23/02/2011

A crise religiosa do nosso tempo e a posição da Igreja a respeito.


Tenho visto muitas publicações em blogs e artigos sobre o decadente cenário evangélico, especialmente o cenário brasileiro e a respeito disso eu tenho algumas considerações:

Estou cansado de simplesmente concordarmos que a situação é lamentável. Isto já está claro e não se espantem, a tendência é a coisa ir de mal a pior. A farofada dos apóstolos modernos e seus pequenos feudos (pseudo-reinos deste mundo), a falta de noção de muitos acerca do que é igreja e do que é ser cristão não pode minar as forças e a atuação da verdadeira igreja dos verdadeiros crentes.

Se a situação do nosso tempo é crítica, deve-se ressaltar que fomos inseridos neste tempo presente pelo próprio Deus, então eu pergunto: ficaremos apenas choramingando, compartilhando nossas impressões e conhecimentos ou iremos à ação, mostrando ao mundo esse poder transformador que a igreja de fato tem?

Assim, meus irmãos, eu proponho que nos mobilizemos à oração, ao estudo sério das Escrituras sagradas, ao seu ensino, á pregação do Evangelho e mais ainda: proponho que nos desprendamos dos valores e bens mundanos a fim de nos empenharmos por meio de doações de recursos e de trabalho efetivo às causas de resgate do ser humano, seja na área espiritual por meio da pregação da Verdade, seja por ações sociais em que exercemos misericórdia, seja como profetas anunciando o parecer divino acerca das verdades das escrituras que apontam a justiça e a misericórdia diante do erro humano em diversas esferas, especialmente onde se pratica a injustiça - nesses lugares, quaisquer que sejam, nós, por causa do fato de sermos igreja e portadores do dom divino, somos necessários (somos nós quem levamos a luz de Cristo e por sermos o seu corpo, quando estendemos nossa mão é Ele quem o faz). Precisamos investir na recuperação de pessoas e na sua dignidade, precisamos investir em meios para isso, tais como casas de recuperação, abrigos para pessoas desamparadas, lugares onde se exercita o amor sem que se queira algo em troca. Precisamos minimizar nossas diferenças acerca de opiniões teológicas diversas e valorizar mais o que temos em comum: a fé no Senhor Jesus Cristo e a entrega à sua vontade.

Meus irmãos, que nossa união extrapole os limites dominacionais, aliás, se a dominação for um empecilho ao avanço do Reino, "às favas" a denominação! Que estejamos dispostos a dar, não apenas os nossos recursos, não apenas o nosso coração, mas a nossa vida inteira a serviço do Reino, que está "em construção" por obra de Cristo, por obra da Igreja de Cristo - o seu corpo, o meio pelo qual Ele age.

Não precisamos construir grandes igrejas, embora precisemos de muitas igrejas espalhadas estrategicamente por todas as regiões; o que mais precisamos é de encher o mundo com o nosso trabalho e evidenciarmos a luz que em nós já brilha. Precisamos entrar gentilmente nas casas para levarmos o amor de Deus às famílias, precisamos atuar em escolas e criar nossas próprias escolas para atender sem interesse àqueles que querem aprender e dar às crianças a possibilidade de um futuro digno e aos adultos carentes de conhecimento o conhecimento necessário à uma vida digna; precisamos entrar nos hospitais e nos presídios para levar a essas pessoas o amor de Cristo, sua consolação e o seu perdão; precisamos dar abrigo e alimento aos necessitados sem fazer os julgamentos prévios que estamos tão acostumados a fazer, pois Cristo nos amou sendo nós ainda dominados pelo pecado; precisamos compartilhar o amor de Deus com todos os que Deus, por sua sábia providência, nos der para amar.

Como se combate o mal senão fazendo o bem? E se o nosso tempo está sendo marcado pela prática da iniquidade, falta-lhe a justa medida da prática das obras da Graça, coisas que somente a Igreja pode fazer.

Então, você aí que está triste com a situação atual, vai ficar reclamando apenas ou vai se empenhar na prática do amor cristão?