Todo pensador e todo filósofo só o é por causa da desilusão e da angústia.
Todo verdadeiro artista conhece o desencanto para a partir dele criar arte que expresse virtude.
Facilidades, convenções e entorpecimentos não servem à verdade, antes, a atenuam, filtram, distorcem e suprimem. É fácil ler sobre virtudes e sair tagarelando, feito papagaios, sobre verdades que outros disseram. Mas conhecer de fato não é mera bagagem intelectual, repetir frases não é possuir seus significados e não é ser quem viu a face do gigante chamado inquietude. Conhecer é ser submetido à prova para que se comprove o quanto das suas bagagens permanecerá, para que venha à evidência o que de fato se é, o que há de real em você. Nessa jornada muitos morrem no deserto ou por fraqueza ou por punição. Conhecer é ser refeito na olaria para que o que se julga saber passe da superfície para ser enxertado nos seus ossos, e esse é um processo de dor, e somente assim se pode ser purgado e refeito num novo homem, agora envelhecido pela depuração, mas que que fez dele bem mais consciente. Ser iluminado implica em ter a pele queimada pela luz que primeiro e por um tempo te cega, mas que permitirá enxergar de fato, mas somente se você for curado.
As facilidades, convenções e entorpecimentos a que multidões recorrem como meios de se obter felicidades apenas superficiais e imediatistas as estupificam em modos de se viver que são adormecidos e anestesiados, e essas coisas sempre exaltam e dão proeminência aos hipócritas.
Se você quer ser uma pessoa íntegra, um homem consciente e um conhecedor da verdade, não é na segurança das manadas e nas facilidades que todos buscam que você encontrará a virtude, pois a verdade não está em nenhum entorpecimento, pois o seu caminho é estreito e bastante apertado e são poucos os que andam por ele.
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O orgulho de não fazer parte de nenhum rebanho.