16/04/2014

Páscoa - O sacrifício divino que gera vida e glória.


Chegamos a mais um feriado religioso do nosso calendário, que é repleto de festividades que o brasileiro comum não compreende senão pelo viés de um tipo de cristianismo popular predominantemente católico, sincrético e misturado a diversas tradições regionais que diferem daquele cristianismo que a Bíblia aponta. Estamos às vésperas de mais uma, assim chamada, semana santa e o próximo domingo será a Páscoa.

Talvez, para o brasileiro comum, esta seja uma data especial para “purgar” pecados - afinal, há quarenta dias tivemos o Carnaval, a “festa da carne”, onde se oferece o corpo (com conseqüências para a inteireza da vida) a todo tipo de pecado e ao Diabo e agora é o tempo de se fazer de conta que há preocupação com Deus e com a espiritualidade. Para muitos, as representações teatrais e populares da Paixão, revestidas de influências diversas, resumem-se a práticas culturais de certas tradições e assim, o evento Páscoa e seu significado têm sido reinterpretados em eventos culturais, em tradições muito distantes da realidade. Assim, tanto a Páscoa como o Natal, datas carregadas de significado para a cristandade – a Igreja de Cristo – têm sido deturpadas a ponto de perderem seu sentido original, tendo inclusive personagens-símbolo (coelho da Páscoa e Papai Noel) diferentes daquele que deveria ser o centro não somente nessas datas, mas o Senhor de nossas vidas - Jesus.

A Páscoa, aliás, não é uma data tradicional, culturalizada, apenas em tradições cristãs. É uma data rememorada pela tradição judaica que marca a libertação dos judeus pelo Senhor, por meio do profeta Moisés, da escravidão do Egito.

A 1ª Páscoa foi celebrada sob ordem do próprio Senhor, ordem dada a Moisés e registrada em Êxodo capítulo 12. Os judeus ainda estavam no Egito e na noite em que a 10ª praga, a morte dos primogênitos, se cumpriria, os judeus deveriam estar dentro de suas casas, cumprindo com a exigência do Senhor de imolar um cordeiro, marcar suas portas com seu sangue para que assim a morte não pudesse entrar para ceifar os primogênitos judeus, e além disso, as famílias teriam que comer o cordeiro sacrificado. Cumpriu-se, então, a palavra do Senhor e, ao contrário do que aconteceu aos egípcios, os primogênitos judeus não morreram. Segue-se o Êxodo, a saída dos judeus do Egito rumo à Terra Prometida, sua libertação pelas mãos do Senhor e seu servo Moisés.

Tal fato histórico que originou a tradição judaica de celebrar a Páscoa aponta para outro cordeiro, mais importante e abrangente em seus efeitos como sacrifício para salvar. A Páscoa original teve efeito sobre um povo específico e esse feito apontava para a necessidade da libertação de um povo mais abrangente de um tipo de escravidão igualmente mais abrangente.

A prática de sacrificar um cordeiro e de oferecê-lo em holocausto a Deus é uma prática que remonta à antiguidade bíblica e vemos essa prática num fato decisivo na vida daquele que é chamado de o “pai da fé”, Abraão (Gênesis 22. 8, Romanos 4. 16). Os cordeiros ou outros animais conforme eram possibilitados pelas posses das pessoas eram oferecidos a Deus em holocausto ministrado pelos sacerdotes para a remissão de pecados num tipo de culto a Deus, e isso era feito conforme as exigências da Lei de Deus conforme relata Êxodo 29, para a remissão de pecados, e assim, Deus poderia habitar em meio ao seu povo.

Mas esses holocaustos apontavam para um holocausto definitivo (conforme Hebreus 8), Jesus Cristo, o Deus Todo-Poderoso, criador dos céus e da Terra conforme diz João 1, fez-se homem para ensinar-nos a Verdade (João 14. 6) e para ser o cordeiro sacrificado a Deus em nosso favor (João 12. 27; Atos 8. 32; Isaías 53), o holocausto sobre o qual os pecados do povo de Deus seriam pagos com a morte de Cristo (Romanos 5).

Numa 6ª feira que antecedeu a Páscoa judaica, um dia de profundo sofrimento, Jesus foi traído por um de seus discípulos e vendido a quem o odiava para ser julgado de forma injusta durante a madrugada. Foi ofendido, humilhado, blasfemado, açoitado, condenado pelos judeus e por Roma a um tipo de morte destinada aos malditos, numa morte humilhante, angustiante, exposta a todos, pendurado numa cruz. O próprio Deus o desamparou porque em Cristo estavam todos os pecados, todas as trevas, todo o mal, todo o sofrimento que fazia separação entre os homens e Deus. Ele estava só. Em Cristo, os pecados daqueles que viriam a ser o povo de Deus foram pagos e a inocência dEle diante de Deus foi atribuída a todos os que viriam a crer nEle, os justificando pela fé. Morreu Jesus feito um maldito, o cordeiro foi imolado, o holocausto foi oferecido a Deus e houve trevas ao meio-dia.

Jesus não foi pego de surpresa, Ele conhecia a finalidade da sua vinda e ofereceu-se para ser este cordeiro que salvaria a muitos, tal como os cordeiros do Êxodo livraram os primogênitos Judeus às vésperas do Êxodo. E Ele sabia que a morte não o deteria (João 10. 18). No domingo de Páscoa, o triunfo do Senhor sobre a morte se mostrou com a ressurreição de Cristo! O Senhor está vivo e assim como Ele ressuscitou, todo aquele que nEle crer também ressuscitará para viver eternamente em sua glória (João 20; I Coríntios 15; João 6. 40) e essa é a nossa celebração: O Senhor Jesus está vivo, Ele vive e reina para sempre e nós, os que cremos, estaremos com Ele! 40 dias após a sua ressurreição, o Senhor Jesus reassumiu seu Trono à destra do Pai em sua Glória e rege todo o Universo até que o atual estado de coisas, comprometido pelo pecado seja refeito numa nova criação onde aqueles que em Cristo creram reinarão ao seu lado em glória!

A Páscoa verdadeira é o sacrifício eficaz de Cristo para a salvação de todo aquele que nEle crê e a consequência imediata disso é a devoção diária à Ele, e não uma comoção passageira de uma data culturalizada, tradicional.

Por isso posso dizer: Feliz Páscoa, sirva a Jesus!

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A nossa Páscoa.

Você sabe por que o Deus Todo-Poderoso enviou seu único Filho, Jesus Cristo, para este mundo?

1) Porque somente Jesus tem poder para lidar com o pecado que nos degrada e condena:

Jesus existia com o Pai desde toda a eternidade, Ele é a segunda pessoa da Trindade (o Pai, o Filho e o Espírito Santo) e participou ativamente da criação do universo.

Mas a criação foi corrompida pelo pecado em atos continuados de rebelião que nós, seres humanos, seres que foram criados à imagem e semelhança de Deus e a quem foi dada a missão de cuidar da criação divina, praticamos contra Deus e contra a sua Lei. Por isso fomos condenados ao banimento da sua presença e o mal resultante desse banimento degradou a nossa existência, a nossa essência, o nosso mundo e o nosso destino. A partir da nossa realidade decadente, com os nossos sentidos e a nossa racionalidade degradados, Deus tornou-se para nós num mistério desconhecido e completamente inatingível e as nossas vidas não correspondem à vida em seu estado de plenitude que fomos feitos para ter. Somos apenas um distorcido e decadente reflexo de algo que o pecado arrancou de nós e por isso estamos destinados à destruição tal qual um esboço feito num papel que será descartado. Vivemos num limbo de perdição e estamos destinados à completa desolação da ausência completa de Deus e sob o seu juízo.

Diante dessa realidade, nós nada podemos fazer para nos salvar. Mas aquele que nos criou à sua imagem, Jesus, esse pode nos salvar. E porque ele ama a sua criatura humana ele já fez tudo o que era necessário ser feito para salvar-nos do juízo iminente.

2) Porque somente Jesus poderia pagar as dívidas dos nossos pecados diante de Deus:

O pecado é rebelião que trás condenação a quem o pratica. Deus é perfeito e como parte da sua perfeição está a sua santidade, uma pureza plena que não admite o mal e que o repele. A natureza de Deus é incompatível com a nossa natureza degradada pelo pecado, somos inimigos enquanto o pecado fizer parte do que somos, pois o pecado e a santidade são excludentes e como a santidade é mais poderosa que o pecado ela o consome tal como o fogo que consome impurezas. Porém Deus nos ama e nos quer junto de si e por isso Ele fez o que era necessário ser feito para nos aproximarmos dele, para nos salvar.

Jesus Cristo veio a este mundo como homem, nascido da virgem Maria, com uma missão específica: MORRER POR PECADORES.

Jesus ensinou seus discípulos as verdades de Deus para que eles as ensinassem para outras pessoas, mas Ele agiu para fazer com que o seu povo fosse salvo das condenações eternas do pecado quando Ele mesmo assumiu as nossas culpas diante de Deus e arcou com as consequências dos nossos pecados diante do Justo Juiz. Jesus fez isso para podermos receber o perdão quando a justiça de Cristo for imputada a nós ao manifestarmos a nossa fé nele, na nossa justificação pela fé - ao crermos em Cristo nós somos reconciliados com Deus e recebemos como presente, um ato da Graça divina, as consequências dos atos praticados por Jesus por nós. No caso dos que crêem em Jesus, pessoas pecadoras como quaisquer outras, a santidade do Senhor lhes é atribuída porque Cristo pagou pelos seus crimes diante da Lei divina e com o seu sangue os comprou para si. Jesus morreu na cruz para que com a sua agonia e morte nós, os que crêem, fôssemos livrados do inferno do banimento de Deus e fôssemos plenamente reconciliados com Ele. Por causa de Cristo nós recebemos a vida plena e eterna que é reintegrada ao plano inicial de sermos a sua imagem e semelhança.

3) Porque somente Jesus poderia vencer as forças do pecado, da morte e do inferno.

Ao assumir as culpas dos pecadores Jesus tomou sobre si todas as consequências do pecado, todo sofrimento, dor, maldição, desolação e todo mal consequente do banimento de Deus, que é a fonte de toda verdade e de todo bem. E Jesus foi fiel à sua missão de ser um cordeiro enviado ao matadouro, o perfeito holocau1sto, até o fim, até a sua morte na cruz maldita.

Mas por ser Santo, por não ser um pecador, por ser o próprio Deus encarnado, a manifestação perfeita do Deus Todo-Poderoso neste mundo que foi feita diante dos homens, a morte não o pôde deter e ao terceiro dia Jesus triunfou da morte, do pecado e do inferno ao ressuscitar dentre os mortos e reassumir o seu trono de Glória como o cordeiro de Deus que tira os pecados do mundo e que comprou com o seu próprio sangue as vidas de muitos homens e mulheres, velhos e jovens para estarem por toda a eternidade diante da Glória do Deus que agora lhes é conhecido e a quem chamam de Pai. Assim como Cristo venceu, nós, os que cremos e que fomos reconciliados com Deus, venceremos também!

Páscoa é o ato de um inocente morrer no lugar de um criminoso que estava condenado à morte para que esse criminoso seja livrado de pagar pelos seus crimes.

A nossa Páscoa é o fato de que o Senhor e salvador Jesus se fez homem para oferecer-se como sacrifício, morrendo em nosso lugar na cruz. Dessa forma, as nossas dívidas foram pagas diante do Justo e Santo Deus, recebemos o seu perdão e fomos transformados em Filhos de Deus em semelhança ao seu Filho Jesus.