03/02/2023

A prática religiosa confortável do crente-médio.



A prática religiosa do evangélico padrão atual é coisa fácil, confortável. 

O sujeito se compromete em ir à igreja em alguns domingos onde expressa sentimentos provocados pela combinação de elementos contidos no ambiente em declarações rasas de amor genuinamente interesseiro através do pobre repertório a que se costuma chamar de louvor, e ouve um sermão onde é pregada uma graça barata e pouca doutrina, e sai para a vida diária incapaz de discernir a mão direita da esquerda reduzindo sua vida de luz do mundo a ter certas qualidades morais que qualquer ímpio ou idólatra é igualmente capaz de praticar.

Esse crente-médio não tem nenhuma familiaridade com a sua Bíblia - e portanto não tem nenhuma familiaridade, ou intimidade, com Deus - e é um perigo, pois sua absoluta falta de discernimento o mantém no cárcere da dependência de alguém que lhe diga como deve pensar, o que fazer e para onde ir, sendo, então, uma presa fácil e disponível a qualquer um que ocupe sua mente vazia com ideias anticristãs, algumas sutis e outras escancaradamente diabólicas, o que, na verdade, não faz muita diferença, porque esse crente-médio persevera em trevas, é um estúpido, não discerne coisa nenhuma, não é regenerado, não conhece ao Senhor, mas entulha a igreja com as deturpações da verdade a que se deixou influenciar. 

E é esse crente-médio que elege seus representantes, dentro e fora da igreja. É esse padrão de baixíssima qualidade da fé que é refletido na vergonhosa bancada evangélica, ou nos absurdos que conseguem correlacionar uma visão cristã evidentemente maluca com ideais marxistas, ou com ideais de algum tipo de messias na política.

É muito fácil bater nas evidentes deturpações do evangelicalismo neopentecostal com sua nefasta teologia da prosperidade, mas parece ser muito difícil usar o mesmo e necessário critério de justiça para perseguir as teologias liberais e da libertação que estão muito mais próximas das igrejas do que deveriam. Alguém que reconhece o perigo venenoso das ideias de falsos profetas que arrancam dinheiro dos seus ouvintes através de manipulações e distorções descaradas da Palavra de Deus também deveria ter o mesmo zelo em resistir aos infiltrados que defendem ideias que também são antibíblicas, como as inversões da justiça, a promoção dos abortos, o estímulo às deformações sexuais e outras pautas obviamente anticristãs e que todo cristão minimamente consciente deveria resistir. 

O problema maior nunca foi existir o joio no meio do trigo, fomos ensinados pelo Senhor Jesus que seria assim. O problema maior é o dever que pastores e líderes têm de ensinar doutrinas das Escrituras às comunidades cristãs ser afrouxado para satisfazer as amplas freguesias, tomando-se muito cuidado para não espantar ninguém e, assim, permitir ao joio auto-evidenciado, muitas vezes verdadeiros lobos, que se sintam muito bem e desenvolvam seus ardis num lugar que deveria ser santo.

Nesse contexto, a complacência e a tolerância são pecados. Aderir ao politicamente correto da neutralidade é irresponsabilidade. É pecado. E se teus filhos fazem parte de toda uma geração de jovens da tua igreja que foram severamente influenciados pelas ideologias do inimigo, e é esse o motivo do teu receio de se posicionar firmemente, para não afastá-los de você, então, sinto dizer mas lamentavelmente essa geração de pais fracassou na missão de educar os seus filhos nos caminhos do Senhor, e isso inclui você, e a apostasia deles foi um fruto cultivado que agora está sendo colhido - porque ser um crente-médio que simplesmente frequenta a igreja alguns domingos para cantar sobre seus sentimentos rasos e viver baseando-se em princípios contraditórios e auto-excludentes, uma anomalia, nunca deveria ser nosso objetivo cristão - não é para Deus.

É absurdo o tanto de jovens esquerdistas que cresceram num ambiente muito supostamente bíblico. Supostamente porque a graça barata destituída de doutrina e de responsabilidade não é graça. Isso também é manipulação da Palavra de Deus.

Ah, sei que tem pessoas de outras fés, ou de nenhuma religião, que pode passar por aqui. Minha crítica aos mornos da minha religião não legitima o evidente desprezo de tantos outros pelo Evangelho, pois o Evangelho é uma necessidade para a salvação de toda gente, e isso inclui você. É o único meio de sermos reconciliados com Deus, o nosso Criador e Juiz dos descrentes. Mas a questão é que muitos descrentes perseveram assim, mesmo infiltrados na religião, muitas vezes enganando a si mesmos, um engano do qual precisam despertar e, para isso, a ordem é sempre a mesma para todos: ARREPENDAM-SE!