13/12/2022

Nem tudo o que se faz nas igrejas é devoção ao Senhor

Muito do que se faz nas igrejas não é por verdadeira devoção a Deus, nem pelo seu Reino, nem em obediência à sua vontade ou para cumprimento da missão cristã.

Muita coisa que se faz nas igrejas é para servir ao subproduto da instituição, é para entretenimento dos adeptos da religião, é para que os bodes se sintam bem com o que são, pois praticam uma expressão religiosa apática e irrelevante mas que lhes dá a sensação de que foram salvos e que agradam a Deus apesar das suas vidas serem vazias dele, mas cheias de tradições religiosas e de um cristianismo meramente cultural que substitui o que deveria ser a verdadeira fé. São muitos os que aprenderam a viver o mal disfarce de cordeiros, coisa que não são e que não querem ser. Suas reuniões dominicais servem muito mais para manter uma estrutura religiosa apenas sentimental e auto-indulgente e não para o verdadeiro serviço a Deus.

A religião abarca duas coisas muito distintas: a religião do homem como instituição mundana e a igreja de Cristo, essa sim o ajuntando dos santos que foram redimidos pelo Senhor e que estão congregados para fazerem o que as demais pessoas não podem fazer, pois somente os regenerados podem adorar, louvar, prestar culto e orar diante do Todo-Poderoso simplesmente porque os não regenerados, os ímpios - e dentre eles está o joio - esses perseveram mortos espiritualmente e estão a serviço dos seus delitos e pecados, dos quais continuam escravos e perseveram em abismal separação de Deus, que não os ouve, não reconhece suas orações, suas canções e seus supostos cultos.

Um problema da nossa época é que a religião virou um negócio que inclui os não regenerados, e o show passou a contemplar esse público também. Então a busca pela excelência perante o Senhor tem sido afrouxada para situar a igreja num meio-termo, meio espiritual e meio mundana, como se esse cambalacho fosse possível e como se essa deformidade fosse aceitável pelo Santo Deus.

Assim, pratica-se cada vez mais um tipo de cristianismo focado em números, não na fidelidade ao Senhor, e os regenerados tem sido mal nutridos para que os crentes mundanos sejam alimentados com papinha de bebê de forma permanente, porque o alimento mais sólido que os realmente convertidos requerem costuma provocar vômitos nos carnais. E para manter a média que mantém a freguesia por perto, tem-se optado pela confortável administração de igrejas pouco comprometidas com o avanço do Reino, igrejas que se parecem cada vez mais com clubes para o bem estar dos seus sócios.

Assim, grande parte dos cânticos que são entoados nos cultos jamais deveriam ser confundidos com louvores de adoração ao Senhor. Muitas dessas canções são apenas expressões terapêuticas de autoconforto emocional. São lixo carregadas de expressões religiosas mal empregadas, distorcidas. Muitas das pregações sequer são bíblicas, muitas delas são distorções para servir à vontade humana e suas aspirações, não as de Deus. Muitas estão a serviço de um cristianismo meramente cultural e moral, não com as ordens do Senhor. Pecados? Sobre esse tema central usamos palavras de eufemismo e as orações de arrependimento são apenas subjetivas, feitas apenas em pensamento durante poucos segundos, imediatamente interrompidas pela retomada do "louvor", aquele show agitado de palco que às vezes pode ser confundido com uma micareta. 

Onde vemos na Bíblia alguma ordem para fazermos cantatas de Natal? Mas essas programações costumam "coroar" as atividades do ano das igrejas, que se mobilizam para esses grandes eventos (antes de todos saírem de férias) enquanto, ao longo do ano, faz-se pouco caso de ordens claras como as da santificação e dedicação pessoais, da evangelização, do discipulado, da expansão do Reino, das ações de misericórdia, etc. Mas como cantatas são coisas que qualquer um pode participar, incluindo os não regenerados com seus filhos que quase nunca estão na igreja, então enfatiza-se eventos como esse, mero entretenimento, mas acrescido com a falsa ideia de que o Senhor foi por esse tipo de espetáculo servido.

Tamanha é a deficiência do que se ensina, prega e faz é que, apesar de cerca de 30% da população brasileira ser "evangélica" o poder de influência dessa multidão em nosso país tem sido irrelevante e muito comumente vistos apenas em escândalos e em misticismos que jamais deveriam estar relacionados com as práticas cristãs. O povo evangélico tem sido inapto frente à progressão da iniquidade, haja vista que não tem tido discernimento para rechaçar os maus ensinos, nem os maus líderes, seja dentro das igrejas ou no campo político - porque crente que vota em proponente de pautas anticristãs é coisa paradoxal, é cretino!

A burrice quanto às doutrinas do Senhor é um erro, é pecado! É erro não conhecer as Escrituras e, relacionado a isso, desconhecer a dimensão do poder de Deus, desconhecer a sua vontade. E esse pecado, injustificável, está produzindo seus muitos frutos vistos em muitos tipos erráticos de cristianismo que estão sendo amplamente praticados e difundidos neste país - e não somente nele.