É possível sim que o pior dos homens seja salvo pelo poder da Graça do Senhor Jesus.
Contudo, essa salvação inclui um novo nascimento, a pessoa deve se arrepender dos seus pecados e, em lugar de os evitar como se não tivesse ocorrido coisa nenhuma, deve enfrentar o mal que provocou, deve confessar seus pecados, precisa lidar com as pessoas que ofendeu, prejudicou e feriu e, na medida do possível, tentar reparar o dano causado.
A verdadeira salvação em Cristo nunca é um ato de cinismo, de triunfo da injustiça e de banalização do mal. Um assassino que é convertido pelo Evangelho deve confessar o mal que fez e encarar a mãe da sua vítima com toda humildade e quebrantamento de coração para lhe pedir perdão face a face. Deve, também, oferecer-se para arcar com o dano que causou e responder à justiça como confessante de crime. É possível sim, mesmo ao pior dos homens, ser salvo por Cristo, mas não negligenciando esses frutos do arrependimento. Se o pecador evitar o seu pecado e impor a todos uma nova condição de si mesmo, como que renovado, liberado, salvo e justificado e, pior, autenticado pelo sistema religioso com título de autoridade eclesiástica, nós vemos aí uma celebração da injustiça e uma perversão do ministério cristão na banalização do mal e da Graça de Deus.
Embora sejamos salvos pela Graça de Deus e nunca pelos nossos atos de justiça, não existe salvação de fato se não houverem frutos dignos de arrependimento que possam ser vistos, frutos que são produzidos pela mesma Graça que nos salva.
Se não houver arrependimento comprovado, nunca houve Graça salvadora.