Muito provavelmente a maioria dos cristãos sabe que é uma ordem do Senhor Jesus que os seus discípulos (a sua igreja) preguem o Evangelho e façam discípulos do Senhor por todo o mundo.
O ministério de evangelização da igreja não consiste em eventos que dependem de agrados a serem oferecidos às pessoas. Isso é deturpar a evangelização fazendo com que se pareça com um favor às pessoas, um comércio, uma barganha. Há casos em que esses agrados são tratados como se fossem a evangelização em si, substituindo e dispensando a pregação da obra de Cristo.
Muito embora a evangelização possa ser praticada de forma planejada (porque na verdade ela deve ser constante no dia a dia dos crentes e isso independe de planejamentos), e pode se realizar eventos a seu pretexto, é necessário que se entenda e pratique o seu verdadeiro propósito que é o de fazer conhecido e compreendido o Evangelho, que é a obra de Cristo. Sem pregação do Evangelho não há evangelização, falar sobre outros assuntos não é tornar conhecido o Evangelho.
Evangelização é, simplesmente, comunicar, pregar, ensinar o Evangelho do Senhor Jesus Cristo às outras pessoas (óbvio!). É falar a todo tipo de gente sobre a obra do Senhor Jesus que foi feita para a salvação das pessoas que estão perdidas no pecado a fim de que tenham a verdadeira fé no Deus verdadeiro, se arrependam dos seus pecados e sejam com Ele reconciliadas. Essa é a única salvação do juízo que será imposto a este mundo caído. A verdade do Evangelho é a única alternativa ao inferno e é a esperança real diante de todos os efeitos do pecado e os seus enganos na existência humana.
A pregação do Evangelho tem como objetivo fazer com que as pessoas entendam quem Jesus é (o Messias, o Senhor e Salvador), quem nós somos perante Deus (pecadores perdidos nas trevas e destinados ao juízo) e o que foi feito por Deus em Cristo para o nosso perdão e salvação.
A obra na cruz é o centro da evangelização, e o Evangelho é a mensagem das boas-novas que comunica a nós a obra de Deus em Cristo, desde a sua encarnação miraculosa, seus ensinos, a sua morte na cruz em pagamento pelos pecados do seu povo e a sua ressurreição para reassumir sua glória e majestade ao lado de Deus-Pai, de onde voltará a este mundo em breve para impor o Juízo no Dia do Senhor. A história do Filho de Deus encarnado neste mundo se manifestando e intervindo na história da humanidade é a demonstração do poder de Deus para a salvação de todos os que crerem nessa mensagem que requer fé.
Somente pela obra de Cristo na cruz é que os crentes obtém o perdão dos seus pecados e a redenção, e assim passam a ter verdadeira comunhão com Deus numa vida regenerada, separada para Ele e que persevera em fé e em santificação até a ressurreição. E essa nova vida no Evangelho é selada pelo Espírito Santo, é uma vida destinada à eternidade com Deus. Na fé do Evangelho Deus é corretamente adorado e servido porque somente nessa fé existe verdadeira comunhão do ser humano com o seu Criador, e assim os crentes no Evangelho desfrutam de todas as bênçãos de Deus e passam a fazer parte do seu povo, sua igreja (que é universal, incluindo pessoas de todas as partes do mundo e de todas as épocas), seu Reino - e tudo isso para a glória de Deus.
E será o Espírito Santo que fará o trabalho como desdobramento da pregação do Evangelho que foi realizada (no seu poder) - e isso se, como e quando Ele quiser - agindo poderosa e irresistivelmente no convencimento daqueles que lhe aprouver, distribuindo o dom da fé a quem Deus, de forma soberana, quiser e realizando a salvação e a regeneração de todos os seus eleitos que estão distribuídos por toda a Terra.
Por isso a parte que cabe aos cristãos na salvação dos perdidos é pregar a obra do Senhor Jesus Cristo a todas as gentes de todos os lugares, é fazer conhecido quem Jesus é e o que Ele fez para salvar pecadores (como todos nós) e isso não inclui os esforços artificiais que podemos fazer para agradar as pessoas como tentativa de conquistá-las ou de convencê-las, porque isso, o convencimento de que o Evangelho é a verdade, a mudança da mente e do coração é obra exclusiva de Deus, não nossa.
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Fé pessoal e pública
A fé pessoal no Senhor Jesus tem o necessário desdobramento de ser, também, uma fé pública.
Assim, o ministério da igreja deve ser notável também no mundo exterior, fora das congregações.
Igreja que não exerce o seu ministério profético no tempo e no local onde está inserida não é fiel à fé que professa. Não é possível uma fé privativa sem seus desdobramentos nas questões do seu mundo.
A verdadeira fé cristã não é omissa, suas deturpações é que são.
Evangelho:
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