Carnaval é pecado?
É claro que é!
Por que?
Por causa das coisas que são praticadas durante essa festa da carne.
Quais coisas?
Sensualidade, adultérios, fornicação, prostituição, idolatrias, paganismo, culto ao corpo, provocações, desordem, ofensas, bebedeiras, uso de entorpecentes, envolvimento do crime organizado, etc.
E se essas práticas fossem substituídas por seus opostos, por virtudes? Juntar pessoas em espaços públicos para tocar e cantar músicas que falem de coisas boas, de virtudes e do Senhor, no estilo musical do samba, ou do rock, ou de outros estilos regionais que são expressões culturais, isso seria pecado?
À luz de Colossenses não:
"16. porque nele foram criadas *todas* as coisas nos céus e na terra, as visíveis e as invisíveis, sejam tronos, sejam dominações, sejam principados, sejam potestades; tudo foi criado por ele e para ele.
20. e que, havendo por ele feito a paz pelo sangue da sua cruz, por meio dele reconciliasse consigo mesmo *todas* as coisas, tanto as que estão na terra como as que estão nos céus."
(Colossenses, 1: 16 e 20)
Atente para a obra de reconciliação (redenção): TODAS AS COISAS. A cultura como expressão humana também é redimida na medida em que o humano que a produz é redimido. Toda expressão cultural pode e deve ser redimida, resgatada do contexto pagão e de mentiras para ser ressignificada na verdade que de Deus procede.
Compare uma festa popular com a festa feita por Miriã após a travessia do Mar Vermelho e pela celebração encabeçada pelo rei Davi quando trouxe a arca da aliança para Jerusalém. Compare com o Salmo 150...
E ir a estádios de futebol quando as torcidas cantam para seus times num verdadeiro e entorpecido culto aos homens com disposição às ofensas aos adversários e à violência, isso pode?
E menosprezar o Dia do Senhor para nele praticar entretenimentos diversos quando se deveria estar completamente devotado ao Senhor, isso pode?
E ir num show de rock, ou de música progressiva, isso pode?
Talvez, e provavelmente, o problema também seja o da seletividade no que é ou não é aceitável não pelo critério escriturístico, mas sim pela preferência cultural baseada em preconceitos.
Um monte de coisas deve ser analisada no hábito de alguns de organizarem desfiles públicos onde se propõe expor e celebrar as verdades do Senhor. Mas isso não é, necessariamente, pecado, porque a mundanização não é vista no resgate de expressões culturais para ressignificá-las à luz da verdade, mas é absorver valores mundanos nos princípios, nas doutrinas de fé.
Obs. Eu, particularmente, detesto samba e me oponho fortemente à promiscuidade imunda que é o carnaval (festa da carne), mas não são os meus gostos que determinam doutrina.
Bloquinho crente, em pleno carnaval, é ressignificar essa festa popular à luz da redenção pelo Evangelho? Não, não é. Sem os efeitos transformadores do Evangelho, sem assimilação das suas doutrinas que mudam consciências e condutas, simplesmente dar uma cara de crente de forma muito superficial e ineficaz a algo que está mergulhado no pecado não é resgatar essa prática para a glória de Deus, é simplesmente render-se às paixões da carne e ceder ao pecado (Rm. 12)