A exegese e o conhecimento das línguas originais não são suficientes para se ter uma conclusão teológica segura e não são suficientes para promover a unidade da fé.
Para a boa teologia deve-se recorrer às ferramentas que dispomos para o entendimento das Escrituras a partir dos seus contextos originais, mas não somente isso, deve-se sobretudo seguir as instruções dadas pelo Senhor Jesus para o correto e fiel entendimento da sua Palavra:
- O verdadeiro Mestre das Escrituras é o seu autor. É o Espírito Santo, o mesmo que inspirou os autores humanos que escreveram todos os textos bíblicos, quem ilumina os crentes que receberam esses textos para os compreenderem corretamente - João 14: 26; 1 João 2: 27.
- O verdadeiro entendimento das Escrituras é cristocêntrico, tudo nelas aponta para a vida, a obra e a glória do Senhor Jesus Cristo - Lucas 24: 25 - 27 e 44 - 47.
- As profecias não têm interpretações particulares e não são produzidas por homens, mas procedem de Deus - 2 Pedro 1: 20, 21.
- Deus não muda de ideia e não mente! Seus desígnios são insondáveis, a não ser a verdade plenamente suficiente que Ele já nos revelou por inteiro, a Biblia - Tiago 1: 17; Hebreus 6: 17 e 18; 2 Timóteo 3: 16; Romanos 11: 33 - 36.
- A palavra de Deus deve ser entendida conforme os discípulos do Senhor Jesus a receberam, por Ele foram ensinados e então eles foram preparados, comissionados e receberam autoridade para ensinarem outros, fazendo novos discípulos que, por sua vez foram imbuídos a passar a doutrina recebida para as gerações futuras. A igreja tem, portanto, o ministério de levar adiante a Palavra recebida assim como uma corrida de bastão em que um atleta corre um percurso e passa o bastão para outro atleta continuar a corrida, que passa para outro e outro até que toda a trajetória seja cumprida - Gálatas 1: 8, 9 e 12; 1 Coríntios 11: 23; Mateus 28: 19 e 20; 2 Tessalonicenses 3: 6.
"Essa gente de qualidade inferior, meros escravos, está se multiplicando, estão tendo muitos filhos, e pode ser que, numerosos, venham a se transformar numa ameaça à nossa civilização, aos nossos costumes, à nossa cultura. E isso seria terrível, semelhante a um bote traiçoeiro da serpente que criamos, afinal nós abrigamos esse povo sem terra em nossas terras, demos comida, moradia, meios de subsistência em troca de trabalho, algo justo nas nossas leis. Então temos que impedí-los de se rebelarem em ingratidão, vamos controlá-los pelo medo, pela dor, pela desarticulação. Vamos matar os seus primogênitos!" - texto meu, meramente especulativo.
Você concordaria com os motivos dados por Faraó para agir como agiu?
E quanto às razões apresentadas por Satanás à Eva no Éden ou para Jesus no deserto?
E quanto às razões de Hitler acerca do holocausto nazista? Muita gente concordou com ele. Ou dos escravagistas argumentando a favor dos benefícios dessa exploração para seus negócios? Ou daqueles que pensam ter boas razões para praticarem abortos? Ou os argumentos dos idólatras e dos ateus contra a Graça do Evangelho? Ou os argumentos daqueles que deturpam a verdade e dos que querem atualizar a Bíblia? Afinal, segundo um tipo de pensamento que tem recebido ampla adesão nesses nossos tempos, a verdade é fluída, cada um tem ou forma a sua, ela é plural ou pode ser que nem exista.
Para quase tudo existe ampla argumentação.
Mas as argumentações são suficientes para que se possua a verdade? Não neste mundo, pois todos temos um parâmetro sempre limitado e comprometido das coisas. Mas existiria uma solução muito especifica, e se a verdade descesse da plenitude para se mostrar entre nós, no nosso mundo? Foi exatamente isso que o Senhor Jesus Cristo fez...
"E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade; e vimos a sua glória, como a glória do unigênito do Pai." - João, 1: 14
"Tende em vós aquele sentimento que houve também em Cristo Jesus, o qual, subsistindo em forma de Deus, não considerou o ser igual a Deus coisa a que se devia aferrar, mas esvaziou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, tornando-se semelhante aos homens; e, achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, tornando-se obediente até a morte, e morte de cruz." - Filipenses, 2: 5 - 8
A verdade manifestada de forma plena e que pode ser perfeitamente conhecida é uma pessoa, é o Senhor Jesus Cristo, o Deus que se fez homem.
"Respondeu-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim." - João, 14: 6
E essa verdade (para a qual fomos feitos e nenhum de nós pode negar) só pode ser recebida por nós através da sua auto-manifestação, através da suficiência da pregação do Evangelho, e ela deve recebida com fé - e isso é inegociável.
Leia também:
O Evangelho
https://atitudeprotestante.blogspot.com/2023/08/o-evangelho.html