08/06/2015

Vilipêndio e Ignorância a respeito da cruz.



Que tristes e miseráveis cenas o tolo orgulho pelos pecados produzem...
Se alguns pensam que podem contestar verdades com suas encenações, opiniões, imposições e prazeres, saibam que não podem, sobre isso todos somos impotentes...
Nunca existiu um vilipêndio ou escândalo maior do que um fato incomparável e que foi realizado num ato exclusivo que não pode ser reproduzido por ninguém.
Ninguém pode tornar mais ofensivo o que foi a maior de todas as ofensas; ninguém pode tornar mais escandaloso o que foi o maior de todos os escândalos; ninguém pode tornar mais humilhante o que foi a maior de todas as humilhações; ninguém pode tornar mais dolorosa o que foi a maior de todas as dores, de todas as angústias, de todos os sofrimentos...
A angústia, a humilhação e o martírio na cruz foi algo que somente Cristo pôde sofrer verdadeiramente. E de forma eficaz.
Ainda que todas as pessoas se insurjam contra esse fato que alguns reduziram a mero símbolo do cristianismo, a cruz, e ainda que todas as pessoas do mundo se unam para tripudiar desse símbolo, toda essa tentativa, todos esses esforços somados, todo o seu vilipêndio, todos os escárnios, todas as releituras e adaptações que as pessoas possam ousar propor jamais afetarão o verdadeiro significado e os efeitos verdadeiros do que foi a morte de Cristo na cruz. Nada pode ser mais ofensivo ou repulsivo do que aquilo que Cristo suportou na maldita cruz.
No máximo as encenações dos escarnecedores afetarão a subjetividade do sentimento religioso de alguns que nutrem simpatia pela cruz. Alguns podem se sentir ofendidos ou escandalizados, mas atos humanos nunca poderão afetar a verdade que o evento na cruz significa e proporciona.
Nada se compara ao vilipêndio sofrido por Cristo, o maior dos escândalos. Se alguém pensa que pode fazer da cruz um pretexto para a subversão, um meio para uma nova mensagem ou transformá-la num espetáculo grotesco, saiba-se que toda essa tentativa é inútil... semelhante tentativa é fruto de ignorância, é perversa, mas é mera ingenuidade. Na verdade esse tipo de atitude é apenas mais uma dentre incontáveis transgressões que fizeram a cruz de Cristo um fato necessário. Nossas transgressões, quaisquer que sejam apenas justificam o fato de que Cristo tinha que morrer de forma miserável numa cruz, tal como foi.
A morte de Cristo na cruz foi o maior de todos os vilipêndios. Na cruz foi evidenciado, como num espetáculo cruel, humilhante, sanguinário e perverso o quanto as nossas perversões e iniquidades são horrendas, ofensivas e destrutivas e nela também foi evidenciado que o amor do Criador pela sua criatura humana é maior que o mal que nutrimos em nós mesmos através dos nossos pecados e que ofende a sua santidade.
Deus, por meio da cruz, mostrou o quanto nos ama apesar de sermos a Ele ofensivos e são justamente os efeitos da cruz que nos faz aceitáveis por Deus.
Na cruz o Deus que criou todas as coisas tomou uma atitude extrema para reconciliar consigo a sua amada criatura humana, que por ter sido criada à sua imagem e semelhança pôde usar da sua liberdade para transgredir, para macular-se, para deformar seu próprio ser numa descaracterização destrutiva da sua natureza que, diante do alto padrão de Deus, da sua santidade, glória e perfeição, transformaram o ser humano em algo repulsivo.
O pecado é rebelião e é maldição e a sua consequência é o banimento de Deus. Ele é a fonte de toda vida e de todo bem e o pecado nos coloca num estado de banimento da Graça que de Deus emana. Nesse estado de banimento nos resta apenas um estado de trevas na irremediável condenação à morte.
O pecado nos macula e destrói e desse mal todos somos participantes. Não existe um único inocente, um único justo. Por causa do pecado nos tornamos avessos à santidade do Criador, ao passo que sua santidade repele o mal que nutrimos em nosso ser. Nós e Ele estamos separados. Em Deus está a nossa verdadeira identificação mas nós aprendemos a ignorá-lo, a detestá-lo e na necessidade de referenciais criamos outros deuses, feitos para satisfazer às nossas perversões e necessidades (e costumamos misturar essas coisas).
Cultuamos a nós mesmos, cultuamos os nossos bens e aos nossos prazeres deformados e esse nosso distanciamento de Deus nos reduziu a formas patéticas de humanidade, somos apenas sombras disformes e detestáveis do que deveríamos ser, sabemos o que é justo e bom mas transgredimos a lei moral de Deus que está impressa nas nossas consciências. Se um dia fomos o reflexo da imagem e da semelhança do Criador, porque foi assim que Ele nos concebeu, agora somos a imagem da sua deturpação e da sua desfiguração, somos seres repulsivos, blasfêmias ambulantes e semiconscientes que agonizam diante da morte iminente e que buscam formas de se entorpecer diante da desgraça sentida.
Todos somos assim, pecadores carregados do mal que o distanciamento de Deus produz em nós, tal como cânceres, tal como feridas que nos apodrecem de dentro para fora. Mas ainda somos! ainda existimos, sobrevivemos e acreditamos, equivocadamente, que merecemos aceitação e celebrações. Queremos que nossas chagas, que nossos pecados, com os quais tentamos nos acostumar, sejam celebrados como se fossem coisas naturais, queremos que os nossos horrores sejam considerados belos, queremos acreditar que o mal que nos assola é coisa boa! Enganamos a nós mesmos quando afirmamos que nossos ideais ou razões são verdadeiros. Estamos enganados a nosso próprio respeito, damos demasiada credibilidade às nossas limitações e utopias e a nossa negligenciada corrupção nos cega e enlouquece cada vez mais. E nessa loucura e cegueira apenas perseveramos no descaminho da autodestruição, do banimento e da morte.
O pecado é o que fazemos conosco, nos maculamos, nos distanciamos do Criador e nos entregamos às consequências de uma escuridão que primeiro devasta a nossa própria alma, é expressado em nosso comportamento, destrói o nosso mundo e por fim destrói a nossa existência. Nesse nosso estado atual, destituídos da Graça de Deus, não nos importamos mais com nossa desgraça, talvez nem a percebemos e está fora do nosso alcance qualquer reparação. A morte absoluta é uma consequência inevitável.
Mas Deus nos fez à sua imagem e semelhança... contudo hoje somos a desfiguração e o vilipêndio dessa imagem, é isso que fizemos conosco mesmos.
Contudo Deus ama a sua criatura humana e nem mesmo o nosso sacrilégio e profanação puderam confrontar a realidade poderosa e imutável do seu amor por nós.
E é por isso que Deus tomou uma atitude drástica: a cruz!
Nós não podemos mudar o mal que impregnou o que somos, não podemos mudar essa torpe natureza pecadora. Não podemos nos elevar ao Altíssimo, não podemos curar nossas feridas, não podemos apagar as marcas destrutivas do pecado e não podemos arcar com as dívidas decorrentes dos nossos erros, injustiças e maldades.
Mas Deus podia...
A quebra de toda Lei tem consequências, toda alma que pecar morrerá e sem derramamento de sangue não há remissão de pecados.
Então, o Todo-Poderoso, o Insondável, o Mistério que antes nos era desconhecido e que antes havia se apresentado como o "Eu Sou", o Deus Criador do Céu e da Terra rebaixou-se à nossa semelhança. O Deus Triúno não ficou impassível diante da nossa desgraça e então, a segunda Pessoa da Trindade se retirou, ainda que por um tempo, do seu alto e sublime trono e se humilhou, se fez homem na pessoa de Cristo, o Messias, a expectativa que todas as pessoas anelam por redenção, a manifestação da salvação divina. Nasceu milagrosamente o menino Jesus da virgem Maria, o verdadeiro Filho de Deus, seu unigênito. Ele cresceu e viveu entre nós para nos ensinar a respeito das verdades de Deus. Ele nos mostrou o caminho, a verdade e a vida e, mais do que simplesmente ensinar verdades e doutrinas Ele veio ao mundo para ser o Cordeiro que foi enviado por Deus para pagar, com o seu próprio sangue pelos pecados cometidos por muitos. Jesus, o Senhor de Toda a Glória veio ao mundo com uma missão específica: para ser humilhado e para MORRER pelos pecadores para livrá-los da maldição do pecado, assumindo Ele mesmo as culpas de outras pessoas diante da justiça de Deus, tomando sobre si os efeitos da nossas maldades, das nossas perversões, da nossa desgraça. Em Cristo a Justiça de Deus foi satisfeita, as penas que cabiam ao seu povo foram pagas com o derramamento do seu sangue. Em Cristo toda a impiedade dos homens foi confrontada, toda perversidade vencida. Ele foi moído pelas nossas transgressões e transpassado pelos nossos pecados. Todos nós o ferimos, todos nós escarnecemos dele, todos jogamos sobre Ele o nosso ódio e desprezo, todo vilipêndio e maldade foi jogada sobre seus ombros, esbofeteamos sua face com nossa ira, cuspimos nele todas as nossas perversões, o esmagamos com nosso desamor e incredulidade, zombamos dele com nossa idolatria, ferimos Ele e o fizemos sangrar até a morte com todo o mal que faz parte da nossa natureza pecaminosa e Deus aceitou a oferta, o sacrifício perfeito e o holocausto definitivo onde um justo pagou pelas penas de muitos para que muitos injustos pudessem ser justificados, pudessem ser perdoados, redimidos, santificados, recebidos como filhos adotados por Deus com todas as honrarias que pertenciam somente ao seu Unigênito.
Podemos aumentar o vilipêndio sofrido por Cristo com nossos atos tolos de insurgência ou de idealismo?
Não! Ele já foi esmagado por nós, por causa dos nossos atos, por causa do nosso pecado.
Mas esse não é o final da história.
O Rei dos reis e Senhor dos senhores morreu na cruz por amor aos pecadores, gente que o detestava, que não o compreendia e que não o conhecia. Mas Jesus Cristo é Deus, é Santo e é Todo-Poderoso, a morte não podia detê-lo e também a morte foi por Ele vencida, assim como o pecado, com a sua ressurreição. Hoje, Cristo vive e reina no seu trono celestial, Ele é soberano sobre todas as coisas e a nossa atual história é apenas uma página transitória que logo será virada pelo Senhor da história. Muitos irão para o seu Reino enquanto que muitos outros simplesmente perseverarão no seu descaminho de perdição e trevas rumo a completo banimento de Deus, o inferno.
Por isso, diante do evento da cruz de Cristo, cabe a nós apenas nos arrependermos dos nossos pecados, não celebrá-los, e seguirmos ao Senhor da vida no seu caminho verdadeiro da verdadeira dignidade humana: A SALVAÇÃO através da fé em Cristo.
"Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna."
João 3: 16
"De sorte que haja em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus,
Que, sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus,
Mas esvaziou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens;
E, achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, sendo obediente até à morte, e morte de cruz.
Por isso, também Deus o exaltou soberanamente, e lhe deu um nome que é sobre todo o nome;
Para que ao nome de Jesus se dobre todo o joelho dos que estão nos céus, e na terra, e debaixo da terra,
E toda a língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para glória de Deus Pai."
Filipenses 2:5-11