Apostasia
É de se esperar que o sistema mundano (Babilônia) se entregue à loucura em rebelião contra a verdade salvadora que de Deus procede, e que multiplique iniquidades e nisso invista contra os crentes no Senhor Jesus para calá-los.
Contudo, é um alento para esses crentes encontrar nos irmãos de fé a fraternidade que conforta e proporciona guarida e identificação. A igreja também é um exército composto por pessoas que lutam pela mesma fé e pela mesma verdade. Pode o mundo todo ir contra a igreja, mas esse corpo de Cristo é de tal forma edificado que não ruirá diante dos ataques do inimigo. Mas essa união de crentes, a igreja, precisa existir e ser acessível para que haja a partilha de forças, de encorajamento e de direção.
O problema é quando a própria comunidade dos crentes se volta contra a verdade e em busca de conforto mundano ela se vende como fazem os corruptos, afrouxando os seus padrões e em traição ao Senhor ela acaba unindo forças com o mundo na opressão contra aqueles que procuram manter posição fiel aos altos padrões do Deus que é Santo e Altíssimo, e que requer dos seus fiéis que não sejam amigos do mundo. Muitos, no que se diz ser igreja, beijam os pés dos corruptores porque esperam receber deles alguma vantagem através de ensinos e pregações que tratam o bem como mal e o mal como bem para perverter a missão da igreja como luz do mundo e sal da terra e, em seu lugar, fazer dela um balcão de mercenários e de prostitutos. E então, os poucos que perseveram fiéis nesses contextos podem não ter o abrigo, acolhida, fraternidade e identificação que são necessários no Corpo de Cristo para perseverarem, pois grande parte do que é chamado de igreja tem se desviado do caminho, tem apostatado, se mundanizado, por vezes se reduzindo a meras distrações que praticam cultos hedonistas e meramente terapêuticos em que o zelo com a verdade, a santidade e a missão já se perderam. E na mornidão que precede a morte de comunidades e de denominações inteiras o cada vez mais escasso remanescente fiel precisa lutar contra os constantes assaltos do desânimo, da tristeza e de desesperança, porque o bálsamo da fraternidade parece ter sido substituído por um vasto deserto e a bondade e suavidade advindas da união dos irmãos têm se tornado muito raras.
Assim, a apostasia não tem efeitos apenas nas comunidades que se desviam, mas também ferem e enfraquecem aqueles que resistem a esses desvios.