30/08/2023

Felicidade

 


Felicidade não é alegria constante, rir e não sofrer. Isso é ser idiota, é ser fútil, alienado.

A tristeza e o sofrimento costumam intimidar as pessoas, mas esses sentimentos e experiências podem ser ainda mais importantes do que viver rindo o tempo todo, porque é nas dores que a consciência trabalha, perscruta, é quando o riso cessa que a criatividade se aguça e as forças são reunidas para que se possa ir adiante, porque não há crescimento se não houver dor.

Já vi gente combatendo tristezas e dores porque foram ensinadas a confiar em utopias, foram educadas a permanecerem sonhando indefinidamente como se a vida devesse se parecer com um comercial de margarina. Mas a imprevisibilidade é parte das agendas, pessoas queridas morrem, doenças chegam de repente e não dá para manter o riso bobo e constante quando a nossa óbvia pequenez fica latente. Diante da morte de alguém a coisa certa a se fazer é sofrer o luto, e não resistí-lo. É muito mais triste quando se vê indiferença. Diante das calamidades da vida a decência é de chorar com os que choram, e não virar o rosto para o outro lado como gesto de desprezo para não se contaminar com a miséria alheia. 

Tolos são todos os que vivem na futilidade de uma vida absolutamente falsa e rasa que é dependente dos risos constantes e inebriantes que aleijam suas consciências. Em contraste desses tolos são felizes os que vivem dores, lutos e tristezas com dignidade, tanto as suas próprias como as dos outros, quando a compaixão se mostra na ajuda com os pesados fardos de outrem, porque são esses que sabem viver com dignidade, e isso é sinônimo de bem-aventurança, a melhor definição de felicidade.

E o aliviador de fardos pesados, o Senhor Jesus, é Deus solicito que sempre estende suas misericórdias a quem, contrito, o invoca.