16/05/2017

O duplo dano da Teologia Liberal


A TEOLOGIA LIBERAL é uma inimiga da fé cristã que milita em duas áreas, ela tanto enfraquece (a igreja) como fortalece (seus inimigos).

A teologia liberal - se é que podemos chamar esse exercício especulativo humanista e desconstrutivista de teologia verdadeira - vem causando desde o fim do século XIX um dano profundo nas convicções de incontáveis pessoas. Ela desgraçou e matou muitíssimas igrejas e tem lançado sociedades que até então eram consideradas cristãs ao vazio do pós-cristianismo - um mal que ocorre em quase toda a Europa e que avança nos Estados Unidos e que, diante do vazio de valores absolutos, tem se tornado cada vez mais em campos férteis para a proliferação de idolatrias e misticismos bem como de qualquer crendice. 

Essa forma destituída de Deus de se fazer teologia superestimou o otimismo no ser humano e impôs o método científico à teologia como se as lacunas na história antiga e os fenômenos sobrenaturais pudessem ser dominados pela especulação presunçosa das pessoas. Assim, a fé deu lugar à especulação e à presunção do racionalismo, como se nossa racionalidade fosse apta para dominar absolutos a partir da nossa finitude, como se da nossa pequenez pudéssemos tratar o Altíssimo como um igual a nós - ou como um ente inferior e inventado pelas imaginações assombrosas de místicos antigos - e, baseados nesses pressupostos perversos esse método baniu das academias teológicas muitos dos fundamentos da fé porque não podem ser explicados pelos nossos métodos científicos, tais como a libertação de Israel do Egito através de milagres, o nascimento virginal do Senhor ou a ressurreição dos mortos.

Banindo o aspecto sobrenatural do pensamento cristão o que sobra não pode ser chamado de fé, sobra apenas um tipo de filosofia, sobram somente princípios morais que não são capazes de provocar em nós as exigências centrais da Palavra de Deus, porque "se Cristo não ressuscitou, vã é a nossa fé" (1 Coríntios capítulo 15, verso 14).

Assim, a teologia liberal com o seu método histórico-crítico, parte da dúvida e da desconfiança dos textos sagrados para tentar procurar uma "verdade" que está por trás do que está escrito, como se o que está escrito não fosse confiável simplesmente porque estão incluídos fatos que não podem ser reproduzidos num laboratório. Assim, a racionalidade orgulhosa, aquela que se impõe arrogantemente como se houvessem mentiras nas verdades de Deus, ousa desqualificar o poder do Deus que se revela a partir das Escrituras ("Porque não me envergonho do evangelho de Cristo, pois é o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê; primeiro do judeu, e também do grego." - Romanos capítulo 1, verso 16), resistindo afrontosamente também à sua Graça.

Ao mesmo tempo em que a teologia liberal cultiva a presunção humana para enfraquecer o cristianismo estabelecido em muitos lugares do mundo ela também tem servido de argumento para fortalecer os inimigos da fé cristã, principalmente dos apologistas islâmicos que se utilizam dessa "teologia" produzida por estudiosos "cristãos" (leia-se falsos) para atacar e desqualificar os fundamentos da fé cristã.

O método histórico-crítico dos liberais tem sido largamente adotado por muçulmanos para desqualificar a Bíblia. Eles se empenham para, a partir da teologia liberal, tentar convencer incautos que os Evangelhos são forjados, que o Apóstolo Paulo e consequentemente os seus escritos doutrinários são ilegítimos e que a história antiga de Israel foi manipulada. A partir do método dos liberais os muçulmanos encontraram bases para propagarem por aí que a Bíblia é mentirosa visando com isso conseguirem novos adeptos à sua fé. Mas eles não são suficientemente honestos para aplicar ao seu livro sagrado (Corão) o mesmo método histórico-crítico que usam presunçosamente para a Bíblia. O problema é que, via de regra, as pessoas (leigas e sugestionáveis) que ouvem um pregador religioso, qualquer que seja, o tem como autoridade no assunto que fala (principalmente se ele for carismático) - ainda que ele esteja falando mentiras descaradas, e é exatamente isso o que fazem os propagadores da mentira islâmica desde o dia em que um suposto profeta teria recebido a "revelação completa" de um anjo luminoso - ignorando, convenientemente a advertência do Apóstolo Paulo, mas sem ter poder para ignorar a maldição que está no final da sentença: "Mas, ainda que nós mesmos ou um anjo do céu vos anuncie outro evangelho além do que já vos tenho anunciado, seja anátema." (Gálatas, capítulo 1, verso 8)

Vê-se, portanto que os teólogos liberais fomentaram descrenças entre a cristandade sobre a sua própria fé e, ao mesmo tempo, têm dado munição aos inimigos da fé em Cristo para combatê-la - provas cabais de o quanto esse trabalho é maléfico e diabólico.