13/03/2025

As duas sentenças do Evangelho.

"Porque a palavra de Deus é viva e eficaz, e mais cortante do que qualquer espada de dois gumes, e penetra até a divisão de alma e espírito, e de juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e intenções do coração."
(Hebreus, 4: 12)

Crer no Evangelho - isto é, saber que o Senhor Jesus é o Filho de Deus que veio ao mundo para salvar pecadores através da sua morte substitutiva na cruz, e que essa salvação nos é dada exclusivamente por meio da fé em quem Ele é e no que fez - implica em, necessariamente, saber que os descrentes no Senhor permanecem no estado de condenação devida ao seu estado de rebelião contra Deus, permanecem à mercê do poder do pecado e da sua justa condenação ao total banimento de Deus e da sua Graça.

E, considerando que de Deus procede todo o bem e verdade, o banimento dEle na realidade do inferno é a total destituição de todo bem que se pode conhecer. É a ausência completa do amor, da felicidade, da esperança, do bem estar, do desejo pelo bem, da capacidade de fazer algum bem. É a permanente condição da necessidade sem que haja nenhuma esperança de satisfação. É a sede absoluta sem que se possa saciá-la, é uma fome profunda sem que nunca mais se tenha o prazer do alimento, é o estado de completa consciência de justiça mas não como consolo, e sim como imposição de uma pena justa. Se uma mãe nesse mundo pôde amar ao seu filho, será sabido que esse amor sempre foi graça comum de Deus, um favor imerecido, uma manifestação do ser de Deus na criatura que teve o privilégio de portar talentos que lhes foram emprestados. Mas aos descrentes todos esses talentos serão retirados e então sobrará somente a crueza maligna do pecado. A inclinação para o mal, antes refreada pela graça de Deus, será integral, imunda, repelente a tudo o que de Deus procede porque odeia ao Deus de toda Graça e odeia à sua santidade. E então os homens caídos incorversos serão apenas a brutalidade do horror do pecado, agora destituídos dos adornos que nunca lhes pertenceram. E esse será um tipo de existência miserável, consciente mas destituído de tudo o que se pode entender por vida. Por isso é a morte eterna.

Em contrapartida aos crentes a situação será oposta à dos réprobos. Os salvos que agora também conhecem a graça de Deus em parte a terão em estado absoluto, imensurável para os nossos atuais padrões. Se agora conhecemos o amor, na glória do porvir ele será hiperdimensionado, multiplicado porque já não existirão nos santos as máculas e defeitos do pecado. Se agora podemos experimentar alegrias, essas coisas não terão mais os contrapontos limitantes de nenhum tipo de lamento ou dor. Nas glórias da redenção a realidade é de vida eterna no seu estado mais abundante, pois não estaremos mais sob os efeitos do pecado, mas agora estaremos face a face com o Redentor, a fonte de todo o bem, de toda verdade e da vida. 

Crer no Evangelho significa saber que os crentes são salvos e que os não crentes irão para o inferno. E nenhuma realidade pode ser tão boa quanto as glórias da redenção nos novos céus e nova Terra assim como nenhuma realidade pode ser tão terrível quanto a do inferno.


"E, como aos homens está ordenado morrerem uma só vez, vindo depois o juízo, assim também Cristo, oferecendo-se uma só vez para levar os pecados de muitos, aparecerá segunda vez, sem pecado, aos que o esperam para salvação."

(Hebreus, 9: 27 e 28)


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