26/09/2024

A miséria dessa nossa realidade

 A miséria dessa nossa realidade 

Um viver cinzento

Não tão claro quanto a glória de Deus pode fazer, porque a maldição do pecado o enubria, perverte e corrompe;

Mas não tão escuro pelo poder do pecado, porque a graça comum de Deus refreia o seu mal potencial e nos faz desfrutar de todo o bem que de Deus procede.

Portanto...

Este mundo é o mais próximo do inferno que os remidos por Cristo conhecerão e este mesmo mundo é o mais próximo do paraíso que os ímpios conhecerão.

Sabia que o niilismo (como absoluta falta de sentido existencial) é abordado no raciocínio do Apóstolo Paulo no Novo Testamento? (1 Coríntios 15: 32)

"Se os mortos não são ressuscitados, comamos e bebamos, porque amanhã morreremos."

O capítulo 15 da primeira carta aos Contintos é uma defesa da ressurreição como fato definidor tanto dos destinos como do sentido da vida. 

Toda a angústia da filosofia em associar a verdade com o sofrimento está correta, essa é a construção racional dos que despertam para a crueza da existência com suas dores e aparente despropósito que só pode encontrar sentido ou redenção se existir uma realidade além dessa que vemos e que se desdobra por detrás do cenário que nos limita, um desdobramento que só nos é acessível se alguém que estava do lado de lá vier até onde estamos para nos permitir dar um salto que antes não podíamos. As misérias da realidade limitada que conhecemos aqui são reais, mas isso aqui não é tudo.

"E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade; e vimos a sua glória, como a glória do unigênito do Pai."

(João, 1: 14)

Na encarnação do "Verbo" Deus se fez homem e a promessa da vinda do redentor se cumpriu. Com a morte do Filho do Homem, do Cordeiro de Deus no holocausto da cruz, o seu trabalho foi realizado, sua obra foi consumada como que numa semeadura de uma boa semente que deve ser enterrada na terra para vingar. Mas com a ressurreição do Filho de Deus essa semente germinou e cresce dando os frutos do seu penoso trabalho, pois foi assim que o Senhor Jesus triunfou da morte, e do pecado, e do inferno e agora vive e reina à destra do seu Deus e Pai em glória para todo o sempre - e se não houvesse RESSURREIÇÃO, tudo estaria perdido, até mesmo a encarnação do Filho de Deus e o seu holocausto na cruz seriam inconclusivos e nada faria sentido e tudo o que nos sobraria para essa existência efêmera seria desfrutar dos seus prazeres passageiros como que para anestesiar a dor de uma existência vazia. Se não houvesse a ressurreição nós seríamos, de fato, meras poeiras da galáxia que vagam despropositadamente num caos insolúvel que ruma sem nenhuma importância para a danação.

Mas, assim como o Senhor Jesus triunfou da morte e ressuscitou, voltando a viver no mesmo corpo carnal que foi concebido pelo Espírito Santo na gravidez miraculosa da sua mãe, a virgem Maria, TODOS NÓS, também ressuscitaremos neste mesmo corpo que agora temos, porém para destinos distintos, sendo os crentes destinados à glória de Deus na eternidade, agora possuidores de um corpo físico plenamente santificado, incorruptível e revestido das glórias do Cordeiro para viver com Ele para toda a eternidade, enquanto os réprobos, os descrentes e ímpios ressuscitarão para receberem as penas por suas perseveranças nas rebeliões contra a Lei de Deus e contra o Evangelho do Salvador, e serão condenados à eternidade consciente ao inferno, agora destituídos da graça comum de Deus que desfrutamos nessa vida, e serão destituídos de todo amor, de toda alegria, dos prazeres, da esperança, da paz e de qualquer manifestação da graça e do bem que de Deus procedem e que sempre foram intervenções suas nesta criação e nas nossas vidas para que as degenerações do pecado não fossem plenas - nesse sentido, Sem a interferência da graça de Deus todo condenado será uma expressão pura do seu próprio pecado, mas agora plenamente consciente de culpa e sem arrependimento, sem perdão e sem misericórdia - até porque não terão consciência do bem, uma vez que a graça comum de Deus lhes será tirada, e então esses condenados sequer o desejarão, ficando evidente que toda condenação ao inferno é perfeitamente justa.

Esse nosso modo de viver em que ainda se convive, ao mesmo tempo, com a graça de Deus e com o pecado, e que por isso não pode ser tão bom, pleno e perfeito como só poderá ser na glória e que não pode ser tão mau, terrível e danoso como só poderá ser no inferno, terá fim no Dia do Senhor, o momento glorioso e cataclísmico da volta do Senhor Jesus Cristo em glória e poder, quando Ele, enfim, reivindicará a Justiça, o Reino e as glórias que lhe pertencem e acabará com esse mundo para dar lugar a um novo céu e a uma nova Terra.



É porque neste mundo o poder da graça de Deus ainda convive com as forças do pecado que nós podemos ver homens santos de Deus caindo em pecados e homens descrentes fazendo coisas boas e elogiáveis. Nos crentes ainda persiste a luta contra o pecado enquanto que Deus refreia o mal potencial dos ímpios para promover o bem de muitas maneiras.