Não existe "a ciência" ou "uma ciência" como se ela fosse uma entidade indivisível, um monumento da verdade, uma única fonte de fatos confiáveis. Ao contrário disso, existem muitas ciências e cada qual é subdividida na mesma proporção das possibilidades de tudo o que pode ser estudado e na medida infinita de teses e de interpretações que esses estudos podem produzir. E às vezes, um mesmo estudo pode levar a conclusões científicas diferentes.
Cada campo de estudos tem seu foco e especialidade e ainda que exista intercâmbio entre diversas disciplinas, essa interdisciplinaridade não pode, é incapaz de abarcar o todo, porque o todo é, na nossa perspectiva, infinito. Podemos investigar muito pouco sobre a realidade.
Por isso, o bom cientista e a boa ciência são conscientes da sua limitação e não podem ousar definir absolutos universais. A ciência não tem poder para definir dogmas e os cientistas que se aventuram a fazem isso são desonestos, são charlatões das ciências. Esse não é o papel das ciências e isso não é buscado por um cientista consciente do seu trabalho e do fazer científico.
"Robert Jastrow, diretor do Goddard Institute of Space Studies, da NASA, e grande conhecedor dos últimos avanços científicos relacionados com a origem do Universo, dizia: Para o cientista que passou a vida acreditando no ilimitado poder da razão, a história da ciência desemboca num pesadelo. Escalou a montanha da ignorância, e está a ponto de conquistar o cume mais alto. E quando está subindo o último penhasco, saem para lhe dar as boas-vindas um monte de teólogos que estavam sentados lá em cima faz muitos séculos".
Ciência e Fé se complementam, não se opõem!
Um exemplo: Darwinismo.
Uma verdade sobre a Teoria de Charles Darwin:
Ao contrário do que muitos pensam, a Teoria da Evolução das
Espécies não é um fato científico, mas, como seu próprio nome diz, é uma teoria
científica. E toda teoria pode ser contestada.
No campo das ciências o Darwinismo tem sido reformulado e contestado por estudos diversos que têm levado a conclusões contrárias às formulações iniciadas por Darwin.
O Criacionismo é uma teoria científica diferente da teoria Darwinista e tem sido formulada a partir de pesquisas científicas que levam a conclusões opostas às teses evolucionistas. Ao contrário do que muitos pensam, o Criacionismo não é uma tese elaborada por religiosos, mas por cientistas, independentemente de suas convicções pessoais.
No campo das ciências o Darwinismo tem sido reformulado e contestado por estudos diversos que têm levado a conclusões contrárias às formulações iniciadas por Darwin.
O Criacionismo é uma teoria científica diferente da teoria Darwinista e tem sido formulada a partir de pesquisas científicas que levam a conclusões opostas às teses evolucionistas. Ao contrário do que muitos pensam, o Criacionismo não é uma tese elaborada por religiosos, mas por cientistas, independentemente de suas convicções pessoais.
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Estudo falso é aceito para publicação em mais de 150 revistas
Imagine só o seguinte experimento: Você escreve um trabalho científico falso, baseado em dados falsos, obtidos de experimentos sem validade científica, assinado com nomes falsos de pesquisadores que não existem, associados a universidades que também não existem, e envia esse trabalho para centenas de revistas científicas do tipo “open access” (que disponibilizam seu conteúdo gratuitamente na internet) para publicação. O que você acha que aconteceria?
Pois bem, um biólogo-jornalista norte-americano chamado John Bohannon fez exatamente isso e os resultados, publicados hoje pela revista Science, são aterradores (para aqueles que se preocupam com a credibilidade da ciência): ele escreveu um trabalho falso sobre as propriedades anticancerígenas de uma molécula supostamente extraída de um líquen e enviou esse trabalho para 304 revistas científicas de acesso aberto ao redor do mundo. Não só o trabalho era totalmente fabricado e obviamente incorreto, mas o nome do autor principal (Ocorrafoo Cobange) e da sua instituição (Wassee Institute of Medicine) eram fictícios. Apesar disso (pasmem!), mais da metade das revistas procuradas (157) aceitou o trabalho para publicação. Um escândalo.
O que isso quer dizer? Quer dizer que tem muita revista “científica” por aí que não é “científica” coisíssima nenhuma. E que o fato de um estudo ter sido publicado não significa que ele esteja correto (pior, não significa nem mesmo que ele seja verdadeiro para começo de conversa). A ciência, assim como qualquer outra atividade humana, infelizmente não está isenta de falcatruas.
E o que isso não quer dizer? Não quer dizer que o sistema de open access seja intrinsecamente falho ou inválido. Certamente há revistas de acesso livre de ótima qualidade, como as do grupo PLoS, assim como há revistas pagas de baixa qualidade que publicam qualquer porcaria. Nenhum sistema é perfeito. Até mesmo a Science publica umas lorotas de vez em quando, assim como a Nature e outras revistas de alto impacto, que empregam os critérios mais rígidos de seleção e revisão. Além disso, o fato de uma revista ser gratuita não significa que ela não tenha revisão por pares (peer review) e outros filtros de qualidade. Assim, o que deve ser questionado não é a forma de disponibilizar a informação, mas a forma como ela é selecionada e apurada — em outras palavras, a qualidade e a confiabilidade da informação, não o seu preço.
O relato de Bohannon acaba de ser publicado no site da Science, dentro de um pacote de artigos intitulado Comunicação na Ciência: Pressões e Predadores.
Nessa mesma temática, a revista Nature publicou recentemente também uma reportagem sobre o escândalo envolvendo quatro revistas científicas brasileiras que foram flagradas praticando citações cruzadas — ou “empilhamento de citações”, em inglês –, esquema pelo qual uma revista cita a outra propositadamente diversas vezes, como forma de aumentar seu fator de impacto (e, consequentemente, o prestígio dos pesquisadores que nelas publicam). As revistas são Clinics, Revista da Associação Médica Brasileira, Jornal Brasileiro de Pneumologia e Acta Ortopédica Brasileira.
O esquema foi descoberto pela empresa Thomson Reuters, maior referência internacional na produção de estatísticas de publicação e citações científicas. Como punição, as quatro revistas tiveram seu fator de impacto suspenso por um ano. A reportagem pode ser lida neste link: http://www.nature.com/news/brazilian-citation-scheme-outed-1.13604
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