"Não ameis o mundo nem as coisas que há no mundo. Se alguém amar o mundo, o amor do Pai não está nele; porque tudo que há no mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não procede do Pai, mas procede do mundo." (1 João 2: 15, 16)
Igreja mundanizada, o que é?
São comunidades cristãs que absorvem como princípios norteadores das suas crenças e práticas a cultura do mundo em lugar do "somente as Escrituras" - um dos *5 princípios da verdadeira fé cristã.
Muitas vezes as Escrituras são lidas nessas igrejas, mas apenas de forma superficial, sem o necessário aprofundamento, ou são usadas como um tipo de trampolim para que se faça a exposição de ideias diversas, muitas vezes concebidas por percepções do mundo corporativo, ou da cultura vigente, ou vindas de pautas políticas, de ideologias e de crenças diversas.
Assim, são as ideias e os costumes do mundo que formam as convicções e práticas dessas pessoas, não as doutrinas bíblicas. E, ainda que a Bíblia seja reiteradamente lida, ela é sempre relativizada. O "não é bem assim" atribuído aos textos sagrados é recorrente por parte daqueles que querem o "equilíbrio" entre a razoabilidade do mundo e a "radicalização" do Evangelho, num exercício "razoável" idêntico ao praticado por Satanás desde o dia em que a serpente tentou à Eva.
O sujeito lê um texto e em seguida emplaca: "no mundo corporativo se faz assim..." ou, com muita tranquilidade, cita diversas personalidades do mundo do marketing ou da tecnologia para extrair dos seus pensamentos "contribuições pertinentes" para a edificação da fé daquelas pessoas que estão ouvindo aquela "reflexão bíblica" (hein?). Eu já presenciei uma "pregação" em que o encarregado do sermão da noite fez uma "exegese" de uma música do Gilberto Gil ("andar com fé eu vou, a fé não costuma faiar") e noutra em que o pastor pregou sobre a música "Epitáfio", dos Titãs ("o acaso vai me proteger..."), afirmando que essa música poderia fazer parte da Bíblia (!!!!). Junto desses esculachos, citações de teólogos liberais, do Dalai Lama, de trechos do Alcorão, etc costumam fazer parte da salada tóxica que tem "ajudado" ou substituído o alimento sólido da Palavra de Deus nos sermões cada vez menos expositivos e dos estudos cada vez menos bíblicos.
Nesses casos, muito mais comuns do que se costuma admitir, a formação das convicções está baseada em ideias mundanas alheias ao espírito bíblico, e usa-se as Escrituras apenas como uma introdução, ou uma espécie de moldura para que se dê atenção ao que está sendo exposto no quadro, e o que se apresenta nesse quadro é apenas mundanismo, num labor corruptor da fé e da vida cristã.
Não é por acaso que o cristão evangélico comum é um profundo desconhecedor da fé que diz professar. Quanto aos "cristãos" católicos, esse mal é abismal. E o fruto disso é uma grande massa apenas superficialmente religiosa e altamente voltada para misticismos e muito facilmente manipulável, porque de fato, o povo de Deus perece pelo desconhecimento das suas verdades.
"O meu povo está sendo destruído, porque lhe falta o conhecimento..." (Oséias 4: 6)
*Os 5 princípios da Reforma Protestante (5 solas) são:
- Somente a fé- Somente as Escrituras- Somente Cristo- Somente a Graça- Somente a Glória de Deus
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Bota um som mundano aí pra nos fazer pensar!
Há um ano e meio eu fiz uma postagem aqui e no feicibuqui (acima) e uma nova profanação do culto ao Senhor praticada numa igreja "Presbiteriana" progressista - que eles mesmos disponibilizaram na internet (vídeo copiado abaixo), talvez porque achem que seja coisa "boa" influenciar os outros a quebrar "paradigmas" - uma igreja que realmente tem sido referência para muitos por causa das suas relativizações - e isso me fez repostar esse velho texto.
Agora, pérolas da MPB ("Epitáfio" dos Titãs, "Andar com fé" do Gilberto Gil, "Amor maior" do Jota Quest, etc) que nada têm a ver com o Evangelho, estão cada vez mais sendo adotadas para a nossa "reflexão". E já que adotamos as obras "da graça comum" porque não adotamos a plena coerência e convidamos os seus autores para "ministrarem" nas igrejas?
E por que não adotar também, textos de pensadores como Dalai Lama, Buda, Confúcio, Karl Marx, Nietzsche, Chico Xavier e outros referenciais em nossos "cultos" a Deus (que deveriam ser santos - ou seja, deveríamos adotar nos cultos ao Senhor somente o que Deus ordena nas Escrituras) e em nossos sermões para nos "fazer pensar" e "sair da caixa (ou da zona de conforto) da religião"? Claro! Para os progressistas as Escrituras não são suficientes e devem ser relativizadas pelas nossas prevaricações e foi esse o cerne da tentação da serpente que resultou no pecado original.
A postagem deste vídeo foi feita no Instagram de uma influente "igreja" presbiteriana - que trocou a palavra igreja, termo amplamente reconhecido por seu significado pelo termo "comunidade" para ser mais amplo e desconstruído do seu reconhecido significado ("legal", né?), e que prossegue em sua desconstrução ao adotar uma canção da MPB vazia do Evangelho para promover a "reflexão" sobre seus significados.
Ah, chamar "culto ao Senhor" de "nossos encontros" já ficou normal nos nossos decadentes dias, em que a centralidade da adoração a Deus já deixou de ser regra para dar lugar à centralidade das nossas interações e experiências. O culto a Deus está cada vez mais humanístico.
É a igreja deixando de ser proclamadora das verdades de Deus para ser cada vez mais contextualizada, dialógica, relativizadora e apóstata - taí uma tendência.
Lembrem-se da igreja de Laodicéia de Apocalipse 3: Uma igreja em que o povo se reunia, mas que vivia numa normalidade passiva e auto suficiente que causa ânsias de vômito no Senhor e que, diante da sua irrelevância para o Reino, nem quente nem fria (nem engajada na fidelidade ao Senhor nem desviada de fato), uma anomalia meio mundana, meio espiritual (como se isso fosse possível) a ponto de o Senhor Jesus estar do lado de fora dela, não dentro, batendo na porta para alguém que esteja dentro o ouça a fim de cear com quem o ouvir (os discursos nessa igreja já deixaram de ser Palavra de Deus). Eis uma igreja cheia de gente mas sem Cristo!
Print do comentário que fiz na postagem original com o vídeo onde é cantada a música do Jota Quest no Instagram da Comunidade Chácara Primavera.