20/09/2024

Servindo ao Senhor "pero no mucho"


Sabe por que MUITOS PASTORES (e eu me refiro aos que são teologicamente conscientes, aos REFORMADOS, e não aos que se movem por sandices resultantes do desconhecimento bíblico/ teológico/ reformado) não mexem uma única palha a respeito da progressão das iniquidades da nossa época, não mobilizam suas igrejas às orações pelas autoridades como nos é ordenado (1 Tm. 2: 1, 2), não fazem resistência clara contra as autoridades e candidatos políticos que ferem claramente a Lei de Deus (como fizeram TODOS os profetas até João Batista, servindo como paradigma para a igreja militante e do seu papel profético no mundo) e não ensinam cosmovisão cristã aplicada à política (sobre examinar pautas, ideologias e valores à luz das Escrituras)?

Porque muitos deles estão se sentindo muito CONFORTÁVEIS nos seus cargos, nos seus empregos, nas suas carreiras do jeito como as coisas estão. Pra que mexer no que está, pessoalmente, bom? Porque falar coisas na igreja que será constrangedor para muitos (esquerdistas, por exemplo) e correr o risco dessa gente ir embora e, consequentemente, ver o faturamento das igrejas cair, e ter os salários e benefícios de muitos pastores ameaçados? Pra que correr o risco de ficar mal na foto com o político do bairro que às vezes faz trocas de favores? Pra que criar animosidades com colegas de ministério que são progressistas, inimigos do Senhor que estão infiltrados para corromper a igreja e com isso ferir a imagem da instituição perante o público? Pra que focar na verdadeira igreja, a dos santos, dos remidos, como todo o Novo Testamento requer, quando se pode administrar o shopping center religioso que atende aos interesses do joio? E daí se isso condena o trigo à inanição, se esse método voltado para "a igreja visível" é pragmático, embora seja uma gambiarra praticada em detrimento da "igreja invisível" - uma distinção que é doutrina de homens, uma invencionice acomodadora e tola. O que tem importado é que esses tipos de abordagem da fé tem dado lucro e tem enchido a igreja! Afinal, a "palavra de Deus" está sendo pregada e muita gente tem se achegado - não importa se os cultos tem sido profanados ao serem transformados em espetáculos emotivos para as pessoas se sentirem bem, "os fins justificam os meios"!

O motivo de termos muitos bundas-moles passadores de pano para corrupções que estão tagarelando covardias, meias-verdades travestidas de erudição, meras receitas de bolos para fés cada vez mais mornas e muita seletividade cômoda que tem produzido tipos de cristianismos (as opções são muitas conforme requerem os fregueses) bastante apáticos e desnutridos é que, na prática, é ao "deus" MAMON que se está servindo. Primeiro são os "meus interesses", minha segurança, meu DINHEIRO e a Deus dá-se as SOBRAS (como se Ele as aceitasse...).

O Evangelho é o poder de Deus (manifestado no mundo) para a salvação de quem crê (Rm.1: 16) e, diante desse poder confiado à igreja, considerando que os crentes evangélicos são quase 30% da população brasileira, seria simplesmente inexplicável a decadência crescente do nosso país a não ser que as coisas estejam sendo feitas erradas ou relaxadamente (Jr. 48:10). Como disse o Senhor Jesus no sermão do monte, sal insípido (igreja não reconhecida pelo seu testemunho da verdade) para nada serve além de ser pisada pelos homens (Mt. 5: 13). Em parte, podemos entender o problema: muitos conduzem as igrejas como se fossem empresas, nivelando o dever de se fazer discípulos a níveis medíocres e com baixíssimo rigor doutrinário em abordagens rasas e cada vez mais secularizadas (confira as EBDs!) enquanto muitos pastores estão preocupados com suas carreiras, com política dentro da igreja (e isso é desprezível) e têm se sentido muito à vontade em entregarem um serviço decadente, ao passo em que têm desfrutando de muitas benesses e prestígios. Dá nojo ver pastores ostentando unhas feitas, pele tratada, roupinhas de corte fino e exaltando seus diplomas e conferências enquanto reduzem igrejas a meros negócios desse mundo. Já se esqueceram das exigências do Rei e Senhor da Igreja? (Lc. 9: 23; Mt. 6: 19-24)

Na prática, a corrupção religiosa praticada pela acomodação institucional é uma ameaça recorrente em toda a Bíblia. Nela vemos os sacerdotes do Antigo Testamento se corrompendo recorrentemente assim como os vemos cheios de autobajulação e hipocrisia no tempo em que o Senhor Jesus exerceu o seu ministério. Não há nada de novo na corrupção atualmente praticada por muitos dos profissionais da religião que a pervertem porque dela se beneficiam.

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Crentes de vida sossegada

"Bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem e perseguiram e, mentindo, disserem todo mal contra vós por minha causa."

(Mateus, 5:11)

"E na verdade TODOS os que querem viver piamente em Cristo Jesus padecerão perseguições."

(2 Timóteo, 3: 12)

Crente que não sofre sanções, represálias e perseguições por causa da sua fé NÃO ESTÁ SERVINDO AO SENHOR JESUS DIREITO. Servir ao Senhor necessariamente implica em perdas neste mundo (Lc.9: 23-25), pois não se pode servir a dois senhores (o Deus Santo e o sistema mundano que é corrupto) que são opostos entre si (Mt.6: 24; 1 Jo.2: 15).

"Ah, mas na nossa época não temos sofrido perseguições porque temos liberdade religiosa, uma bênção!" - Não é isso, filhote!, o problema é que a cristandade dessa nossa época é muito volumosa mas é predominantemente frouxa, rasa, ególatra e infiel. É muito sal insípido, incapaz de refrear a crescente putrefação do mundo, é uma grande massa de inofensivos contra o mal que se encoraja.