realizada somente por homens idosos, mas idôneos. O que concedia o direito de participar na liderança era a sua sensatez, sabedoria e capacidade de influência. A palavra indica no Novo Testamento não a maturidade biológica, mas a espiritual, ou seja, não especificamente a sua idade, mas a transformação que o discípulo de Cristo alcançou sobressaindo aos demais, deixando de ser considerado neófito (1 Tm 3:6).

NOTAS:
[1] Este era o grego usual no século I, todos os livros do Novo Testamento foram escritos em grego coinê, ou seja, o grego comum. Assim, chamado por ser o grego falado e escrito em comum por políticos, comerciantes, militares, escravos e etc.. William D. Mounce, The Analyitical Lexicon to the Greeek New Testament (Zondervan Publishing House, 1992), p. 389. 

[2] Herman Ridderbos, El Pensamiento del Apóstol Pablo (Grand Rapids, Libros Desafio, 2000), p. 592. 

Via Ewerton B. Tokashiki
  • Ancião - irmão mais velho. Denota sabedoria, conhecimento e experiência para liderar.

Requisitos bíblicos para o pastorado:

"Fiel é esta palavra: Se alguém aspira ao episcopado, excelente obra deseja.

É necessário, pois, que o bispo seja irrepreensível, marido de uma só mulher, temperante, sóbrio, ordeiro, hospitaleiro, apto para ensinar;

não dado ao vinho, não espancador, mas moderado, inimigo de contendas, não ganancioso;

que governe bem a sua própria casa, tendo seus filhos em sujeição, com todo o respeito

pois, se alguém não sabe governar a sua própria casa, como cuidará da igreja de Deus?;

não neófito, para que não se ensoberbeça e venha a cair na condenação do Diabo.

Também é necessário que tenha bom testemunho dos que estão de fora, para que não caia em opróbrio, e no laço do Diabo."

(1 Timóteo, 3: 1 - 7)

A orientação do Apóstolo Paulo, Palavra de Deus inspirada pelo Espírito Santo, corroborada em Tito 1, é norma do Novo Testamento, do contexto da Graça, ordenação dada à Igreja. Não é, portanto, Lei do Antigo Testamento que aponta nossas insuficiências e pecados e que não pode ser em algum ponto negligenciada nem relativizada, mas é norma que deve ser integralmente acatada, e em não sendo, comete-se PECADO de insubmissão:

  1. Somado ao desejo pessoal (aspiração) de se querer se presbítero (ou pastor, bispo, ancião que são termos intercambiáveis) é necessário que se tenha: 
  2. Conduta irrepreensível (evidentemente isso é diferente de perfeição). O modo como a pessoa vive deve testificar que ela é crente e segue ao Senhor Jesus, e essa conduta deve ser observada nas demais exigências;
  3. Tenha um único casamento (deve ser modelo para a igreja) ou admite-se não ser casado (casto, celibatário - embora o texto não mencione essa opção, era esse o caso do escritor dessa carta, o Apóstolo Paulo, e do seu destinatário, o jovem pastor Timóteo). Homens divorciados ou recasados (exceto os viúvos) ficam desqualificados e se tornam inaptos para o presbiterato/ pastorado. Os que já eram ordenados/ empossados e se recasam deveriam abdicar dessas funções ou deveriam ser destituídos delas pois se tornaram inaptos e perderam suas qualificações para esse ministério;
  4. Sóbrio, consciente, racional, não dado a entorpecimentos e que não tenha problemas mentais;
  5. Ordeiro, responsável, que sabe colocar as coisas em ordem, líder organizado para manter a igreja com ordem e decência;
  6. Hospitaleiro, que recebe pessoas em sua casa, especialmente os irmãos. Sua casa é uma extensão da igreja. Tem braços e coração abertos. É confiável. É dado a dividir, a amparar. Não é mesquinho nem egoísta;
  7. Apto para ensinar, tem conhecimento e experiência (ancião) especialmente das Escrituras. É professor de Bíblia e das suas doutrinas experimentado. É um formador de discípulos;
  8. Não dado ao vinho, não é alcoólatra, não se entrega aos prazeres, não prioriza contextos em que o vinho (como um tipo para bebidas alcoólicas e outros entorpecentes) fazem parte. Não é um frequentador de ambientes permissivos;
  9. Não espancador, não é um agressor, um sujeito que resolve seus assuntos na imposição da força física ou de ameaças. Não agride sua esposa nem seus filhos (a esses, exceto por necessária e comedida disciplina, que é diferente de espancar). Não participa de brigas físicas (isso é diferente do embate de ideias), não é violento, mas é moderado - também não é um pacifista, pois sabe bem quando precisa lutar por algo que seja correto e justo - "a paz se possível, a verdade a qualquer custo" (Martinho Lutero). Pacifista (um negociador entre divergentes) e pacificador (um anunciador do Evangelho com suas implicações na paz entre Deus e seus redimidos) são termos diferentes;
  10. Inimigo de contendas, tem aversão às brigas, às disputas hostis. Mas luta pelo que é certo e não pelo prazer da luta. Não é movido pelas hostilidades, pelas ambições, mas sim pelos interesses do Senhor. Os discípulos do Senhor discutiam com seus oponentes para propagar a Verdade. O inimigo de contendas procura sempre o caminho da razão e da verdade mas nunca abre mão da verdade e procura o caminho da persuasão, não da contenda;
  11. Não ganancioso, não age por ambições pessoais, é um servo e a igreja não é um projeto pessoal seu, nem do seu poder. É do Senhor. Seu coração não está nas coisas mundanas, mas nas celestiais. Não espera o seu ganho neste mundo, mas do Senhor, na glória;
  12. Que governe bem a sua casa tendo os seus filhos em sujeição - sua casa é o seu primeiro ministério e é praticado com excelência. Sua esposa, embora o texto não a mencione, fica facilmente deduzido que é sua auxiliadora idônea e seus filhos são crentes que cumprem o mandamento de honrar pai e mãe. Sua família é prova de que a teologia do pacto é real e que o Deus da Aliança é fiel. Ele e a sua casa servem ao Senhor;
  13. Não neófito, não é novo na fé, um novo convertido (e o jovem pastor Timóteo é prova de que jovens podem ser crentes experientes). Todo presbítero deve ser experiente na fé, experimentado. Daí o sinônimo "ancião". Somente homens mais experientes podem resistir às tentações que fariam com que os mais inexperientes fossem presas fáceis do Diabo. É normal a alguém novo convertido cair em contradições às vezes. Todos somos suscetíveis, mas os neófitos são muito mais vulneráveis. As tentações do poder são reais e cair em suas seduções não é uma possibilidade quando se é novo convertido, esse tipo de queda nos inexperientes é uma certeza quando se comete o erro de atribuir responsabilidades espirituais a neófitos;
  14. Ter bom testemunho dos que são de fora (1, da sua família; 2, da própria igreja), o que dizem por aí sobre essa pessoa? É coerente, responsável, trabalhador? Somente homens decentes e de caráter devem liderar as igrejas.

Note que na lista de exigências impostas por Deus através do Apóstolo Paulo para a verificação de requisitos para o pastorado/ presbiterato NÃO EXISTEM qualificações que normalmente o sistema do mundo observaria para a escolha dos seus líderes. Não vemos, ali, nada sobre prosperidade financeira, sobre sucesso empresarial, sobre o currículo, sobre o quão empreendedor ou bem-sucedido o sujeito é e nada sobre sua eloquência ou capacidade de persuasão - talvez porque ainda não existia a parafernália dos púlpitos (que espanto!). Infelizmente, em muitos casos nas nossas igrejas adotam-se critérios não ordenados nas Escrituras e pensa-se que está tudo bem com isso - será que Deus se submete? É considerado se o fulano é um caso de sucesso, procede de boa família, é um advogado ou formado numa excelente escola de engenharia ou uma fonte segura para a contribuição financeira, um garantidor do orçamento com seus destacados dízimos e ofertas - porque dar cargos de chefia a um mantenedor seria um reconhecimento justo...

E se, hipoteticamente acontecer de não existirem homens numa igreja que cumpram todos os requisitos para o pastorado/presbiterato? Que tristeza seria... Em todos os casos a fidelidade ao Senhor não permite os improvisos das relativizações no descumprimento de alguma exigência. Se vocês queriam ter oito presbíteros mas somente três se encaixam nos requisitos bíblicos, adequem-se somente a esses três e trabalhem com eles para semear outros que serão colhidos no futuro. Isso porque formar discípulos é um trabalho que precisa começar nas bases do fundamento apostólico, e trabalho requer suor.

Bem, a falta de obreiros qualificados numa igreja que já tem certa idade não deveria acontecer se houvesse um trabalho de FORMAÇÃO de discípulos nas igrejas. Pois semeando-se a Palavra fiel certamente colhem-se seus frutos. Deus é cumpridor das suas promessas.

"Os anciãos que governam bem sejam tidos por dignos de duplicada honra, especialmente os que labutam na pregação e no ensino.

Porque diz a Escritura: Não atarás a boca ao boi quando debulha. E: Digno é o trabalhador do seu salário.

Não aceites acusação contra um ancião, senão com duas ou três testemunhas.

Aos que vivem no pecado, repreende-os na presença de todos, para que também os outros tenham temor."

(1 Timóteo, 5: 17 - 20)

"Lembrai-vos dos vossos guias, os quais vos falaram a palavra de Deus, e, atentando para o êxito da sua carreira, imitai-lhes a fé."

(Hebreus, 13: 7)

Pastores e líderes honrados e fiéis ao Senhor precisam de apoio e merecem ser honrados por seus liderados. A Escritura deixa claro que isso é importante e recomendável. Fonte da Graça de Deus é o amor fraternal, praticado também através do povo de Deus pelos seus pastores e presbíteros - os fiéis.

Quanto aos infiéis, os que pecam (e pecado aqui inclui quebrar os requisitos dados pelo Apóstolo Paulo) a Escritura aponta, também, para a necessidade de correção. Nunca deve haver acomodação no erro. Nunca devemos nos acostumar com qualquer tipo de pecado, seja no âmbito pessoal, da igreja, da sociedade ou dos governos. Nosso chamado é para a santificação e isso inclui corrigir erros cometidos pelas nossas lideranças.

Veja também:

João Calvino e Charles Spurgeon nunca foram ordenados pastores.

https://atitudeprotestante.blogspot.com/2023/11/joao-calvino-e-charles-spurgeon-jamais.html

Referenciais errados.

https://atitudeprotestante.blogspot.com/2023/11/referenciais-errados.html

Concílios erram e não são soberanos.

https://atitudeprotestante.blogspot.com/2023/08/concilios-nao-sao-soberanos.html

Pastores e cristãos comuns, sejamos corajosos!

https://atitudeprotestante.blogspot.com/2023/07/pastores-e-cristaos-sejamos-mais.html

____________________________________



Vídeo de divulgação do congresso de Tim Keller em São Paulo em janeiro de 2019


Na última reunião com um Concílio eclesiástico que participei eu reclamei de um líder estrangeiro, recentemente falecido, que tem sido muito acatado e celebrado no meio religioso. Me queixei da sua prerrogativa equivocada e pela sua notória influência progressista e esquerdista. Ele dizia que "a igreja tornou-se irrelevante" na apresentação de um congresso feito no Brasil no início de 2019, ao que eu protestei ser isso impossível uma vez que o Soberano Deus a estabeleceu e sustenta e que nenhum dos eleitos de Deus poderá deixar de ser salvo. Assim, a igreja fiel, a remanescente, necessariamente cumpre sua função naquilo que ordenou o seu Senhor e Deus e é impossível a ela tornar-se irrelevante. E perguntei, "irrelevante para quem, para o mundo? É o Diabo que fala?" - ao que ouvi que ela se tornou irrelevante como instituição...

Hoje estou considerando que a institucionalização da igreja é que é um grande problema. Mas não sei se tem jeito para isso, pois a igreja é tanto uma obra de Deus como é um fazimento humano que reflete suas falhas e pecados. Junto das ordens bíblicas ela é repleta da invenção de regras e de práticas que são convencionadas pelos homens mas que jamais foram ordenadas pelo Senhor. A forma como homens tentam se assenhorar dela e fazer nela os seus negócios mundanos, seus comércios, seus esquemas políticos e seus jogos de poder também são formas de a macularem - e a história da igreja é notadamente marcada pelos pecados dos jogos de interesses dos homens com suas ambições disfarçadas de piedade, infelizmente.