Minha relação de amor e de angústia com a Igreja.
Já fui expulso de igrejas evangélicas 2 vezes - e debaixo de porrada, e sob acusações mentirosas respondi a um processo porque comecei a comparar as práticas das igrejas com os ensinamentos da Bíblia.
Já tive crises profundas de fé e fui tomado por desesperança a respeito das igrejas da nossa época. Já as quis fechadas e hoje trabalho pela sua expansão.
Sofro de persistente sentimento de inquietação e descontentamento quando penso no poder e na Graça da igreja ideal que a Bíblia me faz almejar em contraste com as igrejas políticas, pouco atuantes, interesseiras, marqueteiras, infantilizadas, sentimentais, orgulhosas, antropocêntricas e divididas que temos na atualidade.
Mas não desisto!
A noiva de Cristo é linda e deve estar à altura da Glória do seu Salvador. Porcarias não servem!
* Texto de 27/11/2016 que ainda é uma realidade para mim.
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Viver de arte no Brasil.
Texto de 15/02/2016
Como desenhista autônomo eu, muitas vezes, enfrento crises. E não sou o único.
Assim respondi a um desabafo de um colega que está pensando em abandonar, nem que seja por um tempo, esse ofício:
"... também sou desenhista e cristão, desenhar é minha profissão - autônoma - marcada por altos e baixos, alegrias e frustrações e já tive expectativas sobre usar meus desenhos para servir à fé, e fazer disso o meu ganha-pão, mas entendi que não funciona assim. Sempre, sempre teremos que nos virar, encontrar meios de emplacar trabalhos que no Brasil não são tão valorizados como em alguns países onde as artes são mais apreciadas. Por isso essa tua frustração eu conheço bem, já quis largar os desenhos algumas vezes e esse ofício solitário e muitas vezes desvalorizado é marcado por uma relação de amor e ódio. Contudo, trata-se de uma dádiva, não como são os dons espirituais mas desenhar e pintar são artes de captar o mundo ao redor e reinterpretá-los às vezes com beleza e outras com feiúra, com críticas, com alegria ou com dor. Dessa forma, mesmo essa frustração pode ser uma ferramenta proveitosa para aprimoração da tua arte, para consolidar o artista que subsiste e persevera a despeito de crises e que não pode ser regido nem por dinheiro, nem pelo reconhecimento das outras pessoas. Todo artista verdadeiro assim o é por causa de uma sensibilidade diferente e que pode ser ainda muito mais potencializada por ser um cristão, alguém que aprende com Cristo a colocar seu coração nas coisas corretas. Por isso, a despeito de um momento de crise - que também experimento vez por outra - as boas e ruins experiências não podem extinguir o que tua capacidade criativa produz com os traços das tuas mãos."