24/06/2024

Começar direito e terminar errado.

Começar direito e terminar errado.


"Sois vós tão insensatos? tendo começado pelo Espírito, é pela carne que agora acabareis?"

(Gálatas, 3: 3)

É possível um obreiro ou toda uma comunidade de fé começarem servindo bem e fielmente ao Senhor e se perverterem pelo caminho?

Sim, infelizmente.

E quais são os principais motivos da apostasia?

"Nesse tempo muitos hão de se escandalizar, e trair-se uns aos outros, e mutuamente se odiarão. Igualmente hão de surgir muitos falsos profetas, e enganarão a muitos; e, por se multiplicar a iniquidade, o amor de muitos esfriará."

(Mateus, 24: 10 a 12)

1) Escândalos (mau testemunho, hipocrisia, comportamentos contrários a fé conforme ensinada nas Escrituras); 2) traições; 3) ódios (evidências de desobediência às ordens do Senhor de fidelidade, de lealdade às Escrituras acima de tudo e de descumprimento do amor cristão, não o idealizado e subjetivo que é convencionado pelo mundo, mas sim o amor santo e sacrificial conforme é ensinado na Bíblia).

4) Surgimento de falsos profetas, de corruptores da fé, de falsos mestres e falsos pastores que distorcem o ensino bíblico para corromperem a verdade. São pregadores de falsos Cristos (Mateus 24: 24) e de falsas redenções por meio de doutrinas infiéis às doutrinas que recebemos do Senhor por meio dos seus Apóstolos e que as corrompem e mudam para produzirem outros tipos de ensinos que norteiam religiões corrompidas com seus cultos que não podem ser considerados cristãos em igrejas falsas que apenas ostentam o nome de Cristo mas que estão destituidas da sua verdade e do seu Espírito, mas que se multiplicam para enganar a muitos, ainda que sutilmente, e assim fazem errar o caminho de muitos incautos através de um tipo de fé distorcida e falsa que se baseia num ideal de deus que é falso, uma criatura das imaginações caídas de gente perversa, um ídolo morto a que se pode atribuir o nome de Jesus, mas que não corresponde ao verdadeiro.

5) Multiplicação das iniquidades como efeito da pregação de falsos evangelhos que, por não comunicarem a verdade de Deus, são ineficazes para promoverem o combate aos pecados, e sem o poder que os coíbem (o verdadeiro Evangelho), esses pecados se multiplicam, seus males são minimizados nas pregações para atordoar consciências (mas nunca nos seus efeitos amaldiçoantes e condenatórios), alguns pecados são endossados, apoiados, celebrados - como fazer imagens de Deus tornou-se hábito comum; a idolatria, especialmente de si mesmo e a plena devoção ao deus-dinheiro são estimulados; a guarda do dia do Senhor é tratada como bobagem; divórcios perderam a gravidade, recasamentos são normais, a homossexualidade e a avalanche de perversões sexuais e de disforias de gênero são gradualmente toleradas, apoiadas, celebradas... cobiças, mentiras, distorções, ódios, abortos (assassinato de bebês em gestação)... tudo tornou-se relativo e ninguém pode julgar os motivos de ninguém sob pena de judicialização por intrometimentos em questões alheias. A multiplicação das iniquidades ocorre como consequência da descaracterização e da indefinição da verdade. Diante do seu vazio cada pessoa se define como quer e a verdade tem sido tratada como uma piada indefinível (é de Deus que zombam).

6) E o efeito desses males é o óbvio esfriamento do amor de muitos, e só pode esfriar, diminuir, enfraquecer, algo que em algum momento foi aquecido, foi visível, forte. O esfriamento do amor é o enfraquecimento naquilo que o Senhor Jesus tratou como sendo o resumo da Lei de Deus, é a ausência do seu fundamento, do seu espírito. É o enfraquecimento no cumprimento das ordens primárias de se "amar ao Senhor nosso Deus com toda a nossa força, alma e entendimento e também ao nosso próximo como a nós mesmos" (Marcos 12: 30, 31). Mas os falsos mestres têm feito um trabalho frutífero! Veja, as palavras do Senhor Jesus afirmam que MUITOS são levados pelos seus enganos. E se fala muito de "amor" em meio à impiedade, todos os falsos mestres falam sobre amor. Mas que amor é esse? Certamente não é o amor bíblico, cristão, mas sim um tipo de amor diferente do amor que foi por Deus ordenado e que é diferente, uma corrupção do amor por Ele praticado e demonstrado no envio do seu Unigênito para a salvação de muitos. O amor mundano é meramente sentimental, é hedonista e é descartável, frágil, volúvel e superficial. Assim, o esfriamento do amor denunciado pelo Senhor Jesus consiste na substituição do amor bíblico e cristão por uma deformação pecaminosa dele e esse amor falso é visto no modo como muitos "cultuam" a Deus, pois a adoração a Deus vai deixando de ser focada na glória dEle para tornar-se cada vez mais antropocêntrica, terapêutica, humanista, hedonista. É para o nosso bem que a fazemos, não mais para a glória do Deus que é conhecido em Cristo. Deus não é mais tratado como deve ser, como Deus que é com todos os seus atributos (quase não os mencionamos em nossos louvores, nem são temas das nossas pregações), mas o tratamos como instrumento para a satisfação humana, um garçom que nos serve. Tudo é focado no nosso, em nós, para nós e não de Cristo, por Cristo e para Cristo (Romanos 11: 36). E o amor cristão ao próximo, principalmente demonstrado nas ordens do Senhor de se praticar as boas obras do perdão, do serviço e de se evangelizar, fazer discípulos e missões, trabalhando pela salvação de pecadores e pela edificação na fé e santificação mútuas são facilmente descartados diante de qualquer empecilho em que o amor próprio costuma ter primazia - primeiro minhas necessidades, desejos e ambições, depois "se" sobrar tempo o damos a Deus e às causas de Cristo - aliás, numa cosmovisão caída em que as prioridades são materiais, a busca das autossatisfações, as devoções a Deus têm sido muito facilmente trocadas por dar dinheiro às igrejas, porque dinheiro resolve quase tudo e parece que muitas lideranças eclesiásticas têm gostado bastante disso. Além disso, o esfriamento do amor está diretamente relacionado com os falsos ensinos dos falsos profetas que, por relativizarem pecados fazem com que muitos incautos desenvolvam simpatia pelo que deveria ser motivo de tristeza, de repulsa e de arrependimento, e assim já não se toma o necessário posicionamento contra iniquidades, que agora são toleradas, fomentadas, e esse amor condescendente não pode ser considerado amor, à luz das Escrituras, porque não é santo, não está amparado na vontade de Deus mas é uma expressão de rebelião contra Ele. O amor iníquo é, portanto, uma corrupção do amor, uma evidência do esfriamento do que deveria ser o amor cristão, é deturpar o amor para fazer dele um instrumento de promoção da iniquidade, do mal, do pecado, enquanto o amor de Deus é manifestado para nos livrar e salvar do pecado.

E o que faz com que alguém que começou no Espírito e terminou na carne, ou seja, começou corretamente na fidelidade ao Senhor por meio da fidelidade aos ensinos dos Apóstolos em submissão às diretrizes do Espírito Santo mas se perverteu, se perdeu pelo caminho, dando lugar às inclinações da carne e à iniquidade e terminando por apostatar da fé?

Esse sujeito sucumbiu às seduções do mundo, provando que entre as tensões do amor pelo Senhor ou pelo mundo, ele preferiu o mundo (Deuteronômio 28).

"Não ameis o mundo, nem o que há no mundo. Se alguém ama o mundo, o amor do Pai não está nele."

(1 João, 2: 15)

E o que fazer para não se perder na jornada?

"Mas quem perseverar até o fim, esse será salvo."

(Mateus, 24: 13)

A perseverança na mesma antiga, imutável e única verdadeira doutrina do Senhor conforme nos foi transmitida pelo ensino dos seus Apóstolos. Esse é o único fundamento da igreja, a rocha inabalável onde devemos permanecer firmes até o fim.

"Respondeu-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim."

(João, 14: 6)

Inovações e adulterações nas doutrinas que definem o caminho de Cristo são malditas! (Gálatas 1: 8, 9)

"Entrai pela porta estreita; porque larga é a porta, e espaçoso o caminho que conduz à perdição, e muitos são os que entram por ela; e porque estreita é a porta, e apertado o caminho que conduz à vida, e poucos são os que a encontram."

(Mateus, 7: 13, 14)