Tente outra vez!
Linda canção de um artista extraordinário! Quase uma mensagem religiosa, quase uma pregação de fé! Quase, mas ainda eternamente distante disso...
Por quê?
Porque mensagens de otimismo, que levantam o moral de alguém que estava prostrado e que nos faz valorizar as coisas boas da vida, os motivos para lutar, para continuar, enfrentar obstáculos, etc são mensagens que têm um efeito positivo momentâneo e a sua natureza é meramente humana, de efeito psicológico e moral. Alguém pode receber uma mensagem assim e continuar vivento de forma otimista e completamente alheio à Cristo.
Esse tipo de mensagem de otimismo que alguns confundem e chamam de fé são ineficazes no campo da espiritualidade, não salvam ninguém, não regeneram ninguém e não preenchem a alma de ninguém com a poderosa e verdadeira presença de Deus.
Fé não é otimismo, fé não é apenas acreditar em algo e fé também não é uma virtude natural humana. Fé é um dom que recebemos de Deus quando a sua Palavra germina em nossa alma, é o resultado vivificador de alguém que recebe a Graça de Cristo nos revelando quem somos de fato: pecadores vazios de Deus e por isso destituídos da vida em sua plenitude, mas que somente por meio de Cristo são plenamente, irrevogavelmente e eternamente vivificados. A fé é um milagre não apenas para "tentarmos outra vez" mas para vivermos uma nova e eterna vida, livre da escravidão do pecado e verdadeiramente unidos com o Criador.
Infelizmente muitos pregadores "cristãos" reduzem sua mensagem de fé, que deveria ser o Evangelho, a proclamação de Cristo, a uma mensagem otimista, de vitória ou de lições para o bem-viver, estimulando seus ouvintes a terem reações positivas perante a vida... mas, lamento dizer, o "Raulzito" soube transmitir esse tipo de mensagem humanista muito melhor que esses pregadores. Este artista transmitiu essa natureza de mensagem no campo da arte, com maestria e beleza, e não no campo da religião como esses equivocados pregadores insistem, empobrecendo a experiência de fé dos crentes com o Senhor na medida em que esses crentes são nutridos com expectativas apenas imediatas e relacionadas aos dilemas e lutas da vida quando, na verdade, deveriam nutrir e experimentar a contemplação profundamente transformadora da Glória e da Majestade do Deus Todo-Poderoso que se fez homem em Cristo e que nos impulsiona a uma relação com a realidade ao nosso redor sob a perspectiva da redenção e da eternidade - coisas que só podem ser conhecidas através da fé, não na humanidade ou em algum tipo de otimismo, mas unicamente em Cristo.
Não é coincidência que predomina nas igrejas cristãs uma grande indiferença com sua missão. Se as pessoas são levadas a olharem apenas para si, dificilmente verão o mundo sob a perspectiva de Cristo.
"Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus." Efésios 2:8
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Fé, o que é fé?
Esta palavra – fé – tem servido para denominar uma variedade
de habilidades humanas e que têm afinidade com a capacidade que o homem tem de
acreditar ou de confiar em algo, e normalmente refere-se às realidades
transcendentais, metafísicas – embora possa servir para fins pragmáticos. Por
meio da “fé”, o homem interage com tais “realidades”.
Desde os primórdios, a humanidade procura desvendar os mistérios que a cerca, tais como o sentido da vida, o que há após a morte, as relações de causa e de efeito, a existência de um mundo espiritual e de um Senhor sobre o universo. A partir de tais questionamentos, a diversidade religiosa foi-se formando – e isso sempre exigiu que se acreditasse no que é especulativo a ponto de o especulativo transformar-se em algo certo, crível; e da diversidade religiosa surgiram as diversas culturas, a filosofia e a ciência. Vê-se aí o desenvolvimento da razão, que tem suas bases nas especulações primitivas e que sempre dependeu da crença em algo.
Mesmo com o desenvolvimento científico, a necessidade humana de acreditar em algo e de transformar essa crença numa ideologia é ainda presente a todos os homens: sempre escolhemos alguma ideologia conforme nossas convicções e escolhemos investir nossas vidas em certos sistemas de crenças, seja ele uma crença religiosa, ou ideológica, política, ou científica. Sempre temos que acreditar em algo e esse algo torna-se central em nossas vidas; sobre esse algo nós nos construímos, nos definimos.
Sem que se haja em quê acreditar, o homem perde-se numa imensidão sem respostas ou definições e sua alma se apaga, definha. Não haveria pelo que lutar, nada a construir ou pelo quê viver. Parece que o grande motivador que leva o homem à construção de algo, ao desvendar dos mundos, é sua capacidade especulativa seguida imediatamente por sua capacidade de acreditar e de se apegar a alguma idéia, um norte para o seu caminho.
Embora toda a humanidade seja capaz de acreditar em algo e dependa dessa crença para subsistir, a posição bíblica do que é fé diverge, essencialmente, das demais posições a respeito. Pode-se até atribuir o mesmo nome – fé – mas seus significados não são os mesmos.
Pode-se dizer que o que a fé apresentada na Bíblia tem em comum com a diversidade de fés que a humanidade experimenta diz respeito à capacidade de se acreditar, à crença. Para aproximar-se de Deus, é necessário, em primeiro lugar, acreditar que Ele existe e que galardoa a quem o busca (Hb 11.6), mas isso não corresponde à totalidade da fé.
A fé bíblica, ao contrário das diversas fés do mundo, não é uma habilidade humana, não é uma capacidade sua, inerente, para interagir com o especulativo, sobrenatural, transcendental e metafísico. Ela é uma capacidade que não faz parte de nós, não pertence à nossa natureza, mas é algo que pertence à natureza daquele que dá a nós a fé como um dom (Ef 2.8). Assim se, por meio da fé, interagimos com o mundo espiritual – especificamente com Deus – é porque a fé vem dEle para nós, e não sai de nós no sentido dEle.
A Bíblia revela que estávamos mortos nos nossos pecados (Ef 2.1, 5) e os mortos não podem buscar a Deus (Rm 3.11, 12). Assim, por mais que se possa admitir que toda a humanidade possui um tipo de fé, ela não é aquela fé revelada pelas Escrituras e é inútil como meio de contato com Deus. A “fé” natural dos homens não tem efeito nenhum diante de Deus, sendo apenas uma capacidade humana concernente à graça comum, aquele tipo de dádiva para possibilitar a vida neste mundo – e que talvez tenha algum efeito para diversas práticas religiosas, mas não para a prática da verdadeira religião, o cristianismo bíblico.
A Palavra de Deus, quando é proclamada, é a única formadora da fé que satisfaz a Deus (Rm 10.17) e que estabelece o elo entre Ele e os homens. Cristo é essa Palavra proclamada (Jo 1.1), Ele é o autor e consumador da fé (Hb 12.2), o decreto à vida e a resposta ao seu chamado leva à única resposta possível: a fé, que é um novo viver como filho de Deus (Gl 2.20).
“Porque andamos por fé, e não por vista”(2 Co 5.7).
Desde os primórdios, a humanidade procura desvendar os mistérios que a cerca, tais como o sentido da vida, o que há após a morte, as relações de causa e de efeito, a existência de um mundo espiritual e de um Senhor sobre o universo. A partir de tais questionamentos, a diversidade religiosa foi-se formando – e isso sempre exigiu que se acreditasse no que é especulativo a ponto de o especulativo transformar-se em algo certo, crível; e da diversidade religiosa surgiram as diversas culturas, a filosofia e a ciência. Vê-se aí o desenvolvimento da razão, que tem suas bases nas especulações primitivas e que sempre dependeu da crença em algo.
Mesmo com o desenvolvimento científico, a necessidade humana de acreditar em algo e de transformar essa crença numa ideologia é ainda presente a todos os homens: sempre escolhemos alguma ideologia conforme nossas convicções e escolhemos investir nossas vidas em certos sistemas de crenças, seja ele uma crença religiosa, ou ideológica, política, ou científica. Sempre temos que acreditar em algo e esse algo torna-se central em nossas vidas; sobre esse algo nós nos construímos, nos definimos.
Sem que se haja em quê acreditar, o homem perde-se numa imensidão sem respostas ou definições e sua alma se apaga, definha. Não haveria pelo que lutar, nada a construir ou pelo quê viver. Parece que o grande motivador que leva o homem à construção de algo, ao desvendar dos mundos, é sua capacidade especulativa seguida imediatamente por sua capacidade de acreditar e de se apegar a alguma idéia, um norte para o seu caminho.
Embora toda a humanidade seja capaz de acreditar em algo e dependa dessa crença para subsistir, a posição bíblica do que é fé diverge, essencialmente, das demais posições a respeito. Pode-se até atribuir o mesmo nome – fé – mas seus significados não são os mesmos.
Pode-se dizer que o que a fé apresentada na Bíblia tem em comum com a diversidade de fés que a humanidade experimenta diz respeito à capacidade de se acreditar, à crença. Para aproximar-se de Deus, é necessário, em primeiro lugar, acreditar que Ele existe e que galardoa a quem o busca (Hb 11.6), mas isso não corresponde à totalidade da fé.
A fé bíblica, ao contrário das diversas fés do mundo, não é uma habilidade humana, não é uma capacidade sua, inerente, para interagir com o especulativo, sobrenatural, transcendental e metafísico. Ela é uma capacidade que não faz parte de nós, não pertence à nossa natureza, mas é algo que pertence à natureza daquele que dá a nós a fé como um dom (Ef 2.8). Assim se, por meio da fé, interagimos com o mundo espiritual – especificamente com Deus – é porque a fé vem dEle para nós, e não sai de nós no sentido dEle.
A Bíblia revela que estávamos mortos nos nossos pecados (Ef 2.1, 5) e os mortos não podem buscar a Deus (Rm 3.11, 12). Assim, por mais que se possa admitir que toda a humanidade possui um tipo de fé, ela não é aquela fé revelada pelas Escrituras e é inútil como meio de contato com Deus. A “fé” natural dos homens não tem efeito nenhum diante de Deus, sendo apenas uma capacidade humana concernente à graça comum, aquele tipo de dádiva para possibilitar a vida neste mundo – e que talvez tenha algum efeito para diversas práticas religiosas, mas não para a prática da verdadeira religião, o cristianismo bíblico.
A Palavra de Deus, quando é proclamada, é a única formadora da fé que satisfaz a Deus (Rm 10.17) e que estabelece o elo entre Ele e os homens. Cristo é essa Palavra proclamada (Jo 1.1), Ele é o autor e consumador da fé (Hb 12.2), o decreto à vida e a resposta ao seu chamado leva à única resposta possível: a fé, que é um novo viver como filho de Deus (Gl 2.20).
“Porque andamos por fé, e não por vista”(2 Co 5.7).